Pauta do dia no #cbnsp 30.03.2010

 

Rua Barra do Tibagi, no Bom Retiro 4 Bom Retiro e a chuva – A Rua Barra do Tibagi está no bairro do Bom Retiro, próximo da Marginal Tietê. E segundo o morador Afonso Criscuolo Jr há quatro meses a situação é semelhante a esta que aparece na foto feita nesta manhã. Choveu, alagou. “Em algumas situações, a água chega a demorar 24 horas para ser totalmente escoada. Com o alagamento, também não é feita a coleta do lixo pela empresa piorando em muito a situação”, escreveu. O acúmulo de água, além de dificultar a mobilidade de pessoas e carros, atrapalha o acesso as empresas que estão no local e provoca mau cheiro.

Marginal Pinheiros - lentidão Kassab e a desaprovação – A avaliação do paulistano sobre a administração de Gilberto Kassab (DEM) está cada vez pior. De acordo com o Instituto DataFolha o percentual de pessoas que desaprovam o governo dele aumento em 7 pontos, em relação a dezembro de 2009. Hoje, 34% dos pesquisados disseram que a administração do Democrata é ruim ou péssima. Os problemas constantes de congestionamento no trânsito paulistano – como o verificado nesta manhã na Marginal Pinheiros (foto: Pétria Chaves) – estão entre os pontos mais criticados pela população. Conheça outros números da pesquisa com Thiago Barbosa.

Metrô e denúncia –
O Ministério Público Estadual denuncia o Consórcio Via Amarela e funcionários do Metrô de São Paulo em um total de 13 pessoas pelo acidente nas obras da Linha Amarela, no bairro de Pinheiros, em 2007. O promotor de Justiça Saad Mazloum explicou ao CBN SP que mudanças no projeto que não estavam previstas no contrato foram os motivos do desabamento que causou sete mortes.


Dívida e devedores –
A prefeitura de São Paulo reabriu o Programa de Parcelamento Incentivado que oferece descontos de até 100% dos juros de mora para dívidas de IPTU, ISS, TBI, TFA, entre outros impostos municipais, até dezembro de 2006. Para mais informações ouça a entrevista do secretário municipal de Finanças Walter Aluísio Rodrigues, ao CBN SP, ou acesse o site da Prefeitura de São Paulo.

Metas e planos – A prefeitura de São Paulo diz que mais de 90% das metas propostas na Agenda 2012 já se iniciaram e, em média, 30% das etapas foram cumpridas. O secretário de Planejamento Rubens Chamma anuncia, ainda, ao CBN SP, que algumas metas que haviam sido propostas no ano passado devem sofrer mudanças.

Esquina do Esporte – O São Paulo tenta se recuperar com vitória contra o Monterrey, no México, pela Libertadores, amanhã. A repórter Natalie Gedra e o comentarista Paulo Massini falam sobre as chances do time treinado por Ricardo Gomez e sobre os perigos que rodam a cidade onde será disputada a partida.

Subprefeitura da Sé e mais 3 não limpam bueiros

 

Ao menos quatro subprefeituras de São Paulo não realizaram nenhum dos serviços de limpeza de bueiro programados para os dias 14, 15, 16 e 17 de fevereiro. De acordo com os dados publicados pela prefeitura na internet, o pior desempenho é o da Subprefeitura da Sé que atende área que sofreu sérios alagamentos nesta semana. Havia 58 ordens de serviço mas nenhum bueiro foi limpo no prazo estabelecido.

A limpeza também não foi feita pelas subprefeituras de Itaquera, zona leste, Pirituba, norte, e Capela do Socorro, sul, para as quais havia 105 solicitações e onde há bairros atingidos por enchentes. Em mais sete subprefeituras, no máximo a metade das ordens de serviço foi realizada. A capital tem 31 subprefeituras.

Nesta quinta-feira, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) insistiu na tese de que a administração municipal está realizando os trabalhos de combate as enchentes com qualidade e transparência. Lembrou que agora a população pode acompanhar como está sendo feita a limpeza de bueiros pela internet no serviço “Zelando Pela Cidade” disponível no portal da prefeitura.

