Conte Sua História de SP: a casa da Avenida Brasil

 

No Conte Sua História de São Paulo, o depoimento de Ana Maria Mato Nardelli, gravado pelo Museu da Pessoa. Ana Maria chegou da Itália com 17 anos, ao lado da irmão e da mãe. O pai, comerciante bem sucedido, viaja muito ao Brasil, para fazer negócios. Lá no início da década de 1950, mandou buscar a família. Havia decidido morar de vez por aqui. Foram todos para uma casa alugada na Avenida Brasil com a Rebouças. Ana Maria conta que naquela época, as avenidas eram largas; as distâncias, enormes; e, apesar dos edifícios do Centro e a arquitetura francesa, boa parte da cidade ainda parecia selvagem. O clima de São Paulo também era bem diferente dos tempos atuais: mais úmido e frio, o que a fazia lembrar da Itália.

 

Ouça a história de Ana Nardelli, que foi ao ar na rádio CBN, sonorizada pelo Cláudio Antonio:

 

 

Conte você também mais um capítulo da nossa cidade. Escreva um texto para milton@cbn.com.br ou agende uma entrevista em áudio e vídeo pelo e-mail contesuahistoria@museudapessoa.net.

Milão: curadoria de moda

 

Por Dora Estevam

 

As passarelas da semana de moda de Milão – MFW – vieram cheias de estilo: cabelos moicanos, cabelos molhados, bolsas de bichos peludos, chapéus de cavalaria … Um calendário de desfiles que teve início no dia 20 e segue até 26 de fevereiro. As coleções apresentadas se referem as tendências de outono inverno 2013/14. As marcas Made in Italy garantem o sucesso do espetáculo: Gucci, Prada, Roberto Cavalli, Dolce & Gabanna, Versace, Giorgio Armani, além de estilistas novatos.

 

Como são muitas marcas e vários dias, fiz uma curadoria das marcas que desfilaram e separei para você o que eu achei de mais interessante. Gosto de colocar fotos tanto do desfile quanto dos bastidores, igualmente interessantes.

 

A Prada desfilou na tarde da quinta-feira (21/02), foi transmitido ao vivo pelo site e muitos puderam acompanhar ao vivo. O cenário foi bem parecido com o do desfile de inverno da marca masculina, e o gato veio no encerramento. As manequins apareceram com os cabelos molhados, que já é tendência, exibiram muitas saias, cinturas marcadas por diversos modelos de cintos, ora finhinhos, ora mais largos, em tons de prata, dourado e preto. Trouxeram as bolsas em couro e em estampa Vichy, que também apareceu na roupa. A trilha musical veio intercalada com Whispers, fade To grey de Visage e Des Orages Pour La Nuit, Gabriel Yared. Cabelos molhados e escorridos, Lindo!

De moda, cabelo e make a Fendi entende. O estilista da marca Karl Lagerfeld se inspirou nos Astecas para desenvolver a coleção de inverno. É da Fendi que vieram as bolsas peludinhas com bichos engraçadinhos e fofos, os listrados coloridos misturados aos tons mais escuros. O que o estilista mostrou foi uma mulher guerreira, urbana e contemporânea. Fendi reinterpreta o uso da pele através da fabricação da alta tecnologia e do artesanato, promovendo um estilo feminino dominador, quase tribal, dominador, animal. As saias e os vestidos em peles vieram acima dos joelhos. As calças no tornozelo. Na cartela de cores o bege, rosa cinza, preto, branco, rosa fluor, azul elétrico, marrom e roxo. Os materiais sofisticados como seda, couro, cashmere, vison, raposa, lantejoulas, cetim etc. A silhueta bem feminina e anatômica contrasta com as formas geométricas e arquitetônicas. As bolsas apareceram ora em couro ora decoradas com brilhos e franjas, as botas de amarrar com saltos espelhados e forradas com pele. Os cabelos moicanos e os óculos de sol bem ao estilo punk, cheios de atitude.

