Mundo Corporativo: participação feminina cresceu quase 500% em 13 anos no programa

Kátia Regina, da Nestlé, foi uma das mulheres entrevistadas Foto: Priscila Gubiotti

No sábado (01.02), o Mundo Corporativo estará de volta com entrevistas inéditas, marcando a abertura da temporada 2025. Ainda nesta semana, retomo as gravações para este que é o mais longevo programa de rádio sobre carreiras, gestão, liderança, empresas e empreendedorismo. No ar há 23 anos, sendo os últimos 14 sob minha direção, já conduzi mais de 600 entrevistas — por minha conta e risco, e, claro, sob a supervisão do jornalismo da CBN. Nesse período, conversei com CEOs, empreendedores, criadores e consultores, acompanhando as transformações do mundo corporativo.

Nosso objetivo sempre foi refletir as mudanças nas organizações, trazendo os temas mais relevantes para o mercado de trabalho. Entre eles, a crescente participação feminina e a importância da diversidade e equidade nas empresas. 

Mas foi apenas em 2019 que me dei conta de que o Mundo Corporativo ainda não refletia, na prática, as transformações que discutíamos no programa. Até então, a maioria dos entrevistados eram homens brancos, o que espelhava a realidade das empresas: um mercado dominado por lideranças masculinas.

Identificada a desigualdade, busquei entender suas causas. Como programa tem relevância, recebemos muitas sugestões de entrevistas, com profissionais altamente qualificados. No entanto, uma conta simples mostrava que, a cada dez indicações, oito eram de homens e apenas duas de mulheres. Era com base nesse elenco que fazíamos nossas escolhas. Ou seja, a lista era enviesada.

Diante disso, decidimos agir. Se as empresas e agências de comunicação ainda não nos conectavam com as CEOs, empresárias, empreendedoras, conselheiras e consultoras, nós iríamos buscá-las.

Hoje, quando temos um tema que nos interessa e a escolha for entre um homem e uma mulher, optamos pela mulher. Jamais abriremos mão da excelência. Jamais. Porém, por muitos anos, os homens foram os privilegiados nessa escolha.

A partir daquela decisão, o Mundo Corporativo começou a mudar. E os números mostram a transformação.  

Em 2019, entre os entrevistados, 35 eram homens e apenas 8 mulheres — um desequilíbrio de 81% contra 19%. 

Em 2020, a mudança começou: 30 homens e 14 mulheres (68% a 32%). 

O avanço mais expressivo ocorreu em 2023, quando as mulheres superaram os homens pela primeira vez: 24 entrevistadas contra 21 entrevistados, uma inversão da tendência anterior, com 53% de participação feminina. 

Em 2024, o equilíbrio se manteve: fechamos 29 entrevistas com mulheres e 26 com homens (52,7% a 47,3%).

Essa evolução reflete um esforço contínuo para ampliar a representatividade e enriquecer o debate corporativo. Desde que assumi a apresentação do programa, em 2011, a presença feminina cresceu 480%. 

Ao mesmo tempo que comemoro o resultado com toda a equipe de produção do Mundo Corporativo, é preciso reforçar: essa mudança não é um favor às mulheres. Tampouco uma concessão. É uma correção de rota. Transformações como essa só acontecem quando reconhecemos nossos vieses e nos propomos a agir. 

E a diversidade não pode se limitar ao gênero. É preciso ampliar ainda mais esse olhar, promovendo maior inclusão racial e étnica para que o espaço seja verdadeiramente plural — onde talento e competência definam quem ocupa cada posição. 

Não por acaso, a entrevista que marca o início da temporada 2025 será com Carlos Humberto, CEO da Diaspora.black, empresa que desenvolve o afroturismo e incentiva a incorporação da diversidade e inclusão no ambiente corporativo. Um tema que se torna cada vez mais urgente para atender às demandas das novas gerações.

 Dez Por Cento Mais: mulheres desafiando montanhas e reinventando destinos 

Imagem de divulgação

No coração das montanhas, mulheres encontram não apenas trilhas íngremes e paisagens deslumbrantes, mas também uma jornada de autodescoberta e transformação. No Dez Por Cento Mais, Kellyns Cristina, Anna Gonçalves e Amanda Alvernaz revelam como o montanhismo vai além de uma atividade física, tornando-se um poderoso caminho para o empoderamento feminino e o crescimento pessoal Na entrevista a Abigail Costa e Simone Domingues, essas aventureiras compartilham suas experiências inspiradoras, demonstrando como a escalada de montanhas pode ser metafórica e literalmente uma subida rumo a novos horizontes de vida. Suas histórias são um testemunho de coragem, resiliência e da inquebrantável força do espírito humano.