No post anterior você tem publicada a entrevista do prefeito feita pela repórter Cátia Toffoletto que registrou imagem de um fiscal da CET desobstruindo bocas de lobo da avenida Eusébio Matoso, na zona oeste, onde ponto de alagamento prejudicava o trânsito pela manhã. Não há no portal da prefeitura nenhuma informação de que o serviço tenha sido realizado naquele trecho da avenida. Aliás, a solicitação para limpeza de bueiro feita pela prefeitura à empresa terceirizada mais próxima do local – na esquina da Rebouças com a Capitão Rosa – não havia sido atendida até 17 de fevereiro, apesar de o prazo ter se encerrado três dias antes.

Pouco adianta a prefeitura alardear que os dados estão disponíves na internet se a limpeza de bueiro não é realizada. Não é preciso acessar o computador para saber disto, basta tentar sair pela cidade em dia de chuva.

Agora o outro lado
(publicado em 19.02, às 20h)

Resposta da Coordenadoria das Subprefeituras de São Paulo:

“Nesta fase de testes, os técnicos das Subprefeituras ainda estão se adaptando à nova ferramenta, o que pode gerar atraso na alimentação das informações sobre os serviços executados. Em tempo, a Subprefeitura Sé informa que todos os serviços de limpeza de bocas-de-lobo programados foram executados”

Canto da Cátia: Ponto de desrespeito

 

Chuva na cidade de São Paulo

A Patrícia Madeira da Climatempo abriu a conversa ressaltando o número de pontos de alagamento na cidade, na quarta-feira (17.02). Teriam sido 92 segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergência da capital. Fiquei curioso para saber se este é um dado relevante para a avaliação feita pelos meteorologistas e ela explicou que a quantidade desses pontos dá a dimensão do temporal e a capacidade da cidade absorver a água da chuva. Estamos mal, segundo estes números.

Pelas ruas, a Cátia Toffoletto assistiu na quarta às ondas que se formavam na avenida Dom Pedro VI no bairro da Lapa, zona oeste da capital. E, hoje, encontrou o fiscal da CET se esforçando para impedir que novos pontos de alagamento se formem na avenida Eusébio Mattoso, próximo da Marginal Pinheiros.


Ouça a reportagem da Cátia Toffoletto que registrou a ação do fiscal da CET e após foi falar com o prefeito Gilberto Kassab que insiste na ideia de que a população reconhece o esforço dele para resolver os problemas.
(publicado às 19h30)

Da estupidez da enchente à gentileza do banheiro

 

Por Abigail Costa

– Moço qual é o próximo voo?
– Para onde senhora?
O moço elegante e engomado da companhia área parecia surpreso.
– Destino? Qualquer um, desde que a chuva não pare a cidade.

Esse diálogo só aconteceu na minha cabeça, tamanho o desespero de ficar três horas e 10 minutos para percorrer 23 quilômetros do trabalho para casa.

Deu fome e pra encher o estômago água. A água engana mas enche a bexiga, logo…
O negócio começou a apertar.

No rádio, o Eros Ramazzotti cantava “Unica come sei”. E eu respondia: única e sem saída. Assim que encontrei uma, tive que decidir: entre a Marginal congestionada e a avenida lotada. Optei pela avenida. Pelo menos tinha a chance de encontrar um boteco – meu interesse imediato era um banheiro.

Nada de restaurantes, bares.
Um posto no meio do caminho, no meio do caminho um posto.
Aleluia !

Já não tinha mais vontade de nada. Sentia dores. Na bexiga? Nem sei dizer, já estava generalizada, sem exageros. Parei o carro, desci meio curvada tentando me equilibrar no salto alto (tão elegante sempre, e tão ridículo naquele momento).

Meu primeiro olhar encontrou a placa SANITÁRIO. Foi tipo paixão à primeira vista. Ela piscou pra mim. Antes precisava localizar o frentista. Estava na cara que a porta estava trancada. Imaginei uma linha reta e mirei o rapaz gordo de boné vermelho.

– Posso usar o banheiro?
Ele sem nenhum pudor:
Vai trocar o óleo, hein?
Não entendi a brincadeira, ou não quis. Queria sim um banheiro.

Sorridente, ele saca um galão de óleo vazio que servia para segurar uma pequena chave. Agarrei o galão como um troféu e me mandei. Claro que a caminha ao meu destino não foi fácil. Passar entre os carros com aquele negócio nos braços, chamava a atenção. E muito.

