Paim, o painho dos exportadores

 

Por Carlos Magno Gibrail

Em maio com Dornelles tivemos talvez um dos últimos atos sensatos no Senado, quando brecou a inclusão na MP 449 do crédito prêmio do IPI. Aquela questão envolvendo 288 bilhões de reais. O valor que nunca dantes esteve em discussão neste país, uma montanha de dinheiro.
O STF julgou e indeferiu a matéria. O presidente Lula acompanhou o STF e vetou também.
Agora, no dia 3, Paim certamente se doutorou ao contrabandear para a MP 462, que tratava do Fundo de Participação dos Municípios a medida 14 do crédito – prêmio do IPI. O relator, Jucá, acatou e vai tudo para a Câmara, novamente.

Paulo Paim é um destemido, pois não bastasse o STF e o presidente Lula terem vetado, ainda atropelou todos os princípios, levando para uma MP dos Municípios um assunto tão impertinente quanto temente, como o dos exportadores. Já encerrado e julgado, mas contestado somente pelo lobby dos exportadores, agora claramente assumido pelo nobre senador.

Depois de três artigos sobre estes 288 bilhões, de inúmeras entrevistas do Milton Jung com a Miriam Leitão na radio CBN, afinal de contas raros jornalistas a extensiva e intensamente discutirem o assunto, volto ao tema após receber de um amigo economista, o irretocável texto abaixo:

“Esse fantasma, “mal matado”, vai continuar nos assombrando enquanto o lobby empresarial não conseguir o que pretende: a anistia pura e simples para não só não pagar nada como ainda para receber uns “trocados”.

Foi aprovada no Senado a MP 462 que tratava do Fundo de Participação dos Municípios com 22 penduricalhos, entre os quais, a emenda 14 de autoria do Senador Paulo Paim do PT, sobre o crédito-prêmio do IPI, isentando todas as dívidas referentes a esse crédito indevido, de 100% das multas, 90% dos juros e pagamento do remanescente (leia-se valor histórico sem correção ou com correção mínima) em até 12 vezes ou pelo uso de prejuízos fiscais acumulados.

Isto realmente significa que quem usou indevidamente, R$ 10 milhões em 1995, 1996, etc. e hoje deveria pagar ao fisco cerca de 5 ou 6 vezes esse valor, pagará os mesmos R$ 10 milhões com uma insignificante correção, usando 25% da isenção futura de imposto de renda referente a prejuízos fiscais acumulados. O PAGARÁ é pró-forma, porque o uso do IR referente a prejuízos fiscais acumulados significará colocar no bolso dessa patota, alguns “trocados”.

Duas observações importantes:

Causa espécie o fato de, tanto deputados e senadores do PSDB como do PT, estarem fazendo esforços especiais para provocar a anistia desse débito bilionário na antevéspera de uma eleição majoritária, onde os candidatos gastam os tubos para se elegerem ou se reelegerem. Todos estão tentando garantir o seu quinhão. Caso contrário não haveria essa escandalosa unanimidade em torno dessa anistia. Não esqueça que na 460 foi a líder do PT, Ideli Salvati, a solicitante, no último minuto, para que uma senadora do PSDB Lúcia (não sei de que) introduzisse o penduricalho na MP.

Não tenha dúvidas de que essa isenção vai sair de uma forma ou de outra, ocorram quantos vetos presidenciais ocorrerem. O tamanho das empresas envolvidas no uso indevido desse subsídio é maior do que a força da imprensa ou da vontade do Presidente da República e do Ministro da Fazenda. Essas empresas estão acima do governo e do Supremo Tribunal Federal. É por isso alguns economistas notáveis preferiram ficar do lado delas, em lugar de ficar do lado da Sociedade Brasileira que, como sempre, pagará a conta de uma forma ou de outra.

Não creio que a imprensa esteja interessada em entrar nesse assunto, primeiro porque ele é muito técnico e de difícil compreensão para as pessoas comuns, segundo porque até os partidos de extrema esquerda (leia-se PSTU, PSOL, PCdoB, etc) estão a favor (ou pelo menos não tem denunciado essa barbaridade) e, por último, porque os beneficiados são grandes anunciantes”.

