Por Carlos Magno Gibrail

Leoz, Tupac Amaro, Simon Bolivar e Teixeira
Quem gosta e entende de futebol identifica a real importância deste campeonato cujo nome homenageia os heróis que libertaram a América espanhola e portuguesa. E como o seu gabarito é testado anualmente pelos resultados dos confrontos com os europeus, acrescido agora dos demais continentes, não há dúvida que o campeão da Libertadores é força proeminente no cenário do futebol mundial. Exceção feita aos recentes episódios protagonizados pelo Internacional e pelo Santos.
Mas quem são estes Libertadores da América? São dignos desta homenagem? Oportuna pergunta no momento em que na política os presidentes atuais da Venezuela, da Bolívia, do Equador, da Argentina cerceiam a imprensa; no futebol, a FIFA é posta em cheque pelos ingleses, e o principal dirigente da CBF e do COL para a Copa 2014 pré-anuncia o seu afastamento depois de 23 anos e, em seguida, renuncia ao mesmo. Tudo por conta de denúncias de irregularidades.
Infelizmente há uma extraordinária coerência neste mundo da bola, pois tanto alguns dos nomes homenageados dos Libertadores da América quanto determinados cartolas atuais tem a permanência no poder como ponto em comum. Além do pioneiro José Gabriel Condorcanqui, o indígena graduado pela Universidade de San Martin em Lima, também conhecido como Tupac Amaro II, José de San Martin, Manuel Belgrano, José Miguel Carrera, José Artigas e Ramón Cadilla, os demais libertadores da América Simon Bolívar, Bernardo O’Higgins, Antonio José Sucre e D. Pedro I, estavam em sintonia com o poder e sua longevidade.
Simon Bolívar além de ajudar San Martin na Argentina dominou a Venezuela, Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá e Peru, tendo sido o segundo e terceiro presidente da Colômbia, além de presidente da Bolívia e do Peru onde mudou a Constituição e se auto-nomeou presidente Vitalício. D.Pedro I cercou o Congresso e instituiu o Poder Moderador que seria exercido por ele mesmo, acima de todos os demais poderes. Bernardo O’Higgins fez com que os governadores enviassem deputados que ele tinha indicado e com um congresso de cartas marcadas renunciou, de forma que com a combinada rejeição ficou com o mandato de Diretor Supremo do Chile.
No futebol, a Conmebol, entidade que responde pela Libertadores da América, é presidida por Nicolas Leoz há 25 anos que além da longevidade tem em comum com os demais o gosto pelos títulos de poder e nobreza. O inglês David Triesman, ex-presidente da Federação Inglesa de Futebol acusa-o de pedir o título de Cavaleiro do Império Britânico para pagar o seu voto para que Londres fosse sede da Copa 2018.
No aspecto político o Brasil está tranquilo e distante de outros países latino americanos, inclusive pela análise recente de Jim O’Neil, o criador dos Brics. Trata-se do Índice de Condições de Crescimento que envolve a estabilidade política. Entretanto no âmbito do futebol é preocupante, pois as possíveis alternativas giram em torno de José Maria Marin, o apanhador de medalha, e de Marco Polo Del Nero, o protagonista do ingresso para o show da Madona que quase queima a ultima partida do principal campeonato de futebol do país.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas-feiras no Blog do Mílton Jung
Carlos
Depois que li um artigo que a FIFA para realizar copas do mondo prefere países corruptos, não acredito em mais nada no que se refere a futebol.
Candidato disfarçadamente “emrpestando medalha’ e colocando no boilso, outro para a alegria de todos brasileiros anuncia que ia renunciar mas depois desiste da renuncia e por ai vai.
Sem contar as tantas e tantas “suspeitas de enrriquicimento ilicito”
É de dar nojo os cartolas do futebol brasileiro e suas trupes.
Armando Italo, comentário 1
Normalmente quando se chega a limites inaceitáveis as coisas mudam. No futebol a demora é maior porque existe a paixão que sempre apoia as piores medidas se forem do lado do clube que se torce.
Acho que a saída será o comércio, ou seja, através das marcas anunciantes teremos um basta, na medida em que o mercado consumidor rejeitará a corrupção exorbitante e aparente.
Infelizmente, o futebol brasileiro não saberá aproveitar este momendo rico do país e com investimento impulsionado pela realização da Copa. Alguns, os mesmos, embolsarão parte do dinheiro e os clubes seguirão dependendo de patrocínios ridículos nas camisetas para se sustentar. Interessante é que mesmo os torcedores parecem ajudar para que isso aconteça, veja o caso do Santos que tinha de ser aplaudido pelo esforço em manter o Neymar, mas se prefere criticar dizendo que não vale a pena, pior que lá fora ele aprenderia mais. Precisamos de mais gente com coragem para segurar os craques por aqui. E principalmente para investir na formação desses craques que, parece, começa a minguar.