Grêmio 2 x 0 Palmeiras
Brasileiro – Olímpico Monumental
Quando entra em campo, o Grêmio não disputa título nem uma vaga qualquer, escreve capítulos de uma história. Com esta frase, expliquei a luta até o último minuto na partida em que estávamos com dois jogadores a menos contra o Cruzeiro e nos valeu o empate de jogo praticamente perdido. E explico meu olhar sobre o time que aprendi a amar.
Forjei meu coração tricolor com sofrimento e lágrima. Quando passei a enxergar o futebol com paixão, era uma época em que o título gaúcho era nosso sonho maior. E por oito anos assisti ao principal adversário comemorar esta conquista. Tarefa tão árdua quanto a do Corinthians e seus anos de fila, apenas para traçar alguma referência com os leitores paulistas que são maioria neste blog.
Muitas vezes saí chorando do estádio Olímpico porque não aceitava a derrota, menos ainda torcedores vaiando meus ídolos. Gritava para que os verdadeiros gremistas continuassem a defender o azul, preto e branco de nossa camisa. Queria ouvir o hino sendo cantando com o orgulho de quem reconhece a luta pela vida, mesmo quando a morte surge.
Não entendia cronistas que se anunciavam gremistas e criticavam jogadores do Grêmio. Lembro de uma campanha cruel do jornalista Paulo Santana, muito respeitado no Sul do País e por alguns colegas meus aqui em São Paulo, também, contra o ponteiro esquerdo Loivo, que jogou com nossa camisa entre 1968 e 1975. Ele defendia a presença de Nenê entre os titulares, enquanto meu pai, a quem não preciso apresentar neste espaço, admirava a luta do Coração de Leão.
Loivo era meu ídolo. É meu ídolo até hoje.
Eu era um menino ainda quando ao fim de uma partida no Olímpico, na qual Nenê entrou no segundo tempo e resolveu o jogo para o Grêmio, Paulo Santana se ajoelhou aos meus pés, no espaço conhecido por Pórtico dos Campeões, e pediu para que eu o ouvisse mais do que ao meu pai quando o assunto fosse futebol.
Conheço meu pai e conheço Santana. Os dois, aliás, se respeitam muito e trocaram confidencias recentemente. E por conhecê-los sempre confiei mais no coração gremista do primeiro.
Nesta quarta-feira, enquanto Santana pediu no jornal Zero Hora para que o Grêmio entregasse a partida contra o Palmeiras para prejudicar seu principal adversário no Sul, meu pai me disse por telefone: “Eu não consigo torcer contra”.
Se outros fizeram isto conosco no ano passado, como alega Santana com seu pensamento vingativo, azar deles terem alma tão pequena. Se a vitória desta noite ajudará a alguém mais, sorte daqueles que serão ajudados. Para nós que torcemos pelo Grêmio deve interessar única e exclusivamente a honra de sermos gremistas.
Por isso, pai, eu também não torço contra. Jamais !

Te invejo não pelo time,mas pelo espaço onde pode falar,reclamar,espernear por ele.
Nós meros mortais temos que nos consolar com reclamações na hora do almoço,do café,etc.. pois não temos este espaço para reclamar contra os “Sindicatos de Ladrões” trajados com uniformes de árbitros(atualmente ‘juizes’ que decretam o campeão).
Desculpe o azedume,o mau-humor,coisa de Palmeirense de coração.
Abraço a ti e a todos da CBN.
Só curiosidade:meu comentário foi apagado?
Oi, Ricardo
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Não consigo entender a violência, qualquer que seja.
Apenas uma me deixa dúvidas. Esta que vimos no jogo de Porto Alegre e de forma mais amena no Morumbi domingo passado.
Não é inteligente mas é romântico.
A dispensa dos dois pelo Palmeiras não foi inteligente foi romãntica.
Milton,
Só percebi isto depois que eu troquei de navegador e fiz meu segundo comentário.
Times à parte,eu admito muito toda a equipe da CBN,que ultimamente,passou a ser minha companheira durante todo o meu dia.
Gosto muito da forma que você e o Adalberto Piotto apresentam seus respectivos programas e reintero meus parabéns.
Abraço fraternal,
Depois que eu vi o Paulo Sant’Anna com a camisa do Inter no Jornal do Almoço, ele perdeu todo o crédito comigo. Essa notícia dele pedindo pra entregar o jogo é coisa de ribeirinho, daqueles bandos do guaíba.
Grêmio, desde 1903 destruindo lares e sonhos dos adversários.
Piadinha de hoje.
“Obina é agente infiltrado carioca e faz teoria da conspiração”
Milton,
No sábado, olhando o jogo contra o Cruzeiro de sangue doce, não resisti a um grito feliz com o gol do Herrera. Ontem foi mais fácil. As asneiras ditas pelos comentaristas da Band me fizeram torcer pelo Grêmio como se estivéssemos disputando o título.
Eu gostava muito das narrações do teu pai. E detestava o Loivo :).
Bela crônica.
Abraço
Algoz.
Quando pensei no Loivo lembrei de você. O que vale é que torcemos sempre pela nossa vitória.
O Palmeiras trocou o futebol pelo kickboxing;a França,pelo futevôlei;Flu e Cerro,pelo Vale Tudo.Futebol mesmo só o Grêmio
O principal patrocionador do Palmeiras vai lançar um forno micro-ondas nas cores azul-savóia, verde-limão e alvi-verde.
Quem comprar no lançamento leva junto pacotes de pipoca da marca Palmeirinha, aquela que não deixa piruá
Grande Miltão mais uma vez obrigado por nos ajudar , se O Colorado for pra libertadores e ser bi mundial no ano que vem pode ter certeza que vamos lembrar de vocês que a tempos não ganham nada. E outra no ano passado nos disputavamos uma sulamericana , não entregamos pro SP o jogo.
Saudações coloradas e boa sorte no gauchão.
Belo texto,Mílton,especialmente porque veio ao encontro do que você,seu pai e outros inúmeros gremistas conscientes pensam sobre ganhar e perder. Temos de tentar vencer sempre,pouco importa se nossa vitória servir para que outros times atinjam seus objetivos.