O voto: show business ou show de horror?

 

Por Carlos Magno Gibrail

Candidatos estranhos

Analisando nos dias recentes, jornais, revistas, sites, blogs, rádios, TVs e demais meios de comunicação, o voto tem espaço e audiência, mas está mais para um show de horror e humor.

De um lado, extensas e intensas críticas aos debates pouco esclarecedores e divorciados do objetivo da eleição. De outro, a propaganda que ocupa o horário político obrigatório expressa mensagens ofensivas à inteligência dos eleitores.
Tudo coordenado e em nome do marketing político, que ignora a teoria do marketing empresarial, cuja eficiência é inquestionável.

Entretanto a explicação é simples, o mercado é o mesmo, mas as regras são diferentes. No mercado em que as pessoas escolhem produtos e serviços, elas não são obrigadas a consumir. No mercado em que são escolhidos os candidatos, os eleitores são punidos se não votarem.

Para que os produtos e serviços sejam escolhidos, eles precisam satisfazer necessidades e desejos do consumidor.

Na política nem tanto, pois o consumo é obrigatório.

Ao desobrigar o eleitor de votar, automaticamente haveria valorização do voto e evitaria os votos inconscientes e vendidos. Situação ao que tudo indica, não é a desejada pela maioria política. Pesquisa Vox Populi do ano passado indicou que apenas 51% votariam em caso da não obrigatoriedade.

Tiririca, a estrela da insensatez e da provocação ignorante à ignorância, certamente não teria o um milhão de votos previstos.

A espetacularização orquestrada pelo STF provavelmente não teria tanta importância, pois quem se dignasse votar facultativamente faria escolha em cima dos ficha-limpa.

Embora estejamos defasados globalmente, pois 90% dos países adotam o voto facultativo, incluindo aí os mais ricos e desenvolvidos, a mudança teria que ser aprovada pelos mesmos políticos que usufruem do voto compulsório.

O objetivo político da maioria dos políticos é a própria reeleição, tornando o que é meio em fim, donde se converge o interesse maior na obrigatoriedade do voto. Facilitadora da continuidade e estimuladora da falta de compromisso numa trama em que o ator desempenha o próprio papel buscando sempre o interesse pessoal e sinalizando à platéia exatamente o contrário.

É hora de escolhermos corretamente boas peças e bons atores.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve no Blog do Mílton Jung

30 comentários sobre “O voto: show business ou show de horror?

  1. O que leva uma pessoa a votar nesses palhaços?

    Uma mistura de Estupidez com muita ignorância e Analfabetismo?

    O Cidadão sai da sua casa, enfrenta fila para chegar até a Urna, pra votar nessas bestas. E se consideram espertos!

    Concordo com o voto facultativo, nos poupariam de assistir essa estupidez Extreme!

  2. não sei como fazer para conseguirmos a não obrigatoriedade do voto, acredito que morrerei e isso não se concretizará Pois até elegermos vários que pensem assim, para serem maioria e promulgarem a lei só no próximo milênio.

  3. Entre as soluções para as eleições eu acredito que a desobrigatoriedade do voto é a mais “elistista”. Alguns acham que a “qualidade” do voto vai melhorar porque as pessoas pobres vão ficar em casa.
    Não acredito que a solução passe primeiro por ai. Por exemplo, uma cobertura melhor da imprensa seria uma medida mais interessante e não mudaria o caráter da política brasileira.

  4. Olá mestre Carlos Magno,

    Assim como o senhor, também sou à favor do voto facultativo.

    Esse show de horror precisa acabar senão perderemos a paciência qualquer hora dessas e chutaremos o balde! Esse formato de programa eleitoral na TV e rádio é deprimente.

    Quanto ao STF eu fico impressionado como ministros podem ser tão ‘comprometidos’ com pessoas que tem suas fichas sujas. Lamentável!

    Gostaria muito de poder desempatar aquilo!

  5. Carlos
    Aí é o caso de perguntarmos:
    E a “tal da democracia” brasileira, sendo o voto, obrigatório?
    Pior é termos que suportar essas coisas que ultimamente andam aparecendo, invadindo nossos lares dizendo as maiores abobrinhas, absurdos, e ao que tudo indica, o Palhaço Tiririca poderá ser eleito.
    Acredito ainda, que com um “jeitinho brasileir” mesmo se for comprovado que o tal palhaço seja analfabeto, será eleito.
    Nada contra a pessoa Tiririca por favor, “o artista”.
    Nego terminantemente assistir o horario politico, pois tenho mais o que fazer.
    Do que ficar assistindo bobagens, besteirois, infantilidades, dito por verdadeiros panacas, malas, gente sem que nem porque, sem eira nem beira.
    Uma vergonha o que assistimos nas TV, ouvimos nas radios as tais propagandas politicas.
    Cada povo tem o governante que merece.

