Ypiranga 1 x 2 Grêmio
Gaúcho – Erechim (RS)

Dormir à meia noite, acordar às 4 da manhã e ter um dia inteiro de trabalho pela frente é tarefa árdua, exige sacrifício incomum e causa especial. Feita a escolha de encarar o desafio que ao menos sejamos premiados. E foi assim que me senti ao ver a bola raspar na cabeça de Douglas Grolli (confesso que só identifiquei que era a dele na repetição do lance) e parar no fundo do poço, como diria meu pai em memoráveis narrações futebolísticas. Aquele gol, aos 48 minutos do segundo tempo, foi redentor. Já estava me lamentando por mais uma noite perdida diante da televisão a espera de um jogo mais bem qualificado. Praguejava contra as bolas mal passadas, os chutes sem direção, as defesas do goleiro inimigo e as escapadas dos atacantes adversários. Temia pelas reações dos torcedores e a falta de convicção dos diretores se o resultado não fosse positivo, pois nesta altura do campeonato – aqui não apenas como figura de linguagem – é preciso paciência para não se abortar um trabalho que pode dar resultado mais à frente. Se havia certeza na escolha do técnico Caio Junior, comissão técnica e elenco, recentemente, é de se esperar que algumas semanas apenas não sejam suficientes para uma revisão, apesar do desempenho frágil até aqui. Sem contar que mudanças agora, além de precipitadas, poderiam ser desastrosas dadas as opções que temos à disposição no mercado. Os sentimentos mudaram ao fim da noite com aquele gol de cabeça. Justiça seja feita, Marcelo Moreno ajudou e muito com o gol de empate, não apenas porque nos abriu a possibilidade da virada, mas por ter mostrado, novamente, que não está na área para brincadeiras. A bola sequer era dele, mas o que importa? Atacante é para fazer gol, sem depender de apelidos e imagens forjadas nas páginas de jornal. Moreno fez o dele. Douglas, também. E o Imortal, está de volta. Minha noite pouco e bem dormida, agradece.
Meu Santo Padroeiro e companheiro de jornadas esportivas,o caríssimo Padre Reus (pronuncia-se Róis por ser sobrenome alemão),deu-me,nesta quarta-feira,sem trocadilho,o ar de sua graça. Por quê? Ora,mesmo sem fazer muito para merecer,o Grêmio ganhou ,de virada,do Ypiranga. Informo ao Mílton, que Padre Reus e eu,desta vez, não sofremos.
“Depois o treinador que é culpado”, disse Caio Júnior, em entrevista no intervalo de partida. Ele tem razão. Nem sempre os jogadores fazem com o combinado, e no final sobra sempre para o técnico. Quarta, dois deles fizeram a parte necessária.
Marcelo Moreno, um monstro dentro da grande e pequena área. Até aqui, a melhor contratação gremista da temporada. O Kléber também está ajudando, mas precisa se concentrar mais, principalmente fora de campo.
E São Douglas Grolli! Bendita a cabeça do guri, que nos deu a vitória, aos 48 minutos do segundo tempo. E pensar que o treinador do Ypiranga reclamou do tempo do acréscimo. Oras, eu teria reclamado se fossem cinco ou seis minutos. Mas, três e uns quebrados???
Comecei a ver o jogo no final do primeiro tempo em diante. Disseram que teve pênalti não marcado para o Ypiranga, e alguma coisa relacionada ao time de amarelo não poder escalar novos reforços. Não entendi muito bem. Bobagem, na minha opinião. Não consigo imaginar o time mais prejudicado pela arbitragem no país, sendo beneficiado assim, do nada.
Alguns parentes meus devem ter ido ao estádio Colosso da Lagoa, já que Erechim é a terra do meu pai, que assim como o seu, também é um gremista fanático.
Abs.
Bruno,
O Ypiranga remontou seu time após as primeiras desastrosas rodadas do Campeonato Gaúcho. Mandou embora um monte de gente, contratou outros e nem todos estavam em campo. Quanto ao nosso time, vamos precisar além de paciência mais alguém consistente no meio de campo. Perdemos Rockembach e Douglas, experientes e de boa qualidade. Seus substitutos não estão a altura. Quem tem agradado no meio de campo é Fernando.