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Samba, erudito e ouvintes fazem CBN SP 456
Foi muito bom ver o Pátio do Colégio lotado de ouvintes que aceitaram o convite para comemorar o aniversário de São Paulo ao nosso lado. O CBN SP 456 anos, reuniu músicos, educadores e comentaristas em uma conversa que teve a capital paulista como cenário. Tia Dag e Maria Alice Setúbal contaram experiências do trabalho educativo que realizam com jovens, enquanto o maestro João Carlos Martins e a turma do Samba do Baú divertiram e emocionaram com suas músicas.
Patrícia Madeira (Climatempo) contou do trabalho como meteorologista, Gilberto Dimenstein (Mais São Paulo) promoveu enquete pública sobre a relação das pessoas com a cidade, e o Rodrigo Pereira (Época SP na CBN) falou da sua admiração pelo cinema. Por telefone, Cid Torquato (Cidade Inclusiva) mostrou caminhos para que a cidade se torne acessível.
Dois garotos também levantaram o público: Jean William com sua voz poderosa encantou com My Way e Sergei Eleazar de Carvalho ritmando no violino, ambos fazem parte da Filarmônica Bachiana.
Para fechar o CBN SP 456, o maestro e os sambistas improvisaram um encontro inédito entre Ave Maria de Gounod e Trem das Onze.
Ouça o encerramento do CBN SP 456 anos
Veja aqui mais fotos do programa
CBN SP 456 anos, a festa é no Pátio do Colégio
Amanhece com sol e céu levemente esbranquiçado pela nuvem. A chuva deve aparecer mais tarde (ela sempre vem no verão), mas dá tempo de fazer a festa no Pátio do Colégio sem preocupação. A temperatura deverá ficar agradável. O programa, tenho certeza.
Nossos convidados são pessoas que tem muita história para contar e cantar. Haverá música ao vivo, com a abertura do maestro João Carlos Martins e seus músicos relatando uma experiência singular de vida. O projeto Samba do Baú também se fará presente com todos seus integrantes que têm em comum, além do talento, o desejo de preservar um ritmo musical que marcou época em São Paulo, o samba de raiz.
No sofá do lounge que está montado para receber a todos, Tia Dag e Maria Alice Setúbal vão relatar os movimentos que o destino lhes proporcionou levando-as, em regiões distintas da cidade – no extremo sul e no extremo leste, respectivamente -, a atuar em defesa do cidadão seja pela cultura, seja pela educação, seja pelo gesto de solidariedade. É festa, eu sei, mas o que elas tem para nos ensinar é muito sério.
O Gilberto Dimenstein também estará com a gente, assim como o Cid Torquato, o Rodrigo Pereira e a Patrícia Madeira. Todos juntos vamos bater um papo interessante sobre a cidade de São Paulo, em um lugar marcante na nossa história, afinal o Pátio do Colégio foi onde tudo isso começou.
Lá, também, o pessoal do Museu da Pessoa, nosso novo parceiro, estará a espera dos ouvintes-internautas com uma estrutura especialmente montada para registrar capítulos da nossa cidade contados por seus protagonistas. Este material fará parte do acervo do Museu e será reproduzido no Conte Sua História de São Paulo.
Se você estiver no rádio ou no computador, certamente vai curtir bastante este encontro, mas seria bem legal que estivesse ao nosso lado lá no Pátio. Uma oportunidade para caminhar pelo centro histórico de São Paulo que completa 456 anos.
Até lá !
Lugares de São Paulo: Marginal Tietê

É a mais famosa via de São Paulo, superando em destaque a avenida Paulista que gostamos tanto. Por lá, cruza boa parte dos caminhões que rodam o Brasil. Aterrisam milhares de estrangeiros que visitam o País. É onde desembarcam também imigrantes que chegam no terminal de ônibus. E foi ela, a Marginal Tietê, que o ouvinte-internauta Sérgio Silva fotografou para a série em homenagem aos 456 anos da cidade. Homenagem e ironia, sem dúvida. Pois, Sérgio fez a foto no dia da última grande enchente e aproveitou para fazê-la do alto do Complexo Viário Anhaguera que custou R$ 156 milhões para a cidade. Um presente e tanto.
“Gosto muito de São Paulo e costumo fotografá-la constantemente, sempre, as coisas boas. Mas agora acabei sendo diferente com tamanha indignação que estou por causa de uma cidade desse tamanho, ter que parar por causa de “uma chuva”, escreveu.
Nesta segiunda-feira, você acompanhará um slideshow com os lugares de São Paulo sugeridos e fotografados pelos ouvintes-internautas do CBN SP.
O caminho para um transporte melhor, em São Paulo
Um sistema rápido de transporte por ônibus, tecnologia avançada e limpa, serviço de embarque com maior agilidade, são os caminhos para melhorar o serviço aos passageiros. Na última série de reportagens em homenagem aos 456 anos de São Paulo, saiba para onde vão os ônibus
Por Adamo Bazani
Para relacionar todos os fatos que marcaram a história do transporte coletivo na cidade de São Paulo seria necessário muito mais do que uma série de artigos como estes que escrevo desde segunda-feira. Sem contar que acontecimentos importantes não foram registrados.
Quando falo em fatos importantes não me refiro apenas aos de grande magnitude. Às vezes são pequenas alterações de itinerários, uma postura educada e cordial de motoristas e cobradores, um cuidado especial em relação a limpeza dos veículos para que os passageiros se sintam num ambiente melhor. Coisas simples, mas que deixam menos pesada a rotina de quem usa os transportes na cidade de São Paulo. Fatores que influenciam na qualidade de vida do passageiro que devido aos trajetos e trânsito complicados pode ficar mais tempo dentro do ônibus do que no próprio trabalho.
Apesar de ter melhorado em vários aspectos, numa análise fria e imparcial, o sistema de transportes por ônibus em São Paulo ainda deixa muito a desejar.
De acordo com a mais recente pesquisa Origem-Destino feita pelo Metrô de São Paulo, os principais problemas apontados pelos passageiros de ônibus são lotação, tempo das viagens, espera nos pontos, falta de locais de integração e preço das tarifas.
E um problema puxa o outro. O ônibus preso no congestionamento demora para passar, mais gente se acumula no ponto, a viagem é mais lenta e quando o ônibus chega lota rapidamente. A sensação de a tarifa ser cara (e realmente é elevada) aumenta pela deficiência do serviço prestado.
Boas referências encontramos em países que priorizam o transporte de passageiros, uma tendência que São Paulo deveria seguir se é que dentro de 20, 30 ou 40 anos pretenda ter a história dos ônibus lembrada pela evolução e não por um apanhado de problemas e retrocessos.
O Sistema BRT – Bus Rapid Transit – é aplicado em diversos países da Europa, América do Norte, Ásia e América do Sul. Há necessidade de se investir em corredores segregados de ônibus de verdade, como em Curitiba e no ABC Paulista pela Metra e EMTU, modelos que foram copiados na Colômbia, onde Bogotá melhorou a qualidade de vida dos cidadãos com o Transmilênio.
O BRT de verdade não é um simples canteiro por onde passam ônibus ou um uma faixa pintada na rua, que provoca congestionamento e demora próximo dos pontos de parada. Há diferenciação física na via, estações de embarque, preferencialmente na altura do piso dos ônibus, pagamento antes da entrada no veículo e pontos de ultrapassagens para evitar o que ocorre, por exemplo, na Avenida Rebouças e Rua da Consolação.
A criação de um sistema rápido por corredores segregados chega a ser 10 vezes mais barata que a construção de uma linha de Metrô, além de a implementação ser mais rápida e interferir menos no cenário urbano.
Outra tendência que se aplica no mundo é a integração de modais, existente em São Paulo, mas ainda muito tímida. Ônibus deve complementar trem e metrô. Trem e metrô tem de rodar em parceria com o ônibus.
Alguns países vão muito mais além. É o caso do BusWay, na França. Lá, o corredor, com ônibus extremamente moderno, liga a região central de Nantes à zona sul da área metropolitana, em Verton. O corredor ainda integra ônibus e carro. Os passageiros vão com seus carros fora da tumultuada região central, deixam em estacionamentos próprios para os usuários e mais ao centro, onde há trânsito complicado, embarcam no BusWay. Quatro estações do sistema possuem o esquema “park-and-ride”, no quakl o motorista/passageiro deixa seu automóvel e segue a viagem de ônibus.
Isso poderia ser uma opção para São Paulo, se houvesse um sistema de ônibus que atraísse a classe média. O usuário sairia de um bairro mais distante de carro, o deixaria em local seguro com preço acessível e seguiria o trajeto de maneira mais rápida para área central ou bairros de negócios. Em Nantes, o “park and ride” ajudou na redução dos congestionamentos, principalmente em horário de pico.
As prefeituras que investiram no BRT priorizaram os recursos para os transportes públicos atraírem as diversas camadas sociais da população. O Transmilênio da Colômbia, por exemplo, é usado tanto pelo executivo da empresa, como pelo operário.
Facilidade de pagamento de passagens, eliminado o uso de dinheiro dentro do ônibus, também é uma tendência. Em São Paulo, há o Bilhete Único, um grande avanço. Mas ainda o passageiro tem de enfrentar filas nos postos de recarga ou em estabelecimentos comerciais. Em vários países, os cartões são recarregados pela internet, por débito bancário ou, simplesmente, usam o celular.
Veículos com tecnologia limpa estão na “moda”, tornam as cidades mais agradáveis, o ar menos poluído e ônibus menos barulhento. Na Europa o uso do diesel limpo, o biodiesel, já está numa fase bem mais avançada. Ônibus movido a etanol, com o álcool produzido no Brasil; motores a base de células de hidrogênio; e, claro os trólebus de rede aérea mais modernos do que os que conhecemos em São Paulo, onde começaram a rodar nos anos 1940. Lá foram andam nas vias segregadas, ao contrário daqui.
O metrô e o trem podem ser apresentados como melhor forma de transporte de massa. A verdade, porém, é que São Paulo vai de ônibus. E foi este tipo de transporte, o único capaz de acompanhar e contribuir para o desenvolvimento da cidade.
Adamo Bazani é repórter da CBN e busólogo
Lugares de São Paulo: As vacas no Museu de Escultura
O Museu Brasileiro de Esculturas, ao lado da avenida Europa, nos Jardins, é surpreendente de vez em quando. No pátio aberto ao público, costumam surgir imagens nem sempre fáceis de compreender, mas instigantes na sua maioria. O ouvinte-internauta Allan dos Reis passeou por lá e ficou admirado com a manada de vacas com a qual se deparou. Era parte das esculturas que tomarão a cidade, a partir de hoje, em mais uma edição da bem-humorada Cow Parade 2010. Allan, integrante do Adote um Vereador, não perdeu a oportunidade de identificar na vacaria uma das mais irônicas esculturas desta mostra.
Com ou sem vacas, o Museu Brasileiro de Esculturas é uma boa dica para se conhecer e se destacar na série de fotos sobre os lugares da cidade, preparada pelos ouvintes-internautas do CBN SP. Aliás, prepare-se você porque a qualidade do material que já tenho em mãos, valerá um slideshow especial na próxima segunda-feira, dia 25, aqui mesmo no blog.
Desde já agradeço a estes colaboradores e ao talento deles.
Lugares de São Paulo: Liberdade em preto e branco
São Paulo ficou muito melhor para fotografar depois da lei Cidade Limpa, escreve o ouvinte-internauta Ednei Lopes que participa desta seção em homenagem aos 456 anos da capital paulista com um ângulo interessante do bairro da Liberdade. Ednei participa da Jornada Fotográfica que, neste fim de semana, tem o desafio de documentar a cidade durante 24 horas.
Samba de raiz na festa do CBN SP 456
O projeto “Samba do Baú” será uma das atrações musicais do CBN SP 456 anos em homenagem a cidade de São Paulo. Boa oportunidade para conhecer o trabalho de jovens que se reuniram há cinco anos na zona leste para preservar um estilo de música que perdia espaço no cenário cultural: o samba de raiz.
No Pátio do Colégio, o grupo vai completo e disposto a mostrar que a música que consagrou sambistas com o talento de Geraldo Filme segue viva na capital paulista. Pra saber mais do Samba do Bau assista ao vídeo neste post, no qual intepretam Silêncio no Bixiga ou acesse o site do projeto.
O CBN SP 456 anos será ness segunda-feira, 25 de janeiro, a partir das 9 e meia da manhã, no Pátio do Colégio, centro de São Paulo.
A história do ônibus: surgem os corredores, some a CMTC
Os corredores de ônibus começaram a ser implantados, mas poucos dos 23 planejados pela prefeitura foram concluídos. A CMTC que havia tido controle total do sistema foi extinta. Na quarta reportagem da série, o transporte de passagerios na capital paulista nas décadas de 80 e 90.
Por Adamo Bazani
Os anos 1980 foram de altos e baixos na história dos transportes da cidade de São Paulo. A época era de inflação. As tarifas subiam mais que os salários, não o suficiente para cobrir os custos do sistema. Muitas empresas faliram e outras, com a queda da qualidade de serviço – não conseguiam, por exemplo, renovar a frota-, foram alvos de intervenções do poder público. Nesta época, a participação da Companhia Municipal de Transporte Coletivo nas operações aumentou. Mas isso custaria muito à CMTC pois assumiu empresas e linhas deficitárias e mal-administradas, acumulando prejuízos.
Em contrapartida, a década de 80 foi marcada por inovações tecnológicas, também. Foi nesta época em que operou em caráter experimental um ônibus a gás metano na linha da CMTC Ceasa-Lapa (1984). Investiu-se, ainda, no uso de veículos monoblocos mais modernos e confortáveis, e na ideia de corredores e faixas exclusivas com maior área de atendimento.
