Por Carlos Magno Gibrail
Rodovias e vias de São Paulo e Rio estão sendo usadas e abusadas pela indústria da multa. A Rio-Santos no trecho entre Paraty e Angra com 96 km tem 45 radares, que equivale a um radar a cada 2,2 km. Com velocidade máxima de 40 ou 60 km. E, multas de 86 a 576 reais. Em São Paulo se reduz a velocidade de grandes avenidas para 50 km e é anunciada para breve uma velocidade geral para as demais vias de 40 km.
O Ministério Público Federal tem agido na Rio-Santos para coibir abusos de excesso de controle e de variação de velocidade. Tem obtido sucesso momentâneo, mas não conseguiu padronizar e racionalizar o sistema de controle de tráfego. Na Assembleia Legislativa, as manifestações contra os excessos também não conseguiram aplacar a gana pelo dinheiro das multas.
Na capital paulista, os 11,5 milhões de habitantes também não se mexem e assimilam o que vai na cabeça de Haddad e seus auxiliares.
É o típico caso em que o Poder Público é causa e efeito do problema. Nas estradas é permissivo quanto à ocupação de beira de rodovia, onde são construídas casas e comércios junto as pistas. Na cidade, o automóvel antes priorizado vê seus já congestionados espaços ocupados pelas faixas de ônibus e ciclovias.
O cenário é preocupante, pois se usa o automóvel para arrecadar e se justifica pela vida a ser salva. Como se o motorista irresponsável possa ser constrangido pela multa.
Há prejuízos.Nas rodovias turísticas certamente motoristas pensarão duas vezes antes de sair para locais com radares a cada 2 km. Principalmente quando não há linhas aéreas. Nas cidades a redução do ritmo do transporte resultará em menor produção e produtividade.
Os aplicativos talvez sejam a solução. Nas rodovias, com clubes de compra para passagens aéreas. Nas cidades, para escolher e combinar o melhor candidato para a próxima eleição.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.


