Veteranos pisoteando calouros que estavam deitados de bruço no chão de areia foi a última cena que assistimos com destaque no noticiário envolvendo trote violento em universidade. O ‘rito de passagem’ que chegou ao Brasil nos hábitos de portugueses, em 1831, ano em que um estudante foi assassinado, tem proporcionado desagradáveis exemplos no decorrer da história. Apesar de algumas iniciativas que tentam imputar gestos de cidadania ao trote, a recepção violenta aos recém-chegados ainda ocorre de maneira chocante.
A Secretaria Municipal de Esporte de São Paulo pretende combater o trote violento com gincanas físicas e esportivas. Uma Calouríada, na qual os calouros sejam motivados a integrarem equipes, organizadas por veteranos, logo que realizarem a inscrição na faculdade. Reitores das mais importantes universidades paulistanas estiveram em conversa com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o secretário Walter Feldmann (PSDB) discutindo a possibilidade de realização do evento esportivo já no segundo semestre deste ano, quando novas turmas estarão chegando as faculdades.
O projeto de Feldmann é canalizar a extemporaneidade e irreverência juvenil, que muitas vezes se concretiza na violência do trote, para a competição esportiva. Resultados alcançados pela cidade durante a realização das Viradas Esportiva e Cultural, quando se teve baixo registro nos índices de violência, motivam o secretário a acreditar que a medida amenizará o clima de guerra que existe hoje.
Há menos de um mês, o CBN São Paulo entrevistou o vice-Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pedro Ronzelli, que analisou a ocorrência de agressões entre jovens universitários. Na conversa, disse que o Mackenzie havia tentado mobilizar as associações atléticas para impedir o trote violento, mas que não tinham encontrado apoio nas entidades.
Citei o fracasso dessa experiência ao secretário de esportes que manteve, mesmo assim, sua convicção no projeto. A diferença para ele é que, agora, haverá a participação do poder público e o envolvimento de várias universidades.
Leia e ouça o que disse o vice-Reitor do Mackenzie, Pedro Ronzelli
Leia artigo publicado pelo colega de blog Carlos Magno Gibrail, semana passada.
Leia texto do ouvinte-internauta Ricardo Gomes Fo. publicado no blog
Puc anuncia apoio a torneio de calouros (publicada em 12h22 de 06/03)
Ouça a entrevista do pró-Reitor da PUC, Hélio Roberto Deliberador, ao CBN SP, nesta sexta-feira
Pelo que levantei para escrever o artigo sobre o TROTE fica claro que a saída primeira é a lei , que deve proibir terminantemente o TROTE.
Isto porque o poder existente nas universidades é que tem facilitado a sua permanência, na medida em que atua no “laissez faire”.
Não tem que haver paliativo, é a mesma analogia com a derrubada da floresta amazônica. Se fosse totalmente proibida seria mais fácil de coibir.
Ou é ou não é.
Chega de ficar em cima do muro em assunto tão agressivo.
O cinto de segurança foi assimilado,a cidade limpa foi assimilada, o álcool ao volante foi assimilado.
Por que não o TROTE?
Vamos ser pioneiros mais uma vez. Façamos como as nossas eleiçoes eletrônicas, tão raras no mundo.
Somos o país do presente, não mais o do futuro.
Carlos Magno Gibrail
Caro, Mílton Jung,
Trabalho em vendas e fico muito tempo em trânsito e o que eu mais percebo, que não existe nenhuma “fiscalização” voltada ao barulho de escapamentos de Ônibus, Motos e Caminhões.
Chega ser impossível conversar com o passageiro.
Será que ninguem vê isso, ou melhor ouve…!!!.
Com sinceridade, chega a desanimar entrar nas marginais, corredores(Rebouças, 9 de Julho,etc).
Tenho uma sugestão:
Fiscalizar todos os Caminhões, motos e ônibus(igual a inspeção veicular que terei que fazer obrigatoriamente no meu dois carros, um 2007 e outro 2009, é brincadeira…!!!
Obrigado, desde já,
Marco Antonio Carvalho
Tada ação que vier das autoridades publicas sobre o trote e bem vindo,não podemos esquecer que estes alunos que se envolvem nos trotes e os demais estão nas faculdades para estudar e dá exemplos aos novatos o resto é com a policia e a propria universidade.
