Avalanche Tricolor: vi, vivi e venci a Batalha de La Plata

Estudiantes 0x1 Grêmio

Libertadores – estádio  Jorge Luis Hirschi, La Plata ARG

Nathan comemora “vitória impossível” em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Nathan Fernandes e Gustavo Nunes talvez nunca entenderão o que protagonizaram na noite de hoje, em La Plata. A escapada em alta velocidade, no contra-ataque, o talento com que conduziram a bola, a despeito da marcação impiedosa dos adversários, e a maneira como estufaram a rede têm um simbolismo que nenhum deles alcançará. 

O Grêmio sofria com a expulsão de Villasanti. Já havia assistido a perda de seu capitão, Geromel, com lesão no ombro. Assistia à pressão do time da casa, empurrado pela torcida local. O torcedor vislumbrava o pior dos cenários. O risco da desclassificação prematura da competição se apresentava. Aos 31 minutos do segundo tempo, em um lance único e certeiro, os dois garotos que haviam entrado em seguida da expulsão, encarnaram a imortalidade que nos caracteriza.

Nenhum deles era nascido quando nós torcedores havíamos sofrido a dor de uma partida que ficou conhecida por Batalha de La Plata, em 1983. Até hoje, pensamos como foi possível cedermos o empate depois de estarmos vencendo por 3 a 1 e com quatro jogadores a mais em campo. Sim, sabemos das agressões em campo e no intervalo da partida e até das ameaças de morte. Mas foi um sofrimento apenas superado porque nos amadureceu para conquistar a primeira Libertadores de nossa história e nos levar ao Mundial, naquele ano. Nos despedirmos da Libertadores no mesmo palco daquela Batalha seria injusto para nossa história. 

Marchesín, João Pedro, Geromel, Rodrigo Ely, Kannemann, Fabio, Pepê, Villasanti, Cristaldo, Dodi, Galdino, Soteldo, JP Galvão, Gustavo Martini e, claro, Nathan Fernandes e Gustavo Nunes incorporaram a alma daquele Grêmio que começava a escrever sua Imortalidade no futebol sul-americano. Que nos fez ser respeitado onde desembarcamos nesse continente. Quando tudo parecia impossível, nos mantiveram vivos e venceram uma partida que pode reescrever nossa história nesta edição da Libertadores.

E eu, vi, vivi e venci esta Batalha de La Plata. Obrigado, Grêmio!

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