Por Dora Estevam

Criança tem que ser como criança. Tem que se vestir e se comportar como tal.
Quantas marcas no mercado infantil já lançaram roupas imitando as dos adultos. Sim, marcas que fazem roupas para adultos e jogam no mercado o mesmo modelo, só que para homens pequenos.
É evidente que todas as mães, na maioria das vezes responsáveis pelas compras, querem ver os seus filhos vestidos magnificamente bem. E nestas horas elas acabam optando por comprar roupas parecidas com o estilo que elas usam; ou o pai usa, no caso dos meninos. A criança pode até ficar engraçadinha, mas, sem dúvida, a mãe estará empurrando este filho para uma idade mais avançada do que ele realmente tem.
A idade da criança compreende até os 11 anos de vida. É uma fase em que ela se espelha muito nos pais para se desenvolver, imita o comportamento deles. É comum encontrarmos garotinhas com a mãe nos salões de beleza fazendo as unhas ou vestidas com tamancos enormes e até maquiadinhas. No caso dos meninos, eles acabam optando mais por esporte e seguem o pai nesta área.Também querem usar uma cueca, um pijama ou um par de tênis parecidos com o do pai.

Assim como nos adultos, é preciso ver o que cai bem e o que fica ridículo. Às vezes uma camiseta da marca tal que todos estão usando pode não ficar bem no seu filho e arrasar no filho da amiga. É uma questão de tipo físico.
Não posso deixar de falar das mães que não conseguem ver que o filho cresceu e continua vestindo o garoto com roupas infantis.
Ou seja, nem pra cima nem pra baixo. Roupa tem de ser na medida certa.
Particularmente é uma graça quando uma criança está bem vestida. Garotinhas com vestidos florais, tiaras, sapatilhas e bolsinhas estampadas; meninos com camisetas pólos ou listradas, jeans e tênis, bermudas. Super fofos. Mas isso hoje em dia é quase um sonho.
O fato é que os pequenos também gostam de moda, eles sabem o que querem. Nos shoppings é visível a presença deles e de lojas especializadas. Outro dia li uma entrevista de uma garotinha que queria ter uma ponte que desse direto do prédio dela para o shopping. A criança já sabe o que quer e o que usar em determinados ambientes.
E as escolhas não param por ai, são filmes, lanchonetes, passeios programados: alto-mar, fazenda, casa de campo. A publicidade é muito grande, tudo que eles assistem na televisão, eles querem. O consumo é tal que certos cantores, brinquedos e acessórios viram febre difícil de ser curada.

