Faltam interação e transparência em site da Câmara

 

A interatividade e transparência defendidas em discurso, não aparecem com clareza no novo site da Câmara Municipal de São Paulo, no ar desde quinta-feira. A constatação é de usuários que testaram o serviço desenvolvido em três meses com a presença da Prodam e da Contexto (agência de publicidade), a um custo estimado de R$ 400 mil – segundo informações do vereador e vice-presidente da casa Dalton Silvano (PSDB).

Observações enviadas por e-mail e pelo Twitter, ou deixadas aqui no Blog, chamam atenção para o fato de que o site passou por uma recauchutagem mas avançou pouco em relação as suas funcionalidades. Um exemplo é o formulário de contato, comum em outros sites, que apenas ganhou nome mais pomposo: Mandato Participativo.

Foi Màssao Uéhara, do Adote um Vereador, que trabalha com web, quem fez vários alertas pertinentes, a começar pelo alto custo se levarmos em consideração que o sistema no qual se baseou a construção do site é um CMS – Content Management System – gratuito, que em português pode ser lido como sistema de gestão de conteúdo, bastante explorado pois reduz o custo da criação, contribuição e manutenção.

É comum grandes empresas usufruírem destas facilidades, criando sobre esta base pré-programada como ocorre, por exemplo, com este blog que você lê, desenvolvido pela Globo.com sobre a plataforma do WordPress. No caso da Câmara, o serviço é o Joomla, o que explica o fato de o site ter sido entregue em três meses. “A diferença é que (as empresas) não são órgãos públicos e não gastariam uma nota preta só para fazer uma maquiagem com algumas migalhas de avanços em relação a transparência e acessibilidade”.

Aliás, o ouvinte-internauta identificado por Franferr escreveu para pedir que a transparência começasse pela publicação, detalha, dos valores gastos no projeto.

Màssao criticou ainda falha na segurança do site que estaria vulnerável a ataque de hackers.

A maior frustração dele, porém, foi em relação a prestação de contas dos vereadores, pois se reproduziu o que havia no site anterior que não facilitava a pesquisa e comparação de dados. Na época em que se falou do investimento que seria feito no novo site sugerimos, inclusive, que a prestação de contas tivesse como exemplo o trabalho desenvolvido por Maurício Maia que reuniu as informações de forma simplificada como você pode ver aqui.

Sérgio Mendes, também do Adote, lembra que uma das ideias era que se tivesse maior interatividade com o eleitor e o debate fosse aberto a todos os cidadãos: “Onde ficarão as mensagens enviadas aos vereadores? Elas serão visíveis aos demais leitores do site? Poderão receber comentários?”. Nada consta até agora.

Cláudio Vieira, que acompanha o mandato do vereador Marco Aurelio Cunha (DEM), afirmou que o site “não consegue dar transparência total ao seu dono, o cidadão”.

5 comentários sobre “Faltam interação e transparência em site da Câmara

  1. Politicos são que nem morcegos.
    Principalmente os de São paulo.
    Só saem a noite para não serem vistos.
    E vocês acham que os mesmos colocarão no ar site com total transparência?
    Nunquinha.
    “Êles” não são nada bobos né?
    Depois que conseguiram entrar la, todo poder passa a não emanar do povo e sim somente deles.

  2. O interessante do site é que uma das ferramentas mais importantes, que mostra o quanto cada vereador gasta, continua EXATAMENTE igual era no site anterior. É possível ver quanto parlamentar gastou em determinado mês. Mas é impossível analisar uma série histórica ou comparar um vereador com outro. Para conseguir essas informações, só copiando os dados para fazer as contas depois.
    Um vereador precisa ser muito hipócrita para dizer que o novo site é mais transparente. Não é.

  3. A falta de interação no site é reflexo da falta de interação no transporte público, nos serviços de saúde, nas escolas da prefeitura e nos demais serviços públicos que não tem nada de gratuitos. O vereadores, os administradores, não usam e portanto não entendem quando alguém reclama dos serviços que eles regulam e são obrigados a fiscalizar. O site é só a versão digital de mais do mesmo. Depois do elevador privativo, estamos diante de mais um passo rumo ao futuro. Tempos modernos.

  4. O novo site da Câmara Municipal de SP não é igual ao anterior, ele piorou. Antes vc.conseguia saber em que fase estava a tramitação de um projeto de lei, hoje vc.não consegue mais obter esta informação, ou seja a transparência sumiu…….

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