A passarela é sem dúvida o lugar de destaque onde conseguimos ver todos os modelos apresentados, um a um, da maneira que o estilista pensou a coleção. Porém, é nos bastidores que acontece toda a correria para os desfiles. Maquiadores com seus pincéis, modelos à espera do grande momento. Uma horinha que os fotógrafos de moda estão se especializando cada vez mais para registrar estes momentos. As modelos também, muitas colocam as fotos no Instagram e são mil vezes curtidas. Vamos ver algumas meninas nos bastidores do desfile da Fendi, já que acbamos de ver as fotos delas prontas na passarela.

E o que dizer da coleção da Versace? Feminina e sexy. As inúmeras combinações com as cores preto, branco e amarelo. As saias curtas esilhuetas ajustadas, sexys. As botas e pelos, glamour. Misturas

A marca Italiana Moschino trouxe para a passarela toda a referência londrina, paixão da estilista. As produções pareciam uniformes escolares da escola britânica escocesa. Uma coleção jovem, porém, com pitadas clássicas as quais remetem as insígnias nas roupas. Detalhe para os chapéus de cavalaria e os enormes brincos dourados, lindos!

A Dsquared2 veio cheia de androginia, elegante. Hora as meninas apareciam vestidas com terninhos masculinos, ora bem femininas com vestidos em seda fluido e silhueta ajustada ao corpo. Pelos, chapéus, sandálias com meias, lenços, gravatas borboletas, teve de tudo.

E o eleito para acabar este post foi o vídeo da Style.com que mostra a passarela, os comentários dos editores das principais revistas do mundo e a linha de frente. Enfim, a elegância da mulher italiana.

Dora Estevam é jornalista e escreve sobre moda e estilo de vida no Blog do Mílton Jung, aos sábados.

Conte Sua História de SP: E nasce uma família na cidade

 

Do livro Conte Sua História de São Paulo (Editora Globo), reproduzo aqui o texto da ouvinte-internauta Luciana Gerbovi. “E nasce uma família na cidade” descreve como a família dela se encontrou na capital paulista:

 

Ouça aqui o texto sonorizado pelo Cláudio Antonio que foi ao ar nesse sábado, no CBN São Paulo

 

Foi São Paulo quem recebeu, em 1925, meu bisavô nascido e criado na antiga Iuguslávia. Por amos à família, à vida e à paz, saiu da cidade de Vela Luka carregando consido a esposa, um filho e três filhas, uma das quais se tornaria minha avó.

 

Foi São Paulo quem recebeu, anos depois, um adolescente também nascido na antiga Iuguslávia, que mais tarde se tornaria meu avô.

 

Foi São Paulo o lugar em que os então jovens iugoslavos se conheceram, casaram e tiveram três filhos, um dos quais seria meu pai.

 

Muitos anos antes daquele 1925 marcado pela chegada de meu bisavô, foi São Paulo quem recebeu meus trisavós, saídos da Itália e da Espanha, que aqui casaram e tiveram filhos e netor. Esses netos de espanhóis e italianos aqui se conheceram e tiveram seus filhos. A menina um dia seria minha mãe.

 

Foi em São Paulo, já na década de 1960, durante um trajeto de ônibus, que o jovem filho de iuguslavos e a jovem neta de espanhóis e italianos se encontraram, se apaixonaram e, a partir de então, protagonizam uma das mais belas histórias de amor e de respeito que conheço.

 

Foi também em São Paulo que esse casal teve sua primeira filha: eu.

 

Ainda que a vida profissional de meu paiu tenha me levado a passar a infância e a adolescência no interior do Estado, nunca deixei de estar em São Paulo: aqui mora toda a parte brasileira da história de nossas famílias.

 

Foi São Paulo quem me acolheu para os estudos de nível superior, onde encontrei grandes amigos e conheci o meu amor. É aqui que rpetendo ter e criar meus próprios filhos.

