Miss Indígena revela beleza e cobiça que causam ciúmes nas tribos

 

 

O concurso Miss Brasil Indígena, que será realizado em Brasília, tem sido a oportunidade para a apresentação da beleza das índias brasileiras e, ao mesmo tempo, para se descobrir como elas têm sido cobiçadas por homens que não fazem parte das populações indígenas. Devanir Amâncio, sempre atento ao comportamento humano, que por muito tempo colabora com suas histórias neste blog, conta que muitas dessas moças não se casam com índios mas seus maridos acabam vivendo nas aldeias, o que estaria aumentando à população de homens brancos nestes locais:

 

“Muitas delas nem sempre se casam com índios, mas com juruás ou brancos. Aumenta o número de brancos nas aldeias de São Paulo. Só são aceitos na Casa de Reza depois que ‘assimilam’ a cultura e comportamento dos índios. Há quem até se finge de índio para se casar mais rápido. Quando não são aceitos, roubam a índia de madrugada.

 

“Preteridos por belas índias, índios enciumados acusam os juruás de exploração do sentimento e busca de vida fácil nas comunidades indígenas. Muitos se encostam mesmo… a ponto de brigar com o governo por mais dinheiro, segundo um índio adolescente da favela indígena do Jaraguá, Zona Norte, São Paulo. “Alguns juruás se dão ao luxo de ter amantes brancas”, comenta Pedro, filho do cacique. A maioria se casa vivendo numa acomodação total na aldeia – desfrutando, sem esforço, de todos os direitos indígenas, critica um ex-cacique. Faz questão de lembrar que não são todos malintencionados”.

 

O concurso que está sendo divulgado por Olívio Jekupé, da aldeia Krukutu, em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, e Carlos Alberto Dias, da Fundação Nacional do Índio, será no dia 14 de setembro, em Brasília. Desde já, muitas das concorrentes desfilam no perfil do Facebook de ambos.

Eles querem as gordinhas

 

Por Dora Estevam

Fluvia Lacerda

O frio chegou, assim como a Copa. E a fome também. Há quem brigue com a balança achando que está quebrada, que tem algum engano. Também pudera – não sei você, mas eu não paro de comer. E isso que o Brasil ainda não jogou.

Não pensa que esqueci das festas Juninas. Pelo menos duas são obrigatórias. Para quem gosta de comida típica como eu, impossível fugir delas.

E tem também os desfiles da SPFW – edição que apresenta a coleção de verão 2011. E volta o assunto das modelos magras. Mas sempre foram. E vai coleção, vem coleção o assunto é sempre o mesmo. Uma campanha aqui, outra ali, e continua tudo igual. Verdadeiros cabides.

Calma, não estou querendo dizer que deveria ser diferente nem criticando o fato de não ser como elas (nem de longe… ) também não posso dizer que tem que ser assim mesmo porque senão as gordinhas vão me matar.

Tá ! Por falar nelas, agora muito, mas muito mesmo, em moda são as modelos Pluz Size (modelo GG) garotas de bem com a vida e lindas. A novidade este ano é que o evento que organiza o Miss Brasil (normalmente, Miss Magrinha) agora também seleciona Miss Brasil GG. Legal, né!

A garota precisa seguir alguns pré-requisitos, nada complicado: primeiramente, é claro, ser G ou maior que G; ser solteira, não pode nem morar junto (põe o namorado pra correr); nunca ter posado nua, nem mostrado o seio em foto (ufa!) nem ter feito filme pornô; e ser muito alegre, simpática, ter boa postura, estar com a saúde em forma e a educação, também.

Bem, se você conhece alguém que se enquadra nestes requisitos e gostaria de ser Miss, vale a pena tentar. É só clicar www.misssaopaulo.com.br.

Fluvia LacerdaUm caso muito conhecido de modelo nesta categoria é o da brasileira Fluvia Lacerda, 29 anos,13 anos em Nova York. Pode-se dizer que a moça revolucionou o mercado GG no Brasil. Voltou para renovar o conceito das confecções com relação aos tamanhos grandes e também deu um empurrão nas modelos gordas que na opinião dela eram desvalorizadas e mal pagas.

