
Ele é do tempo da TV colorida
Por Carlos Magno Gibrail
Armando Italo Nardi, Claudio Vieira e Alberto Beh Ribeiro, ouvintes-internautas CBN, e tantos outros mais que tem prestigiado o Blog do Mílton Jung, já podem se considerar exemplos que contestam a assertiva de Andy Warhol.
O artista americano, criador das bases da POP ART, célebre pelo trabalho com os símbolos do consumo como latas de sopa Campbell’s, garrafas de Coca Cola, fotos de Marilyn Monroe, prognosticou os 15 minutos de fama que todos teriam direito. Não mais que isso num mundo fugaz que se projetava.
Nardi, Vieira e Beto estão construindo gradativamente uma imagem através da internet, consistente e duradoura, num ritmo eletrônico. Como comentaristas de artigos publicados ou como protagonistas de blogs e ações políticas e sociais. Fato que se pode constatar de imediato clicando seus nomes nos sites de busca.
“Tila Tequila, é uma celebridade estadunidense da Internet e da televisão. É modelo, atriz, cantora e compositora de ascendência vietnamita. Ela é conhecida por sua posição como a artista mais popular no MySpace (de acordo com “page views”) desde Abril de 2006 sendo atribuído títulos de “Miss Myspace” e “Queen of Myspace””.Wikipedia.
Tila explodiu como Andy Warhol previu na sua teoria dos 15 minutos de fama, mas não sumiu. Ficará para sempre na memória de fãs e de todo o mundo que clicar nos sites de busca. Capa de revista e notícias de jornais, mídias que na época da internet ficam registradas nos arquivos eletrônicos.
Raquel Pacheco, assinando como “Bruna Surfistinha”, ganhou notoriedade ao contar suas ações sexuais em um blog. Foi reportagem no New York Times e lançou o livro “O doce veneno do escorpião”. Teve o lampejo de celebridade mas sua história jamais morrerá para quem quiser conhecê-la. Está na internet.
Katilce Miranda, de Volta Redonda, cumpriu Wharol e foi beijada e beijou de verdade Bono Vox durante o show do U2 no Morumbi em São Paulo. O Orkut chegou a um pico de 900 acessos por minuto. Ela sumiu? Nem tanto, acesse o Google e veja que seu nome tem mais de 7000 ocorrências. E. é claro, fotos e fotos do beijo.
Marimoon apresenta o Scrap MTV desde 2008 e em seu site ela mesma se pergunta como chegou à TV: “é tudo culpa da internet! Primeiro, eu fiz parte do Vidalog (um programa tipo blog na TV), em 2006; fui capa da Capricho no mesmo ano. No ano seguinte, fiz campanha pra uma marca de calçados de plástico e, no fim de 2007, me chamaram pra fazer teste de VJ pra comandar o Scrap MTV, em 2008”.
A nutricionista Ruth Lemos bem que gostaria que sua fama gerada pelo “ponto eletrônico” gago fosse apenas de 15 minutos, ou que pelo menos não estivesse na internet.
Em Seoul, uma estudante não limpou a sujeira de seu cão no metrô, e irritada provocou a ira dos passageiros, que fotografaram e inseriram a cena na internet. O assunto correu por toda a Coréia e a “Dog Poop Girl” teve que sair da Universidade e seus minutos de fama ficaram eternizados por reportagens em todo o mundo.
Domingo, Carlos Eduardo da Silva, ombudsman da Folha de São Paulo dá o veredictum final, abrindo a sua coluna com o título: “Quem cai na rede nunca mais sai”. Uma leitora há nove anos, então com 18 anos, deu uma declaração ao ser entrevistada com outros participantes de um precursor dos reality shows. Hoje, nega a veracidade das suas palavras e informa que está sendo prejudicada. Ao clicar no Google o seu nome, aparece em segundo lugar a tal matéria. A solicitação da leitora é para que a reportagem seja retirada, ao que o jornal respondeu :“A Folha não pode retirar de seu arquivo eletrônico reportagens que foram publicadas na edição impressa”.
Eis aí uma questão a ser resolvida.
Enquanto isso vamos usufruir as possibilidades que a democracia da internet disponibilizam. Conhecimento e elegância podem traçar um perfil positivo de cada internauta, transformando-o em personalidade perene.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda, escreve às quartas no Blog do Mílton Jung e tem 62.500 citações no Google.