Para manter a coloquialidade e a originalidade da redação feita para comunicação privada, preservo o texto sem citar o autor, ao qual cabe aqui especial agradecimento pela atenção e qualidade de forma e conteúdo somente possíveis em profissional Premium.

Carlos Magno Gibrail, doutor em marketing de moda, que escreve às quartas no Blog do Mílton Jung, não desiste nunca, e não apenas porque é brasileiro.

Ao Belluzzo, sem carinho

 

Por Carlos Magno Gibrail

Como avô e economista, chego à conclusão que os últimos dias não tem sido os melhores para ostentar estas condições.

Sarney (dono do Mar, do Maranhão, do Pará, do Senado e da maior cara de pau) o avô que apóia o nepotismo, Mercadante (economista tratadista da irrevogabilidade) revogou o irrevogável e Belluzzo (economista bom de bola, mas nem tanto de contas) conseguiu errar em 200 bilhões uma conta de 288 bilhões do Mantega, mandou publicar no Globo, mas não assessorou o assessorado Giannetti, que hoje chora os 200 bilhões a pagar e a “quebra dos exportadores”.

Eis aqui a fala de Belluzzo retratada no jornal O GLOBO há dias, antes, portanto do almoço com o Ministro da Fazenda na sexta feira:

“Em abril de 2007, a pedido de um grupo de exportadores – a Belluzzo e Associados Ltda. e a LCA Consultores Associados – realizaram um estudo sobre os valores do Crédito Prêmio de IPI, chegando ao expressivo valor de R$ 69,7 bilhões. Tomando-se em conta uma margem de erro de 20% para cima ou para baixo, este valor pode oscilar entre R$ 55,8 bilhões e R$ 83,7 bilhões.

Chama a atenção particularmente a cornucópia de cifras absurdas apresentadas em editoriais e matérias editorializadas: R$ 288,0 bilhões, nem R$ 208, nem R$ 280, mas R$ 288 bilhões. A unanimidade em torno dos valores do Crédito Prêmio de IPI permaneceu inabalável nas manchetes e artigos que circularam nos últimos dias nas várias cidades brasileiras: R$ 288,0 bilhões. Diante de retumbante unanimidade, deveríamos, no mínimo, destinar um pouco de atenção – e curiosidade, por que não – para a fonte que alimentou nossos formadores de opinião: o terrorismo anti-exportador e anti-nacional”.

O economista sofismou, pois ignorou que os 288 bilhões foram calculados e extensivamente publicados pelo Ministério da Fazenda, o que explica a unanimidade, além de confundir incentivo com subsidio o que gerou o grito do GATT.

É bom lembrar que os exportadores tiveram incentivos de todos os lados: eliminação dos impostos diretos, Befiex, investimentos do BNDES em modernização, empréstimos favorecidos através de ACEs, etc. etc. Foi com esses incentivos que os exportadores contribuíram, em cinco anos, para a formação do maior volume de reservas de nossa história.

Dizer que o não reconhecimento do crédito-prêmio é o mesmo que lutar contra as exportações é uma forma de terrorismo que fica bem em campos de futebol, mas não se justifica em questões técnicas como essa.

O veto do presidente Lula, seguindo a decisão do STF ainda não dá sossego, se atentarmos aos interesses e as armas envolvidas.

Aqui, verdadeiramente, o nosso país nunca antes teve tal montante em risco para pagar.

Como presidente do Palmeiras, o economista deve ter noção do absurdo destes números, pois mesmos os originais calculados por ele, 55, 88 ou os 288bilhões da Fazenda, estão muito distantes dos “modestos” 14 bilhões para a COPA 14.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda, economista, avô, escreve às quartas no Blog do Mílton Jung e ainda assim dá conta do recado.

“É choradeira de exportador”, diz economista

 

Ao vetar artigos de lei que permitia o pagamento do crédito-prêmio do IPI aos exportadores, o presidente Lula fez aumentar o tom das críticas por parte de industriais brasileiros que ainda entendem ter o direito de receber algo que pode variar de R$ 50 bi a R$ 280 bi. No fim de semana, alguns já alegavam que a decisão iria quebrar os exportadores. Nesta manhã, no Jornal da CBN, o presidente da Associação das Empresas para Integração de Mercados, o economista Miguel Alabi, foi taxativo ao dizer que “é choradeira de empresário”. Ele defendeu, porém, a necessidade de se ter regras mais claras e “segurança jurídica” para a atuação no País.