 

Foi, é e sempre será São Paulo

Look Milão, estilistas italianos

 

Por Dora Estevam

 

O mundo da moda está sempre pronto para oferecer novidades e surpresas para todos. O calendário da vez mostra a semana de moda italiana: Settimana della moda milanese. Desfiles diariamente de 19 a 25 de setembro, com tudo o que a moda tem de direito. A capital da moda, como é conhecida Milão, vem apresentando os desfiles dos estilistas italianos: Gucci, Prada, Roberto Cavalli, Dolce & Gabana, Versace e Giorgio Armani, ou seja, os grandes estilistas.

 


Acesse aqui para ver o line up completo da semana

 

Vamos ver algumas reproduções de quem já passou por lá para saber o que eles mostraram.

 

A começar pela marca Just Cavalli que está inaugurando a flagshipstyore em grande estilo com Deejay e muita sofisticação. A marca trouxe para esta estação (primavera-verão 2013) modelos de jaquetas e calças nos estilos funky, rock e techno, bem misturado mesmo. Embora aparente casualidade nos estilos os modelos são muito sofisticados.

 

 

A coleção da Etro foi inspirada nas pinturas orientais que a estilista Victoria Etro viu no Museu Reina Sofia de Madrid. Fauna, flora e romantismo declaram o espírito da marca nesta temporada.

 

 

Vamos curtir as maravilhas da coleção Versace. Quero todos, já! Uma coleção sexy e super feminina, nenhuma mulher poderá resistir.

 

 

Cheia de grafismos, estampas e florais chegou a coleção Moschino. Além do coloridão, batom vermelho, carregada nos acesórios prata nos olhos…cara de anos 60.

 

 

O pessoal da primeira fila encara as  lentes dos fotógrafos que querem mostrar ao mundo quem pode na moda. Celebridades, editores de grandes revistas como Vogue, Elle, Grazia..entre outras. É a turma do frontroll: Karine Roitfeld, Brian Boy, Anna Dello Russo.

 

 

Se nas passarelas é assim, quem vai assistir também não deixa por menos, os fashionistas, esditores e fotógrafos que circulam pelas ruas e corredores tchamam a atenção, street style Milan.

 

 

É isso, show de moda para vocês, beijos e até a próxima.

 

Dora Estevam é jornalista e escreve sobre moda e estilo de vida no Blog do Mílton Jung

Em família, pedalando na natureza de La Feniglia

 

Bicicleta em Ansedonia

 

Pedalar é uma das melhores maneiras de conhecer uma região, sendo assim não podia rejeitar o convite da família assim que cheguei a Ansedonia. Perto da casa onde estou aproveitando as férias, é possível alugar bicicletas a € 6 e andar o dia inteiro, a única obrigação é estar de volta antes das oito da noite, caso contrário você vai ter de ouvir poucas e boas do dono do negócio, que, por sinal, arrisca algumas palavras (e palavrões) em português, fruto do casamento com uma brasileira. Eles haviam descoberto o passeio alguns dias antes e não viam hora de me apresentar o programa que, sabiam bem, iria me agradar em cheio.

 

Antes de seguir em frente nesta história, dadas as imagens que tenho acompanhado da campanha eleitoral em São Paulo, considero ser importante o alerta aos raros e caros leitores do blog que, apesar de aparecer em fotos com uma bicicleta, não me lançarei candidato a prefeitura nem a vereador.

 

Dito isto, vamos as minhas pedaladas.

