Avalanche Tricolor: Grêmio vence e comemora 30 anos da Libertadores

 

Grêmio 2 x 0 Fluminense
Brasileiro – Arena Grêmio

 

Gremio x Fluminense

 

Há 30 anos estava no velho Estádio Olímpico, que deve ser tombado nos próximos meses, já sem voz e suado de emoção, comemorando a primeira conquista da Libertadores. Era uma quinta-feira à noite, fria como eram as noites de inverno no Rio Grande do Sul, naquela época. Atualmente, a meteorologia sempre nos prega algumas peças com calor fora de época, apesar de que a última semana fez vingar a tradição. Naquele 28 de junho, nenhum frio, porém, levaria mais cedo para casa os 80 mil gremistas que foram ao Monumental, pois acabávamos de ser testemunha de uma conquista inédita para o futebol gaúcho alcançada por jogadores forjados à posição de heróis a cada batalha vencida na temporada sul-americana. Confesso que, ao contrário do primeiro título que festejei como torcedor gremista, o Gaúcho de 1977, não consigo lembrar bem de onde assisti àquela final. Poderia estar nas cadeiras cativas, que ficavam no anel superior do estádio, ou na cabine de transmissão da TV Guaíba, ao lado de meu pai que narrava a final contra o Penãrol. Certo era minha satisfação em ter participado de um momento histórico relembrado nessa tarde de domingo em um novo estádio, a Arena do Grêmio.

 

Gremio x Fluminense

 

Tarcísio, Baidek, Paulo Roberto, Mazaropi e Valdir Espinosa foram alguns dos ídolos, campeões de 1983, que enxerguei na homenagem feita antes da partida contra o Fluminense, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Sempre que os vejo me emociono pela alegria que ofereceram a todos os torcedores. Daquele tempo, além das lembranças, ficamos com o legado de uma história que nos concedeu a imortalidade. E com Renato Portaluppi, nosso ponteiro direito, fundamental pelo talento e valentia na vitória final (o que se repetiria meses depois no Mundial), agora travestido de treinador. Quis o destino que ele estivesse no comando do Grêmio na partida em que comemoraríamos os 30 anos da primeira Libertadores. Entramos em campo com a camisa tricolor e o calção branco, como em 1983, mas, apesar da importância da data, REnato sabia que o cenário desse domingo era bastante diferente daquele que comemoramos o título sul-americano, e não apenas por estarmos em outro estádio. Por isso, respeitosamente, apenas cumprimentou seus velhos colegas, deixou a festa para os torcedores na arquibancada e foi trabalhar.

 

O Grêmio, com a responsabilidade de seu técnico, trabalhou sério, marcou com valentia, despachou bola quando necessário, trocou passe quando possível e driblou como alternativa. Ainda houve algumas trapalhadas e jogadas arriscadas, nada que compromete-se. Assisti ao jogo, como de costume, na minha casa aqui em São Paulo, pela televisão. Não gritei a ponto de perder a voz nem fiz escorrer gotas de suor como em 1983, mas, guardadas as devidas proporções, também saí deste jogo satisfeito. Em especial com o desempenho do paraguaio Riveros que fez sua estreia. Apareceu bem na frente, marcou o gol que abriu o placar e mostrou que tem lugar certo na equipe.

 


As imagens deste post são do site do Gremio. Ao clicar nelas você visitará a página do clube no Flickr

Um comentário sobre “Avalanche Tricolor: Grêmio vence e comemora 30 anos da Libertadores

  1. Nada melhor para que se festeje com redobrada alegria uma vitória histórica do que a relembrar com outra vitória,mesmo que a de agora – o 2 x 0 sobre o Fluminense – não se compare a de 83. Seja lá como for,os jogadores do Grêmio de hoje honraram os de ontem com uma atuação convincente e briosa. Quiseram os deuses do futebol que um dos heróis do feito comemorado neste domingo – Renato Portaluppi – estivesse na beira do gramado da Arena comandando o novo. Foi,com certeza,uma feliz coincidência.Ah,Mílton,parabéns pelo teu texto.

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