Ouça aqui a entrevista com Miguel Alabi

Neste blog, dedicado ao cidadão e a cidadania, o tema ganhou espaço após a participação do colunista Carlos Magno Gibrail que trouxe o assunto para falar do papel do Senado na discussão de temas nacionais. A falta de espaço para o debate na mídia fez com que continuássemos acompanhando o debate sobre o crédito-prêmio do IPI.

Leia aqui mais posts sobre o assunto:

STF julga negócio de R$ 288 bi

De volta ao Senado

O Senado não é mais aquele …

STF derruba prêmio de R$ 288 bi para exportadores

 

Foi unânime. O Supremo Tribunal Federal entendeu que o crédito-prêmio do IPI, aquela conta de R$ 288 bilhões sobre a qual temos conversado com você aqui no Blog, não existe desde 1990. Portanto, os exportadores não teriam razão de apresentar a “nota fiscal” à sociedade como pretendiam fazer, pois alegavam que o benefício não havia sido extinto até hoje.

A opinião dos ministros do STF pode ajudar o presidente Lula a vetar projeto de lei aprovado no Congresso Nacional, há uma semana, que autoriza a compensação das dívidas de empresas exportadoras com a União com créditos antigos de IPI até 2002.

O Procurador-Geral da Fazenda Nacional Luis Inácio Adams, ao fim da sessão, disse que “a regra fica claramente inconstitucional”, se referindo a projeto de lei. Mas neste ponto não tem apoio de todos os colegas. Caberá ao presidente Lula resistir ao lobby dos exportadores – que perderam muito dinheiro desde o início da crise financeira – ou a pressão da área econômica do Governo.

STF julga negócio de R$ 288 bi

 

O Superior Tribunal Federal começa a julgar hoje ação que pode custar até R$ 288 bilhões para os cofres públicos. No centro da discussão, os exportadores alegam que tem direito a receber o crédito-prêmio do IPI, criado em 1969, para incentivar o setor. O Governo Federal alega que o benefício terminou em 1983. Os exportadores batem pé e dizem que o “prêmio”  prevalece e teriam direito de rever este dinheiro.

O tema foi levantado aqui no Blog, na coluna de Carlos Magno Gibrail, por duas vezes, mostrando o que está em jogo nesta discussão. Recomendo que leia para entender um pouco melhor a questão. Aliás, coloco à disposição entrevistas feitas com o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel e com o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, economista Roberto Giannetti da Fonseca. Eles tem posições completamente opostas.

O STF não deve dar o ponto final nesta quinta, pois temas polêmicos costumam ser alvos de pedidos de vistas pelos ministros, ou seja, eles pedem mais tempo para tomar uma decisão. Ouça as entrevista que fiz no Jornal da CBN e tome partido.

Ouça a entrevista de Everardo Maciel

Ouça entrevista de Roberto Gianetti da Fonseca

Só STF para barrar esqueleto de R$ 288 bi para exportadores

 

O Superior Tribunal Federal pode mandar de volta para a tumba um esqueleto de R$ 288 bi referente a incentivo fiscal reclamado por exportadores desde a década de 80. No dia 12 de agosto, semana que vem, se reúne para decidir se o pagamento é inconstitucional. Os deputados federais repetiram ontem o que os senadores já haviam feito: aprovaram a medida que permite o pagamento desta fortuna. Pagamento feito com dinheiro público, o nosso dinheiro.

Desde o primeiro semestre, o colunista do Blog, Carlos Magno Gibrail, vem alertando para esta conta que seria apresentada ao cidadão brasileiro. Na conversa desta quinta-feira com a Miriam Leitão, no Jornal da CBN, ela lembrou uma das muitas ironias na decisão dos deputados e senadores. Como o pagamento deste incentivo fiscal aos exportadores foi enfiado de contrabando na medida provisória que trata do projeto Minha Casa, Minha Vida, os parlamentares em nome de beneficiar os pobres, autorizaram que os ricos enchessem o bolso de dinheiro.