Cada uma com sua trajetória única, Kellyns, Anna e Amanda encontraram nas montanhas um refúgio para superar desafios e reconstruir suas vidas. O montanhismo emergiu como um elo comum em suas histórias, onde o medo e a insegurança foram substituídos por força, confiança e uma nova perspectiva de vida. Entusiasmadas com os resultados que conquistaram, decidiram criar uma empresa, a Mulheres e Montanhas, que promovem encontros e viagens para a prática do montanhismo.

As montanhas se revelaram um espaço sagrado de transformação. Nas altitudes desafiadoras, entre trilhas e picos, estas mulheres aprenderam lições de resiliência, determinação e coragem. O montanhismo tornou-se uma metáfora para suas jornadas pessoais, refletindo a capacidade de enfrentar e superar obstáculos internos e externos.

Essa experiência também fortaleceu a união entre elas. e com outras mulheres que aceitaram o desafio. A sororidade encontrada nas escaladas demonstrou a importância do apoio mútuo. Juntas, elas enfrentaram medos, compartilharam alegrias e conquistaram cume após cume, provando que a união e a força feminina são imparáveis.

Cada expedição trouxe desafios únicos, mas também oportunidades para crescimento e autoconhecimento. As entrevistadas compartilharam momentos de vulnerabilidade, superação e a profunda satisfação de alcançar objetivos que, um dia, pareciam impossíveis.

As histórias de Kellyns, Anna e Amanda são uma fonte de inspiração. Elas mostram que, independentemente do contexto ou dificuldade, é possível encontrar forças para mudar e crescer. O montanhismo, nestes relatos, emerge como um poderoso catalisador para a mudança e um exemplo vibrante da capacidade humana de se reinventar.

As montanhas, para estas aventureiras, são mais do que apenas cenários naturais; são espaços onde se forjam caráter e resiliência. Através de suas experiências, elas nos mostram que cada passo, cada escalada, é um passo para descobrir e afirmar a própria identidade, força e capacidade de transformação.

Kellyns, Anna e Amanda continuam suas jornadas nas montanhas, incentivando outras mulheres a se juntarem a elas neste caminho de aventura e autodescoberta. Suas histórias são um convite para olhar além dos picos e ver as infinitas possibilidades que aguardam quando se ousa dar o primeiro passo. Comece 2024 com uma jornada transformadora nos Andes. 

A próxima viagem será nos Andes, em Mendoza, Argentina, entre os dias seis e 13 de janeiro. As mulheres interessadas em participar podem pesquisar no site mulheresemontanhas.com..br ou acessando este link.

Assista ao Dez Por Cento Mais

O Dez Por Cento Mais leva ao ar, todas as quartas-feiras, uma entrevista inédita, a partir das oito da noite, no You Tube. A apresentação e produção é de Abigail Costa e Simone Domingues. Assista à entrevista completa com Kellyns Cristina, Anna Gonçalves e Amanda Alvernaz:

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Que nossas ações fortaleçam aquelas mulheres do Afeganistão

Por Simone Domingues

@simonedominguespsicologa

Foto: Russell Watkins/Department for International Development/UK

“Só percebemos a importância da nossa voz

 quando somos silenciados”

Malala Yousafzai

           

Em outubro de 2012, uma garota paquistanesa de apenas 15 anos foi baleada na cabeça após sair da escola. O motivo? Ela lutava para que as meninas e mulheres de seu país, que sofria a influência do Talibã, pudessem estudar. A história de Malala ficou conhecida em todo o mundo, mas, infelizmente, com a tomada de Cabul pelo grupo extremista nos últimos dias, crianças e mulheres parecem viver um pesadelo.

Durante o regime do Talibã no Afeganistão, entre 1996 e 2001, além da proibição de algumas atividades, como leitura de determinados livros e acesso à internet, o uso da burca passou a ser obrigatório e o direito de trabalhar, estudar ou receber assistência médica foi negado às mulheres, que não mais podiam sair sozinhas sem a presença de um homem para acompanhá-las.

