Por Julio Tannus
Seguem algumas citações:
O verdadeiro analfabeto é aquele que aprendeu a ler e não lê – Mário Quintana
A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede – Carlos Drummond de Andrade
A leitura nutre a inteligência – Sêneca
A pessoa que não lê, mal fala, mal ouve, mal vê – Malba Tahan
Guimarães Rosa me disse uma coisa que jamais esquecerei tão feliz me senti na hora: disse que me lia “não para a literatura, mas para a vida” – Clarice Lispector
A leitura de um grande livro é muito mais rica que assistir a um grande filme – Steven Spielberg
Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua própria história – Bill Gates
O importante é motivar a criança para leitura, para a aventura de ler – Ziraldo
Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria – Jorge Luis Borges
É preciso fazer compreender a criança que a leitura é o mais movimentado, o mais variado, o mais engraçado dos mundos – Alceu Amoroso Lima
Amar a leitura é trocar horas de fastio por horas de inefável e deliciosa companhia -
John F. Kennedy
Creio que uma forma de felicidade é a leitura – Jorge Luis Borges
A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo – Merleau-Ponty
Há pessoas que nos falam e nem as escutamos; há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossa vida e nos marcam para sempre – Cecília Meireles
A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo – Nelson Mandela
Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda – Paulo Freire
Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi – Mário de Andrade
Escrever é gravar reações psíquicas. O escritor funciona qual antena – e disso vem o valor da literatura. Por meio dela, fixam-se aspectos da alma dum povo, ou pelo menos instantes da vida desse povo – Monteiro Lobato
Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as ideias – Pablo Neruda
Escrever é estar no extremo de si mesmo – João Cabral de Melo Neto
Escrever é um ócio muito trabalhoso – Goethe
Não se é escritor por ter escolhido dizer certas coisas, mas sim pela forma como as dizemos – Jean-Paul Sartre
A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais – Voltaire
Poesia é quando uma emoção encontra seu pensamento e o pensamento encontra palavras – Robert Frost
A Matemática pura é, à sua maneira, a poesia das ideias lógicas – Albert Einstein
Contribuição da professora Malu Zoe:
“Quando somos adolescentes, gostamos da ideia de sermos os descobridores de pequenos universos. Mas, depois de uma certa idade, preferimos voltar aos lugares que já conhecemos, onde não precisamos nos apresentar. Gosto das velhas companhias e dos velhos livros” – Manguel, escritor argentino
“Folheada, a folha de um livro retoma
o lânguido vegetal de folha folha,
e um livro se folheia ou se desfolha
como sob o vento a árvore que o doa;
folheada, a folha de um livro repete
fricativas e labiais de ventos antigos,
e nada finge vento em folha de árvore
melhor do que o vento em folha de livro.
Todavia, a folha, na árvore do livro,
mais do que imita o vento, profere-o:
a palavra nela urge a voz, que é vento,
ou ventania, varrendo o podre a zero.
João Cabral de Melo Neto
Julio Tannus é consultor em Estudos e Pesquisa Aplicada e co-autor do livro “Teoria e Prática da Pesquisa Aplicada” (Editora Elsevier). Às terças-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung
Julio, por coincidência andei relendo algumas das entrevistas de escritores famosos à Paris Review, editadas no Brasil pela Companhia das Letras. As definições do “porque escrevo” ou “porque leio/porque me lêem” são muito ricas e variadas, já que escritores são malabaristas/mágicos com as palavras. John Cheever cita Raymond Chandler, que qualifica o ato de escrever como uma conexão direta com o inconsciente, quase uma câmera na memória : lugares onde você nunca esteve, coisas que nunca foram vistas nem ouvidas mas de tal solidez que é como se você já tivesse estado lá,. Ray Bradbury tem um conto fantástico – A máquina do tempo – que lemos como se fosse um filme, ouvindo o tropel de búfalos nas pradarias do velho oeste e aspirando a poeira que levantavam à sua passagem… Mas gosto especialmente de uma definição de Faulkner: “um artista (um escritor) é um ser arrastado por demônios”. Tudo isso leva a pensar sobre tantas coisas – a imaginação, a busca de entendimento da existência, a elaboração de lutos e lutas – e mesmo sobre as condições em que isso se dá nos tempos de hoje: Denise Fraga, no caderno Equilíbrio da Folha de hoje, conta que em uma peça recente ela tinha que entrar em cena no escuro total (mais ou menos a nossa situação quando abrimos as primeiras páginas de um livro), mas que as pessoas imediatamente se punham a ligar seus celulares para iluminar a cena. Bonito mas… sem relação com a experiência de ter que viver/ouvir (ler?) o obscuro, o novo, “o outro”. O “espetáculo” da leitura parece hoje menos espetacular?! Desculpe me alongar (as palavras são traiçoeiras, nos seduzem…).
Oi Rose, adorei suas palavras e as citações. Certamente enriqueceram o porque de “ler e escrever”! Um abraço.
Jorge Caldeira, autor do livro “Ronaldo: glória e drama do futebol globalizado” inicia o primeiro capítulo descrevendo o segundo gol do Brasil na conquista do penta campeonato. Em três páginas Caldeira consegue dar mais brilho e emoção ao lance do gol de Ronaldo do que a imagem real .
Ler é realmente um prazer.
Júlio,
na minha época de estudante, não tínhamos computadores como é comum nas escolas destes dias. Usávamos apenas livros e nossos professores nos faziam ler.
Mas era também um tempo em que os livros não estavam disponíveis como agora, até nos celulares para quem consegue enxergar as letrinhas miúdas.
Ando rabiscando pedaços da minha história em contos. Seria quase impossível fazê-lo não fossem os meus livros e meus professores, alguns creio não poderão ler sobre eles nestes textos.
Acho que esta é a receita perfeita de cidadania Júlio, leitura e interpretação.
Goethe disse que a leitura é a arte de desatar nós. Quem lê, desata nós!
Abraço
Carlos Magno, sua percepção da leitura é bastante próxima da colocação do grande cineasta Spielberg: “A leitura de um grande livro é muito mais rica que assistir a um grande filme”.
Caro Sérgio, boas palavras as suas. Que continues "rabiscando" a sua história, pois, conforme João Cabral de Melo Neto nos diz "Escrever é estar no extremo de si mesmo".