Tem mercado para todo mundo, ninguém fica de fora nem a barriguinha proveniente da comilança, efeito Copa, Festa Junina, desfiles, e etc.

O interessante é que a roupa exerce um poder nas pessoas sem que elas percebam. Mesmo que diga que não liga pra estas coisas, acaba caindo em contradição quando vai às compras porque a peça que está em casa está fora de moda ou está velha. É sempre assim.

Eu conheci gordinhas lindas e super bem vestidas, meninas que se produzem com peças da moda e ficam charmosas. Assim como outras que nem ligam para a moda e dão graças a Deus por ter um camisão bem largo para se esconder dentro dele. Também conheço magras que são verdadeiras cafonas e outras que são chiquérrimas. Tudo é uma questão de gosto e estilo da pessoa.

Agora, é muito comum ouvir as grávidas, as gordas e as pessoas com deficiência reclamarem que nunca tem roupa para eles. É verdade. Vergonha mesmo é o Brasil com tantos talentos de estilistas não ter um sequer que faça a moda voltada para estes segmentos. Assim como o pessoal do Miss Brasil deu o primeiro passo quem sabe o Paulo Borges, diretor do SPFW, não segue o caminho e convide estilistas com propostas para este mercado desfilarem na próxima edição.

Deixa de bobagem, Miss tem de ser bela

O escracho ganhou novo combustível com mais uma edição do concurso Miss Brasil. Programas de humor deitaram e rolaram nas meninas que representam seus Estados. Na internet, a tentativa de uma candidata a Missa Santa Catarina responder a uma pergunta sobre a relação dos Estados Unidos com o aquecimento global está bombando.A pergunta foi tosca e mais enrolada do que as de jornalistas-convidados do Roda Viva (ops, eu já fui convidado). A moça nitidamente não entendeu o que o âncora do desfile queria saber. Ela estava muito mais preocupada em colocar a mostra todos seus dentes em meio a uma boca exageradamente marcada pelo batom vermelho. Precisava manter a coluna ereta para que o bumbum empinasse para trás enquanto os seios se apresentavam ao público. O olhar mirava o corpo de jurados freneticamente. Fora o esforço para equilibrar o penteado feito por algum cabeleireiro de plantão.

Travada, desesperada, sem perder a pose, a menina gaguejou uma, duas, três vezes até o apresentador tirar-lhe o microfone e pedir uma salva de palmas sei lá ao quê.

Inventaram anos atrás que as candidatas a Miss deveriam derrubar o estigma de que mulher bonita é burra. Burro daqueles que imaginam que isto é uma regra. Uma coisa não elimina a outra nem a outra elimina a coisa.

Nos concursos, em especial o Miss Brasil, deixaram de lado o questionário be-a-bá:

Qual o livro preferido ?
O Pequeno Príncipe.
Um ídolo ?
Jesus Cristo.
Uma mulher ?
Minha mãe.
Uma mensagem ?
Pela paz mundial.

Perguntas supostamente mais bem elaboradas passaram a ser feitas às meninas que tiveram de decorar uma série de lugares-comum para atender a expectativa dos organizadores. Ou dos chatos que assistem a estes concursos e esperam ver na passarela candidatas a uma vaga na USP. Deve ser algum fetiche.

As mães das misses, coitadas, passam a véspera do concurso obrigando as filhinhas a fazerem a lição de casa enquanto provam o vestido, acertam o cabelo, discutem a maquiagem e reclamam da dor no dedo causada pelo sapato de salto muito alto.

Das muitas asneiras que assolam o país, a tentativa de transformar aquelas belas mulheres em supostas intelectuais é apenas mais uma. Por que diabos devem saber como combater o desmatamento na Amazônia se nem o governo o sabe ? Por que raios são obrigadas a responder sobre o combate a fome se não é a carne delas que vai resolver o problema das criancinhas pobres ? Por que, diga-me Deus, queremos que entendam de economia global se sequer os economistas entenderam por que o mundo quase acabou dia desses ? Por que não exigir delas a única coisa que se espera que elas sejam: belas, formosas e volumosas ?

Fizeram do concurso de beleza uma tortura para quem concorre e para quem apenas aprecia. Um desfile de constrangimento.