Avalanche Tricolor: Grêmio vira duas vezes e vence com ‘futebol entretenimento’

América-MG 3×4 Grêmio

Brasileiro – Arena Independência, BH/MG

Suárez comemora gol 550 na carreira, em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

O Grêmio está de volta ao jogo. Não que tenha ficado longe dele em algum momento no campeonato. Mas havia perdido tração e corria o risco de deixar os principais adversários desgarrarem à frente na briga por vaga direta da Libertadores. As duas últimas vitórias nos devolveram à disputa — e é a esse jogo que me refiro na primeira frase desta Avalanche: o da classificação para a Libertadores.

Novamente, o Grêmio foi buscar o resultado depois de tomar o revés. No meio da semana, o feito foi muito mais difícil, considerando o potencial do adversário. Mas a vitória no início da noite deste sábado não deve ser desdenhada, mesmo que tenha sido contra o lanterna do Brasileiro. Por duas vezes atrás do placar, o Grêmio teve calma, brio e talento suficientes para chegar aos gols necessários. Um detalhe nada desprezível para a jornada gremista: duas viradas no mesmo jogo, disputado fora de casa, onde nosso desempenho tem sido pífio.

Diante da vitória em uma partida com sete gols e três viradas de placar, o comentarista Henrique Fernandes, da SporTV, foi perspicaz ao dizer que o Grêmio joga o “futebol entretenimento”. Na visão dele, fazemos a alegria dos apreciadores do jogo da bola, com a quantidade de gols que marcamos e levamos em uma só partida. Lembrou do 4 a 4 contra o Corinthians e do 3 a 2 contra o Flamengo. 

Por curiosidade, conferi o placar das 30 rodadas em que o Grêmio participou no Campeonato Brasileiro. Em 19 delas foram assinalados três gols ou mais; em ao menos sete dessas, o resultado final teve cinco ou mais gols. As duas em que a rede mais balançou foram no empate contra o Corinthians, em São Paulo, oito gols no total, e na vitória por 5 a 1 contra o Coritiba, na Arena. Nessas estatísticas, também está registrada a goleada que sofremos do Palmeiras (4 a 1) no primeiro turno. Não por acaso o Grêmio tem o melhor ataque da competição (50 gols) e uma das piores defesas (45).

O que é entretenimento para os admiradores do futebol, é, na verdade, sofrimento para o torcedor gremista. O jogo de hoje foi uma montanha russa de emoções e sentimentos. Da certeza dos três pontos ao desespero por estar sendo superado por um dos adversários teoricamente mais fáceis da competição; da alegria de ver Suárez alcançar a marca de 550 gols na sua carreira, enquanto veste a camisa do Grêmio, à indignação pela facilidade com que os atacantes penetram na nossa área; do prazer da vitória à tensão pelo risco constante da derrota. 

Ainda nos faltam oito partidas e quase dois meses até o fim da temporada, tempo suficiente para vivenciarmos os mais diversos sentimentos até garantirmos nosso retorno a Libertadores. O Henrique Fernandes, que foi meu colega no Sistema Globo de Rádio, quando fez parte da equipe de esportes da Globo/CBN BH — aliás, um ótimo comentarista —, e todos os demais admiradores do futebol terão muito para se divertir, assistindo ao Grêmio de Suárez e companhia. Quanto a nós, torcedores, resta lembrar de outro craque do microfone, Galvão Bueno: haja coração!

Avalanche Tricolor: o prazer de assistir a Luis Suárez com a camisa do Grêmio

Grêmio 3×1 América-MG

Brasileiro – Arena do Grêmio, Porto Alegre/RS

Suárez comemora mais um gol em foto de LUCASUEBEL/GRÊMIOFBPA

Vou te contar uma coisa. Há muito tempo não tinha tanto prazer em assistir ao Grêmio em campo. Nem é porque estamos jogando o melhor futebol do Brasil. Até porque não estamos. Esboçamos um bom jogo mas ainda há a necessidade de azeitar a máquina. Vemos a tentativa de um toque de bola mais refinado — e às vezes esse toque até aparece —, mas ainda tropeçamos na finalização do passe, do movimento ou do chute. 