Caro Milton,
A violência em uma sociedade é função direta da impunidade. Quanto maior a impunidade, maior será a violência. O exemplo diário que temos é de impunidade, impunidade descarada, criminosos que dizem que “não sabiam de nada”, pessoas pegas com malas de dinheiro para corrupção que não são sequer processadas, invasores de fazendas que matam e não são punidos, esse é o país que se apresenta aos jovens todos os dias, então por que esperar que eles tenham medo de serem punidos e que respeitem as leis? Vão sim é dar de ombros e continuar fazendo o que bem entenderem, afinal, nem morte de calouro dá cadeia, então tudo vale, certo?
O país está podre, já teve duas décadas perdidas, agora está na “década roubada” e só piora a cada dia.
a respeito do trote, seria muito melhor, se as faculdades em conjunto com os alunos que ja estão e calouros ao inves de ficar no farol pedindo dinheiro para depois se embriagarem, ou fazer as barbaridades que todos sabemos e ouvimos, deveriam ir a um hospital fazerem doação de sangue, ou a uma comunidade carente, para fazerem doação de alimentos e assim prestarem algum tipo de serviço ja que muitos serão medicos advogados e outras profissões, enfim fazer algo util, para a população
Miltom ,
Ao meu ver os jovens precisa de contato com o ser humano , Nem chamariamos de trote e sim MEU PROXIMO , 2 dias , em Albergues do Povo de Rua , Hospital do Cancer Infantil , e Asilos.
Obs.: Meu sobrinho estuda na Unifesp Medicina , e seus colegas , são cheios restrições , ao primeiro contato com seus “pacientes” por que falta relações humanas , contato com gente.
Sou totalmente contra trotes de qualquer espécie, agora, vamos combinar uma coisa: Como é que alguém é obrigado a deitar e rolar em excrementos e restos de animais, beber grandes quantidades de álcool ou ficar deitado enquanto se é pisoteado, sem reagir? Algum veterano encostou uma arma na cabeça desses calouros? Ou amarrou-os bem forte? Vão me desculpar, mas eu já fui calouro 2 vezes em Mogi, pegava o trem, onde os veteranos imbecis atuavam fortemente e nunca sofri nenhum trote, pois encarava e negava a me submeter e nunca fui pego à força. Não estou pregando a violência, mas os oprimidos tem que endurecer (sem perder a ternura é claro).
Caro Milton Jung,
Há uns 28 anos a Escola Politécnica organiza (através dos seus Centros Acadêmicos, C.A.’s) o “IntegraPoli” cujo objetivo é justamente este proposto. Aproveitando nosso Politecnico prefeito, acredito ser interessante se a prefeitura fosse averiguar a experiência adquirida neste período.
Não acredito que o trote seja intrinsicamente violento, uma vez que utilizamos tal adjetivo para caracteriza-lo. Temos bons exemplos de trotes solidarios; imagino que uma boa forma de eliminar a violencia é sempre atraves de punições exemplares para aqueles que subvertem a iniciativa da recepção dos calouros (vulgo, “bixos”). Não vejo algo producente na simples “criminalização” do trote e sim na educação de quem o faz.
Abraços,
Luiz Fernando Lins
O trote já vem de longa data e acabar com ele hoje é um fato.
Em primeiro lugar grupo de pessoas que se juntam para fazer essa bobagem, deveríam ser enquadrados na lei, que já existe e é clara, formação de quadrilha ou bando.
Quando alguém estiver passando por isso ou se a gente vê calouros passando por isso nas ruas ou faróis, basta registrar com um celular, que todos hoje em dia possuem cameras e chamar a Polícia para mostrar as fotos na hora.
A punição a estes delinquentes acabará com os trotes.
Penso eu que a idéia da Calouríada é muito boa principalmente se usarmos os dons e as escolhas desses estudantes para despertar o voluntariado.
Por exemplo: estudantes de Odontologia veteranos levariam os calouros em uma favela para ensinar a aplicar flúor e escovar os dentes das crianças;
Outro exemplo um estudante de direito para entrar com processos na justiça em nome de moradores de favelas que não tem acesso adequado aos seus direitos.
E assim por diante teríamos aqui citados centenas de futuros profissionais ajudando o próximo.
Qualquer cidadão precisa de algum favor ou ajuda.
Basta que as Universidades decretem o fim desses trotes e criem a cultura junto aos alunos veteranos que isso acabou.
E na chegada dos calouros estarem ali juntos na primeira semana de aula.
Acontecendo trotes fora das Universidades todo cidadão que presenciar qualquer anormalidade entre alunos nesses dias chamem a Polícia e ela deve fazer valer a lei.