O peso do que não existe

Por Nina Ferreira

@psiquiatrialeve

Carregar o que não é verdadeiro… pesa.

Dizer que adora rock, quando se gosta é de pop.

Usar roupas coladas no corpo, quando se gosta é de moletom.

Comer salmão, quando se gosta é de frango frito e linguiça calabresa.

O que não existe é chato de manter – as aparências podem até reluzir, mas são ocas e pesadas, te deixam vazio e te inundam de angústia… Nunca está bom o suficiente!

O que não é seu, mas você se propõe a carregar e expor na sua vitrine, te rouba horas e dias preciosos de vida. É tanta preocupação e esforço para manter… que cansa. Vida chata. Quando isso vai acabar mesmo?

Pode acabar agora.

Olha aí dentro e me diz: o que realmente é seu?

Quais ideias você que pensou? Quais gostos foi você que descobriu que tem? Quais sonhos e ambições fazem seu coração se encher de alegria?

Pronto – isso existe. Tudo isso é seu e, portanto, é mais leve. Não existe esforço em construir e manter – existe entusiasmo, persistência, coragem… verdade pura que te move para frente e pra cima!

Esquece o que não existe, para de carregar peso que não é seu.

Para de carregar o peso da aparência.

Viva o que, realmente, existe em você – viva feliz e leve.

Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é médica psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Escreve este artigo a convite do jornalista Mílton Jung.

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