Miriam chamou atenção ainda para o fato de que o lobby comandado pela Fiesp de Paulo Skaf – que até pouco tempo sonhava em se eleger a um cargo público – foi duro nas últimas semanas, inclusive com assédio aos comentaristas de economia. O Governo, que finge ser contra o pagamento, apoiou a aprovação. O PSDB jogou para a galera dos exportadores. E todos os partidos – ou quase – assinaram embaixo.

Para entender mais sobre o assunto acesse os links abaixo e ouça o comentário da Miriam Leitão:

E o Senado não é mais aquele (Carlos Magno Gibrail)

De volta ao Senado (Carlos Magno Gibrail)

Ouça o comentário “O Esqueleto Levantou” de Miriam Leitão, ao Jornal da CBN

De volta ao Senado

Por Carlos Magno Gibrail

288 bilhões de reais é motivo suficiente para voltar ao tema. É vultoso em valor absoluto ou relativo, convertido em dólar ou libra, em euro ou yen.  Principalmente se considerarmos que este montante, equivalente a mais de 22 programas Bolsa-Família, poderá ser debitado a todos os brasileiros e creditado a uns poucos.

“Por uma manobra articulada pelo próprio governo, a Câmara adiou, ontem, a votação da medida provisória (MP) 460, que reduz impostos do programa “Minha Casa, Minha Vida”. O motivo do impasse é o artigo, incluído pelo Senado, que garante o direito de as empresas aproveitarem créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as exportações até 2002, o chamado “crédito-prêmio de IPI”. O governo não quer a aprovação e avisou que vetará a proposta se ela for aprovada pelos deputados. Até a semana passada, o Ministério da Fazenda confiava na derrubada do texto na Casa, onde a base é maioria”. Cristiane Jungblut e Eliane Oliveira, O GLOBO, 15 de julho.

A  MP 460 é a reedição da MP 449 no que diz respeito ao Crédito Prêmio do IPI. Suas Excelências tentaram introduzir na MP 449 o Refis 3 e os créditos acumulados no caso do IPI que montam a R$ 280 bilhões.

Não deu certo, porque na última hora o relator, senador Francisco Dornelles PP percebeu que o Tesouro teria um rombo bilionário, e retirou a emenda. Agora, as senadoras Ideli Salvatti PT e Lúcia Vânia PSDB  conseguiram contrabandear a mesma emenda para a MP 460, por força do lobby da FIESP e CNI, oferecendo esse brinde de R$ 280 bilhões para empresas como Sadia , Grupo Gerdau, Vale, CSN e outras grandes exportadoras brasileiras.

É importante observar que 80% das exportações brasileiras são feitas por menos de 50 empresas.

No domingo agora, Élio Gaspari, sob o título Bolsa IPI, chamou a atenção pelo fato da oposição no Senado estar apoiando os exportadores:

“A MP onde enfiaram contrabando quase foi aprovada antes do recesso da Câmara. A oposição (repetindo, oposição) fez força para isso, mas a base do governo atrapalhou o jogo. Como os interessados disseram que negociaram a ciranda com o Ministério da Fazenda e viram-se desmentidos numa nota oficial, é provável que o governo se empenhe para derrubar a emenda contrabandeada. Os interessados na Bolsa IPI têm até o dia 13 de agosto para concluir as negociações na Câmara. Depois disso o truque vira pó”.

Na nota, o Ministério da Fazenda diz que o reconhecimento do crédito-prêmio do IPI até 2002 terá como consequência uma corrida aos tribunais por aqueles que não se beneficiaram da medida. A estimativa dos técnicos é que 40% dos exportadores de manufaturados estão nessa situação.

A Fazenda também diz que o projeto viola as regras internacionais,  já que o benefício pode ser interpretado como subsídio. Por isso, é passível de contestação na Organização Mundial do Comércio.

Além disso, a aprovação da MP com a emenda do Senado representa para o governo federal uma confissão de que o benefício não teria sido extinto em 1983 (tese da União) ou em 1990 (tese do Supremo Tribunal Federal): “o que traduzirá em prejuízo evidente para a defesa do Estado perante o Supremo Tribunal Federal”.



