Os feriados, tanto o do Natal quanto o do ano-novo, tratando-se de trânsito, são altamente preocupantes. É a época em que mais ocorrem desastres em nossas estradas. Não lembro de ter ouvido ou lido notícia, como a do dia Quinze de Novembro, por exemplo, data na qual as Polícias Federal e Estadual esforçaram-se, com aumento de seus efetivos e uso de radares, visando a evitar o excesso de velocidade nas rodovias sob suas jurisdições. Motoristas irresponsáveis, quando tomam conhecimento de que as autoridades estarão mais atentas do que normalmente e prometendo punir os infratores, tendem a respeitar um pouco mais, pelo menos, as leis de trânsito. Não sei se a ausência de noticiário acerca do assunto pode ter influenciado na transformação do feriado natalino deste ano no mais violento desde 2001. O jornal gaúcho Zero Hora contabilizou, do meio-dia da última sexta-feira até o meio-dia de ontem, 24 mortes, oito por dia, em rodovias e vias urbanas. O acidente mais grave foi o que vitimou cinco pessoas de nacionalidade argentina que viajavam, de férias, para Santa Catarina.
Outro feriado vem aí e o número de carros nas rodovias que levam às praias e à Serra tende a ser bem mais alentado do que em 2010, tantos foram os veículos vendidos pelas concessionárias em razão do crédito fácil que proporcionou a muitas pessoas trocarem os seus usados por novinho em folha ou adquirirem o seu primeiro carro. Esses últimos, em geral recém saídos de auto-escolas, mas que se acham “os caras”, são os mais propensos a abusar da velocidade. Tirei minha primeira carteira de motorista com 18 anos – estou com 76 – mesmo assim procuro ser cada vez mais cuidadoso. Não gostei que a nossa “Free Way” tenha sido liberada para que se dirija a 110 quilômetros por hora. Nem todos os que vão pegar a estrada nesta passagem de ano estão com condições de pilotar nesta velocidade. Seja lá como for, sugiro que os motoristas, mesmo os mais experientes, passe os olhos nos jornais dessa semana e prestem muita atenção nas fotos que estampam como ficou a van da família argentina depois do choque com um ônibus.