Por Ailin Aleixo
No Época SP na CBN
Anita
Da cozinha envidraçada chefiada por Fabiana Caffaro saem pratos bem simples, muitos declaradamente inspirados na dita baixa gastronomia, aquela dos botecos, mas com algumas gostosas frescurinhas. Tem filé oswaldo aranha (feito com prime rib), frango com creme de milho (empanado com panko, uma farinha de rosca japonesa) e deliciosos bolinhos de arroz (que levam creme de queijos na mistura). A entrela da casa, porém, é a máquina de assar galetos, a típica televisão de cachorro, estacionada na calçada inclusive à noite. As aves, bem torradinhas e douradas, chegam à mesa já cortadas, acompanhadas de farofa, batata bolinha ao alecrim e vinagrete de tomates verdes. Na sobremesa, não deixe de provar a ótima panqueca de doce de leite com sorvete de nata. No almoço executivo, vale o sistema de prato do dia: quarta-feira, por exemplo, é dia de mignon de porco com couve e quibebe de mandioca. A casa fecha no dia 23 de dezembro para os festejos do final do ano e reabre no dia 6 de janeiro.
R.Mato Grosso, 154 – Higienópolis, 2628-3584
AK Delicatessen
A cozinha de Andrea Kaufmann está cada vez mais surpreendente. Hábil no preparo de receitas judaicas tradicionais, como o spondre, costela bovina cozida lentamente com cebolas, ela também se sai muito bem nos pratos de outras procedências. É o caso do chupe peruano, sopa de camarão, arroz e queijo. Vale experimentar as novidades que ela introduz de tempos em tempos no cardápio, mas há hits já consagrados que é um pecado perder. Por exemplo, o medalhão envolvido em pastrami, gratinado sob uma camada generosa de queijo brie, servido sobre mix de cogumelos: quem prova não esquece. O restaurante, inaugurado em 2007, segue bombando. O andar de baixo, antes inteiramente tomado pelo balcão da rotisseria, hoje também abriga mesas, mas não com o mesmo charme do andar superior. E continua saindo gente pelo ladrão.
R. Mato Grosso, 450 – Higienópolis, 3231 4497
La Frontera
O belíssimo salão art déco, repleto de metais dourados e enormes ventiladores de teto, foi inspirado nos antigos bares de Buenos Aires – tudo a ver com a vizinhança, já que o imóvel fica coladinho ao Cemitério da Consolação, em uma região que realmente lembra a terra do tango. Uma das sócias da casa é a argentina Ana Maria Massochi, também proprietária do Martín Fierro. Mas a cozinha do chef e sócio Leo Botto, como indica o nome do restaurante, fica no meio do caminho entre os dois países. Na grelha, ele prepara nobres carnes portenhas e prosaicas sardinhas com a mesma desenvoltura. O serviço é dos mais atenciosos: tem até couvert de cortesia, ótimo por sinal, com pão caseiro quentinho. Quem pede um ojo de bife tem não só a chance de escolher o peso do corte, de 200 ou 300 gramas, como ainda decide o acompanhamento: não dispense os nhoques quadradinhos de batatas assadas na grelha com creme de parmesão, uma iguaria de lamber os beiços. Na sobremesa, as bolinhas de mussarela de búfala vêm com delicioso doce caseiro de tomatinhos, tipo compota da vovó.
R. Coronel José Eusébio, 105 – Consolação, 3159-1197