O que fazer para reduzir tiroteios

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Outra escola dos Estados Unidos foi palco não de uma tragédia igual a que recentemente comoveu o mundo por ter vitimado 20 crianças, em um colégio de Newton-Connecticut, mas também teve a protagonizá-la um atirador solitário. Essa ocorreu no Colégio Taft Union, localizado a 190 quilômetros de Los Angeles. Um aluno apenas ficou ferido. O episódio fez com que recrudescesse, porém, o debate, sobre a necessidade do controle da venda de armas naquele país. Lembrou-me o Mílton, quando dei asas, neste blog, à minha revolta com o massacre de Newtown, que no Estados Unidos armas são vendidas até em supermercados.

 

O presidente Barack Obama chorou, recorda-se, ao discursar naquela ocasião, diante dos familiares das vítimas. Mais do que ir às lágrimas, ele decidiu passar ao seu vice, Joe Biden, a responsabilidade de coordenar um grupo de trabalho capaz de construir – palavra em moda por aqui – propostas de mudanças na legislação acerca de porte de armas. Biden teve um encontro com representantes da National Rifle Association (em português ,Associação Nacional do Rifle) e ficou sabendo (?) que, nos últimos 18 dias, a NRA contabilizou mais de 100 mil novos sócios. Possui, agora, 4,2 milhões de membros pagantes. A maldita sociedade que tem como nome uma arma letal, segundo tudo indica, não se impressiona com as tragédias que, volta e meia, estarrecem o seu país. Aliás, apesar dos pesares, a NRA, segundo um dos seus porta-vozes, espera alcançar 5 milhões de associados, antes que termine o debate encabeçado por Joe Biden sobre a posse de armamentos. A declaração do tal porta-voz que mais me impressionou negativamente foi a de que a instituição pela qual se manifesta vai falar com “verdadeiros americanos” ao redor do país que esperam que a NRA não comprometa algum princípio da Segunda Emenda. Textualmente, o ilustre americano, declarou: ”Nós não vamos apoiar o banimento de armas. Mas nós estamos ouvindo”. Desconfio que essa última frase tenha segundas intenções. E não as do Governo dos Estados Unidos. James Alan Fox, professor de criminologia em Boston, lembra que, em alguns estados do seu país, pode-se comprar uma arma por mês; em outros, quantas as pessoas quiserem. Lamentavelmente, vamos ter de continuar tomando conhecimento de novas tragédias, eis que o próprio criminologista americano, ouvido por telefone pela Zero Hora, disse que “não há muito que se possa fazer para reduzir tiroteios”.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

4 comentários sobre “O que fazer para reduzir tiroteios

  1. O que fazer para reduzir tiroteios? Bom, sei apenas que a resposta NÃO É o infame desarmamento compulsório da população civil “não-criminosa”. O buraco é mais embaixo. Que tal desarmar os bandidos, em primeiro lugar? E se o assassínio com facadas “virar moda”, vão também querer regular a venda e a fabricação de facas, canivetes e tesouras? E sim, o Sr. Obama é um lobo em pele de cordeiro, o mais anti-americano de todos os presidentes dos Estados Unidos, com dez voltas de vantagem em cima de Bill Clinton.

    • A visão humanitária é a maior arma contra os radicais, que, em nome de seus interesses ou desinformação, usam argumentos sem lógica e fazem ataques despropositais. Imagine o que não fariam com uma arma na mão.

  2. Boa Tarde Milton e aos colegas blogueiros.

    Milton tem pessoa e pessoas que não sabem o que escreve, não sabem o que pensam e não falam nada com nada.
    Veja o caso desse sr. JMK.
    Abraço aos que pensam e sabem o que fala.

    Jose.

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