Por Maria Lucia Solla

Ando atrás das palavras, e as encontro fora de forma.
Indispostas.
E me indisponho.
Olho no espelho e me vejo disforme.
Procuro me recompor, me espelhar em mim mesma em dias melhores e me perco correndo atrás de mim, pelos caminhos e descaminhos do tempo.
Passado adentro, futuro afora.
Vasculho o passado e encontro palavras assustadas, descabeladas, despreparadas.
Passo horas sem me encontrar, correndo em disparada atrás de termos que eu mesma temo.
Não tenho medo, mas o medo teima em se agarrar em mim, apertando meu pescoço, sufocando as palavras que me restam.
E que insistem em se calar.
E o resto?
De resto me sobra a vida, que é tudo o que tenho.
E a ela me atenho.
Quando as palavras se cansarem de descansar e decidirem voltar, eu aviso.
“Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias.” Pablo Neruda
Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung
Imagina se com as palavras “cansadas” produzes este texto. O que não farás quando elas voltarem? Bjs, Maryur
Que lindo de ler. Adorei essas palavrinhas cansadas! Bjim goiano.
Maryur querida,
elas são assim, indisciplinadas como eu.
Beijo, obrigada pela companhia carinhosa e boa semana,
É isso ai Mme!
Manetes no batente!
Senta a pua!
Elizabeth,
e essas palavras cansadas adoraram nadar nos teus olhos.
beijo novaiorquino,
Alpha India,
Xá Kumigo!
Beijo,
Outro dia meu filho, Paulo Renato César, (http://paulorenatocesar.blogspot.com/) escreveu: “As palavras são espertas, não cedem a qualquer um”. Mas a você elas chegam de todo jeito e você vai bordando lindos textos. É sempre muito bom lê-las aqui. Beijos.
Suely e Paulo Renato,
se ninguém as ouvisse, o que seria delas?
Um beijo recheado de palavras ditas e não-ditas e boa semana