Defensivamente também pecamos como no gol que abriu o placar e nos colocou em risco, nesta noite de quinta-feira. A bola foi cruzada no meio da pequena área e não havia razão de deixamos o zagueiro deles cabecear daquela forma contra as nossas redes. Foi o décimo sexto gol que tomamos em 11 partidas disputadas. É gol demais. E isso não me dá prazer. 

O prazer está mesmo em assistir a Luis Suárez com a camisa do Grêmio. Vê-lo caminhando com nosso grupo de jogadores pelo túnel que leva ao gramado da Arena é algo que ainda tenho dificuldade em acreditar. 

Quando a bola começa a rolar, desejo que haja uma câmera que apenas mire os movimentos do quarto maior atacante do mundo em atividade — sim, infelizmente, neste momento em que temos um Craque (assim mesmo, com letra maiúscula) em campo, só tenho a possibilidade de ver o Grêmio pela televisão. Se morasse em Porto Alegre, não faltaria um só dia de futebol na Arena.

Em tempo: por que a Arena não estava lotada nesta retomada do Campeonato Brasileiro? 

Pela TV, fico à espreita de Suárez. Quero entender o movimento que fará a medida que o time avança. Espero seu deslocamento e torço para que nossos jogadores o enxerguem e sejam capazes de colocar a bola no espaço em que ele ocupa. Vibro quando a bola chega aos seus pés e me deleito com a tentativa de drible, com o passe rápido, com a entrega de corpo, alma e dor que o nosso atacante oferece em cada lance que protagoniza. 

Suárez conseguiu fazer do lateral — a jogada mais desperdiçada do futebol mundial —- um lance de perigo, seja porque se desloca com rapidez para receber a bola, geralmente de Reinaldo, seja porque cobra a lateral, como fez na partida de hoje, se assim for necessário para agilizar o jogo. Sim, pode me chamar de deslumbrado, mas vibro até com a cobrança de lateral.

Tu podes até achar exagero de minha parte. Não é! 

Quando tu vês um cara com a estatura de Suárez cobrando lateral é porque esse cara está realmente muito comprometido com os objetivos do seu time. Claro que não é essa a diferença dele em campo. O que o faz genial são lances como o do segundo gol em que mete a bola do outro lado do ataque no pé de Reinaldo, que cruza para Villasanti cabecear e marcar. Ou o do terceiro em que ele recebe a bola e de primeira  encontra novamente Reinaldo (esse também esta jogando muito) do lado esquerdo. Imediatamente, corre em direção a área e se coloca em posição de receber, por trás da marcação, e bater forte em direção às redes. 

Sei lá por quanto tempo Suárez conseguirá vestir a camisa do Grêmio. Tentaram nos convencer de que o tempo já havia se esgotado. E ele, em campo, provou que é capaz de superar a dor  que sente no corpo e que causa nos invejosos. A expressão do seu rosto é reveladora. Não há como negar as dificuldades físicas que enfrenta. Até aqui, porém, se mostrou muito maior do que qualquer revés que surja no seu caminho.

A despeito do tempo que possa permanecer em campo ou na ativa, Suárez já cumpriu sua missão ao aceitar o convite de vestir o manto tricolor: nos deu o prazer de assistir a um dos maiores jogadores do planeta com a nossa camisa. E isso, caro e raro leitor desta Avalanche, não tem preço. E é para poucos!

Avalanche Tricolor: o Inevitável da Silva

América MG 3×1 Grêmio

Brasileiro – Estádio Independência, BH/MG

Lucas Silva em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

A cena que abre o documentário Batalha dos Aflitos tem o diálogo de dois jogadores gremistas no vestiário. Um deles havia sido personagem de um gol irregular contra o Grêmio, que sacramentou o rebaixamento do tricolor, em 2004. Um gol de mão que – sem VAR nem vergonha – foi validado pelo árbitro da partida e causou revolta, que pouco serviu para mudar o nosso destino. Há coisas na vida inevitáveis. Por mais que nos esforcemos, astros, búzios, deuses, seja lá qual for a força extraordinária que nos cerca, agem para que o destino traçado se realize. 

