“Obrigado por tudo Juvenal, nós te amamos…”

 


Por Carlos Magno Gibrail

 

 

O Juvenal da frase é o Juvenal Juvêncio e a frase é da torcida do Corinthians, exibida há uma semana numa faixa no Pacaembu, por ocasião da final da Recopa. O fato é que o presidente do São Paulo é autor e ator da moderna saga do Morumbi, que colocou o Clube, antes visto como um dos mais competentes do futebol brasileiro, na pior fase de sua história. As derrotas substituíram as vitórias que escassearam, chegando ao ponto inédito de sete seguidas. A democracia instituída por eleições a cada três anos foi substituída por oito anos de poder ditatorial, origem evidente de todos os problemas atuais.

 

A permanência prolongada nos cargos de comando quer governamentais, quer esportivos, geram administrações ineficientes e, em alguns casos, corruptas, coercitivas e até mesmo caricaturais. E, não por acaso, o Bem Amado de Dias Gomes tem sido associado à figura de Juvenal.

 

Correlação que pessoalmente discordava, pois se na forma a comparação fosse perfeita, no conteúdo Odorico Paraguaçu me parecia bem mais eficiente do que o presidente são paulino. Juvenal brigou com o melhor cliente, tirou jogador de concentração por suposto erro em jogo, delegou o futebol a diretor sem tato e sem contato com o time, demitiu jogadores por derrotas nas quais eles não participaram, trocou técnicos como se fossem os responsáveis pelas derrotas e, acima de tudo, criou um mundo de fantasia, onde passou a viver.

 

Hoje, após o episódio de domingo, quando a convite de Juvenal, a torcida Independente participou de um churrasco com a diretoria na sede social do clube, certamente para pagar a blindagem que tem sido dada à imagem do presidente, já não dá para discordar da semelhança de Sucupira com o atual Morumbi. Com direito inclusive a ataques físicos a adversários políticos. Odorico com certeza faria tal qual Juvenal, trocando apenas os Independentes pelas Cajazeiras. As irmãs que serviam, e de quem se servia.

 


Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

7 comentários sobre ““Obrigado por tudo Juvenal, nós te amamos…”

  1. Meu caro Carlos! embora alguem possa não gostar do que vou escrever. Mas, os problemas que o SP esta tendo, sáo provocados por duas pessoas. Um o seu proprio texto já diz, é juvenal juvencio e o outro, chama-se rogerio seni. O dia que sair o juvenal e entrar um presidente juntamente com uma comissão técnica que bote o rogerio no lugar dele e acaba com esse diz que me disse dele entre os jogadores e sua influencia para derrubar técnico, os problemas do tricolor acabam.
    O seni devia tomar vergonha na cara e dar a vaga para outro. Para ele,não dar mais, é só ver os gols que ele toma, são verdadeiros pirus. Será que ele vai querer ser mumificado e continuar sendo goleiro titular do sp? Coitando do Denis, vai aposentar igualzinho o bosco que passou praticamente sua carreira interinho no sp e deve ter jogado umas 10 partidas.
    Se eu fosse o Denis, eu procuraria outro clube. Por que se depender desse seni, pela sua ganncia e egoista que é, até morto ele vai querer jogar no sp. Já imaginaram quando ele morrer! coitado dos goleiros que ocuparem a vaga dele, a alma desse seni vai perseguir esses coitados.
    Rogerio seni! Vc não é o dono do sp e nem eterno no gol. Larga de ser egoista e usurento, passa a bola para ourto, já é passado, virou pagina da história.

    Att,

    José sinval.

  2. José Sinval, desta situação toda, creio que há um destaque especial para o fato das pessoas no poder visarem exclusivamente o interesse pessoal, embora funcionalmente estejam ligadas a organizações que esperam delas o cumprimento da missão precípua a que foram empossadas. Isto vale para tudo, e é em quase tudo que vemos o pessoal prevalecer diante do público.

  3. Como se ainda precisasse de prova que o Morumbi vive um sistema ditatorial, ontem na oitava derrota consecutiva e sexta seguida dentro do estádio tricolor, uma faixa que protestava contra Juvenal Juvêncio foi confiscada. Não há liberdade de expressão nesta nova Sucupira, assim como não havia na original.

    • Carlos,

      Que não sou torcedor do São Paulo, sabem todos que leem este blog. Mas me entristece muito ver o que acontece no time do Morumbi pois até há algum tempo a forma com que o clube era administrada servia de referência, exemplo que usávamos para criticar os comandantes dos clubes brasileiros que tendem à concentração e longevidade de poder. Os resultados em campo, o acerto nas contas e a forma sustentável como o futebol eram reivindicações que fazíamos, modelo a ser seguido. Infelizmente, bastaram alguns anos do clube nas mãos de um déspota para a imagem do São Paulo e suas referências serem destruídas. Lamentável, pois não é o São Paulo quem perde, é o futebol brasileiro.

  4. Milton, esta situação só contribuí para alertar que atingir a democracia não é suficiente para mantê-la.
    Muitas vezes quando revejo a história da humanidade fico perplexo de imaginar como por exemplo o Egito de hoje não tem nada a ver com o de antigamente. O mesmo para a Grécia, a China. Civilizações culturalmente avançadas de ontem são hoje ditaduras abomináveis.
    Voltando ao futebol, que esta decaída tricolor sirva de exemplo, inclusive para saber que a mesma pessoa democrática de antes pode se tornar o ditador de hoje.

  5. Prefiro o Juvenal,prefeito de Sucupira,lembrado,às vezes,no encerramento do Jornal da CBN,do que o ditador são-paulino. Aquele fazia graça,o presidente do São Paulo,somente traz desgraça.

  6. Pablo Ventura, também acho, e nesta consideração ficou muito boa a frase da graça e da desgraça.
    Aliás, como também é muito boa a finalização às sextas-feiras do programa do Milton na CBN. A equipe tem feito produções sensacionais inclusive algumas vezes buscando letras de músicas relacionadas com os estranhos fatos reais que vez ou outra nos assola.

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