Acesse nossos APPs e compartilhe suas ideias na CBN

 

Duas mãos, muitas palavras e a música no ritmo da notícia que você ouve na CBN. Estas são marcas do vídeo que incentiva os ouvintes-internautas a acessar os novos aplicativos para Android, Iphone e Ipad. A campanha abre espaço para você compartilhar conosco palavras e mensagens que representam o que sente, deseja ou sonha. Escreva no seu corpo, fotografe, grave e mande para cá: milton@cbn.com.br. Vou adorar dividir estas emoções com toda a comunidade que acompanha a rádio CBN.

 

Mercado criativo faz applemaníacos driblar burocratas em Cuba

 

 

Um All Star de cano alto era o sonho de consumo de todos meus colegas de basquete, nos anos de 1970 e 1980, no Rio Grande do Sul. Para tê-lo era preciso contar com a viagem para os Estados Unidos, raras na época, de algum parente, conhecido ou conhecido do conhecido. Havia ainda a possibilidade de encontrarmos um “canal tri-legal”. Que o legal aqui seja entendido como bacana, interessante, pois o tal canal não tinha nada de legal, era algum muambeiro que trazia os produtos para o Brasil. Antes que você me condene, explico que nunca comprei destes tênis, naquela época. E antes que você me enalteça, digo que não o fiz por falta de dinheiro. Contentava-me com o Charrua, comprado no Uruguai, mais barato, de boa qualidade e confortável.

 

Lembrei dos tênis All Star e o que eles representavam nos pés dos meus colegas – pareciam saltar mais, correr mais e jogar mais do que eu (e o faziam mesmo mas apenas porque eram melhores do que eu)- ao ler a coluna da jornalista cubana Yoani Sánchez, no Estadão de domingo, escrita sob o título Apple causa furor em Havana. A marca criada por Steve Jobs, evidentemente, não tem loja nem revenda oficial no país comunista – assim como nenhuma outro fabricante americano. É proibido vender Iphone por lá. Isto não impede que seus consumidores façam fila na porta de uma assistência técnica que anuncia no cartaz trabalhar com o produto. “Estão ali aqueles que conseguem comprá-los no mercado informal graças ao ingresso de alguns pesos conversíveis ou os que receberam os aparelhos de algum parente ou amigo radicado no exterior”, escreve a mais famosa blogueira da terra de Fidel. Ter o aparelho nas mãos é sinal de status para os cubanos, os torna especiais, descolados, assim como acontecia com o All Star calçado pelos outros.

 

O contrabando não é novidade em Cuba mas o que considero mais interessante no relato de Yoani é o fato dela ter identificado o desenvolvimento de um mercado criativo de grande sucesso com soluções inteligentes capazes de contornar todos os bloqueios impostos pela burocracia e tecnologia. Há uma versão da Wikipédia em espanhol que é instalada na memória do celular, têm mapas de Havana e de toda Cuba que podem ser ativados por um sistema de localização que não necessita de satélite e, um dos grandes sucessos, um aplicativo que funciona como identificador de chamada capaz de oferecer além do nome e do número de quem está ligando, também o endereço e o registro de identidade dele. Imagine os avanços que Cuba e seu povo teriam se esta criatividade fosse incentivada em um mercado aberto e com acesso a tecnologia no exterior.

 

Em tempo: hoje tenho uma coleção de All Star e ainda não tenho nenhum Iphone. Quem sabe compro um quando viajar para Cuba

A ficha do seu candidato na ponta do dedo

 

 

Um grupo de jovens com domínio em tecnologia da informação e interessados em ajudar a sociedade a escolher melhor seus candidatos se colocaram à disposição do juiz eleitoral Marlon Reis. Queriam fazer algo, mas não sabiam o que fazer, dúvida que logo foi sanada com a sugestão do magistrado que tem se destacado pela atuação no combate à corrupção e a transparências nas eleições. Vontade, inteligência e experiência se uniram ao ideal deles e surgiu o aplicativo Transparência que põe na ponta dos dedos todas as informações sobre os milhares de candidatos às prefeituras e câmaras municipais do Brasil. Disponível na App Store e, em breve, pronto para rodar no sistema Android, o aplicativo reproduz de forma prática e organizada os dados registrados no Tribunal Superior Eleitoral.

 

Baixei o aplicativo no meu Ipad, e me surpreendi com a facilidade para consultar, por exemplo, a ficha dos 1.227 candidatos a vereador para a cidade de São Paulo. Você clica no nome do cidadão, surge um quadro com o perfil, foto, número e partido, a declaração de bens, certidões criminais, propostas, despesas e receitas de campanha, além de ser possível saber se a candidatura foi deferida – já que há casos em que os tribunais regionais identificaram irregularidades que impedem que o candidato concorra às eleições. Muitos somente ainda estão na disputa porque conseguiram uma liminar na justiça. Há algo em torno de 1.500 recursos ainda a serem julgados.

 

Conversei com o juiz Marlon Reis que está entusiasmado com o resultado obtido pelo aplicativo, apesar de ter sido recentemente lançado. “Até minha mulher desistiu de votar no candidato a vereador que havia escolhido depois que teve acesso a algumas informações dele”, me confidenciou. Ele está certo de que, neste ano, o processo eleitoral avançou muito, apesar de uma série de barreiras que ainda precisam ser superadas. A divulgação do nome dos financiadores de campanha antes da eleição foi uma das mudanças neste ano, aliás iniciativa de Marlon e um grupo de juízes eleitorais.

 

Por curiosidade acessei as certidões criminais dos 12 candidatos a prefeito e apenas um deles responde a processos judiciais. Se quiser saber quem é, baixe o aplicativo. Ou entre no site do TSE, portais de notícias como o Congresso em Foco, Terra, G1, Uol, Estadão e pesquise. As informações estão lá também. Voto consciente depende de pesquisa, consulta e critérios.

Aplicativo ajuda a pegar táxi, em São Paulo

 

Semana passada, fim da tarde, deixei um condomínio da avenida Juscelino Kubitschek com pressa para voltar para a casa. O ponto de táxi vazio me fez caminhar até a esquina mais próxima para pegar o primeiro que passasse. Estiquei o braço para um que apareceu no horizonte e para outro mais distante, os dois foram embora. Deviam estar a caminho de uma chamada. Lembrei-me dos filmes americanos, nos quais o mocinho de chapéu e capa deixa o escritório e antes do primeiro passo na calçada, estica o braço e um Yellow Cab aparece para levá-lo a qualquer canto de Manhatan. Mas eu não estava em Nova York e a cena foi substituída pela minha irritação assim que percebi o excesso de carros nas ruas e a ausência de táxis.

Na hora do rush a impressão é que os 32.219 táxis desaparecem da cidade de São Paulo. Chego a reclamar que são poucos, mas os motoristas com os quais converso me convencem de que o problema é o congestionamento que os deixa emperrados e impede número maior de corridas. Esta dificuldade provocou a criatividade de jovens que desenvolveram o aplicativo Moove Taxi que põe no celular e tablet do paulistano informações sobre os pontos de táxi mais próximos de onde estiver. A versão beta foi apresentada em agosto e em dois meses mais de 1.500 pessoas já se interessaram pelo serviço que é gratuito.


Leia o artigo completo no Blog Adote SP, da Época SP