Poderia ser o Sobrenatural de Almeida, que  Nelson Rodrigues criou para explicar os casos inexplicáveis que ocorriam contra o seu tricolor – o Fluminense. Seria criativo demais para um crônica de minha autoria e para o futebol do meu tricolor. Vejo em campo a atuação eficiente do Inevitável da Silva que grita alto e grita forte – usurpando o lugar-comum dos locutores de TV – nestes momentos de sofrência.

O craque mata a bola na canela. O meia-boca é protagonista de si mesmo. O jovem revelação surge mas o lance é fugaz. O goleiro com pinta de gigante, é pequeno diante da avalanche de chutes a gol. O músculo se esfacela, e o fôlego se extingue em uma frequência que impede recuperação e tira do embate todo e qualquer reforço. O técnico escala sem convicção e usa da mesma coerência na substituição. É inevitável.

Se dos seus não se pode esperar nada, imagine dos outros. O adversário acerta o passe com uma precisão que sequer ele acredita. O impedimento não se realiza por milímetros. O goleiro fecha o gol, mesmo que precise derrubar o atacante na área, porque sabe que o destino está a seu favor – ao menos, é inimigo do seu inimigo. É inevitável.

Como esperar que o árbitro identifique alguma infração contra você se o próprio é incapaz de sinalizar irregularidades que fazem parte do be-a-bá do futebol – como o lance desta noite em que o goleiro adversário dá dois toques na bola em cobrança de tiro de meta, de forma escandalosa, e sequer o auxiliar auxilia. Esperar que sinalize pênalti a favor – mesmo que o lance seja visto e revisto por todos os ângulos possíveis – é de uma ingenuidade atroz. Ah, o árbitro .. o juiz, o crucificado vitalício, nas palavras benditas de Nelson Rodrigues.

As reações em campo são as mesmas de sempre. As mãos vão para a cabeça em gestual que simboliza o inacreditável. Os palavrões surgem em gritos ensurdecedores. O tipão com jeito de vingador, parte para a violência. Chuta, peita, faz pose de herói. Leva amarelo, vermelho ou é flagrantemente ignorado. Nada do que faz muda a história. Só faz o nada. Um olha para o outro com indignação, com a certeza de que toda aquela encenação nos levará ao mesmo lugar que o futebol que jogamos: ao nada. É inevitável.

Ao Grêmio restam sete jogos. Hoje, ao fim da partida, ouvi alguém dizer na televisão que seriam necessários cinco vitórias para reescrever o nosso destino. Era isso ou o inevitável.

A mim, resta torcer! É inevitável!

Avalanche Tricolor: evoluindo e sem sarcasmo

Grêmio 1×1 América MG

Brasileiro – Arena Grêmio, Porto Alegre RS

Guilherme Guedes comemora em foto de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

O Grêmio está evoluindo. 

Foi o que ouvi do comentarista Lédio Carmona, do canal SporTV, lá pelos idos do segundo tempo da partida. A despeito de sua análise ser sempre cuidadosa e equilibrada, não me contive. Pensei cá com os meus gatos: até os doentes quando morrem, evoluem. A óbito. Meu sarcasmo talvez não seja justo, especialmente com o jornalista de qualidade incontestável como o Lédio. Mas o é com o momento que estamos assistindo, na Arena.

Mesmo que o time tenha demonstrado um pouco mais de organização desde que Scolari assumiu o comando técnico e tenhamos alcançado uma consistência maior na defesa, é evidente que estamos com problemas difíceis de serem superados, neste momento. Há uma fragilidade física, há erros de fundamentos e, principalmente, há um desequilíbrio emocional que torna todas as manobras táticas mais complexas.

Na partida desse sábado à tarde, o primeiro gol teve a mão do técnico e de uma juventude que pede passagem na equipe.

A escapada de Ruan pelo meio, a velocidade e condução da bola de Vanderson, no lado direito, e a conclusão nas redes de Guilherme Guedes, chegando na esquerda, mostrou o protagonismo destes guris de talento — que temo seja desperdiçado pelo mau momento da equipe. Sem esquecer de Fernando Henrique: nosso volante faz parte dessa turma de jovens que entende do riscado, marca forte, desarma bem e distribui o jogo.

Scolari, assim que chegou, mudou a maneira do Grêmio jogar. Fechou a casinha, como costumam dizer por aí. Chegamos a formar uma linha de seis marcadores na defesa, com a fixação dos alas mais próximos da área e o recuo dos ponteiros. Hoje, sem Geromel nem Kannemann —- que falta nos faz essa dupla —-, entrou com três zagueiros e postou seus dois volantes na entrada da área. Apostou na velocidade dos atacantes e no oportunismo de Diego Souza que sucumbiu na primeira escapada. 

Douglas Costa —- e vou me apoderar da opinião do Lédio Carmona mais um vez —- fez sua melhor partida pelo Grêmio. Puxou o ataque, virou o jogo, deixou os colegas bem posicionados e tentou, sem sucesso, chutar a gol. Em uma dessas tentativas, sua vulnerabilidade física se expressou.

O resultado contra outro time que busca fugir do rebaixamento não nos ajudou em nada. Apenas estancou aquela sangria desatada da péssima arrancada no Brasileiro, no qual somamos seis derrotas, em onze jogos disputados. Empatamos hoje, depois de sair à frente. Desperdiçamos mais dois pontos na tabela. Mas ao menos não perdemos. Desde que Scolari chegou, estamos invictos no Brasileiro: uma vitória e um empate. Não é nada, não é nada, são 71% dos pontos que o Grêmio conquistou até aqui na competição. 

Pensando bem — e sem o sarcasmo destilado enquanto a bola rolava —, o Lédio tem razão: o Grêmio está evoluindo.

Avalanche Tricolor: um futebol que vai deixar saudades

 

Grêmio 1×0 América-MG
Brasileiro – Arena Grêmio

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Eram 37 minutos do segundo tempo e o Grêmio já vencia a partida. Havia uma lateral a nosso favor — daqueles lances que na maior parte das vezes é marcado pela burocracia de um arremesso com a mão para alguém que esteja mais próximo e sem marcação. Cortez arremessou a bola para Thaciano, que havia escapado por trás dos zagueiros ao lado da grande área. Nosso atacante dominou e devolveu a bola para Cortez, que passou para Cícero, que recuou para Luan, que viu Cortez correndo entre os zagueiros em direção ao gol. Nosso lateral voltou a receber a bola pelo alto e de cabeça procurou Jael. O marcador foi mais rápido e fez o corte, mas Arthur recuperou em seguida, passou para Everton e nosso atacante chutou para a defesa parcial do goleiro adversário (veja o lance acima).

 

Como disse, tudo aconteceu aos 37 minutos do segundo tempo e o Grêmio já vencia a partida. O lance talvez apareça no resumo do jogo que as emissoras de televisão costumam mostrar nos programas esportivos — caso contrário corre o risco de ficar esquecido diante do gol que marcamos aos 32 do primeiro tempo, que por sinal foi uma pintura: Cícero, que estava no campo de defesa, foi capaz de ver a disparada de Everton e com um lançamento preciso o colocou dentro da área em condições de empurrar a bola para dentro do gol.

 

O gol foi realmente belíssimo, mas preferi destacar o lance descrito no primeiro parágrafo desta Avalanche — e destacado no vídeo que ilustra este post — porque vejo nele muito do que é o Grêmio dos tempos atuais — do que é o Grêmio de Renato: jogadores que impõem uma dinâmica muito veloz de troca de posições, que passam a bola com confiança e têm coragem de arriscar jogadas de efeito, sem medo de errar.

 

Nem sempre tudo isso se realiza em gol, mas confesso minha felicidade em ver meu time jogando dessa maneira, valorizando a posse de bola e a tratando com o talento que somente os grandes times do futebol mundial são capazes de fazer. Houve outros tantos momentos interessantes na partida, como o drible de Everton na lateral de campo, aos 33 do segundo tempo, quando girou no ar, trocou a bola de um pé para o outro e deixou seu marcador caído no gramado.

 

Mais importante ainda é saber que esses não são lances raros de serem vistos nas partidas jogadas pelo Grêmio, mesmo quando o resultado não é o que desejamos. Digo tudo isso para registrar aqui, caro e raro leitor desta Avalanche, que independentemente da posição que estejamos até a parada do Campeonato Brasileiro — que acontecerá no meio dessa semana que se inicia —, terei de encontrar algo para conter minha ansiedade em ver novamente o Grêmio em campo. A competição nem parou para a Copa do Mundo e eu, confesso, já estou com saudades.

Avalanche Tricolor: o criador não curte a criatura mas, sabe como é, jogo é jogo

 

 

Grêmio 1×0 America MG
Primeira Liga – Arena Grêmio

 

 

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Arthur foi destaque na vitória de hoje, em foto de LUCASUEBEL/GRÊMIOFBPA

 

A Primeira Liga é competição curiosa. Fizemos parte da criação dela mas nunca curtimos muita a criatura. Desde sempre temos colocado time de segunda mão em campo, sinalizando a pouca importância que damos para o torneio. Com o desejo de se reconquistar um Campeonato Gaúcho e tendo a Libertadores como marca maior na temporada, não podemos mesmo desperdiçar esforços nessa disputa.

 

Apesar disso, quando se entra em campo, sejam quem forem os 11 escalados, todos vestem a camisa do Grêmio. E se a camisa do Grêmio está em campo, queremos vencer. Especialmente quando jogamos em casa, como no início desta noite de quarta-feira.

 

Além disso, o time de hoje tinha muita gente legal para conferir e os esboços de boas jogadas que desenhamos em parte da partida mostraram que, mais bem afinado, O Grêmio poderia ter tido boa performance e uma vitória mais tranquila, mesmo sem a presença de titulares em campo.

 

Até porque, convenhamos, nossos reservas contaram com Bruno Rodriguez, Arthur, Fernandinho, Gastón Fernandez, Everton e Lucas Barrios – todos em condições de se encaixar no time titular quando for preciso e se sair muito bem.

 

Da lista acima, chamou-me a atenção a segurança e qualidade técnica do jovem Arthur, atuando como volante. Nossa escola na posição parece não ter fim.

 

Gostei também de Barrios. Até gostei mais hoje dele do que na partida anterior quando marcou seu primeiro gol. Sempre que pega a bola busca alguém para dar a assistência. Às vezes até gostaria que ele fosse mais fominha do que solidário.

 

E teve o Everton que já não é nenhuma novidade pra gente. Poucos insistem tanto quanto ele. Talvez até por isso nos chame atenção pela quantidade de gols que desperdiça. Mas não desiste. E hoje foi premiado ao colocar a bola de chapa longe do alcance do goleiro e marcar um golaço – o único da nossa vitória.

 

O domínio do jogo somente foi ameaçado no minuto final quando abrimos mão de manter a bola no pé e recuamos de forma perigosa. A sinalização de pênalti para o adversário e o risco de empatarmos seria preço muito caro a pagar em partida que fomos bem superiores.

 

A briga nos acréscimos foi totalmente desnecessária. Por desatenção, imagino eu, não devolvemos a bola ao adversário como era de se esperar diante do fair play. Porém, serviu para nos mostrar que mesmo não dando muita bola para a Primeira Liga, como diria o filósofo do boteco: jogo é jogo. E ninguém quer perder.

Avalanche Tricolor: um passeio no parque com direito a muita diversão

 

 

Grêmio 3×0 América MG
Brasileiro – Arena Grêmio

 

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Festa na Arena em foto de LUCAS UEBEL/GrêmioFBPA

 

 

Dois gols no primeiro tempo, um no segundo. Alguns bons lances de ataque, toque de bola interessante e uma ou outra jogada que poderia ter levado a uma vitória ainda mais tranquila.

 

 

A partida deste domingo foi quase um passeio no parque.

 

 

Com todos os jogadores reservas e poucos riscos a correr, voltamos a vencer no Campeonato Brasileiro e nos mantivemos na disputa por uma vaga na Libertadores.

 

 

Foi bom até para tirar o peso das costas de alguns jogadores que ainda nos devem um temporada melhor como Fred, que fez o primeiro gol, Negueba, que marcou o segundo, e Miller, autor do terceiro.

