Moda, estilo e bicicleta

 

Por Dora Estevam
 
A onda de andar de bicicleta com roupas “normais” toma conta das grandes capitais e tem chamado muito a atenção dos fotógrafos. Desde que o Blog Copenhagen Cycle Chic foi criado, há quatro anos, o movimento de pessoas que andam de bike com roupas de trabalho aumentou muito. A ideia do blog é fazer com que a bicicleta se transforme em meio de transporte social. E logo os adeptos começaram a aliar moda, estilo e bicicleta.


  
Interessante porque, normalmente, quando pensamos em sair para dar umas pedaladas pensamos em colocar shorts, tênis e camiseta. Para quem pedala longe todos os apetrechos necessários à segurança – indispensáveis. Sem contar que geralmente a inspiração para o passeio vem nos fins de semana e ainda depende do sol.
 
A proposta do Cycle Chic é que os ciclistas pedalem todos os dias, para a escola, o lazer e o trabalho. E a ordem é quanto mais fashion e estiloso, melhor.

E não é que ficam charmosos, mesmo !


 
Eu já gostei muito de andar de bike. Confesso que tenho em casa, mas ultimamente ela tem ficado mais na garagem do que na rua. Ensinei o meu filho a pedalar e ele tomou gosto, também. Só tem um probleminha: o perigo que corremos em pedalar mesmo nos arredores do bairro.  Infelizmente, existem alguns motoristas que circulam de carro como se estivessem em pista de corrida. Sem respeitar o ser humano.
 
Outro dia presenciei um rapaz acompanhado do filho, cada um em uma bicicleta, eles estavam atravessando de uma calçada para outra quando veio um carro na curva e quase pega os dois. Estava logo atrás e fiquei horrorizada com tamanha violência.
 

Realmente, pensar em pedalar para ir ao trabalho, andar de um bairro ao outro aqui no Brasil ainda é coisa de gente corajosa. Sem contar as calçadas quebradas, as ruas com aquele meio fio estourado devido ao peso dos ônibus e caminhões, e os buracos cheios de água suja.
 
Eu fico pensando, como é que a pessoa consegue circular em uma avenida como a Rebouças, em SP. É loucura. O ideal mesmo é andar em local seguro.

Por isso, – caro leitor, cara leitora – se você gosta de bicicleta, lute pelos seus direitos, faça o poder público construir ciclovias, faixas apropriadas, campanha de respeito ao ciclista e transforme a cidade em um lugar amigo da bicicleta. Afinal, é a sua vida que está em jogo. E liberdade de escolha, também.


  
É muito bom saber que o movimento para desmistificar a bicicleta aumentou e continua fazendo sucesso pelo mundo afora. Aos poucos, ela deixa de ser um brinquedinho e passa a fazer parte integrante da cidade como já acontece em Copenhagen.

Se você quer saber mais sobre este movimento, se você tem um grupinho de amigos e amigas que têm interesse neste assunto, consulte o Copenhagem Cycle Chic (de onde saíram as fotos deste post) e conheça versões de outras cidades como Barcelona, Valência e Dublin, as dicas que eles postam por lá são incríveis.

Dora Estevam é jornalista e aos sábados escreve sobre moda e estilo no Blog do Mílton Jung
 

NB: Conheça também o Blog Gata de Rodas e Hoje Vou Assim de Bike

11 comentários sobre “Moda, estilo e bicicleta

  1. Dora, minha bike tbém fica muito mais parada do que circulando. E não é por falta de vontade, pelo menos no meu bairro na Vila Maria (zona Norte) de SP tbém é um perigo danado andar de bike mesmo em ruas com pouco movimento. Os carros trafegam em alta velocidade e a fiscalização é zero. Prefiro manter minha segurança e andar a pé pelas calçadas esburacadas. É uma pena. Foram gastos milhões de Reais para o alargamento das pistas das Marginais Tietê e Pinheiros. Só que ciclovia esqueceram de fazer. Já imaginou como seria prazeroso andar de bike se tivesse ciclovia em toda margem do Rio Tietê e Pinheiros com saida e entrada para bikes nos principais viadutos que cruzam por cima do rio? É melhor cair na realidade. Porque do jeito que tá, logo logo vem um doido e traça um projeto para colocar mais pistas para carro no lugar do rio. Investir em bike para que as pessoas trabalhem ou vão se divertir não interessa nem a industria dos carros e nem aos nossos governantes.

