Mundo Corporativo: Rebeca Toyama, da ACI, diz que líder sustentável preserva a saúde da empresa e dos colaboradores

Rebeca Toyama em entrevista ao Mundo Corporativo. Foto: Pricila Gubiotti

“Para ser sustentável, você tem que construir uma carreira saudável.”

Rebeca Toyama, empresária

A necessidade de lideranças sustentáveis e carreiras saudáveis nunca foi tão evidente, considerando que estamos em um mundo onde o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal se torna cada vez mais desafiador. Esta foi a tônica da conversa com Rebeca Toyama, fundadora da ACI – Academia de Competência Integrativa e autora do livro “Carreira Saudável: a realização de se tornar um líder sustentável”, no programa Mundo Corporativo da CBN. A especialista trouxe à tona uma reflexão profunda sobre como as lideranças podem cultivar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, sem perder de vista o bem-estar e a autenticidade.

Cuidado para não ser um líder carrasco

“O líder tem que estar bem consigo mesmo para transbordar sustentabilidade e gerar resultados”

Rebeca destacou a importância de uma liderança que se preocupa não apenas com os resultados empresariais, mas também com o bem-estar da equipe e o próprio equilíbrio. Ela argumenta que muitos líderes acabam se esquecendo de si mesmos no processo, tornando-se “líderes carrascos” que prejudicam tanto a si quanto aos que os cercam.

A empresária ressaltou a necessidade de desmistificar a ideia de que sustentabilidade se refere apenas à consciência ambiental, apontando que “ninguém doente ou cansado vai conseguir pensar na equipe ou no meio ambiente”. Para ela, a sustentabilidade deve partir de dentro, baseada em autenticidade e bem-estar.

O desafio das carreiras saudáveis

A CEO da ACI chamou atenção para os alarmantes indicadores de burnout e suicídio, tanto dentro quanto fora do ambiente corporativo, evidenciando a urgência de repensar a carreira como uma fonte de bem-estar e não de estresse. 

“A carreira tem que ser saudável, senão os resultados não vão valer a pena”, enfatizou”

Para Rebeca é necessário mudar as práticas corporativas, onde o foco excessivo em produtividade muitas vezes esquece o elemento humano essencial para qualquer processo.

Rebeca Toyama, com sua visão inovadora e humanizada, trouxe luz a um tema crítico na atualidade corporativa, reforçando a necessidade de uma liderança que valorize o equilíbrio e a saúde não apenas da organização, mas também das pessoas que a compõem. A busca por uma carreira saudável e uma liderança sustentável emerge não apenas como um diferencial competitivo, mas como um imperativo para o bem-estar coletivo no mundo corporativo.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quintas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e também fica disponível em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Com equilíbrio, independente e em busca da verdade, sempre!

 

jornalismo_Fotor

 

O Brasil está em ebulição. Tem gente na rua contra o Governo. Tem gente na rua a favor do Governo. Tem gente em casa, contra e a favor. Todos falam em defesa da democracia, mesmo quando suas atitudes não condizem com esta defesa. Todos reivindicam o direito ao contraditório, nem todos, porém, o toleram. Ouvir o contraditório tem se tornado um desafio. Pois, o contraditório não quer falar, quer gritar mais alto. E quem é contrário não quer ouvir.

 

Em um clima como esse, o Brasil não precisa de incendiários. Eles já estão soltos por aí, alguns com cargos públicos. Tentam se beneficiar desse cenário para esconder suas mazelas, justificar seus atos. Clamam pela união mas pregam a cizânia. Querem a união, desde que em torno da sua causa. Nem sempre a causa pública.

 

O equilíbrio na análise é fundamental para quem tem como meta a busca da verdade possível diante dos fatos, neste Brasil enredado em casos de corrupção e luta pelo poder. Digo a verdade possível porque esta é construída no cotidiano do nosso trabalho, no levantamento dos fatos, na entrevista dos contrários e no relato objetivo dos acontecimentos.

 

Nem sempre a verdade surge no primeiro momento, depende das peças que são encontradas em declarações oficiais e extra-oficiais, em documentos públicos ou não, anônimos às vezes. Nesse quebra-cabeça, a verdade vai sendo montada na investigação realizada pelos órgãos policiais e pela justiça; no trabalho investigativo do jornalista, também; no interesse das partes que usam a informação e a contra-informação para construir sua própria verdade.

 

Algumas verdades somente o tempo nos permitirá compreender. Mas não podemos perder jamais este desejo de buscá-la de forma independente e equilibrada. O tom certo na transmissão do fato, na crítica e no embate pode fazer o país melhor. Qualquer coisa fora disso soa como paixão e militância. Colabora com a discórdia. E não é este o meu papel.