A CMTC, baseada nos problemas que já haviam na relação entre carros e ônibus que disputavam o mesmo espaço, elaborou o PAI – Programa de Ação Imediata da Rede Metropolitana de Trólebus. Era uma tentativa de racionalizar e otimizar o sistema e reativar alguns dos pontos dos Sistran (leia mais no artigo anterior), que não foram colocados em prática pela descontinuidade administrativa. Entre os principais pontos do PAI, para aumentar a velocidade média dos ônibus que viviam presos em congestionamentos, estava a construção de corredores exclusivos e faixas prioritárias.
Na lista de prioridades para a construção desses corredores estavam as ligações Santo Amaro-Nove de Julho, Santo Amaro-Brigadeiro Luís Antônio, Santo Amaro-Ibirapeura e RioBranco-Deputado Emílio Carlos. No projeto havia uma nova concepção de atendimento aos passageiros com plataformas na altura dos degraus dos ônibus, medida que beneficiaria pessoas com deficiência ou dificuldade de locomoção. A intenção, também, era criar terminais de interligação ao longo dos corredores.
Entre 1983 e 1984, os estudos se concentraram para a construção dos corredores Santo Amaro–Nove de julho e Rio Branco-Deputado Emílio Carlos. O objetivo dos trabalhos era criar condições viárias para a realização dos corredores. Ver o melhor tipo de asfalto ou concreto empregados e o traçado dessas vias segregadas, bem como os pontos e a forma de acesso aos veículos, foram as principais ações estudadas.
Em 1985 se iniciaram as obras do primeiro corredor ligando a avenida Santo Amaro com a Nove de Julho. O corredor Paes de Barros também estava sendo elaborado. No mesmo ano, surgiu outro plano audacioso para melhorar o Sistema de Transportes Coletivos. O PMTC – Plano Municipal de Transportes Coletivos -, que além de deixar o sistema melhor e mais racional, tinha como objetivo ver os transportes da cidade de São Paulo como um todo, com o ônibus complementando os trens e o metrô. O PMTC reuniu pontos levantados e estudados pelo Sistran (o Plano de Olavo Setúbal que tentou revitalizar os trólebus) e o PAI.
A experiência do Brasil com corredores exclusivos se iniciou em 1974 com o Sistema de Tráfego Segregado para Coletivos, em Curitiba, que ainda hoje é exemplo em todo o mundo. O sistema que se planejava em São Paulo estava bem aquém daquele que funcionava na capital paranaense que desde sua implantação teve o cuidado de criar pontos de ultrapassagem, estações de transferência, estações tubos que, além de realmente protegerem o usuário da chuva e sol, permitiam a cobrança antes de se entrar no ônibus, aumentando a agilidade no embarque e desembarque e diminuindo o tempo da viagem.
A meta do PMTC era construir 28 corredores e 23 terminais de transferência. Faziam parte do plano, ainda, a criação de política tarifária e reorganização das linhas, medida que teria como base o Plano Diretor Estratégico da cidade e o Plano Metropolitano de Transporte.
A exemplo do Sistran, de Olávo Setubal, as metas não foram cumpridas.
O crescimento da Região Metropolitana de São Paulo também influenciou os planos para o transporte público. Trólebus, ônibus e trens, isoladamente, não dariam mais conta das necessidades dos passageiros. O termo “integração de modais” passou a fazer parte das discussões sobre o desenvolvimento do sistema de transporte na capital paulista.
Com esta perspectiva, em 1980 havia sido implantado o sistema de transferência ônibus-trólebus com a construção dos terminais de Vila Prudente e Penha. Três anos depois, iniciou-se a integração ônibus-trem. A primeira linha a integrar-se com o trem foi a Pinheiros-Largo São Francisco, da CMTC, com as composições da Fepasa – Ferrovias Paulistas S.A.
“Viver Melhor” traz personagens inusitados
Da poesia em Parada de Taipas aos ciclistas que pedalam durante à noite, a repórter Michelle Trombelli preparou reportagens especiais em homenagem a capital paulista que integram a série “Viver Melhor em São Paulo”. Na conversa com moradores, usou de sensibilidade para reproduzir com precisão a personalidade de pessoas que mantém hábitos inusitados e surpreendentes como o de um casal que cria galos e galinhas em um sobrado do Campo Belo .
Além de gravar estes depoimentos, Michelle produziu fotografias para ilustrar a página da CBN que reúne todos os programas em homenagem aos 456 anos de São Paulo. Lá você encontrará também o “Conte Sua História de São Paulo” com os depoimentos registrados pelo Museu da Pessoa, e “Redescobrindo o Centro Velho” com o Heródoto Barbeiro (por que ele produziu as reportagens sobre o Centro Velho ?)






