Vasco 1×1 Grêmio
Brasileiro – São Januário, Rio de Janeiro/RJ

Havia depositado minhas esperanças na interrupção das partidas devido à Copa do Mundo de Futebol da Fifa. Imaginei que seria a oportunidade de o time se reorganizar, recuperar fisicamente seus jogadores e permitir que Mano Menezes descobrisse uma fórmula que fizesse os escalados oferecerem o que tivessem de melhor. Porém, desde que o calendário foi retomado, com exceção daquela vitória na Recopa Gaúcha, estamos em dívida com o futebol.
Goleado na volta do Campeonato Brasileiro e tendo colocado em risco a sequência na Sul-Americana, depois de perder a primeira partida do play-off por 2 a 0, cheguei a imaginar que hoje teríamos alguma felicidade à disposição. Apesar de estarmos jogando fora, tínhamos um adversário também fragilizado e poderíamos tirar vantagem da tensão que vinha das arquibancadas. Ledo engano!
Tivemos de contar com o excelente desempenho de Tiago Volpi — que evitou mais um desastre —, com a visão milimétrica do VAR — que anulou um gol ainda no primeiro tempo —, e com o voluntarismo de Gustavo Martins.
O guri, que está prestes a completar 23 anos (11/08), é zagueiro de origem e tem sido improvisado para resolver a ausência de nossos laterais direitos. Geralmente se destaca dentro da área adversária nas cobranças de escanteio e de falta. Foi dele o gol que nos levou à final do Campeonato Gaúcho, resultado de uma bicicleta já nos acréscimos. Hoje, no início da partida, Martins havia arriscado lance semelhante, mas a bola foi por cima da goleira.
Quando já estávamos perdendo e sob o risco de vermos o placar se ampliar, foi novamente Gustavo Martins quem apareceu para nos salvar (e veja só: uso o verbo “salvar” para um gol de empate). Depois de uma cobrança de falta do lado esquerdo, afastada pela defesa, Pavon ficou com o rebote e cruzou para dentro da área, encontrando nosso zagueiro-lateral entre os marcadores. Gustavo Martins fez de cabeça o gol que evitou a derrota.
André Henrique, que entrou no segundo tempo, quase conseguiu o gol da virada ao aproveitar um lançamento da nossa defesa que acabou batendo no travessão. Para um time que ofereceu tão pouco e foi dominado na maior parte do jogo, seria um prêmio imerecido (apesar de que eu ando aceitando qualquer coisa positiva que venha do campo).
No meio da semana, o torcedor gremista haverá de fazer sua parte enchendo as arquibancadas para comemorar a nova relação do clube com o seu estádio. Quero crer que o time entenderá a relevância deste momento e o que significará iniciar esse capítulo da nossa história com uma vitória capaz de nos levar à próxima fase da Sul-Americana.
Que os deuses do futebol nos perdoem pela escassez de talento e, ainda assim, nos abençoem neste encontro com a “Arena, verdadeiramente, do Grêmio”.