Ao longo da história da humanidade, as mulheres enfrentaram situações de perseguição, exclusão e humilhação em diversos contextos. Na Idade Média, por exemplo, muitas foram mortas queimadas, acusadas de feitiçaria ou bruxaria porque questionavam o sistema tradicional da época. Na renascença, podiam trabalhar, mas havia uma desvalorização de sua inclusão, com salários inferiores aos dos homens.

O próprio Darwin foi responsável por difundir a ideia, errônea e sem nenhum embasamento científico, de que as mulheres seriam inferiores aos homens, tanto nas questões mentais como físicas. Isso possibilitou o surgimento de uma teoria popular que afirmava que se as mulheres fossem expostas à educação superior, sofreriam danos físicos e emocionais que colocariam em risco as condições biológicas necessárias para a maternidade. Essa crença era tão forte, que até o século XIX, mulheres não eram aceitas em Universidades, mesmo na Europa ou nas Américas.

Assim como Malala, algumas mulheres também lutaram para conquistar a mesma liberdade dos homens. Olympe de Gouges, na época da Revolução Francesa, propôs a Declaração de Direitos da Mulher. Foi guilhotinada em 1793. Na Inglaterra, Mary Wallstone Craft publicou, em 1792, o artigo “Reivindicação dos direitos da mulher”, solicitando a participação política das mulheres e o acesso irrestrito à educação formal.

Diante da possibilidade de privação à liberdade e a todos os direitos das mulheres do Afeganistão, temos um sentimento de impotência que nos assola.

Vozes que são silenciadas. Esperanças destroçadas.

Enquanto pessoas correm tentando sobreviver em meio à fuga do inferno, infelizmente, alguns ainda insistem em ecoar gritos pedindo ditaduras. Cada um tem as suas prioridades…        

Que nossas vozes extrapolem as fronteiras e possam representá-las. Que as nossas ações possam ser aquilo que as fortaleça. Para que não caiamos na indiferença ao seu clamor oprimido e façamos valer a máxima: “mexeu com uma, mexeu com todas”.

Saiba mais sobre saúde mental e comportamento assistindo ao canal 10porcentomais

Simone Domingues é Psicóloga especialista em Neuropsicologia, tem Pós-Doutorado em Neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do canal @dezporcentomais no Youtube. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung

Mundo Corporativo: Andreia Roma, da Leader, explica como o RH se transformou de uma sala escura a setor estratégico

“Os RHs tiveram de transformar o seu 2020 olhando para eles, olhando para dentro de si e se transformando em profissionais mais humanos dentro do contexto RH”

Andreia Roma, CEO da Editora Leader

O setor de recursos humanos por muito tempo era a sala escura que ninguém queria entrar. Essa imagem mudou ao longo dos últimos 20 anos e, hoje, o RH é estratégico dentro das empresas. Uma transformação protagonizada por mulheres que encontraram nessa área o espaço para influenciar nos rumos das organizações. É assim que Andreia Roma, CEO da Editora Leader, enxerga a influência feminina no segmento que sempre foi o responsável por cuidar das pessoas. Andreia é coordenadora, ao lado de Tania Moura, do livro “Mulheres do RH — o poder feminino na gestão de pessoas”.

Em entrevista ao programa Mundo Corporativo, Andreia explica que o livro reúne a história de 31 mulheres que atuam com recursos humanos e a linha mestra que uniu esses textos foi a ideia de que por mais simples que possam parecer suas histórias, o fato de relatarem a experiência desenvolvida vai inspirar as mais jovens a seguir carreira neste setor.

“Elas conseguem conectar aprendizados, erros e acertos, ou seja, o que precisa ser mudado, o que precisa ser ajustado, tanto no quesito pessoal, como no profissional”

Essas mulheres do RH também têm papel significativo no combate à discriminação de gênero, destaca Andreia:

 Eu acho que não é parar e olhar para discriminação; é realmente ressignificar e falar o que é que eu vou fazer com este aprendizado; o que é que eu vou ensinar para jovens que vão vir através deste aprendizado; então a gente precisa começar a ensinar e aprender até mesmo com este momento difícil que existe dentro das organizações, relacionados à discriminação.

