Mulheres no banheiro

Abigail Costa

Mulheres…. banheiro…. e devaneios eróticos.

Pode parar. Não é nada do que está pensando.

A cena é a seguinte: algumas mulheres se encontram já na saída do banheiro. Uma se olha no espelho, a outra lava as mãos,  tem aquela que acompanha a situação, enquanto há uma que precisa desabafar.

– Você não acredita o que o meu marido me disse ontem?
– Mentira!!!!  
-Isso sem contar que que “essa observação” veio depois de um dia inteiro de trabalho,  de buscar filho na escola,  de preparar o jantar.  

A outra:
-Isso não me espanta. Semana passada o meu comentou que…. 

Era quase uma sessão de terapia, sem nenhuma ponderação. Parecia uma partida de vôlei. Uma levantava e a outra cortava. Foram dez, quinze minutos de conversa. Uma história contada com personagens diferentes, num só enredo. Ali, nenhum dos homens em questão mantinha laços de amizade, mas tinham uma afinidade: a falta de sensibilidade.  

Moços, por favor não me queiram mal. Meu universo de convivência é  masculino, mas elas tinham razão. Não pude defendê-los.  Talvez porque somos de Vênus.

O certo é:  se na maioria das vezes as observações, os questionamentos, fossem ditos diante do espelho, estes não seriam repetidos às mulheres. 

Por quê ? 

Puro constrangimento. Talvez você não saiba, mas falta de sensibilidade gera constrangimento. No mínimo para quem ainda tem. 

Abigail Costa é jornalista e toda quinta manda recado pelo blog

5 comentários sobre “Mulheres no banheiro

  1. ahahah! o fato é que os banheiros femininos são mais eficazes que anos de terapia freudiana. e por mais felizes que as mulheres sejam com sua vida doméstica (ou acreditam ser), elas sempre vão lamentar palavras mal colocadas pelos companheiros.
    e cá entre nós… homem é mestre em fazer observações constragedoras e constrangidos.

    te amo big!

  2. Meu… está constrangida? Ficou chateada? O que houve com a boa e velha conversa? Tudo tem pé e tudo dá. Se a comunicação é ruim já é um mau indicador de que muita coisa está, ou pode dar, errada/o.

  3. em tempos de comunicação de massas, (numa sociedade estimulada pela mídia que nem sempre cumpre com seu papel de comunicar), as mulheres viraram reféns do voyeurismo; cairam na própria armadilha. E não é nem culpa da insensibilidade masculina não, vai além do antropológico, até porque sensibilidade é para homens e mulheres, é uma categoria política.

    Mas perdemos a capacidade de ouvir o outro. Na conversa é que surgem todas as nossas relações sociais e interpessoais, mas conversamos como se conversar – o que fazemos de mais humano – fosse um troca-troca de problemas. Perdemos o estímulo de bater-um-papo; os mais tímidos morrem de medo !! A frase ‘o inferno são os outros’ de Jean-Paul Sartre, pode nos socorrer diante do pavor do contato e da relação mais íntima com quem nos relacionamos, e amamos…

    Abs,
    _

  4. Viva os banheiros femininos! Ou as redações que se pareçam com os banheiros.. o fato é que mulheres juntas, são, sempre, boas terapeutas, umas das outras! ADOREI!

  5. Definitivamente os homens nasceram sem o dispositivo emocional chamado “sensibilidade”.
    Eles não percebem que, nós mulheres, nem sempre exigimos muito.
    Em muitos casos, um abraço apertado pode ser tão intenso quanto o sexo. Um olhar compreensivo tão maravilhoso como um beijo.
    Adorei

Deixar mensagem para Lili Cancelar resposta