Por Carlos Magno Gibrail
Com a folga liberada pelo Carnaval resolvi dar uma olhada geral em meus livros. Eis que, o passado de quinze anos surgiu através de Max Gehringer com o título “Não aborde seu chefe no banheiro!”. No livro, Gehringer enfatiza que é preciso evitar a qualquer custo:
- Falar com o chefe se ocasionalmente encontrá-lo no banheiro
- Interromper o chefe por gestos com ele ao telefone
- Explicar a fala do chefe quando ele terminar de falar
- Tratar o chefe como “intimo” na frente de terceiros
- Interromper o chefe
Antes de prosseguir na leitura de tópicos que me levaram ao passado de forma divertida e inteligente, não pude deixar de recordar uma experiência similar que tive.
Foi em 1975 no CDI Conselho de Desenvolvimento Industrial do Ministério da Indústria e Comércio, ainda sediado no Rio de Janeiro. Estava acompanhando o processo que tinha encaminhado para obtenção de isenção de tributos sobre equipamentos têxteis no expressivo valor de US$ 500 mil, correspondendo a 100% do preço.
Os equipamentos estavam no porto e a empresa precisava da isenção porque os impostos não tinham sido previstos. A fábrica já estava pronta aguardando os teares.
Não havia tempo a perder, tomei um avião e me dirigi à sala do Secretário Geral Dr. Bello, homem forte do setor predominante naquela fase de crescimento do país. Na espera do atendimento a ser feito, vi quando o Secretário se dirigiu ao banheiro. Fui atrás e posicionado ao lado dele, cumprimentei-o declinando meu nome e o da minha empresa.
Sem aperto de mão, claro!
Dias depois recebi o telefonema do Assessor, informando que o meu pedido fora aprovado, e a cena do banheiro foi citada pelo Dr. Bello como prova do árduo trabalho que desenvolvia no ministério.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.