De acordo com a editora, um dos desafios enfrentados pelas empresas e as profissionais de RH, durante a pandemia, foi o distanciamento das equipes de trabalho e a realidade de cada uma dessas profissionais que tiveram de cuidar de gente das suas empresas sem se descuidar de suas famílias. A ideia de deixar a empresa fora do trabalho perde o sentido no instante em que muitos de nós tivemos de levar o trabalho para dentro da família, diante das restrições sanitárias que impactaram o mundo inteiro:

“A pandemia tem nos ensinado a pegar todos nossos certificados e colocá-los  no bolso. O RH começou a olhar para outros setores, entender que uma empresa é a união de muitas pessoas.”

Para Andreia Roma a crise provocada pelo coronavírus tornou as realizações ainda mais incertas, mas serviu para influenciar o comportamento dos profissionais desta área nas empresas:

“Esse futuro incerto pode trazer o olhar de muitas mulheres, trazendo este lado humanizado de profissionais que entenderam que ser o RH estratégico, hoje, nas organizações, passou a ser humano.”.

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas, no site, no perfil do Facebook e no canal da CBN no Youtube. O programa vai ao ar no Jornal da CBN, às 8h10 da manhã ou ais domingos. às 10 da noite, em horário alternativo. Colaboraram como programa Juliana Prado, Bruno Teixeira, Débora Gonçalves

O poder feminino nos negócios

 

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Nos dias 1º e 2 de outubro, no Teatro Santander em São Paulo, tivemos o 10º Fórum de Franquias e Negócios do Grupo Bittencourt & GS. Evento que se alinha a uma série recente de formatos corporativos com o propósito de difundir conhecimento em tempo real.

 

Uma linha comum em todos estes eventos é a exposição da absorção em grande escala da tecnologia voltada para o atendimento na relação empresa—cliente. Ao mesmo tempo, surgiu um novo foco no cliente como centro do sistema, e atenção especial às pessoas que o atendem.

 

Destacamos “O Poder Feminino nos Negócios” que teve apresentações de Renata Moraes da Kopenhagen, com “Rótulos nunca me serviram”, e Chieko Aoki, com “Qualidade, elegância e amor para servir”.

 

Renata, herdeira e Vice-Presidente do Grupo CRM, que possui as marcas Kopenhagen, Brasil Cacau, Lindt, Kop Koffee e SoulBox, subiu ao palco para afirmar que a diversidade de gênero no mercado de trabalho não pode ser ignorada. Dados recentes da ONU indicam que o Brasil levará 108 anos para diminuir a diversidade de gênero e 202 anos para chegar na paridade entre homens e mulheres. O único caminho para melhorar essa posição é esquecer os rótulos.

 

Enfatiza que devemos começar estimulando as meninas à liderança, evitando chamá-las de “queridas, lindas, doces” enquanto chamamos os meninos de “campeões”. Quando elas não conseguem atingir resultado são estimuladas a descansar, mas os meninos, a continuar. Não podemos permanecer assim. As meninas são capazes.

 

Renata está segura que a lucratividade que o Grupo CRM tem obtido é devida a desconsideração de rótulos, pois “rótulos não definem quem você é ou quem você pode ser”.

 

No Grupo CRM, 60% das posições são ocupadas por mulheres. “E 65% no C–Level. São gerentes, coordenadoras e diretoras engajadas como eu”, arremata Renata.

 

A abertura da academia SoulBox para incentivar a luta esportiva entre as mulheres transmite a busca do rejuvenescimento e permanência, propósito do Grupo CRM, e segundo Renata “Nasce muito protagonista da própria história”.

 

Chieko Aoki, fundadora da Rede Blue Tree Hotels, subiu ao palco com o peculiar carisma. Expôs que ao vender a Rede Caesar Park Hotels decidiu criar uma rede hoteleira que reunisse a excelência americana, a qualidade europeia, a espiritualidade japonesa e a hospitalidade brasileira.

 

Estabeleceu a alma Blue Tree com o Bem-Receber, Bem-Servir, Bem-Cuidar, definindo como reegra de ouro: encantar a todos, meta é meta, prazo é prazo, não justificar, gestão de resultados — com um toque de Vicente Falconi.