 

Pedalando em la Feniglia

 

Logo no primeiro dia de descanso éramos cinco embarcando em quatro bicicletas, lógico que o carona sobrou para mim, supostamente o mais bem preparado para pedalar em longa distância, já que a maioria dos meus companheiros de viagem não se atreve a “bicicletiar” quando está em São Paulo. O caminho sugerido não poderia ser mais inspirador, uma trilha de seis a oito quilômetros nas dunas de La Feniglia, uma reserva florestal que liga Ansedonia a Monte Argentario, tomada de pinheiros mediterrânicos que amenizam o intenso calor desta época do ano. Ao contrário do que se poderia imaginar, o terreno é firme e com subidas amenas, o que me permitiu percorrê-lo com tranquilidade, apesar do peso do meu carona. O trajeto segue em paralelo a praia e a cada um quilômetro você tem o acesso ao mar lhe convidando para uma parada. A trilha sonora, composta por uma enormidade de cigarras, embala cada pedalada. E a copa das árvores se encontrando criam a sensação de um extenso túnel verde com sombra e ar agradável.

 

Bicicleta na praia

 

Das muitas coisas legais neste caminho é saber que a qualquer momento você pode descansar na beira do mar. Antes de entrar na praia você encontra locais apropriados para estacionar as bicicletas, apesar de a maioria das pessoas preferir deixá-las o mais próximo possível das barracas. E são muitas as famílias que usam a bicicleta para chegar ao local, apesar de haver estacionamentos para carros nas duas pontas, do lado de Ansedonia e de Monte Argentario. Muitos combinam os dois tipos de transporte. Nossa intenção não era ficar na praia, portanto fizemos apenas um pit stop, entramos no mar, nos refrescamos e logo retornamos às bicicletas. É possível pedalar até o lado de trás desta faixa de areia de onde se consegue ver a cidade de Orbetello e o lago que a cerca e, se tiver fôlego, seguir em frente para cruzar por um santuário de pássaros. Um dos poucos obstáculos foi uma cobra que cruzou nosso caminho, que parecia bem mais assustada do que todos nós.

 

Orbetello

 

Desta vez, decidimos não entrar em Monte Argentário e retornamos pelo mesmo caminho, assim que avistamos a saída de La Feniglia. Em todo passeio encontramos famílias pedalando, muitas transportando sacolas, barracas e outros penduricalhos típicos de quem pretende ficar o dia à beira mar. E o dia merecia este descanso. Nós estávamos entusiasmados demais para pararmos por muito tempo em qualquer lugar, queríamos mesmo era pedalar e aproveitar toda a paisagem. E o fizemos com muito prazer.

Avalanche Tricolor: Com o Grêmio, onde eu estiver

 

Cruzeiro 1 x 3 Grêmio
Brasileiro – Belo Horizonte (MG)

 

 

O mar Tirreno desenhado pelas praias de La Feniglia mais a direita e o Monte Argentario ao fundo compuseram o cenário de onde assisti à partida desse domingo. Cinco horas a frente, quando o jogo se iniciava em Minas Gerais já deveria ser noite na Itália, mas em Ansedonia, cidade pequena ao sul da Toscana, o sol teima em permanecer no céu até pelo menos às nove horas e, em boa parte do primeiro tempo, o colorido provocado por seus raios no horizonte dividiu minhas atenções com o ótimo desempenho da equipe tricolor. A região onde estou ganhou espaço no noticiário internacional devido a barbeiragem do comandante Schettino que tombou o Costa Concórdia e matou 30 pessoas, local que virou atração turística que, confesso, não me interessei a visitar, pois são tantos os lugares históricos e bonitos nas redondezas que não me entusiasmaria com a desgraça alheia.

 

Para ter as imagens do Grêmio, em continente tão distante, me beneficie de um equipamento eletrônico que havia comprado na última viagem aos Estados Unidos. Com o SlingBox, uma pequena caixa preta que se conecta no modem da TV a cabo e na internet de casa, consigo acessar as imagens da minha televisão em qualquer ponto do planeta usando um celular, um tablet ou um computador. Com o aplicativo SlingPlayer devidamente instalado e uma conexão wi-fi à disposição, foi muito simples ver o jogo desse domingo. O equipamento não exige nenhum conhecimento muito apurado, é simples de ser ligado e acessado, basta ter as peças certas colocadas nos lugares certos – um pouco daquilo do que se viu na partida de domingo.

