Corredor da EMTU terá linhas municipais

 

Via segregada que começa no ABD Paulista terá 14 linhas que rodam apenas na capital e custará R$ 22,9 milhões ao Estado

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Por Adamo Bazani

As linhas municipais de São Paulo poderão trafegar pelo corredor metropolitano entre Diadema, no ABC Paulista, e a região central da capital paulista. No total, 14 linhas municipais terão acesso a esta via (confira no fim do texto). A informação foi confirmada ao “Ponto de Ônibus”, esta coluna aberta no Blog do Mílton Jung, que vem acompanhado todos os detalhes relacionados a retomada das obras no corredor. De acordo com a EMTU, a nova data para inauguração da via é 31 de julho.

A conclusão do corredor vem sendo esperada há 25 anos, desde o governo estadual de André Franco Montoro. E se você clicar no link do “Ponto de Ônibus”, na coluna da direita do Blog, verá que já mostramos a história das obras, a importância desta ligação e, recentemente, apresentamos com exclusividade as adaptações feitas nos ônibus intermunicipais da operadora Metra, que terão porta e esquerda e duas catracas.

Os passageiros da cidade de São Paulo mais beneficiados pelo corredor segregado serão os que têm destino ao Jardim Miriam, na zona sul. Além da possibilidade de ligação com a estação Morumbi da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, onde haverá um terminal para os ônibus da Metra -, o corredor terá uma linha para uma estação do metrô já em funcionamento, a Estação Conceição. O trajeto contemplará também uma linha de ônibus noturna que ligará o Jardim Luso até o Terminal Amaral Gurgel, na região central da Capital Paulista.

O próximo passo agora que acompanhamos é a adoção de veículos com tecnologia limpa no novo corredor que deve receber inicialmente ônibus elétricos híbridos, que possuem um motor gerador a diesel e um motor de tração elétrico e possibilitam redução nos níveis de poluentes em mais de 30%. O motor diesel funciona constantemente até 1.800 rotações por minuto. Passando deste índice quem traciona (faz o ônibus se movimentar) é o motor elétrico. A energia gerada pelo diesel que não é aproveitada vai para baterias de armazenamento. Quando numa subida ou em condições mais severas o ônibus precisar de uma força além da gerada, o sistema faz uso da energia das baterias.

Grupos ligados a reivindicações sobre qualidade de vida e meio ambiente na Grande São Paulo e Capital futuramente esperam a eletrificação deste corredor, como é o caso da Organização Não Governamental, Movimento Respira São Paulo.

O trecho fará parte do corredor metropolitano ABD São Mateus – ZonaLeste/Jabaquara – zona Sul via Santo André, Mauá, São Bernardo do Campo e Diadema.

Foram investidos R$ 22,9 milhões nas obras. O corredor de 12 quilômetros terá 18 estações de embarque e desembarque pelo lado esquerdo dos ônibus, metropolitanos ou municipais, no nível do assoalho do ônibus. O traçado engloba vias importantes como Avenida Pres. Kennedy, no município de Diadema, além das Avenidas Cupecê, Vereador João de Luca, Professor Vicente Rao e Roque Petroni Júnior.

A expectativa é que além de aumentar a velocidade das viagens, a ida dos ônibus para o corredor alivie o trânsito nestas vias.

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Conheça ônibus para corredor Diadema-Morumbi

 

A implantação da via segregada, esperada há mais de 20 anos pela população, ganha mais um passo com a aprovação dos veículos adaptados com porta esquerda para embarque e desembarque dos usuários

Por Adamo Bazani

A ligação por corredor de ônibus exclusivo e segregado entre Diadema, na Grande São Paulo, e a região do Brooklin e Morumbi, zona sudoeste da Capital, é esperada pela população há mais de 20 anos. O tempo se passou, promessas e mais promessas foram feitas. E, no entanto, nada de corredor. Parece, porém, que o projeto deixará o campo das expectativas.

Além do anúncio pelo Governo do Estado de início das operações para este primeiro semestre, o “Ponto de ônibus” soube, em primeira mão, que a EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – já aprovou a adaptação feita pela empresa operadora Metra de portas à esquerda nos veículos que operarão os cerca de 12 quilômetros do corredor. Tivemos acesso ao trabalho de adaptação e registramos imagens dos veículos.

