Novidades na Vila Madalena

Por Ailin Aleixo
No Época SP na CBN

Chez Fabrice

O simpático Fabrice Delassus nasceu na pequena St. Raphael, na Côte D’Azur, e após passar 12 anos trabalhando com gastronomia em Londres, veio para o Brasil para abrir seu próprio bistrô. Reformou durante 8 meses um sobradinho da Vila Madalena e inaugurou em dezembro um despojado salão com capacidade para apenas 50 pessoas, mas cheio de detalhes charmosos. O cardápio oferece clássicos da culinária francesa, como o magret de canard com coulis de frutas vermelhas, o chateaubriand ao molho bernaise, o boeuf bourguignone e o vol-au-vent de frango e cogumelos, mas há também saladinhas, massas, risotos, peixes e frutos do mar. Os preços são ultrarrazoáveis e as porções são bem mais fartas do que as que costumam ser servidas nas demais casas de gastronomia francesa da cidade. Guarde um espacinho para a sobremesa e viaje na incrível tarte tatin de pêra ou no surpreendente trio de crème brûlées (de baunilha, de limão e de alecrim). Antes de se sentar, fique atento a um único e importante inconveniente: verifique se o volume do som do bar vizinho, o Boteco Seu Zé, está em um nível comportado. Não dá para degustar uma bouillabaise ou um brioche com patê de foie e tomar um tinto de Bordeaux ao som de pagode e axé… 
Rua Mourato Coelho, 1140

Saj

A comida árabe servida nesta nova casa da Vila Madalena é assunto de família. Paulo, um dos sócios, é filho de Paulo Abbud, dono do Farabbud, e neto de Emílio Abbud, que fundou os lendários Flamingo, Bambi e Dunga – segundo consta, o inventor do beirute. Não por acaso, o cardápio presta homenagem ao passado. Há várias versões do sanduíche, além de receitas clássicas. A cafta grelhada tem interior rosado e suculento e temperos bem equilibrados. Vai bem com o arroz de lentilhas, com uma pontinha gostosa de acidez – só a cebola, meio queimadinha, tinha um certo amargor indesejado. Para abrir o apetite, experimente o trigo grosso, mistura morna de trigo com frango desfiado e carne moída, coberta com coalhada fresca, pontuada por folhinhas de hortelã. Uma delícia. Na sobremesa, há os indefectíveis doces árabes, mas a maioria pede mesmo o chocolamour, tacinha com sorvete de chocolate coberto por farta porção de farofa doce, calda e chantilly – outro pedido que ficou famoso nas casas da família.
R. Girassol, 523