  6. Carlos,

    Passei a me interessar por política presenciando discussões de meus amigos mais velhos, que participavam de movimentos estudantis e entidades de classe. Movimentos estes, que nos deram os melhores e os piores representantes -dependendo do ponto de vista de cada um: Franco Monto, Carvalho Pinto, Mario Covas, Arraes, FHC, Brizola, Almino Afonso, Lula, Maluf , ACM, “políticos-artistas” e outros; nos davam condição de discussão e possível conclusão, e, esperança de “bom voto“. Até há pouco tempo atrás, votei com prazer apesar da obrigatoriedade.

    E hoje? Além do Circo, de onde estão saindo nossos representantes? Quais os grandes personagens políticos inspiradores de opinião que são ou se tornarão ícones?

    Bom, como sou um eterno sonhador, estou apostando nos “CHATOS” que tiram a “PACIENCIA” até de esportista de Jogo Xadrez. Aposto em representantes saídos de ONG’s e Movimentos Cidadãos.

  7. Bem que o Lula falou que o Tiririca representa uma parcela da população, só esqueceu de dizer que é a população em que ele se enquadra a população política que vive disso como profissão.
    Isso só me faz chegar a conclusão dos que eu “não quero que ganhe” porque até agora não sei o que dizer dos que tenho de escolher para ganhar.
    Em resumo me pergunte quem eu não gosto porque os que gosto tá cada vez mais difícel.

    Abraço

  8. Renato comentário 3,
    Acredito que o voto facultativo será seletivo.
    As populações menos abastadas têm se manifestado através de movimentos urbanos em quantidade até superior às pessoas de maior poder aquisitivo
    Portanto o voto facultativo não deverá ser elitista, mas sim seletivo.

  9. Carlos Albino comentário 6
    Mesmo supondo que seja a realidade, poderemos pelo menos ter a chance de selecionar os melhore.
    Como se faz em todas as atividades.
    No esporte,nas empresas, nas escolas.
    Para legislar, para julgar e para dirigir cidades,estados e nação, que selecionemos os mais categorizados.

  10. Enquanto existir o voto obrigatório existirão palhaços na política, com perdão dos verdadeiros palhaços que nada têm a ver com isso, o povo continuará votando por votar e elegendo incompetentes para nos representar. Graças a ações de marketeiros que ganham milhares de reais para eleger personagens desnecessários a história de nosso país.

    Sou a favor de uma reforma eleitoral onde o voto seja livre e os financiamentos de campanhas sejam transparentes e apresentados aos eleitores antes do pleito.

    Sou contra a reeleição, seja para qualquer cargo público, desde vereador até presidente da república, isso só perpetua incompetentes no poder e facilitas as costumeiras falcatruas que temos visto por aí.

    Enquanto isso não muda, vamos escolhendo e votando em candidatos competentes que nem sempre conseguem se eleger, graças aos cavalos de tróia como o Tiririca que conseguem puxar milhares de votos a seus partidos e levam um cordão de fichas sujas e incompetentes junto.

  11. Carlos,
    tenho a opinião parecida com a do Carlos Albino no com 6.
    Não vejo maneira de aprimorar a democracia brasileira sem que todo o povo esteja incluído nela. O equivoco, a meu ver, é quantidade de representantes e a pouca importância dada ao poder Legislativo. Veja quanta diferença faz o trabalho voluntário de acompanhar vereadores. Mais uma dúzia de Claudios, Massaos, Mários e os demais da turma do Adote e a questão da não obrigatoriedade do voto poderia ao menos, ser deixada para mais tarde.
    abs.

  12. C´est ne paz un pais serieux
    By General De Gaule.

    E não é que estava com razão!

    E ainda tem muitos que consideram alguns países como republiquetas da América latRina.

    Se realmente o Brasil fosse um país desenvolvido, como muitos gostam e imaginam que é, certamente as “coisas” serám bem diferentes.

    CAda povo tem os seus governantes que merecem.

  13. o pior é que pouca gente sabe que alem de eleger os tiriricas da vida, (que já é bem ruim para o páis),com o tal de voto proporciona, e a estimativa que ele seja eleito com 1 milhão de votos, ele arrasta consigo, por baixo no mínimo 2 ou 3 candidatos que possas ter recebidos pouco mais de 100 votos.
    e pra ficar pior, candidatos competentes e bem votados correm o risco de não se eleger

    Refrescando a memoria de todos o falecido Dr. Enéas carneiro, aquele do 56, com um milhao e meio de votos angariou mais 5 cadeiras no executivo para o seu partido.

  14. Hoje na FOLHA na seção Tendências e Debates, o tema é sobre o voto facultativo.
    Recomendo a leitura.
    Celso Roma ao defender o voto obrigatório expõe a verdadeira face da posição, pois usa como argumento a hipótese que a obrigação leva ao voto também as pessoas menos esclarecidas, o que na opinião dele é positivo pois caso contrário elas não votariam . Ainda segundo Roma estas são as pessoas mais pobres, de dinheiro e de informação.
    Como vemos é uma análise elitista e preconceituosa.
    David Fleischer defende o voto facultativo.

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