De meditação

 


Por Maria Lucia Solla

 

 

Você medita? Não sou meditante modelo, mas tenho experiência na Meditação Transcendental para afirmar que se meditasse duas vezes por dia, como recomendado, metade dos meus problemas estourariam feito bolhas de sabão; aquela metade que contem ansiedade, enfermidade, medo, criticismo, e outros venenos. Então por que não medito regularmente para me livrar do que me traz rugas mais profundas, olheiras mais escuras, taquicardia, urubus no plexo solar… Pelo mesmo motivo que tomava refrigerante mais do que devia, que como chocolate muito mais do que devo, que ainda me sento torta no sofá, com o iPad no colo e a cabeça enterrada no peito. Pelo mesmo motivo que ainda penso negativo durante mais tempo do que devia, que me irritava no trânsito, que ainda sou escrava de alguns apegos, que estudo menos do que gostaria, que sou muito menos tolerante do que um dia pretendo ser, que sou uma pessoa pior do que aqueles que me rodeiam gostariam que eu fosse.

 

Auto-sabotagem.

 

Tem fases em que consigo meditar livre e mansamente, mas preciso confessar que essa disposição não tem feito parte do meu dia a dia, há tempo. Ou não medito ou, se medito, não consigo ficar quieta por muito tempo. O pé cheio de manha não para quieto, e a cabeça enreda enredos mascarados de realidade. É quando mais preciso, eu sei. E daí? A gente sabe coisa demais e põe em prática coisa de menos. Medida certa? Como boa anarquista de coração, acredito que a medida certa seja diferente para cada um. Somos perto de sete bilhões de pessoas sobre a face da terra e, portanto, o mesmo número de receitas diferentes. Todos feitos dos mesmos ingredientes, com dosagem diferente. Se você tem noção do que se faz numa cozinha além de abrir a geladeira, entende o que quero dizer. Tem receita que não aceita um ingrediente, que cai feito luva em outra.

 

E isso me leva a pensar no equilíbrio que a gente persegue, tentando dosar a vida que leva, minuto a minuto. Sem trégua. Pois hoje, na minha sentada para meditar, no processo de acalmar a mente, enquanto ela dava guinadas circenses e derrapava nas curvas de meus neurônios neuróticos, percebi o peso do meu corpo no assento do sofá. Aqui está o exemplo de equilíbrio perfeito, pensei. Meu corpo não exerce pressão maior do que meu peso, sentada assim feito índio fumando cachimbo, sem tentar um braço de ferro (se bem que a expressão não se encaixe nesse caso) com o assento do sofá que também faz o que pode. Me suporta. Equilíbrio e respeito. Cada um na sua. Ah, sonho…

 

E vinte minutos depois, sem tirar nem pôr, abri os olhos e tinha meditado como fazia tempo que não conseguia.

 

A meditação não é ensinada na escola porque não paga imposto, não cobra dízimo e não dá lucro para comando de laia nenhuma.

 

A meditação, ao menos a minha, não tem sido praticada antes do dia começar com a abertura da agenda, porque o caos é o regente da vez e, portanto, tudo o que traz paz deve ser eliminado e, se isso não for possível, ao menos coberto com o véu do ridículo. Assim que eu, ridiculamente, continuo buscando paz, útero gerador de equilíbrio e cidadania. Faço parte, com muita honra, da tribo dos loucos, dissidentes do caos.

 

Para você, paz durante a semana que começa, e até a semana que vem.

 

Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung

De quereres

 

Por Maria Lucia Solla

Ouça “De quereres” na voz e sonorizado pela autora

Deus queira que apesar da nossa empáfia disfarçada de curiosidade não encontremos mais respostas. Já deu. Olha o que aconteceu quando deixamos de acreditar que a lua é uma das deusas protetoras do amor, apaixonada  e amante do sol, e passamos a acreditar que ela é só um satélite escuro e esburacado. Olha o que aconteceu quando trocamos a crença na magia do fogo pela do isqueiro a gás; a crença no amor de verdade pelo interesse fugaz.

radicais
trocamos velhas crenças
por novas
modernas
descartamos na ceifada
os matizes
passamos de um extremo a outro
parece que só no fanatismo
nos sentimos felizes

Equilíbrio é a solução; ou você nunca brincou de gangorra, de bambolê ou de estátua, onde ele equilibrada e sobriamente é o objetivo do jogo.

Deus queira que não consigamos adivinhar o que há na mala arrastada pelo próximo minuto, e que o presente do Papai Noel não chegue desembrulhado e de véspera, que é prerrogativa de peru.

E na onda de pedidos a Deus, deixo para lá o equilíbrio e peço que Ele queira que o trânsito à minha volta se evapore, e que do seu vapor surjam gramados bem cuidados onde a gente possa passear ao som da sinfonia de pássaros, e não dessa desarmonia mal-educada, orquestrada por carros dirigidos por seres sem consciência e sem a mínima educação. Basta um carro se por na frente do carro de um pirralho mimado que o buzinaço começa. E contagia. É o código para a manifestação dos pirralhos mimados anônimos. A boa notícia é que os espaços entre a histeria de um e a birra do outro são maiores. Queira Deus que esses pragas sejam um modelo em extinção e que levando consigo as certezas engessadas façam curvar nossos narizes. Que possamos aprender a seguir o caminho em vez de exigir seguidores. Que sejam domados os dominadores e os preconceituosos. Que a gente possa voltar a caminhar pela rua sorrindo, papeando, sem tremer a cada moto que se aproxima, sem ver cada outro como inimigo o tempo todo. Que as crianças possam brincar na Natureza de verdade, com amigos de verdade, sem ter que controlar tudo o tempo todo com um controle remoto.

Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung