Grêmio 0 x 0 Newell’s Old Boys
Libertadores – Arena Grêmio

A partida recém havia se iniciado e os meninos aqui em casa começavam a arrumar o material e a roupa para a aula de amanhã cedo. Melhor deixar tudo pronto agora à noite em vez de ter de procurar as coisas em meio ao sono e correria da manhã. Eles iriam dormir com certeza antes de saber o placar final, pois têm mais responsabilidade que o pai, que apesar de acordar ainda de madrugada para trabalhar é incapaz de ir para cama antes do último apito do árbitro. O adversário era difícil e a disputa equilibrada, sem direito a falhar. Impossível prever o resultado. Isto não intimidou o mais velho na escolha do “uniforme” escolar. Separou a camisa azul com a frase “Grêmio Manda” no peito, que será vestida na sexta-feira independentemente do que acontecesse na noite desta quinta-feira. Senti uma ponta de orgulho na escolha feita por ele, pois apesar de ter nascido aqui em São Paulo demonstra ter incorporado o espírito Imortal. É isso que sempre se espera de um gremista, que acredite no seu time e nas suas cores, aconteça o que acontecer.
Amanhã quando chegar na escola, o mais velho saberá pelo mais novo – que resistiu até o fim ao meu lado – que o Grêmio empatou a partida e fez um belo segundo tempo depois ter se apresentado de forma indiferente no primeiro. Meu ídolo particular, Pará, teve até chance de se consagrar ao explodir a bola no travessão no momento em que o Grêmio, claramente, dominava o adversário. Dudu levantou a torcida e levou o time junto tornando cada jogada de ataque um lance de perigo. Alan Ruiz também entrou bem e ajudou na mudança de comportamento da equipe. Maxi Rodriguez – o nosso -, como sempre, se esforçou muito. E Barcos esteve próximo de marcar seu primeiro gol nesta Libertadores.
Terminamos o primeiro turno líder da chave considerada mais complicada da competição e com três pontos de vantagem em relação ao segundo colocado. Teremos dois jogos fora de casa na sequência, o primeiro deles contra este mesmo adversário. E encerraremos a fase de grupos diante de nossa torcida novamente. Ou seja, a classificação está encaminhada, mesmo ainda tendo muita estrada pela frente.
Posso dormir tranquilo e orgulhoso. Do meu time, e dos meus meninos.
Parabénssssssss, e só para comentar que achei alguém como eu, que tem o mesmo carinho pelo Pará
Creio que não preciso dizer que também dormi orgulhoso do meu time e dos meus meninos,tanto os netos quanto os do nosso time,sejam os mais taludos ou os mais jovens. Fiquei apenas com uma dúvida:será que não venceríamos se o Dudu tivesse jogado desde o início da partida?
Milton Pai,
Sei que você defendia a presença do Dudu desde o início da partida. Parece-me que no lugar do Riveros como aconteceu no segundo tempo. Porém, Enderson decidiu manter a lógica do time que vinha tendo bons resultados. E, se necessário, como o foi, chamar Dudu para infernizar o jogo. Mais decisivo do que a entrada dele no time no segundo tempo foi a apatia do Luan no primeiro tempo (aliás, em quase todo jogo). Esperava-se mais do jogador que vinha desequilibrando as partidas.
O mais importante é perceber que o time tem soluções no banco para problemas que apareçam no decorrer do jogo.
Se futebol tivesse justiça, o Grêmio merecia a vitória, por tudo o que fez no segundo tempo. Também acho que Enderson acertou ao iniciar com três volantes (time que está vencendo não se mexe, certo?) e o jogo de quinta-feira provou, mais uma vez, que o banco de 2014 é melhor que o de 2013. O técnico tem boas opções que podem fazer a diferença durante uma partida. Agora em Rosário, a tendência é de um Newell’s mais aberto, dando boas oportunidades de contra-ataque e, de um modo cauteloso, o Grêmio matar a partida. Frisa-se aqui que além de estar invicto no Grupo da Morte (morte para quem, eu lhe pergunto), o Imortal Tricolor ainda não sofreu gols na competição. Nem o mais otimista dos gremistas poderia imaginar algo assim.
Abs
Bruno,
Você alerta para pontos importantes nesta campanha. Além da clara vantagem de contar com banco mais equilibrado e com capacidade de mudar a condição do jogo, temos o mérito de ser o único time a não tomar gol na primeira parte da competição, fato que comprova a segurança defensiva do Grêmio. Uma segurança construída sem a necessidade de jogar na retranca ou sem arriscar-se no ataque. Mérito do Enderson.