 

Ressaltou que o negócio de hospedagem vai além de hotelaria, não é somente cuidar de prédio ou de lençol, pois é principalmente cuidar de pessoas para as pessoas. Sistematizando este conceito com três premissas:

     

  • Os colaboradores precisam ser cuidados para cuidarem bem dos clientes
  • Cuidar não se ensina, precisamos ser bem cuidados para entender o Bem Cuidar
  • Precisamos tocar seus corações para que façam com o coração

 

Esse circuito emocional, Aoki designa como alma da Blue Tree.

 

Cita dois casos:

 

O dos pesados edredons que estavam impedindo a mão de obra feminina de realizar a contento o trabalho. Manteve as mulheres e dispensou os edredons. Fato inclusive copiado por todos.

 

Louvou também o funcionário que teve a percepção do estado de saúde do hóspede que veio pedir medicamento. Ao invés de dar o remédio solicitado, o levou ao hospital. Felizmente. Porque foi operado no mesmo dia.

 

A Rede Blue Tree cresceu mais de 50% no último ano. A receita de Chieko Aoki é o Bem Cuidar, porque segundo ela, o Bem Cuidar Faz Bem: para os colaboradores, para os clientes, para a sociedade e para a nossa alma.

 

Que assim seja!

 

Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.Milto

Os produtos desejados pelas mulheres

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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As mulheres, como se sabe, são as grandes compradoras do mundo. Palpitam até mesmo nas compras masculinas. E, convenhamos, têm conhecimento e autoridade para tanto, pois são mais antenadas que os homens na diversidade comercial.

 

Por isso mesmo a quantidade de pesquisas sobre a preferência feminina é imensa. Continuadamente, vemos rankings sobre marcas, lojas, sites e blogs que mais agradam as mulheres.

 

Entretanto, no setor de moda onde predominam de forma absoluta, há estudos e pesquisas de segmentos e marcas, mas poucas informações sobre desejos femininos de produtos específicos. O que seria uma grande ajuda para os agentes econômicos desta área, inclusive para os próprios consumidores.  Principalmente nesta véspera de Natal para escolha dos presentes femininos.

 

Contribuição que pretendo apresentar, em função de anos de pesquisa qualitativa nos setores de vestuário, acessórios e sapatos.

 

A roupa é considerada pelas mulheres como preponderante. Tanto é que unanimemente dizem:

 

“Ao acordar, por melhor que tenha sido a noite, a primeira coisa que penso é na roupa que vou usar”. 

 

Os acessórios – joias, semi-joias e bijuterias – contribuem bastante para a autoestima feminina, mas o brinco é o destaque:

 

“O brinco é peça fundamental. Já me esqueci de colocar a calcinha e não voltei, mas voltei quando me esqueci do brinco”. 

 

Os sapatos atuam emocionalmente na consumidora, que os compra preenchendo os desejos de posse e paixão. É o estímulo ao prazer e ao poder.

 

“O sapato é paixão. O salto alto remete a poder e sexo.”

 

“Com salto alto me sinto poderosa e atraente”.

 

Depois de tantas pesquisas, chegamos finalmente a uma simples realidade:

 

A roupa é preponderante, o brinco é a peça mais importante e o sapato é o produto mais apaixonante.

 

Agora é só escolher em que área dos sentimentos e desejos atuar na compra para a mulher a ser presenteada. Atente apenas para o estilo dela, e se não entender do assunto, peça auxílio a outra mulher.

 

Elas entendem!

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

 

Obs. As pesquisas que serviram como base ao texto foram realizadas nos últimos seis anos, com a metodologia padrão das qualitativas. As frases inseridas foram tiradas destes trabalhos.

Carol: denso, ardente e não deve ser ignorado

 

Por Biba Mello

 

 

FILME DA SEMANA:
“Carol”
Um filme de Toddy Haynes
Gênero: Drama
País:USA

 

Duas mulheres se conhecem acidentalmente em uma loja de departamentos. Carol está comprando um trenzinho para sua filhe e Therese é a vendedora da loja. Dali, um romance proibido, começa a aflorar. O filme se passa por volta de 1950. Carol e Therese enfrentam problemas por serem homossexuais a ponto de colocar um possível fim ao romance.