Segundo a Receita Federal, a medida representa um risco potencial de R$ 288 bilhões. O ministro Guido Mantega rebateu a declaração do diretor do Departamento de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da FIESP, Roberto Giannetti da Fonseca, de que teria havido acordo para a inclusão da emenda no Senado, pela relatora Lúcia Vânia (PSDB). O acerto teria como objetivo amenizar o rombo para a União. Ela (a emenda) não resolve o problema e é lesiva aos interesses da União. “Esse problema só será resolvido com julgamento pelo Supremo Tribunal Federal”, diz Mantega na nota, sendo contrário à proposta.

E cabe registrar que nesta mesma MP que cuida do programa Minha Casa Minha Vida e do caso do IPI, temos também a questão dos preços diferentes para pagamento com cartão de crédito.

É o reflexo do Senado de hoje, onde a coerência está na incoerência. Para não falar na decência, que ausente, pode dar lugar a indecência.

(Leia, também: O Senado não é mais aquele)

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda, às quartas escreve no Blog do Mílton Jung e todo dia está de olho neles

E o Senado não é mais aquele…

Por Carlos Magno Gibrail

Senado e Câmara na imagem de Rafael Lopes

Palmas para ele!

A cláusula que abordaria a questão do IPI para os exportadores, que os interessados não conseguiram incluir na votação na Câmara dos Deputados, também não teve acolhida no Senado.

É o que nos garantiu a assessoria do relator da Medida Provisória 449, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), na palavra atenciosa de Ana Paula Azevedo Carvalho.

Afinal de contas estariam envolvidas quantias de R$ 250 bilhões ou R$ 53 bilhões de reais, dependendo do lado, isto é, Governo ou FIESP.

Na Câmara, segundo notícias divulgadas, não houve acordo entre os lobbies e deputados, tal o valor exigido.

E a pretensão da FIESP e de grandes empresas interessadas na liberação dos 15% do IPI devido nas exportações, envolve  significativas empresas de Consultoria.

Como se costuma dizer no pugilismo competitivo, pesos pesados.

E influentes, Belluzzo e Associados e LCA Consultores. Nada menos que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, notável no meio econômico, além da proximidade com o Presidente Lula e recém agregada no currículo a presidência da Sociedade Esportiva Palmeiras. Outro notável é o economista Luciano Coutinho, ex-Unicamp, ex-LCA e atual presidente do BNDES.

O Diretor de Comércio Exterior da FIESP Roberto Gianetti, baseado nos estudos da Belluzzo Associados e LCA Consultores, contratadas pela entidade, argumenta que a decisão via STF causará grande prejuízo a União ou acarretará a inviabilização de boa parte do setor exportador. Daí a sugestão de acordo no Congresso utilizando o mecanismo da compensação de créditos-prêmios e outros.

O Senado momentaneamente sob a luz dos refletores refugou o assunto, que melhor será tratá-lo no Executivo, embora sua origem venha de 1983. A União corre o risco de assumir um enorme prejuízo se o Executivo não tomar a rédea da negociação, evitando levar ao Poder Judiciário a decisão, ou deixar para os lobistas atuantes na Câmara, que é para onde volta a MPV 449. Além da obrigação de precaver-se da interferência dos “de casa” principalmente os consultores aparentes e ocultos.

Deixar o tempo passar só irá piorar a situação. Rapidez e transparência são ingredientes fundamentais para uma solução justa, neste que é:

“O maior encontro de contas feito na história do país”, de acordo com o próprio Gianetti.

Curioso é que tal quantia em pauta não tivesse cobertura na mídia após a votação no Senado. Não encontrei nenhuma reportagem que trouxesse esta informação da não inclusão na  MPV 449 do caso dos R$ 250 bilhões ou R$ 53 bilhões. Banalizamos os bilhões?

Mas, se a imprensa não informou você pode contatar diretamente o Senado Federal e surpreender-se da facilidade de comunicação e atenção que irá receber. O Senado é 0800 612211; o gabinete do relator, Senador Francisco Dornelles é 61 33034229. Mais fácil que falar com qualquer empresa privada ou prestadora de serviço. E, não há maquinas, apenas pessoas.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e às quartas escreve no Blog do Milton Jung sem nunca perder a noção de quanto vale 1 bilhão

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