Buscar Urbanuss Pluss adaptado

Trata-se de um Buscar Urbanuss Pluss, Mercedes Benz O 500 M. Todo o serviço foi idealizado e feito pelo setor de funilaria da Metra – Sistema Metropolitano de Transportes Ltda. E seguiu os padrões de conforto, segurança e qualidade exigidos pela EMTU. Com a aprovação dos padrões do carro, outros veículos também serão submetidos à mesma mudança.

O objetivo é atender o corredor que, a exemplo dos sistemas mais modernos em operação, terá parte do trajeto com embarque e desembarque feitos pelo lado esquerdo do ônibus. Isso agiliza as operações dos ônibus e adapta o novo corredor às vias que serão servidas, sem a necessidade de grandes intervenções viárias.

Buscar Urbanuss Pluss adaptado

Entramos no veículo que teve alterações internas como o posicionamento de alguns assentos. O ônibus também terá duas catracas, uma bem na frente, ao lado do motorista, para embarques do lado direito, e outra quase na metade do veículo para os acessos à esquerda.

Está prevista, num segundo momento, a entrada de veículos novos nas operações.

O corredor deve facilitar a locomoção dos usuários do ABC Paulista e das zona Sul e Oeste de São Paulo.

A EMTU atualizou para o blog as informações sobre o andamento das obras. De acordo com a Empresa, 90% do serviço já foram concluídos, dentro do prazo contratual previsto. E garantiu que após a conclusão da Estação de Transferência Morumbi será possível a conexão dos usuários com os trens da linha 9 Esmeralda da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

O serviço de ônibus em corredor exclusivo, que terá embarque em paradas especiais no mesmo nível do assoalho do ônibus, pretende ser mais uma opção para os moradores das áreas atendidas, inclusive, para que muitos deixem o carro em casa, com um transporte mais rápido na via segregada. O trajeto engloba importantes avenidas, como Avenida Pres. Kennedy, em Diadema, além das Avenidas Cupecê, Vereador João de Luca, Professor Vicente Rao e Roque Petroni Júnior, na Capital.

A acessibilidade é uma das prioridades do novo serviço, segundo a EMTU.

“ Estão sendo instalados 18 pontos de paradas duplas, plataformas elevadas de embarque, rampas de acesso, comunicação visual, sinalização de alerta, paisagismo, bancos e lixeiras. Também estão sendo construídas as Estações de Transferência Jardim Miriam, Washington Luiz, Vereador José Diniz, Santo Amaro e Morumbi, além de intervenções no Terminal Metropolitano Diadema para adequação do acesso de entrada e saída dos veículos e preparação da plataforma de embarque.  As obras envolvem, ainda, o pavimento rígido no trecho próximo ao Shopping Morumbi, complementando a faixa exclusiva à esquerda de aproximadamente 12 km, além da execução da sinalização viária horizontal, vertical, semafórica e dutos, travessias de pedestres, recapeamento das faixas adjacentes e paisagismo” – conforme informações oficiais da EMTU.

O custo para a implantação do corredor de 12 quilômetros chega a R$ 22,9 mi, inferior ao custo de qualquer modal ferroviário, se fosse instalado no mesmo percurso, tanto pelas menores intervenções civis como pelo preço mais elevado dos materiais necessários para a implementação de trens e metrô. Importante: com resultados bem semelhantes.

Quanto ao ônibus adaptado, o veículo segue as determinações da NBR 15570 e da Resolução 316 do Conselho Nacional de Trânsito sobre acessibilidade, segurança e conforto. O espaçamento entre os assentos evita apertos semelhantes às de classes econômicas de aviões. As dimensões do corredor do ônibus permitem fácil movimentação interna dos passageiros. Há assentos preferenciais demarcados para idosos e pessoas com deficiência.

Andamos no veículo, fabricado originalmente em 2006. Mesmo sendo adaptado, o ônibus parecia ter saído de fábrica. As portas novas não bateram e o conjunto de assentos também ofereceu um bom nível de conforto para transporte urbano.

Adamo Bazani, busólogo, repórter da rádio CBN e escreve no Blog do Mílton Jung

Ônibus rodam com pintura fora do padrão

 

Obrigados a mudar constantemente o visual, empresas alegam não terem tempo para colocar veículos nas ruas dentro das exigências feitas pela EMTU como mudanças na cor e destaque para nome do Governo do Estado de São Paulo

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Por Adamo Bazani

As empresas de ônibus que operam linhas intermunicipais nas três Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo têm sido obrigadas a alterar suas pinturas a toque de caixa, por exigência da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos. Os serviços de funilaria e pintura não param sequer aos domingos e nossa reportagem constatou que empresas com frota menor ou mais antiga têm liberado veículos com pinturas incompletas para atenderem as escalas.