 

A escalação de Luxemburgo não teve invenção. Wesley e Gilberto Silva são os dois melhores zagueiros à disposição. Tony na ala direita se revelando cada vez mais competente e habilidoso para chegar na linha de fundo e Pará, na esquerda, como melhor opção que se tem até o momento. Os volantes Fernando e Souza são especiais, seja pela forma como marcam seus adversário seja pela tranquilidade com que saem jogando, coisa rara para gente da posição. Zé Roberto e Elano têm experiência, sendo que o primeiro é muito superior a maioria dos que estão jogando por aqui e o segundo, se estiver concentrado no futebol, pode fazer diferença. No ataque, Kleber e Marcelo Moreno. Não quero dizer que esta é a melhor escalação do Campeonato Brasileiro, mas, com certeza, é a melhor que o Grêmio tem para este campenato e, portanto, é com esta que devemos seguir em frente.

 

Nem mesmo a falta de um zagueiro na maior parte do jogo, provocada por mais um erro do árbitro, desequilibrou o Grêmio, que preferiu passar a bola e mantê-la em seu domínio a sorteá-la com chutões para o alto, como costumava fazer. De diferente em relação as demais partidas, o fato de que a posse de bola resultou em chutes a gol e, não por acaso, levou os dois atacantes a voltar a marcar.

 

O domingo me proporcionou duplo prazer. Além de aproveitar as praias e as incríveis paisagens desta região da Itália, pude apreciar o melhor desempenho do Grêmio neste ano. As férias vão terminar em breve. Que o futebol gremista se repita até o fim desta temporada !

Fim de férias

 

16 de julho, sexta-feira. Está lá na agenda. Dia de voltar ao trabalho.

Tive ‘meias’ férias este ano. Mas com cara de férias inteiras. Ao lado da família, reforcei laços, confirmei prazeres e, imagino, consegui transmitir a esta a necessidade que tenho de sempre estar ao lado dela.

Um dos momentos mágicos destes dias de descanso era o início de noite com o olhar voltado para o Mediterrâneo. Compartilho com você, caro e raro leitor deste blog, um desses instantes que encontrei na visita a Toscana.

Do lado de cá, Orbetello, que faz parte de um conjunto de pequenas cidades, desenhadas pelo mar, na região de Argentario. Do lado de lá, o sol.

Retomo nossa conversa nesta sexta-feira, no CBN SP e aqui no Blog. Até lá.

São Paulo quer experiência italiana contra Cracolândia

Imagem publicada no site do IBGF sobre a comunidade de San Patrignano

Imagem publicada no site do IBGF sobre a comunidade de San Patrignano

Os inúmeros programas de revitalização desenhados, prometidos e, em alguns casos, aprovados na Câmara Municipal não foram suficientes para resolver um sério problema social na região central de São Paulo. A Cracolândia, que chegou a ser rebatizada Nova Luz, segue firme e forte a causar riscos à população, expor crianças abandonadas, proporcionar mercado a traficantes e constranger o poder público. Conhecer a experiência da Comunidade Terapêutica San Patrignano, em Rimini, na Itália, é o próximo passo da prefeitura que, em carta enviada à organização, propõe um trabalho de parceria.

Foi uma entrevista do presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falconi Walter Maierovitch à Fabíola Cidral, no CBN São Paulo, há uma semana, que motivou o prefeito Gilberto Kassab (DEM) a envolver o secretário de Controle Urbano Orlando de Almeida em conversa com dirigentes da comunidade que abriga cerca de 1.800 pacientes. O trabalho lá desenvolvido é recomendado pela União Europeia e ONU, mas desconhecido pelas autoridades paulistanas até então.

As informações também estão na internet, no site da sociedade, podem ser encontradas na Wikipedia, e em relatório da Organização das Nações Unidas.