 

Por que ver:
Brilhante é a palavra que melhor descreve este filme.
O cenário perfeito, a fotografia impecável, a atuação de duas geniais atrizes nos conduzem por uma história sem exageros, crível e sedutora. Um filme denso, ardente que não deve ser ignorado.

 

Como ver:
Em casa, só ou acompanhado por alguém com tenha intimidade.

 

Quando não ver:
Acompanhado de parentes (pai, mãe, tios, primos…), crianças e “amigos sem benefícios”

 

Biba Mello, diretora de cinema, blogger e apaixonada por assuntos femininos. Dá dicas de filmes e séries aqui no Blog do Mílton Jung

A fonte das mulheres: uma greve de sexo gostosa de ver

 

Por Biba Mello

 

FILME DA SEMANA:
“A fonte das mulheres”
Um filme de Radu Mihaileanu.
Gênero: Comédia Dramática
País:França/Bélgica

 

 

Em uma aldeia entre o Norte da África e Oriente Médio, as mulheres, que vivem sob os dogmas do islamismo, são encarregadas de todos os afazeres domésticos, entre eles buscar água em uma fonte distante e voltar carregando pesados baldes sob um sol escaldante. Os homens da aldeia estão sem trabalho devido a seca e se recusam a ajudá-las. Até o direito de aprender a ler a elas é negado. Estas mulheres são subjugadas, vivendo os desmandos do machismo, até que Leila, uma jovem que se casa com um rapaz da aldeia, consegue organizar as mulheres e propor uma greve de sexo coletiva afim de mudar esta situação degradante.

 


Por que ver:
Apesar da descrição séria da sinopse, você verá como este filme pode ser gostoso de ver; com suas músicas, que em um primeiro momento causam um certo estranhamento, mas logo logo se torna um personagem indispensável, e seu tom de comédia que por vezes permeia a história.

 

Como ver: Assim que você sair de sua terapia achando que sua vida está difícil, que seu dia a dia é puxado, alugue este filme, abra uma caixa de chocolates daquelas bem caras que você guarda para impressionar as visitas, sente-se bem relaxada/o assista a este filme, e então você irá chegar à conclusão que sua vida é ótima, e que suas reclamações cotidianas são um pouco “patricinhas/mauricinhas” demais.

 

Quando não ver: para as mulheres – logo após de uma DR brava, daquelas que você sai reclamando de tudo e mais um pouco do seu marido, do seu namorado…Você ainda terá que ouvir “tá vendo bem, você reclama de mim…Eh podia ser bem pior!!!”. Para os homens (quando ver) – quando a sua mulher/namorada te disser que você é folgado, que não ajuda em nada… Mas não deixe ela ler esta coluna… Se não meu filho, você vai se dar bem mal e provavelmente ficar sem sexo…Por um bom tempo!

 

Biba Mello, diretora de cinema, blogger e apaixonada por assuntos femininos.

Da saudade, o compromisso.

 

Por Nei Alberto Pies
Professor e ativista de direitos humanos

 

“Toda a política pública sazonal ou que venha atender interesses passageiros que não tem continuidade, principalmente às que dizem com a questão de violência, tem perdas porque o projeto em algum momento vai ter que recomeçar e certamente não começam do ponto onde estava. Assim, as situações que foram examinadas, vão regredir e esse retrocesso é o grande prejuízo”. (Luis Cristiano Aires, juiz de Direito, sobre as perdas da não continuidade do trabalho das Mulheres da Paz)

 

Como num sonho roubado, acabou o trabalho social das Mulheres da Paz que vinha sendo realizado em nossa cidade há mais de um ano. A prevenção à violência contra mulheres e jovens tornou-se órfã de um dia para outro. As possibilidades de divulgar e convencer a comunidade sobre a importância dos direitos humanos e da cidadania como o melhor antídoto para a superação de nossa tão complexa realidade de violência esgotaram-se porque preferiram que este trabalho continuasse sendo realizado apenas por voluntários, que já o fazem faz muito tempo.