Muitos usuários criticam a padronização pois preferem que cada empresa tenha sua identidade visual própria. Pior, porém, é a ‘falsa’ padronização. Isso ocorre pela pressa das empresas em atender as exigências da EMTU. O serviço não fica bem acabado e informações visuais como nome da gestora, da empresa e a indicação que o ônibus é de serviço intermunicipal e metropolitano acabam, literalmente, ficando em branco.

Literalmente porque a “grande” mudança de padrão de pintura dos ônibus intermunicipais foi a troca do detalhe na cor vermelha para a cor branca no desenho da EMTU, imposta às empresas que transportam passageiros entre municípios dentro das regiões de São Paulo, Campinas e Baixada Santista. As viações confirmam, mesmo que não oficialmente, a pressão para a mudança no detalhe da cor.

Além de pinturas incompletas, sem informações, esta pressa faz com que os trabalhos não sejam feitos de maneira ideal e, em vez de todos os ônibus apresentarem um lay out único, como é a proposta da padronização, que ocorre em São Paulo desde os anos de 1990, cada empresa acaba colocando prefixos em lugares diferentes, nomes da viação, da EMTU, o símbolo da gerenciadora e a inscrição “metropolitano” em tamanhos de letras desiguais de companhia para companhia.

As cobranças são tantas que até veículos antigos que estão prestes a serem vendidos têm de ser pintados de acordo com a mudança estipulada pela EMTU no ano passado.

Oficialmente, a EMTU desmente que as empresas estejam sendo pressionadas e não reconhece que as alterações a toque de caixa têm provocado serviços incompletos. Segundo a gestora, erros na pintura são de responsabilidade das viações que recebem todas as indicações para seguir os padrões visuais.

Nossa reportagem ficou por apenas 15 minutos próximo a um hospital em Santo André, no ABC Paulista, na tarde de domingo, na rua Coronel Alfredo Fláquer e constatou as diferenças entre os veículos e pinturas incompletas.

O primeiro veículo intermunicipal a passar foi da Empresa Auto Ônibus Circular Humaitá. O ônibus estava sem a inscrição “Governo do Estado de São Paulo”, sem o nome da gerenciadora (EMTU) e sem a inscrição “Metropolitano”, que indica que a linha liga pelo menos dois municípios. Em seguida veio um carro da Viação São José de Transportes. A pintura estava completa com o nome da empresa, gerenciadora e símbolo do sistema metropolitano. Logo atrás, veio um EAOSA com os mesmos dados, porém com caracteres diferentes, menores que os da empresa anterior.

Adamo Bazani, busólogo, repórter da CBN e observador

NB: Para ver as imagens dos ônibus citados neste texto, visite o álbum do CBNSP no Flickr

Rigras, da lama à premiação (II)

 

Por Adamo Bazani

Corte de custos muitas vezes gera queda na qualidade do serviço prestado. No sistema de ônibus, reduzir gastos acaba punindo o passageiro. A ideia não é compartilhada pelo empresário Nivaldo Aparecido Gomes, da Rigras. Leia a segunda parte da reportagem com o dono desta que foi considerada a melhor empresa intermunicipal do Estado, de acordo com a EMTU.

Frota da Rigras

Corte de custos muitas vezes gera queda na qualidade do serviço prestado. No sistema de ônibus, reduzir gastos acaba punindo o passageiro. A ideia não é compartilhada pelo empresário Nivaldo Aparecido Gomes, da Rigras, considerada a melhor empresa intermunicipal do Estado, de acordo com a EMTU

“Uma empresa com boa saúde financeira é a que oferece bons serviços e racionalizar, não significa penalizar os passageiros, ter ônibus velhos ou tirar veículos da escala. Mas é saber usar melhor os recursos disponíveis e oferecê-los da melhor maneira possível. Não tem segredo, é trabalho e estudo, não só estudo acadêmico, mas estudo da situação da empresa”.

Foi assim, que Nivaldo diz ter adequado as linhas e os tipos de ônibus de acordo com as necessidades, sempre ouvindo o usuário, afinal, ele é que proporciona o lucro para a empresa. E ter um parâmetro para isso, foi uma das saídas usadas pelo empresário, que assumiu uma viação deficiente.

