Por Maria Lucia Solla
Ouça “De controle” na voz da autora
Olá,
a gente ouve dizer: elimina o ego, luta, abafa ele para que o espírito se expresse.
não sei você eu ouço esse tipo de coisa
seguidamente e fico abismada
é o mesmo que dizer corta a língua porque ela
às vezes é inadequada
não é a língua vilã nem o ego vilão
é a educação que está voltada para o lado errado
é ela que está na contramão
O mapa do ser humano deveria ser a primeira coisa a ser estudada na escola, porque do jeito que a coisa vem se perpetuando, há milênios, vivemos como se saíssemos de uma concessionária em Londres, onde se dirige do lado esquerdo da rua, dirigindo um carro sofisticadíssimo, sem ter lido o manual, sem saber o que fazer com botões e painéis eletrônicos e sem ao menos a explicação básica, dada pelo vendedor da loja. É assim que temos vivido.
Se aprendêssemos a nos conhecermos, na escola, saberíamos que o ego vem no pacote e não é acessório. Faz parte do kit sobrevivência. Ele é um tipo de polícia social, juiz, regrador, e é evidente que se está no pacote não deve ter sido por acaso ou por engano, visto que todos temos. Mas vamos concordar que tudo, além de ter o seu contraponto, pode ser usado da forma que quisermos. Com as mãos se faz carinho e se mata, com o discurso se incentiva ou pisa na cabeça e afunda o outro, de vez.
Como tudo o que há em nós é para ser usado, o ego não foge à regra. Se não me domo, faço o que não devo e sou inconveniente, até certo ponto é o ego que ajuda na decisão de até onde posso ou devo ir.
mas se não souber usar o ego
como cavalo desgovernado
ele troteia por onde bem entende
e a gente acaba encrencado
O risco de deixar o ego a deriva é que, com esse negócio de autoridade e de ser o segurança da porta do inconsciente, o poder lhe sobe à cabeça e já sabemos o que isso gera no outro, no vizinho, no parente, na comadre. E como a gente só enxerga o outro, com os dois olhos bem na frente e no alto, vai deixando o ego solto, livre, e ele vai dominando mais, quanto menos conscientes estamos. A vigília é para sempre, diz o Paulinho: “é para a eternidade, mãe”.
Talvez pelo fato de ego em latim e εγω no grego quererem dizer eu, a gente acredite que é o ego, assim como tem gente que acredita ser o carro que dirige, a roupa ou as jóias que veste.
ego truculento ocupa espaço demais e amedronta
ego fracote ocupa espaço de menos e amedronta
ego sem limite é descontrolado e amedronta
Medo é um bom termômetro para a gente saber se o ego vai bem obrigada, e se vai na direção que o Eu completo e verdadeiro escolhe para si.
Um bom método de direcionar o ego, de calibrá-lo, é medir o medo e quebrar hábitos, desapegar-se de razões e certezas e jogar fora o crachá onde se lê: controlador.
E o seu crachá, onde está?
Pense nisso, ou não, e até a semana que vem
Maria Lucia Solla é terapeuta, professora de língua estrangeira e ministra curso de comunicação e expressão. Aos domingos testa seu ego no Blog do Mílton Jung

Que o nosso ego nos amedronte cada vez menos…
“Che paura”!!!
Beijos
Sandra
ML,
Eta coisinha complicada esse ego! Pra algumas coisas acho que o tenho exagerado; pra outras, ele é bem tímido… Vou seguir suas sugestão de quebrar hábitos, quem sabe me encontro…
Bjs,
Su
Ola caríssima ML
Nascemos “vamos crescendo”, desenvolvendo.
Acredito que ao longo dos dias, conforme o tipo e qualidade de vida, do meio, da familia, dos amigos, da cultura, da filosofia, cada um “vai moldando” o seu ego.
Dai em diante cada um será responsável totalmente pelas suas ações e reações.
Complexo heim!
Haja psiquiatra, psicólogos.
Boa semana a todos
Armando Italo
Antes de ler seu texto, nunca parei pra pensar sobre o assunto.