Alguns motoristas sabiam exatamente onde eu ia. Certamente muitos já teriam passado por isso. Mirei a setinha enquanto pensava: Mesmo que não tenha papel já tô no lucro. Quando abri a porta, estava num oásis. Limpeza, papel higiênico, papel toalha e sabonete líquido. Nem acreditei.

Passada mesmo fiquei quando li na parede:

“Senhores clientes, caso não encontre o recinto limpo, sem papel ou com problemas de iluminação, aperte a campanhia e avise a gerência”.

Como assim? Estou fora de São Paulo ?

Aquilo me fez engolir a vergonha que estava sentindo em ser paulistana e sentir orgulho das pessoas que tentam fazer desta cidade um pouco melhor. Evidentemente, fui agradecer ao frentista. Ele ficou até meio sem graça. Talvez como eu, não esteja acostumado a gentilezas.

Abigail Costa é jornalista, escreve às quintas-feiras no Blog do Mílton Jung e teve de encarar com altivez o temporal de ontem na cidade de São Paulo

Foto-ouvinte: Estão desnorteados, em São Paulo

 

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Por Luis F. Gallo
Ouvinte-internauta

“Situação inédita em nossa cidade,os dilúvios diários tem deixado também os patos e cisnes do parque Ibirapuera ‘desnorteados’. Me deparei com eles logo após uma tormenta dessas sob a Rosa dos Ventos, como que se procurando um rumo, um caminho. Estão ali se perguntando, o que fizeram por aqui ? Pra onde a gente vai ? Esse lugar tá muito louco ! Que medo … Serão só eles, com essas dúvidas?”

Foto-ouvinte: Mais um dia de São Paulo

 

São Paulo enfrenta um de seus piores momentos. Todo dia o morador sai de casa com a incerteza da volta. Não sabe se o metrô vai parar; se o ônibus estará esperando por ele; se o carro não vai se afogar no primeiro túnel que surgir. Sabe que vai chover e torce para que isto ocorra do outro lado da cidade, distante de onde se encontra. As nuvens ficam escuras no céu e o medo toma conta de quem vive na capital. São minutos, horas de chuva que despenca sobre a cidade se dó, punindo nossos abusos e a maneira como resolvemos explorar o ambiente urbano. Após o drama que ganha destaque na capa do jornal, no noticiário do rádio e nas imagens da televisão, que mobiliza os internautas nas redes sociais e ganha espaço privilegiado nos portais de internet, surge uma imagem surpreendente. Um arco-íris a anunciar que um novo dia surgirá. Um sol que começa a infernizar a vida do paulistano logo cedo, anunciando que logo mais tudo aquilo que atormentou o cidadão pode voltar.

Com a colaboração de repórteres da rádio CBN e ouvintes-internautas, todos estes momentos estão registrados em imagens que integram o álbum digital do CBN SP. Assista, comente e participe enviando mais imagens da nossa cidade.

Olhar de Pétria: Aricanduva em risco

 

Deslizamento em Aricanduva Foto Pétria Chaves

O deslizamento de terra interrompeu parcialmente a avenida Aricanduva, na zona leste de São Paulo. A Pétria Chaves que sobrevoou o local, nesta manhã, ficou preocupada com a situação das residências que estão no topo do morro. Além do risco de que a chuva que se avizinha, nesta quinta-feira, possa causar ainda mais estrago no local.

Cidade combate enchente como há 40 anos, diz engenheiro

 

Com parâmetros da década de 70, a cidade não conseguirá combater as enchentes que tendem a aumentar nos próximos anos, segundo opinião do engenheiro especializado em hidráulica fluvial Roberto Watanabe, entrevistado pelo CBN SP. Ele lembra que os dados que são usados para implantação do sistema de drenagem na capital são ultrapassados, sendo necessário um estudo mais amplo para que São Paulo se prepare para as mudanças climáticas.

Watanabe entende que a abertura dos córregos – que historicamente foram encobertos por ruas, avenidas e casas – seria fundamental para melhorar a captação das águas de chuva, mas não enxerga na construção dos parques lineares uma solução para este problema. Ele defende a remoção de famílias das áres de risco e margens de córregos “mesmo que seja necessário o uso de força”.

Ouça a entrevista do engenheiro Roberto Watanabe