 

 

As disparadas de Iago pela direita foram boas de ver, e ofereceram a esperança de que possa haver ali um lateral mais eficiente na frente. Everton foi o Everton que conhecemos no ataque. Guilherme, também. E confesso que torço muito para que ele ganhe o direito de comemorar um gol neste ano.

 

 

Gostei ainda de ver o menino sul-africano Ty e sua agilidade com a bola no pé, apesar de ter entrado apenas no segundo tempo. Que sejam apenas os primeiros passos de uma longa carreira no time titular.

 

 

Depois de cinco jogos sem vitória e a alguns dias da Grande Decisão, o Grêmio ofereceu ao seu torcedor um domingo divertido. Aliás, vi muita gente dando gargalhada na arquibancada … e não era só pelos gols que marcamos em Porto Alegre.

 

 

Fala a verdade: fizemos por merecer estes momentos de tranquilidade até porque as próximas duas semanas serão nitroglicerina pura.

 

 

Que venha a Copa!

Avalanche Tricolor: sofrer é preciso!

 

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Brasileiro – Estádio Independência BH/MG

 

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Jailson escapa da marcação, em foto do site Grêmio.net

 

Começamos a rodada em terceiro lugar e com alguma chance de ser líder. Quando iniciamos a partida ainda havia a possibilidade de ser vice-líder. Terminamos o domingo, em quarto lugar.

 

E como isso aconteceu, levando-se em consideração o adversário!?

 

Era o lanterna do campeonato – aliás, o será por um bom tempo, a persistirem os sintomas – e acabara de ser goleado na Copa do Brasil. Havia levado 14 gols nas últimas sei-lá-quantas partidas que disputou.

 

A aposta da maioria, aqui em São Paulo, era de que os três pontos já estavam nas contas do Grêmio. Imagino que em Porto Alegre, Belo Horizonte e em todas as outras capitais brasileiras, também. A vitória era o único resultado previsível diante das circunstâncias, apesar de a disputa ser fora de casa.

 

Confesso que eu teimava em não acreditar em nenhuma das previsões otimistas. Aos que contavam com os três pontos na tabela, expressava meu ceticismo: “o Grêmio gosta de se complicar contra os pequenos”. Cheguei pensar que era coisa de torcedor chato, desconfiado … A partida me deu razão, infelizmente.

 

Foi um jogo mal jogado, e os primeiros minutos já deixavam claro de que a inspiração e respiração que costumam nos diferenciar dos demais adversários foram esquecidas em um lugar qualquer do vestiário.

 

O pouco espaço deixado pela marcação fizeram o bom futebol gremista se tornar pequeno: um chutão por cima, um pelo lado e outro no poste foram os únicos momentos capazes de nos dar alguma perspectiva de vitória.

 

Verdade seja dita, também: o perigo de perdemos esteve distante na maior parte do jogo; exceção a uma ou outra bola metida na área, como aquela em que de cabeça (sempre de cabeça) o atacante deles obrigou Marcelo Grohe a excelente defesa.

 

A expulsão de Edílson, aos 29 minutos do segundo tempo, serviu apenas para deixar mais complicado um problema para o qual não havíamos encontrado até aquele momento a solução.

 

A frustração e lástima dos próprios jogadores ao fim da partida refletia bem o pensamento da maioria dos torcedores. Cético, sofri menos, pois tive a impressão de que já estava com o espírito preparado para o empate sem gol.

 

Agora, antes que você, caro e raro leitor desta Avalanche, acostumado com minha visão sempre otimista, às vezes ufanista, em relação ao Grêmio, estranhe minha postura neste domingo: saiba que meu ceticismo se encerrou junto com a partida.

 

O tempo me ensinou que não sabemos fazer as coisas pela via fácil. Sofrer é preciso!

 

Assim que olhei a tabela da classificação, independentemente das boas possibilidades que tínhamos nesta rodada, percebi que agora estamos a apenas dois pontos da liderança. Um tropeço de um aqui, uma vitória ali, três pontos conquistados no confronto direto, e o Grêmio logo poderá comemorar o primeiro lugar.

 

Temos time, temos condições e o campeonato sequer chegou a metade. Bola pra frente!