Vc tem razão quando diz que, o ego vem de fábrica e não é acessório opcional; faz parte do bom funcionamento da máquina.
O lado bom do ego é que, ele nos induz a sermos melhores estudantes, melhores profissionais, melhores amigos, melhores amantes e etc. Todos queremos ser eficientes e elogiados em tudo que fazemos. Massagem no ego quem não gosta, né?
O lado ruim é, o egocentrismo. O crachá do egocêntrico é tatuado.
Bom domingo
Sandra,
vi teu comentário ontem, mas o blog tava dando baile na gente e não conseguia finalizar coisa alguma.
Domei meu ego pra não ficar reclamando e esperei. Agora foi “tiro e queda”; “na mosca!
Adoro quando vc passa por aqui.
Beijo,
ml
Su, loura linda!
pode quebrar! Só não quebra nenhum osso, como eu.
Beijo,
ml
Armando Ítalo, nosso comandante de plantão,
Acontece que a gente vai tateando, apertando os botões errados e sofrendo as consequências. Já pensou se se fizesse isso lá em cima das nuvens, com a aeronave? Já pensou se os pilotos tivessem que aprender na tentativa e erro, a colocar o bichão no ar?
É isso. Vale a pena se conhecer melhor para tirar melhor proveito da vida e dar com as guampas na parede menos frequentemente.
Beijo, boa semana, e mais uma vez obrigada por ter vindo,
ml
beto,
não é?
Quanta coisa a gente ainda nem sabe que tem, ou sabe mas não tem ideia de como funciona, ou nem pensa nisso, e tudo faz parte do kit de sobrevivência. ‘E por isso que a gente vive em tribo: cada um contando o que sabe, a gente vai acertando a rota.
Agora, crachá tatuado…. eu é que não tinha pensado nisso!
Beijo e boa semana,
ml
Nossa querida escrivinhadora Mike Lima
é por ai!
O aprendizado “é constante’!
O jovem candidato a aviador inicia em uma aeronave de pequeno porte, monomotora, no painel instrumentos analógicos dos tipos TUPI, Cherokee, Paulistinha, Aerto Boero lenta voando na velocidade media ou proximo a120 knots e mais “algumas horinhas de voo acompanhado com um instrutor habilitado, experiente, depois vai para o voo solo.
Até chegar a co_piloto e comandante em um grande jato transcontinental tipo Boeing 777 o triplo sevem, Airbus A340, 330, ate os comerciais “menores” atualmente, equipados com instrumentos e sistemas gerenciadores de voo totalmente digitais, vai ter que treinar muito a proficência, a apertar botões, horas e horas em simuladores, vai ter que aprender a setar muita coisa no painel das grandes aves.
Bjus
Armando Italo
Alfa, India, November
Mama,
Só posso repetir que a vigília é mesmo para eternidade… vigiar mais e quem sabe, usar um pouco do tempo da oração para vigiar mais um pouco… A Era é da vigília, uma vez que nossos pensamentos são de fato, nossos, e não mais irradiados, como acontecia até que formássemos a filosofia Judaico/Cristã que nos move, e as idéias de Platão a cerca do mundo das idéias… (redundei?).
Nessa nova fase, em que custamos nos dar conta da diferença, precisamos dar conta de nós mesmos, de nossas próprias idéias, e deixar de correr atrás do que nos é ditado… daí a angústia tão lancinante… e os repentes de euforia, que nada mais são do que o sintoma de um vislumbre da liberdade de pensar por si…
O enfrentamento mudou… Passou de fora, para dentro… e poucos se apercebem disso… com o coração e a mente presentes, no Agora!
Pi
PS.: Agora com maiúscula mesmo, que ele é o Arcanjo da Liberdade, e merece este respeito sempre!
Filho meu,
que horário bonito esse que aconteceu de vc escrever. Se deu conta?
É verdade, meu anjo, ainda olhamos muito para fora. Acreditamos que leis e regras sociais e religiosas são mais importantes do que o que nos vai na alma,
Beijo, meu anjo.
Amo você.
Beijo,
mm