Há uma dicotomia entre o consumo necessário e a necessidade pela moda.
Com isso, um simples passeio ao zôo ou no aquário da cidade se torna ingênuo diante desse universo espetacular de novidades. Mas o importante de tudo isso é não desistir e cultivar os valores familiares, não se distanciar daquilo que você acredita ser melhor para seu filho.
Em lugar de influenciar no jeito dele se vestir, quem sabe se preocupar com o que ele vai ler.
Aproveito para deixar aqui uma dica de leitura: “Mil-Folhas”, livro infanto-juvenil escrito pela jornalista Lucrecia Zappi e editado pela Ed Cosac Naify É uma obra que conta a história do doce desde as navegações motivadas pela busca do açúcar até as origens de produtos como o alfajor e o chiclete.
É para as crianças, lógico, mas você pode dividir com ele o prazer da leitura. E depois, não deixe de escrever aqui no blog e me contar o que você acha que seu filho deve vestir ?
Dora Estevam é jornalista e escreve aos sábados sobre moda e estilo de vida no Blog do Mílton Jung
A MODA INFANTIL, sob o aspecto de negócio, ou sob o foco de comportamento vem , como tudo que nos cerca, refletindo as transformações através dos tempos.
Tomando como base os anos 80 até hoje, observa-se na grade original de tamanhos que se baseava nas idades, 2 a 16 anos , que gradativamente a moda infanto juvenil está cada vez mais se restringindo-se à moda infantil. e portanto descartando a parte juvenil , reduzindo esta grade original.
O precoce amadurecimento infantil junto ao contemporâneo fenômeno das marcas, tem sinalizado que a partir aproximadamente dos 7 e 8 anos, a criança como consumidor começa a perceber marcas de adultos tais como Lacoste,Ralph Lauren,VR, Zara , Sergio K, Brokfield Jr.. O contra ponto só é possivel através das marcas com personagens infantis como BEN 10, Bakugan, Hot Wheels, etc.
Portanto hoje o mercado da moda para crianças encontra os mesmos desafios que o de adulto, ou seja, é uma batalha de marcas que para o consumidor é mais rico em possibilidades e para o produtor é mais capitalista. Vestir com personagem infantil ou como o papai e a mamãe deve caber ao personagem principal decidir, que é a criança.
Se alguém tiver interesse pelo assunto como história e negócio , é só consultar pela internet a dissertação de mestrado que apresentei à PUC SP em 1977 , sob o título "A sobrevivência das pequenas e médias industrias de confecção infantil".
Correção : O título da dissertação de mestrado é “A SOBREVIVÊNCIA DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE CONFECÇÃO INFANTIL” , apresentada à PUC SP em 1987.
Muito boa essa leitura, em meio a tanta estimulação de pais, mães, avós, tios, tias, para criança se parecer com adulto, nada mais pertinente e atual.
Precisamos combater o excesso de estimulação precoce e incentivar a vida infantil na criança, para que essa não apareça mais tarde, fora de hora e seja um complicador na vida adulta.
Vou recomendar!!
Ola Dora
Bom dia!
Recentemente passando em frente a uma igreja, notei crianças, meninos trajando ternos.
Paleto, gravata, camisa social como um pequeno executivo.
Em pleno domingo, calor acima dos 30 graus.
Meninas com vestidões.
Na minha infância minha mãe também tinha essa mania de me vestir assim tb quando iamos a alguma festa, igreja, em eventos mais importantes.
Mas isso la no século passado.
Depois de algums momentos eu já me encontrava sem gravatinha borboleta, descalço, imundo!
O que adianta vestir crianças como adultos?
Criança é criança!
E tem que ser criança.
Abraços e bom domingo com chuva
PS:
Falando em chuva, estamos iniciando a época das tais.
Ai e que mora o perigo em São Paulo.
http://www.blogdoaitalo.blogspot.com
Querida Angela,
Obrigada pela visita. Que bom saber que a leitura agradou.
Vou falar mais sobre crianças nest post, elas são tão fofas.
Espero o comentário das suas amigas também.
Beijos.
Oi Ítalo, bem lembrado: a roupa separada para o domingo.
Sem querer ofender, mas era a mais temida de todos…Aquele roupa que ninguém te reconhecia na igreja, por exemplo. Sem dúvida, hoje as coisas estão mais fáceis.
Abraço e bom domingo.
Dora,
Deixar que as crianças escolham suas roupas, além de respeito é um bom incentivo à independência.
Ortopé, Ortopé, Tão Bonitinho! Hahaha!
Oi Beto, sem contar que eles são muito criativos- sabem o que querem.
Abraço e obrigada.
Outra proposta muito interessante para as crianças que gostam de moda:
É o livro : “Vestida para espantar gente na rua”, da autora Miki W.
Com ilustrações delicadas, ela conta a história de uma menina que “causava” pois só usava roupas estranhas. E que no processo de se vestir e se desvestir, acabou descobrindo a si mesma e estimulando as outras pessoas a aceitarem as suas diferenças.
Sim, Dora, crianças são crianças e devem, acima de tudo, vestir roupas confortáveis, sejam elas para o dia-a-dia ou para festas. Nada de roupas com tecidos engomados, duros, ou roupas volumosas, como na grande maioria dos vestidos infantis…. mangas bufantes, babados, etc, etc, etc… Acho que certa está a Cacá, que adora uma legging com camiseta bem larga!!! E ela adorou a mochila que ganhou do Dodô!!! A cor é perfeita: nada de rosas!!!!! Criança é assim: quando gosta, gosta e usa. Quando não gosta, não há o que ser feito!!!!
Beijo grande!
Oi Mônica, o caso da Cacá é muito isso que estamos falando- ela tem um estilo próprio que nem de longe cai no estereótipo de “rosinha bufante”. Então, até o Dodo sacou o jeito prático dela. Que bom que agradou. Beijos.