Lugar de criança é no aprendizado, diz Patrícia Medrado

Dedicada a preparação de novos jogadores, a ex-tenista Patrícia Medrado publicou comentário sobre o tema discutido e assinado por Carlos Magno Gibrail (O remédio que cura, mata), na quarta-feira, no Blog do Milton Jung. Para aqueles que não costumam vasculhar na área dos comentários, destaco o texto escrito pela, hoje, empresária que mantém o Programa Tênis na Escola:

Vejo como avanço a regulamentação do ofício de pegador de bolas, uma vez que agora todos os que oficialmente forem selecionados para tal estarão inseridos na Lei da Aprendizagem. Os clubes que visitei recentemente como o Paulistano, Pinheiros e Harmonia tem uma gama enorme desses aprendizes de 14 a 16 anos, todos uniformizados, com horários a cumprir, carteiras de trabalho assinadas, direito a férias e 13º salário garantidos por lei. Seguramente um passo rumo a um futuro melhor, seja através desse ofício ou de outras opções que sairão desse meio social.

Quanto aos menores de 14 anos, temos que pensar a melhor forma para que vivam uma infância digna, com educação, saúde, prazer e lazer. A inserção dessas crianças no meio esportivo pode se dar de outras formas que não a do trabalho remunerado. Pelo menos em São Paulo, a Secretaria de Esportes Lazer e Recreação do município, tem programas gratuitos com muitas opções de esportes, espalhados em diversas unidades (Programa Clube Escola), ainda com muita disponibilidade de vagas.

O crescimento do terceiro setor vem oferecendo inúmeras oportunidades de inserção através do esporte seja nos núcleos esportivos em comunidades carentes, parques ou de outras iniciativas do gênero.

Quanto às Academias de Tênis, com o intuito de inclusão poderiam oferecer em horários ociosos programas de aulas gratuitas para as crianças menores, porém como ato de responsabilidade social e não em troca de serviços remunerados. Dessa forma, além do ato cidadão, estariam dando a sua contribuição para a continuidade dessa cadeia formativa de atletas.

4 comentários sobre “Lugar de criança é no aprendizado, diz Patrícia Medrado

  1. Patrícia Medrado você que nos honrou muito dentro das quadras e conseguiu vários títulos brigando muito por eles, temo que sofrerá muito fora delas.

    Temo pela sua paciência em tentar falar português com seres que falam outro idioma e distorcem as boas idéias. Esses burocratas de plantão tentan pintar um monstro para a sociedade que jamais existirá.

    O poder público municipal não tem vagas em creches, não tem competência para criar atividades em tempo integral e ainda vem pagar de intelectualóides.

    Ainda bem que você disse “não remunerados”, pois senão.

    Já sabe né!

  2. Jean Piaget: desenvolvimento da inteligência

    (*) Nelson Valente

    JEAN PIAGET nasceu em Neuchâtel, na Suíça, em 1896. Diplomou-se em ciências naturais aos 21 anos, doutorando-se no ano seguinte. Interessou-se pela psicologia, realizando estudos em Zurique e em Paris. Foi professor dessa matéria nas Universidades de Neuchâtel, Lausanne e Genebra e de psicologia genética na Sorbonne, de 1952 a 1963. Presidente da Comissão Suíça na UNESCO, foi enviado em missão a Beirute, Paris, Florença e Rio de Janeiro. A UNESCO confiou-lhe a elaboração da obra O direito à educação. Piaget tornou-se membro do Conselho Executivo da instituição.
    Piaget abordou o desenvolvimento da inteligência através do processo de maturação biológica. Para ele, há duas formas de aprendizagem. A primeira, mais ampla, equivale ao próprio desenvolvimento da inteligência. Este desenvolvimento é um processo espontâneo e contínuo que inclui maturação, experiência, transmissão social e desenvolvimento do equilíbrio. A segunda forma de aprendizagem é limitada à aquisição de novas respostas a situações específicas ou à aquisição de novas estruturas para algumas operações mentais específicas.
    O processo de aprendizagem envolve a assimilação e a acomodação. Na medida em que participamos ativamente dos acontecimentos, assimilamos mentalmente as informações sobre o ambiente físico e social e transformamos o conhecimento adquirido em formas de agir sobre o meio. O conhecimento assimilado para a constituir a bagagem de experiências que nos permite enfrentar as novas situações, assimilar outras experiências e formular novas idéias e conceitos. As novas aprendizagens baseiam-se nas anteriores assim, a inteligência humana desenvolve-se: aprendizagens simples servem de base a outras aprendizagens mais complexas.
    Quando transformamos o conhecimento assimilado em uma nova forma de ação, realizamos uma acomodação entre o nosso organismo nos aspectos físico e mental e o ambiente no qual vivemos.
    Através de assimilações e acomodações constantes e contínuas, cada indivíduo organiza sua noção da realidade, seu próprio conhecimento.
    No processo de desenvolvimento, tal como é visto por Piaget, cada criança se desenvolve através de estágios. O autor distingue três estágios fundamentais:
    Sensorimotor – que vai do nascimento aos 2 anos de idade. Neste estágio a criança evolui de uma situação puramente reflexa até a diferenciação do mundo exterior em relação a si própria.
    Operações concretas – estende-se dos 2 aos 11 anos de idade e subdivide-se em pensamento pré-operacional (de 2 a 7 anos) e pensamento operacional concreto. Consiste na preparação e na realização das operações concretas em classes, relações e números.
    Operações formais – de 11/12 até 14/15 anos. Período no qual o adolescente ajusta-se à realidade completa de sua atualidade, mas também é capaz de lidar com o mundo das possibilidades.
    Os períodos ou estágios preconizados por Piaget não constituem divisões arbitrárias do processo evolutivo. Cada um deles se reveste de características mínimas que o define.
    A teoria de aprendizagem de Jean Piaget alertou os educadores para o respeito ao estágio de desenvolvimento do pensamento infantil, adequando as atividades escolares às características evolutivas das crianças.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

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