Avalanche Tricolor: somos um bando de loucos

 

Grêmio 1 x 1 São Paulo
Brasileiro – Arena Grêmio

 

 

Calma, lá, caro e raro leitor gremista deste blog. Vou, sim, falar do Grêmio neste post, apesar do título lembrar o apelido de outra torcida. Aliás, sequer vou me ater ao comportamento de nossos torcedores que ganharam o direito de ocupar seu espaço na Arena, mesmo que permaneçam restrições à avalanche. Apesar do atraso na publicação deste texto provocado pelo horário do jogo, compromissos profissionais e familiares, quero, hoje, reproduzir a sensação que tive ao ver nosso time em campo.

 

Assisti à partida deitado na cama, em silêncio total, sem nem mesmo ouvir o que diziam narrador, comentarista e repórteres na televisão. Prestei muita atenção na formação inicial escalada por Vanderlei Luxemburgo e tentei entender a estratégia dos três atacantes, o deslocamento dos laterais, o posicionamento dos zagueiros, a ação dos volantes e a articulação do meio de campo – ou do que havia no meio do campo no primeiro tempo (no caso, Zé Roberto, isolado, obrigado a conduzir a bola em busca de algum companheiro). Vi as mudanças no intervalo, a boa entrada de Elano, a presença de Guilherme Biteco e a chegada de Ramiro. Como nada ouvi, fiquei sem saber se Elano entrou no segundo tempo devido a desgaste físico ou para atender o esquema do técnico.

 

Confesso que não sou craque em identificar esquemas táticos como costumam fazer muito bem colegas como o Mário Marra, da CBN. Sempre tive dificuldade para contar o 4-4-2, o 3-5-1 ou o 4-2-1-3, que me parece foi o usado na partida de ontem. Por isso analiso o futebol muito mais pelas sensações do que pela razão. E meu sentimento, em meio as dificuldades para chegarmos ao gol adversário, era de que não passávamos de um bando de louco, dispostos a vencer, mas sem ter planejado o caminho da vitória. No segundo tempo em especial, foi possível até mesmo se emocionar com o esforço de alguns para mudar o placar. Era evidente, porém, que tudo ocorria de forma voluntariosa, do jeito que desse, torcendo para dar certo. Aquele chute do Werley, longe do gol, quando havia atacantes a espera do lançamento dentro da área, sinalizava bem este espírito. Aliás, nosso gol de empate, aos 42 minutos do segundo tempo, com a bola empurrada para dentro, na cabeçada de Kleber, também foi resultado disso tudo.

 

Ainda bem que estas loucuras de vez em quando dão resultado, nem que este resultado seja um simples empate dentro de casa.

 

Quem será capaz de colocar só um pouco de razão diante desta alucinação?

5 comentários sobre “Avalanche Tricolor: somos um bando de loucos

  1. Fizeste bem,Mílton,apenas olhando Grêmio x São Paulo,tentando adivinhar a “estratégia” de Luxa. Pior do que isso,ainda por cima, é ouvir narrador e comentarista do PPV, em determinados jogos,ou melhor,em quase todos.E os de quarta-feira foram exemplos diss um desses. Afora nos tratarem como deficientes visuais,contando tudo o que a gente vê,ainda dizem que o jogador fulano de tal “reclamou com o juiz” .O certo é do juiz. Os verbos possuem regências que os caras desconhecem. Por sua vez,dizem a todo momento que a arbitragem marcou uma falta,quando somente o árbitro possui apito e usa o ruidoso instrumento de sua autoridade para coibir jogadas violentas ou outros tipos de violações. Quanto à “estratégia” luxemburcana,nem o mais distraído torcedor gremista deixou de se arrepiar com o 4-3-3 do primeiro tempo. “Cuousque tandem,Luxemburgo,abutere patientia nostra?” Desculpem-me por parafrasear Cicero na primeira das Catlinárias,mas foi o que me ocorreu para não escrever um palavrão.

  2. Pois a esperança era a de que mudaríamos de treinador, mas pelo que se percebe nada disso acontecerá. Agora não, mais alguns jogos…
    Até quando Milton Pai, não só ele, mas o Koff abusarão das nossas paciências?

    • Gunar,

      Esta esperança me movia até aqui. Corremos o sério risco de determinarmos a mudança após mais uma desclassificação, talvez na Copa do Brasil, quando a pressão aumentará ainda mais. E teremos perdido o tempo da parada do Brasileiro para preparar o time. Senti saudade do treinador que entra no gramado, arregaça a manga, sua a camisa e trabalha colado aos jogadores. Vi isto no treino da seleção com o Felipão. Mano fazia isto, também, mas este já se foi para o Flamengo.

  3. Há muito que não ouço narração da tv e escutar pelo rádio não dá pelo atraso do som , então optei pelo silêncio quebrado de vez em quando pelos meus impropérios , principalmente quando o Luxa dá uma de inventor. E digo uma coisa : escalar o time com 3 atacantes meia-boca , não tem torcedor que aguente. O Elano mesmo mal fisicamente tem que sair jogando e vamos parar com esses passe laterais que acabam em bola recuada para o Dida. E para terminar , que saudade do André Lima que na bola aérea metia terror nos adversários. Abraço aos dois Miltons.

    • Jotapal

      Incrível que iríamos sentir saudades do André Lima, que ao menos servia de opção pelo alto, uma falta tremenda, mesmo porque hoje nos faltam opções, inclusive, por baixo.

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