Cruzeiro 2 x 3 Grêmio
Gaúcho – Passo D’Areia/POA

O goleador do time corria alucinadamente em direção ao zagueiro. O craque retornava ao campo de defesa em uma velocidade descabida. O camisa 10 roubava a bola do marcardor com um leve toque embaixo dela, dentro da área do adversário. Eles, os volantes, os alas, todos faziam parte de um sistema rígido de defesa que impedia riscos ao nosso gol, interrompia ataques e abortava contra-ataques.
Em contrapartida, o zagueiro aparecia no último poste, de carrinho, esticando a perna, levando a bola para a rede inimiga e selando a classificação para mais uma final em quatro meses – a terceira, se levarmos em consideração a disputa da pré-Libertadores. Era o quinto gol dele neste campeonato. Nosso defensor é o terceiro goleador do time – claro que se descontarmos os lances nos quais fomos vítimas dos erros dele, como no primeiro da partida da semi-final, ainda nos deve alguns (perdão, Rafael Marques, pela corneta, mas eu precisava lhe chamar atenção para isso).
O Grêmio atual, como todas as críticas que sofre e erros que comete, me chama atenção pela postura que tem adotado em momentos de decisão. Seus jogadores trocam os papéis, nossos ataques defendem, nossos zagueiros atacam, e todos se dedicam em nome de uma conquista. Compensamos as falhas lá de trás, pela dedicação lá na frente e o esforço da turma que está no meio.
O futebol que temos jogado não chega a ser o mais impressionante de todos os tempos, mas tem nos levado aos resultados que necessitamos. E se existe um mérito, é esta doação de cada um ao bem maior. Atacante dando carrinho, voltante chutando e zagueiro marcando.
A lamentar apenas este desejo eterno pelas conquistas que nos causa feridos graves para as disputas maiores como Vitor e Lucio – duas ausências importantes para o próximo desafio sulamericano. Nosso consolo é saber que, seja quem for seus substitutos, teremos jogadores alucinados, vestindo a camisa tricolor, dispostos a dar o ombro luxado, a virilha esticada, o músculo estourado, a canela machucada em nome de mais uma vitória.
Mais do que das vitórias, dependemos desta disposição de cada um. E a persistirem os sintomas, esta não nos faltará tão cedo.
O menino Leandro é capaz de desesperar zagueiros,como ocorreu hoje e em jogos anteriores do Grêmio. Seria interessantes se pudéssemos, nós também, driblar a realidade,esforço que você faz,Mílton,em cada Avalanche Tricolor que a sua criatividade produz. Sei,porém,que isso é difícil. Ainda por cima perdemos Vítor e Lúcio,como você lembrou. Só não perdemos a garra,escreveu em outras palavras.Ela há de nos levar à vitória custe o que custar.
Milton, eu me recuso a acreditar que querem fazer o Grêmio jogar o Gre-nal no domingo e dois dias depois o jogo de volta contra a Católica. E quer apostar quanto que vão tirar o Douglas do Gre-nal ?
Valdemir,
E por que eles agiriam diferente? Foi Rodolfo quem disse que todos estáo contra o Grêmio. Ele tem razão. Incluo nesta conspiração uma turma incapaz de impedir os gols de cabeça.