O que a falta d´água tem a ver com o Plano Diretor de São Paulo

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

 

No momento em que as atenções estão voltadas ao problema da seca, a capital paulista reinicia, provavelmente semana que vem, na Comissão de Política Urbana, a discussão do Plano Diretor da cidade. Nada melhor para aproveitar a ocasião e enfatizar os necessários cuidados com as áreas de mananciais. Fato que não passou despercebido no CBN São Paulo de segunda feira, quando Fabíola Cidral entrevistou o relator da Comissão, Nabil Bonduki, vereador e professor, com “doutorado” neste Plano Diretor, com participação ainda do cientista político Fernando Abrucio.

 

A contribuição do programa ao Plano Diretor veio através do apoio dos entrevistados ao novo gabarito máximo proposto pelo Prefeito de 25 metros para as edificações verticais e limitando-o proporcionalmente às demais áreas. Ao mesmo tempo em que foi sugerido para os 400km2 de área de preservação, que correspondem a quase 30% do município, normas e controles que preservem efetivamente. E, premiar através de pagamento os que contribuem mantendo intactas áreas naturais. Ainda sob o aspecto ambiental a proposta é urbanizar zonas não urbanizadas e reconstituir a zona rural.

 

Neste contexto, as ZERs, zonas exclusivamente residenciais também são contribuintes imprescindíveis ao meio ambiente. Aspecto significativo, pois sempre estão na mira do adensamento pelo potencial construtivo e infelizmente destrutivo em vários casos.

 

A defesa das ZERs especificamente direcionada às discussões está sendo realizada pelas entidades que representam os habitantes das áreas assim classificadas. Com o intuito de obter um substitutivo estão encaminhando um manifesto pela manutenção, preservação e proteção das ZERs. Onde pleiteiam o reconhecimento da excelência dos bairros residenciais e impõe sua preservação, através do controle do processo de adensamento e da saturação viária, mantendo o zoneamento restritivo. Chamam a atenção aos corredores comerciais e pedem que as restrições convencionais de loteamentos aprovados pela Prefeitura sejam atendidas quando forem mais restritivas que a disposição da nova lei.

 

Tudo indica que terão forte trabalho pela frente, embora já possuam experiência suficiente para estes embates, nem sempre vitorioso para seu lado. É o social e o econômico às vezes desequilibrado pela lei eleitoral que permite o patrocínio das pessoas jurídicas.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.


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3 comentários sobre “O que a falta d´água tem a ver com o Plano Diretor de São Paulo

  1. Carlos

    E assim como sempre São Paulo a cada dia e a cada plano diretor vai ficando mais parecida com uma colcha de retalhos!]
    Ok!
    Não vai mais ser permitido a construção de predios acima de 25 metros.
    Somente agora depois das construtoras as maiores financiadoras dos partidos politicos e dos politicos destruirem a cidade inteira?
    Basta uma construtora descobrir um casarão construido em um terreno com muita vejetação e pronto!
    Demolem o casarão e dai, vira um estacionamewnto e em pouco tempoo mais um novo predio, mesmo com seus poucos oito andares!
    Falam em permitir a construção de grandes predios residenciais e comerciais, sem garagens ou com poucas vagas nas garagens as margens dos corredores de onibus, metrê e trens, desta forma “forçando” a população que residirá e trabalhará nestes empreendimentos a usar o precário e deficitário transporte publico?
    Alguma conta ai esta errada!
    Como sempre acontece:
    Descobre-se um santo para vestir outro”
    Abraços
    A.Italo

  2. Recebi o manifesto com a atualização das entidades que o assinam:

    1) Amigos da Praça João Afonso de Souza Castellano
    2) Associação Amigos do Jardim Victória Régia
    3) Associação Amigos do Panamby
    4) Associação Amigos e Moradores da Previdência Alta – SAMPA
    5) Associação de Moradores da Rua Prof. José Horácio Meireles Teixeira e Circunvizinhanças – AMIR
    6) Associação de Moradores do Jardim Christie – AMJC
    7) Associação de Moradores e Amigos da Vila Mariana – AMA-VM
    8) Associação dos Amigos do Alto de Pinheiros – SAAP
    9) Associação dos Amigos do Bairro City Caxingui – AABCC
    10) Associação dos Amigos do Bairro do Alto da Boa Vista – SABABV
    11) Associação dos Amigos do Jardim das Bandeiras – AAJB
    12) Associação dos Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança- ASSAMPALBA
    13) Associação dos Moradores da Granja Julieta e Imediações – AMOGRANJI
    14) Associação dos Moradores do Jardim da Saúde – AMJS
    15) Associação dos Moradores dos Jardins Petrópolis e dos Estados – SAJAPE
    16) Associação dos Moradores e Amigos da City Vila Inah e do Jardim Leonor – SAVIAH – MORUMBI
    17) Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia – SOJAL
    18) Associação dos Moradores e Amigos do Parque Previdência – AMAPAR
    19) Associação dos Moradores e Amigos do Sumaré – SOMASU
    20) Associação Morumbi Melhor
    21) Associação Preserva São Paulo
    22) AME Jardins
    23) Comunidade e Cidadania – CIRANDA
    24) Comunidade Janauba Tanhaçu
    25) Movimento Amigos da Rua Critius
    26) Movimento Amigos do Real Parque
    27) Movimento pela Preservação do Campo Belo – MOVIBELO
    28) Sociedade Amigos da Cidade Jardim – SACJ
    29) Sociedade Amigos da Vila Alexandria – SAMAVA
    30) Sociedade Amigos do Jardim América, Europa, Paulista e Paulistano – SAJEP
    31) Sociedade Amigos do Jardim Londrina – SAJAL
    32) Sociedade Amigos do Planalto Paulista – SAPP
    33) Sociedade Amigos do Residencial Parque Continental – SARPAC
    34) Sociedade de Moradores e Amigos da Vila Cruzeiro e Entorno – SOMAVIC
    35) Sociedade dos Moradores do Morumbi – SMM
    36) Sociedade Moradores Butantã-Cidade Universitária – SMB
    37) SOS Árvores do Panamby

  3. Armando Italo, realmente há um desequilíbrio no processo eleitoral com a participação das pessoas jurídicas. É o óbvio que se enxerga e se ignora. Como uma empresa que precisa dar lucro vai investir em eleição sem intenção de resultado?
    E, claro, isso interfere na administração pública.

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