Pesquisas divergem sobre satisfação com ônibus

 

Feitas com um mês de diferença, duas pesquisas que analisaram a opinião do paulistano sobre o transporte público apresentaram respostas totalmente diversas. Para a Associação Nacional de Transporte Público, os passageiros estão mais satisfeitos com a qualidade do serviço prestado pelos ônibus na cidade. Para o Movimento Nossa São Paulo a insatisfação ultrapassa os 70%.

A ANTP contratou a Toledo & Associados que realizou a pesquisa em novembro de 2009 com 2.354 pessoas; o Movimento Nossa São Paulo contratou o Ibope que fez 1.512 entrevistas, em dezembro de 2009. Não se engane pelo número de opiniões coletadas, mais gente ouvida não significa maior rigor científico.

Separei dois quadros que mostram claramente as diferenças de opiniões coletadas pelos institutos de pesquisa.

ANTP pesquisa

Neste primeiro, da Toledo & Associados você vê a evolução desde 2003 e nota que o índice de pessoas que deram conceito excelente e bom para o transporte de ônibus na capital subiu 10 pontos percentuais entre 2008 e 2009 chegando a 50%.

NOSSA SP

Neste outro quadro, retirado da pesquisa do Ibope, aparece o nível de satisfação com o transporte de ônibus em quatro itens: tempos de espera e de deslocamento, pontualidade e tarifas. Em todos a insatisfação surge com mais de 70 pontos.

Perguntas diferentes e métodos diferente tendem a oferecer respostas diferentes. Mas a divergência foi tão gritante que deixou jornalistas com dúvidas durante a apresentação dos dados da ANTP, nessa quarta-feira. O repórter da CBN João Vito Cinquepalmi resolveu caminhar pelas ruas e ouvir a opinião dos passageiros. Não encontrou elogios, mas deve-se fazer a ressalva de que um ‘povo-fala’ não tem base científica.

Convido você a ler as duas pesquisas (se tiver paciência) e se souber me explicar por que os resultados foram tão diferentes, não se acanhe deixe seu recado nos comentários abaixo.

Aqui a pesquisa da ANTP feita em novembro/2009 e apresentada nesta quarta, dia 28.01

Aqui a pesquisa do MNSP realizada em dezembro/2009 e apresentada terça retrasada, dia 19.01

8 comentários sobre “Pesquisas divergem sobre satisfação com ônibus

  1. As verdadeiras pesquisas serão feitas em outubro de 2012, nas eleições para a prefeitura.
    Mas alguns dados são importantes: o número de ônibus que, há 12 anos atrás era de 24.000, hoje está em 16.000. Ou seja, a prefeitura estimula o uso do carro. Os ônibus estão concentrados em alguns bairros chamados nobres (?). Por exemplo, a região da Paulista. Tendo a dar mais crédito à pesquisa do Ibope.

  2. Como usuário de transporte publico em geral, noto claramente que o numero de onibus que circulam pela cidade atualmente é bem inferior em comparação com 2002,3,4.
    Não podemos negar que apesar do numero menor de onibus em circulação, os veiculos atuais “são confortáveis”, algunsa até com ar condicionado, câmbio automático, suspensão a ar, motores trazeiros, mais velozes, poiltronas com esconsto para a cabeça, porem os encostos estão a exatamente a 90 graus e o espaço entre poltronas são pequenos para quem tem mais de 1,80m de altura.
    Na atual gestão, nota-se claramente que o numero de onibus diminuiu drasticamente em todos os bairros da cidade
    Se não fossem as peruas e vãs que atendem a periferia, os moradores destes bairros distantes do grande centro literalmente não teriam condições de se deslocarem pela cidade.

    Agora é com o Adamo.

    Existe um modelo da Mercedes que tem o motor extremamente barulhento
    Vou procurar saber qual o motor que faz baruho acima do normal.

  3. Armando Italo está corretíssimo. Observo que tanto Metrô como SPTRANS trabalham para melhorar a qualidade, apesar da influência maligna de nossa pobre politica e de nossos pobres e semi analfabetos politicos. O que me incomoda realmente no transporte público é o comportamento de alguns usuários. O transporte público é um retrato fiel da nossa absoluta falta de educação. O problema está naquelas malditas mochilas que alguns insistem em usa-las nas costas, obstruindo a passagem, está também nos usuários que, apesar de descerem a kilometros de distância do ponto de embarque, insistem em obstruir a passagem nas portas de trens, metrô e ônibus. Existe um tipo muito comum de acéfalo, que adora ficar parado a esquerda nas escadas rolantes. Enfim, se exportassemos gente sem educação e bons modos nosso PIB seria o maior do planeta, quiça do universo.

  4. Como usuária do transporte público em São Paulo, posso dizer que é impossível classificá-lo como bom ou excelente. O sistema já está saturado. É impossível querer que as pessoas deixem seus carros e utilizem o transporte público. Não há mais espaço.

  5. Utilizo diariamente o transporte coletivo (Ônibus), tenho tido problemas quanto os horários em que os ônibus passam isso sem contar os painéis que ficam expostos em alguns corredores informando que determinado ônibus irá passar em alguns minutos e não passa nem a pau.
    Recado par ao Senhor Prefeito não convide os paulistanos a usar o transporte coletivo sem dar condições mínimas de atendimento.

  6. As duas pesquisas são ruins. A primeira pq ninguem que realmente usa o sistema de ônibus de SP pode acreditar que 50% das pessoas o considera excelente ou bom, é mentira pura.
    A segunda pq perguntou poucas coisas, q são importantes, mas insuficientes para avaliar o transporte. Por exemplo, a qualidade dos funcionários que é péssima (e olha q eles ganham bem), a qualidade dos ônibus, q melhorou, etc.

  7. Dei uma olhada nos dois relatórios de pesquisa.

    O estudo realizado pelo IBOPE apresenta a base dos resultados, ou seja, quantas entrevistas foram realizadas, justificando os percentuais a cada pergunta.

    Quanto ao realizado pela TOLEDO, a própria apresentação da amostra está confusa: 1330 entrevistas domiciliares na capital + 1022 em outros municípios + 1024 por intercept = 3376 entrevistas. Mas no relatório, a base da amostra foi de 2352 entrevistas.

    Nesse caso, se for disponibilizado maiores detalhes sobre a seleção da amostra ficará mais fácil entendermos o motivo de resultados tão divergentes.

  8. Moro no extremo da zona leste, por lá hoje circulam em sua maioria apenas micro-ônibus cooperativados, num passado não muito distante, eles eram os “perueiros”, exatamente por utilizarem a perua Kombi que o Prof. Heródoto tanto gosta. Na época dos perueiros, quem optava por este transporte, na ocasião ilegal, contava com bancos estofados, som ambiente, alguns até televisão, e o melhor, a agilidade no transporte aliados à livre parada. Com o advento da “legalização”, diversas linhas de ônibus deram lugar aos micro-ônibus, estes a meu ver necessitam de uma reavaliação do espaço interno, é comum estes veículos saírem lotados das estações de metrô do extremo leste, por exemplo, sem sequer espaço para locomoção interna. Noto cada vez mais a aquisição de veículos maiores, os micrões, logo logo teremos os ônibus de volta, nas mãos dos antigos perueiros. Só falta agora os perueiros “ressurgirem”! De maneira geral, penso que enquanto o transporte público for encarado como negócio ficará do jeito que está, ruim péssimo. No dia que começarem a pensar e agir no transporte público como serviço essencial, acho que as coisas mudarão!

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