Nivaldo destaca as pesquisas de qualidade como a realizada pela EMTU- Empresa Metropolitana de Transportes. Esses rankings, que levam em consideração fatores essencialmente técnico, também se desenvolveram:

“Anteriormente, a EMTU tinha até um acompanhamento, mas não era divulgado nem para as próprias empresas. Precisaríamos saber no que estávamos errando e no que estávamos acertando. Protocolava pedidos na EMTU, para saber como estava minha frota. Os anos de notas ruins eram anos de pensamento e trabalho, os de notas boas, de reflexão sobre o que foi bem sucedido para se dar continuidade ou melhorar”

Quando em 2004 a EMTU criou o IQT (Índice de Qualidade de Transportes), Nivaldo acredita que para o empresário e para o passageiro, os parâmetros de qualidade se tornaram mais claros. O IQT leva em consideração quatro fatores:

Operacional (atrasos, cumprimento de horários, quebras no percurso, etc);

Frota (idade média, manutenção, emissão de poluentes);

Sócio-econômico (saúde financeira da empresa, viabilidade econômica e importância social das linhas);

Satisfação (a opinião dos usuários por pesquisas e número de reclamações).

“Nesta ano fomos a primeira empresa no ranking de 40 e no ano passado a segunda. E pretendo continuar com esses índices que para mim são mais que uma plaquinha na parede do meu escritório ou mais que um número. Eu considero importante as vistorias da EMTU, apesar da reclamação de alguns colegas. Os técnicos são extremamente rigorosos nas avaliações. E rigorosos no bom sentido mesmo. Para se ter uma ideia, eles verificam pelo menos 350 itens em cada ônibus, do maior ao menor. Um dos técnicos, com um solado de borracha especial, fica ‘patinando’, no assoalho do ônibus para ver se não há um rebite solto. E olha que o piso de um ônibus leva mais de 700 rebites. Se um tiver solto, é ponto negativo.”

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Rigras, da lama à premiação (I)

Por Adamo Bazani

Dono de empresa de ônibus, considerada a melhor do Estado em linhas intermunicipais, de acordo com a EMTU, conta que os ônibus atolavam na garagem e que foi vítima de descrédito.

“Enxergar o transporte sob o olhar do passageiro, pensar primeiro na qualidade, em vez de quantidade, e ter uma dose de paixão e razão. São os ingredientes necessários para conseguir o sucesso no ramo de transportes”.

A frase pode parecer jargão de quem é dono de empresa de transporte de passageiro, mas no caso de Nivaldo Aparecido Gomes, 51 anos, reflete a realidade da história da empresa que dirige, a RIGRAS – Rio Grande da Serra Transporte Coletivo e Turismo. A empresa ganhou neste ano, o Primeiro lugar no ranking da EMTU que leva em consideração a qualidade dos serviços de transportes intermunicipais urbanos das regiões metropolitanas de São Paulo.

Assim como Nivaldo, a empresa, fundada em 1980, está rejuvenescida. A garagem limpa e os ônibus novos com boa manutenção são resultado de trabalho árduo, segundo o empresário, que começou no ramo aos 29 anos praticamente por acaso. Na época, em 1986, o primo dele, Roque Garcia, já tinha uma empresa de ônibus: a fretamento Suzantur, em Suzano. Foi quando decidiu comprar a RIGRAS, propondo parceria com Nivaldo.

Ele trabalhava desde os 15 na CTBC (Companhia Telefônica da Borda do Campo) e cursava engenharia. “Até então, nunca imaginei que ia trabalhar e me apaixonar por ônibus, mas aceitei a proposto e comecei a tomar conta da empresa, na sociedade com meu primo”

Nivaldo se considera um corajoso e vencedor. Se hoje a sede da empresa, em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, é considerada uma das mais organizadas do Estado, o início era bem diferente. “Quando assumi a Rigras tomei conhecimento do desafio que tinha pela frente”

Desafio a começar pela própria garagem, que na época, ficava no município de Rio Grande da Serra. Se nas histórias anteriores você acompanhou que os ônibus atolavam na lama, durante o trajeto, na Rigras, o problema já começava “no próprio quintal de casa”.