Maierovitch, com quem tive o prazer de ‘bater bola’ em comentário na CBN, é dos grandes estudiosos em combate ao crime organizado, tráfico de drogas e atuação mafiosa. Quem acredita realmente que estes são temas importantes tem obrigação de consultar o site do Instituto Brasileiro Giovanni Falconi com frequência. Em 2006, por exemplo, abriu um dos seus artigos com o pensamento que resume a filosofia que impera na Comunidade Terapêutica San Patrignano: “Drogados irrecuperáveis não existem, mas também não existem drogas não danosas”. O restante sugiro que você leia por lá e aproveite para colocar o endereço do IBGF e do Blog Sem fronteiras , também assinado por ele, entre seus favoritos.

Caso Battisti: Carta aos Brasileiros

A decisão do governo brasileiro de impedir a extradição de Cesare Battisti tem provocado uma série de reações na Itália e uma troca de cartas há muito não vista. Os escrivinhadores não poupam tinta para demonstrar a indignação italiana com as justificativas do ministro da Justiça Tarso Genro. Mensagens já foram enviadas ao presidente Lula e ao Congresso Nacional.

Nesta sexta-feira 23, conversei com o presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falconi Walter Maierovitch que tem acompanhado esta perrenha e, como poucos, tem conhecimento do processo que levou à condenação de Battisti, na Itália. Maierovitch acabara de escrever texto sobre o tema no qual incluio a “Carta aos brasileiros”, escrita pelo magistrado Armando Spataro.

Publico aqui trecho do texto de Maierovitch com alguns comentários seus no qual destaca mais esta missiva gerada pelo entendimento de Tarso Genro de que Cesare Battisti é um perseguido político e não assassinado, como entendeu a corte italiana:

“No Brasil, o assassinato ao bom Direito e as distorções dos fatos levaram o magistrado Armando Spataro, responsável pela Coordenação do Departamento de Repressão ao Terrorismo, enviar uma nota aos cidadãos brasileiros, que passo a reproduzir (tradução livre) e a endosso:–1. “É difícil para os italianos, efetivamente, compreender como a um tal  assassino desse quilate (Cesare Battisti) possa-se conceder abrigo político. É oportuno partir dos fatos para desmentir argumentos frequentemente utilizados por Battisti e pelos seus “amigos”.–2. “Battisti não é um extremista (revolucionário) perseguido na Itália pelas suas idéias políticas. Ele é um criminoso comum que cometia roubos para o fim de obter lucro pessoal.Battisti se politizou no cárcere. Assim, ingressou numa organização terrorista que cometeu crimes de assassinatos e lesões corporais

Battisti foi preso em junho de 1979, junto com vários cúmplices, numa célula terrorista de Milão, onde foram apreendidas metralhadoras, pistolas, fuzis e documentos falsos”.

–3. “Battisti foi condenado à prisão perpétua ( Nota do blog: o prazo de cumprimento da pena na Itália, como no Brasil, não pode ultrapassar 30 anos) “ por crimes graves, entre eles quatro homicídios.

Em dois dos homicídios ( do cabo Antonio Santoro em Udine, 6/6/1978 e do policial Andréa Campagna (Milão, em 19/4/ 1979), Battisti disparou contra as vítimas (executor matreial dos crimes).

No terceiro homicídio (Lino Sabbadin, açougueiro, morto na cidade de Mestre, em 16/2/1979) teve o papel de ficar vigiando e dando cobertura, em auxílio dos executores materiais.

O quarto assasssinato, de Pierluigi Torregiani, joalheiro em Milão e consumado em 16/2/1979, Battisti participou da decisão de matá-lo e foi o organizador da expedição assassina.

Gostaria de solicitar e saber do ministro brasileiro da Justiça quais motivações políticas ele vê nos homicídios de um joalheiro e de um açougueiro, ambos “justiçados” por terem reagido (reagiram ao assalto que eles tinham sofrido). Também perguntar ao mesmo com relação ao policial e ao cabo (Nota do blog: cabo carabineiro = a membro da nossa policia militar).

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