Por Maria Lucia Solla
Severino para, curioso e tímido, à porta do Gabinete Divino
– Entra, filho, entra! Sua nacionalidade, por favor?
– U…Ué, Senhor, desculpe perguntar, mas o senhor não é onisciente?
– Costumava ser, filho. Costumava saber tudo…
– Não me diga que também está esquecido! Se bem que na sua idade…
– Filho, não é por acaso que objetiv-idade tem cinco letras a mais do que idade.
– Senhor, desculpe corrigir. Seis letras a mais.
– Que assim seja, filho. Vamos ao que interessa.
Severino toma tino e diz que é ’’b’’rasileiro. O Grande Senhor, idealizador e criador de todos os infinitos universos, gira Sua Santa Estrutura, no Sagrado Trono, e alcança um dossiê de capa verde-amarela.
– O senhor me desculpe a cara dura de fazer tanta pergunta. Minha mãe dizia que a curiosidade ainda ia me meter em confusão, e nem aqui eu tomo jeito. É.. crônica, sabe? Curiosidade é pecado?
– Confesso que preciso consultar sua ficha. Vocês criam e anulam pecados, em meu nome, achando que é moda. Que falha terá havido na comunicação? Enviei os melhores emissários – a nata de comunicadores divinos -, e nem assim… Vocês fragmentaram a Terra inteira. Esculhambaram tudo! Num canto é pecado isto; no outro é pecado aquilo. Nem vocês sabem dizer se um pecado é capital ou gravíssimo, venial, original, ou leve. Não costumo dar palpite, mas aconselho a unificação. Será mais fácil para todos. Que tal pecado, e não-pecado? Essa tonalidade cinzenta entre o branco e o preto é terreno movediço…
E por falar em terreno movediço, sabia que melancolia já foi pecado entre vocês? Se eu levasse em conta… – E então, Senhor, para onde devo ir?– Ora, filho, seu querer é soberano: parar, seguir em frente ou voltar. Ser feliz ou sofrer. Amar ou não amar. O que quer fazer?
O brasileiro ajoelhou, chorou e pediu para voltar à Terra por mais uma semana, para pular o Carnaval…
E você, escolhe o quê?
Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.
Ouça aqui “De Pecado” na voz da autora, com participação especial de Marcos Arilhos e música High Hopes, de Pink Floyd.
Maria Lucia Solla é terapeuta e autora do livro “De Bem Com a Vida Mesmo Que Doa”, publicado pela Libratrês. Todo domingo desfila seu talento no blog sem fazer muito Carnaval
Muito bom artigo.
High Hopes também é muito boa. Apesar de eu ser suspeito para falar sobre a banda que me fez refletir sobre muita coisa, o Pink Floyd.
O livre arbítrio da escolha é o nosso destino e não é pecado escolher o que é bom prá nós. Até que o que é bom prá nós não seja o limite do mau para terceiros.
Bacana essa mensagem!
Se fosse eu, que não sou fanatico por carnaval, arranjaria alguma coisa pra fazer lá mesmo. Afinal lá é o céu!!!
A escolha deve girar em torno das prioridades que cada um estabelece.
Primeiro os compromissos profissionais depois os outros.
Abraço
Carlos Magno
Oi amiga ,sumi porque estava fora e desconectei TUDO ! Jornal, TV , computador , etc… E foi ótimo . Volto em pleno carnaval , que não curtimos e encontro teu “pequeno grande recado” semanal , valeu ! É importante que sejamos sempre chamados a refletir , ainda mais com palavras tão singelas e ao mesmo tempo tão sérias . Bjs, Maryur
Nossa faz tantos anos que nao sei o que è carnaval!!!!!! a unica coisa que posso dizer que è um sentimento brasileiro, pois nao acredito que o europeu desse tanta prioridade a esse tipo de festa……..hoje acho interessante o valor de certas culturas……carnaval voce precisa nascer com ele no sangue!!!!isso nao aconteceu comigo.
Joildo,
Pink Floyd é imbatível, não é?.
Sempre que esqueço um cd dele no meu carro e
ponho o carro no estacionamento, batata! Ele some.
Obrigada pela mensagem.
ml
Olá, Rafael.
Dizem que se você quiser saber sobre o seu amanhã,
não deve procurar a cartomante nem o centro
espírita.
Deve avaliar o seu hoje.
Boa semana,
ml
Spinosa,
eu diria que o céu é aquizinho mesmo.
Beijo,
ml
Maryur e Zeza,
presentaço de carnaval, os comentários de vocês.
Snoopy já dizia, simplesmente, it’s good to have friends!
Beijo,
ml