“Quando chovia forte, os ônibus nem conseguiam sair da garagem, porque o pátio virava um lamaçal só. Os ônibus eram invadidos pelo barro e não conseguiam sequer sair do lugar. Tínhamos de andar de botas dentro pátio. Foi aí, que percebi, com a ajuda do curso que tive de engenharia, que deveria ver a empresa como um todo, participar de todos os processos e incentivar os funcionários a trabalharem naquelas que não eram as melhores das condições. Até hoje, atuo em todos os setores da empresa”.

Nivaldo ainda lembra que quando o ônibus saía da garagem, atolava na rua, metros depois, antes mesmo de chegar ao ponto inicial. Não havia dinheiro para pavimentar a garagem. Na verdade, havia pouco dinheiro para tudo.

Quando foi comprada por Roque Garcia, com Nivaldo entrando no desafio, a saúde financeira da empresa era horrível. Dívidas trabalhistas, com fornecedores, com poder público e apenas nove ônibus na frota, dos quais dois eram quase sucata. Os que circulavam também eram velhos, mal conservados. Eram veículos Caio Gabriela e Caio Bela Vista, Mercedes Benz 1113, com mais de 15 anos de uso intenso.

Três meses depois, ainda em 1986, Roque e Nivaldo compram outra empresa da região, a Viação Valinhos, com 15 ônibus. As situações financeira e da frota eram praticamente as mesmas. Enquanto o primo tocava a Suzantur, Nivaldo se dedicava à Rigras. Saía de madrugada da garagem , fazia socorros mecânicos e cuidava da contabilidade”.

Um dos maiores desafios foi enfrentar o descrédito da população, a Rigras tinha até então uma péssima imagem, dos fornecedores, dos cobradores de dívida, de alguns funcionários e do poder público. “Eu tinha de convencer todos que queria trabalhar com seriedade, que não tinha o propósito de fazer milagres, mas que eu queria melhorar os transportes na região de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Suzano.”

Nivaldo lembra que, ainda em 1986, teve uma reunião com vereadores de Rio Grande da Serra. “Eles colocaram um gravador na mesa e tive de registrar todas minhas promessas de que faria uma boa administração. No início, pensavam que eu era mais um aventureiro no setor de transportes”. A associações de bairro também cobravam desempenho da empresa

“O jeito então, era trabalhar, mais que o dobro”.

A situação financeira da empresa ia melhorando aos poucos, com administração racional, mas ainda era difícil. E Nivaldo se cobrava constantemente para haver uma mudança.

“Lembro-me de um dia que um fornecedor veio fazer uma cobrança para mim. Dias antes, tinha luxado o dedo e colocado uma tala para imobilizá-lo, mas eu já tinha melhorado. Quando ele veio me cobrar, tinha vergonha de dizer que não tinha dinheiro, então, coloquei a tala de novo no dedo e disse para ele passar depois de uma semana, porque não podia assinar os cheques e as notas. Não foi desonestidade, foi vergonha mesmo. Hoje eu e esse fornecedor rimos muito desta passagem”.
Depois de cerca de três anos, o primo de Nivaldo, decide sair da sociedade. O sogro do empresário, o construtor Jaime João Franchini, entra de novo sócio e a empresa ganha fôlego, apesar das dificuldades.

A garagem da empresa sai do “lamaçal” de Rio Grande da Serra e vai para Ribeirão Pires. A “nova” garagem era de terra e tinha muita lama com a chuva, mesmo assim era melhor que a anterior.

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As melhores empresas de ônibus intermunicipais

A melhor empresa no ranking é de Ribeirão Pires (SP)

Medir a qualidade do serviço prestados pelas empresas de ônibus que fazem as linhas intermunicipais é o objetivo de pesquisa desenvolvida, anualmente, pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos. O IQT – Índice de Qualidade de Transportes –  leva em conta fatores técnicos, como manutenção de frota, operacionais,como intervalos entre partidas e cumprimento de horários, e de satisfação, com pesquisas diretas de usuários, leva em conta somente os serviços intermunicipais. Foram pesquisadas 40 empresas, consórcios e permissionárias das Regiões Metropolitana de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista.

De acordo com as informações levantadas pelo repórter da CBN e busólogo do Blog do Milton Jung Adamo Bazani esta é a lista que revela como os passageiros do sistema de transporte público intermunicial são tratados.

1)      RIGRAS /ABC PAULISTA / 8,07
2)      ANHANGUERA/RMSP/ 7,76
3)      TUCUVI /ABC PAULISTA/ 7,65
4)      BREDA/SANTISTA/ 7,58
5)      AUTO VIAÇÃO ABC / ABC / 7,54

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