 

O Projeto Mulheres da Paz, em Passo Fundo, é uma fecunda e valiosa semente lançada para colaborar com a superação da violência em Passo Fundo, particularmente da violência doméstica praticada contra as próprias mulheres. Como demonstra o encarte produzido pela jornalista Camila Almeida e publicado no Jornal Zero Hora do dia 28 de abril de 2013, quem sofre as consequências da violência doméstica são também nossas crianças, adolescentes e jovens. A referida jornalista soube de maneira especial abordar o caso da Sílvia, Mulher da Paz. Quem acompanhou os desdobramentos desta triste história, irá transformar saudades em compromissos com a Silvia e com tantas mulheres que a sua história representa.

 

A luta pela superação da discriminação e violência contra a Mulher falará sempre mais alto em nossas vidas. Por isso mesmo, nos tornamos tão corajosos e insistentes na defesa de Projetos como o Projeto Mulheres da Paz, da qual Silvia fez parte. Este projeto deu tão certo em nossa cidade porque foi realizado com mulheres, em comunidades onde ocorre o ciclo da violência doméstica, com o protagonismo das vítimas. As Mulheres, ao refletirem sobre as causas da violência e ao se apropriarem dos seus direitos, tornaram-se mediadoras de conflitos e protagonistas de uma cultura de paz e direitos humanos.

 

Lamentamos que a tão propalada ideia de continuar tudo o que era bom já se transformou em esquecimento ou era verborragia de campanha eleitoral. Mas para as Mulheres da Paz e para os ativistas de direitos de direitos humanos que as acompanharam neste percurso, acabou apenas um trabalho sistematizado e organizado enquanto Projeto. Ficam grandes ensinamentos: a convicção de que segurança pública precisa vir acompanhada de processos de cidadania ativa para ser completa. Que a prevenção à violência contra mulher passa pelo encorajamento e protagonismo cidadão que adquirimos através da informação, cidadania e direitos. Que a cidade, a partir de seus bairros mais vulneráveis, precisa articular todos os sujeitos ativos e entidades para construir uma cultura de paz a partir dos direitos humanos. Que a violência contra a mulher deixará de ser uma triste realidade quando se tornar uma política pública local a partir de nossa cidade.

 

Sobram saudades, mas renovam-se os compromissos.

 

Nós amamos sapatos

 

Por Dora Estevam

Que as mulheres amam sapatos mais que tudo nesta vida não é nenhuma novidade, mas convenhamos, hoje em dia, tem cada modelo de sapato que não dá para se apaixonar. Não é porque é de marca que temos de comprá-los ou aceitá-los.

Vou dar um exemplo: tem um modelão do estilista Christian Louboutin que é tão grosseiro que não dá para entender como saiu do forno.

Mas eu posso interpretar à minha maneira: Sr. Louboutin, assim como nós, também tem seus dias de pouca inspiração, aquele em que se erra a mão. Todas nós erramos. Sir Louboutin, na maioria das vezes, faz as mulheres se apaixonarem pelas suas criações, uma mais linda e mais cara que a outra. As vitrines são um verdadeiro paraíso para as endinheiradas. São os sapatos mais desejados do mundo, creio.

 

 

Voltando aos modelos, tenho visto nas fotos de moda de rua de Paris, Londres e Milão algumas sandálias com saltos tão diferentes. Elas usam no dia-a-dia sem a menor culpa, ou dor nas costas, aparentemente. Eu sei que tem mulher que não gosta de sair de casa sem salto, mas têm muitas outras que não usam mais salto, só sapatilhas ou chinelos, por vários motivos: dor nas costas, depois de ter filhos e conforto, entre outros.

Agora, o bacana de tudo isso é acompanhar os desfiles e ver o que os estilistas estão propondo e se for do seu agrado aproveitá-los. No desfile de verão Yves Saint Laurent, para 2012, foram lançados sapatos com umas placas de metais em cima do peito do pé, são chiquérrimos. São bonitos e têm uma cara de confortável.

Por aqui as vitrines estão todas recheadas de sandálias de verão: muito coloridas como laranja, amarelo e turquesa. Os bichos continuam nesta temporada, prints em cobra ou leopardo, são maravilhosas. Os scarpins em camurça também estão com a corda toda, e eu, particularmente, adoro, cai bem com calça, shorts ou saias. Como os estilistas brasileiros são criativos não faltam modelos e estilos de saltos. Das sapatilhas às sandálias, as brasileiras vão passar o verão muito bem assessoradas no quesito moda.


Dora Estevam é jornalista e escreve sobre moda, ao sábados, no Blog do Mílton Jung