  2. Ola Dora
    Sempre andei de bicileta.
    Ia a escola de manha de bike, depois ia para a loja de ferragens no Itaim Bibi onde trabalhava como entregador, pegava a bicileta da loja, aquela que tinha um bagageiro ma frente e a roda da frente menor e la ia eu fazer m,inhas entregas.
    Final do dia deixava a cargueira na loja, aquela que tem um bagageiro pegava a minha bicileta e ia para casa.
    Vestido normalmente nos meus tempos de calça rancheira uma camisa, e conga nos pés.
    Nos finais de semana se o tempo estivesse quente, ai sim vestia um “calção” hoje short, meu divertimento era andar de bicileta no Ibirapuera, ia a Congonhas, ia treinar judo na Vila Sonia nos sabado e domingos.
    Como a Vila Olimpia era considerada periferia, muitos moradores tinham suas bicicletas para se locomoverem pelo bairro, trabalhar, para ir a escola e fora dele.
    Carro era somente para os muito abastados ou alguns taxistas que residiam no bairro como meu tio por exemplo.
    A bike era realmente nescessária e vestiamos normalmente.
    Depois virou modismo, fashion, lazer, andar equipado como verdadeiro biker é regra.
    Ainda tenho minha Montain Bike Caloy, ujma das primeiras do tipo na garagem para dar umas voltinhas de vez em quando pelo bairro.
    Mas quando ando de bike se esta frio, visto um moleton, ate calça jeans.
    No callor como sempre e de costume bermuda e camiseta.
    Bom findi!

  3. Por que punir Moema com ciclovia?
    Esta pergunta feita no encerramento do debate desta semana na CBN sobre bicicletas e ciclovias é de autoria de Lygia Horta. Um fenômeno.
    Por mais preparados que estivéssemos a absurdos , brindados que somos pela dramaturgia dos candidatos a presidência da república, esta senhora, representante dos moradores de Moema (será mesmo?) ultrapassou limites.
    Bendita hora em que podemos ler sobre moda e bicicleta.

  4. Pois aqui na Vila Mariana as ciclovias seriam muito bem-vindas, pode acreditar!

    Aliás, caso as nossas autoridades encarassem com seriedade a implantação e ampliação de ciclovias na cidade, poderíamos ter uma rede funcional, interligada e mais voltada ao uso cotidiano, e não só ao lazer.

    Bastaria destinar uma das calçadas à implantação de uma ciclovia. Já repararam como em algumas ruas a circulação de pedestres é menor do que a capacidade das calçadas? É claro que as ruas com grande movimento de pedestres não poderiam comportar ciclovias nas calçadas, afinal, não vamos subtrair espaço daqueles que optam por andar a pé. Mas que em várias vias as calçadas ficam ociosas, isso é inconteste. Por que não implantar ciclovias?

  5. Ítalo: e no final fez bem para a sua saúde, bolso e para você conhecer a cidade, não é?
    Eu também sempre gostei de andar de bicicleta. Passei a infância no interior de SP, o que facilitou muito o meu gosto e uso pela bike.
    Abraço.

  6. Qualquer mudança precisa ser bem vista e revista pelos cidadãos.Ver as necessidades e buscar lternativas para melhorar o transporte público, pelo menos. Se a bike se tornou um meio de transporte sociavel, porque não facilitar a vida de quem as usa? Segurança e praticidade.

  7. Edsom, pelo que eu pude ler a respeito do uso da bike como meio de transporte social, acredito que todos os bairros deveriam ter uma ciclovia. Imagino que muitas pessoas trocariam o carro pelo bicicleta.
    Abraço e obrigada.

  8. Ola Dora
    Ate hoje vez por outra pego a minha bike ára ir a banco, fazer uma compras, ir ao dentista, etc.
    E vestido normalmente com calça jeans, tenis, camiseta.
    Minha mãe era constureira e eu fazia as entregas, de bike, ia receber das freguesas, fazer compras para minha mãe.
    Como disse acima, eu que trabalhei de bike, na infancia, na adolescencia, como entregador para loja de ferragens, para ir a escola, na academia de judo, clube, etc usava a bike para quase tudo, para mim é normal, faz parte da minha vida.
    Infelizmente depois que exagerei nos esportes, inclusive bike subindo ladeiras, pico do jaragua, cheguei ir para Ubatuba, um dia meus joelhos reclamaram feio e dai não tever jeito.
    Cirurgia reparatoria, corretiva, la se foram os meniscos, ligamentos,
    Hoje somente umas voltas por perto ne, quando a vontade de pedalar bate forte.
    As bicilcletas que trabalhava e as minhas não tinham marcha não
    Era uma catraca só.
    Hoje é molesa bikes com 24 marchas!
    Boa semana!

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