Rio “verde” é resultado da poluição na Guarapiranga

 

Rio Pinheiros verde

O rio Pinheiros mais verde que a Pétria Chaves encontrou lá do alto do helicóptero da CBN não chega a ser motivo de orgulho. O que temos dentro da água é algo que foi batizado como “macrófitas”, mas também atende pelo nome de aguapé. Semana passada, publicamos no Blog e tratamos no CBN SP da ocupação da superfície da Represa de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo, por esta planta aquática e soubemos que sua proliferação está ligada ao esgoto despejado no reservatório. De acordo com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) a vegetação apareceu no Pinheiros devido as descargas do reservatório Guarapiranga para controle de nível: “Como essa vegetação estava nas proximidades das comportas, o fluxo de água gerado pela descarga arrasta essa vegetação flutuante para o rio, de onde é possível fazer a retirada” – explico a empresa, em nota.

Vereadores em Osasco se opõem ao Cidade Limpa

 

adoteO projeto Cidade Limpa está em discussão em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. A proposta enviada pelo prefeito Emídio de Souza (PT) é mais branda da que está em vigor na capital, mesmo assim não terá vida fácil na Câmara de Vereadores. O jornalista Fernando Augusto Pinto, do Blog Samba Mais Política escreve que “os vereadores sofrem pressões de empresas de publicidade e comerciantes que não querem saber de retirar suas fachadas e outdoors enormes”.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Osvaldo Vergínio (PR), que poderia acelerar o debate no parlamento teria dado sinais de que não está muito interessado em votar o projeto de lei, por enquanto.

Curioso é que a prefeitura que pretende limpar o visual da cidade é das primeiras a poluir o ambiente espalhando faixas que anunciam inauguração de obras. O comportamento é reproduzido por vereadores e políticos da região, como o deputado federal João Paulo Cunha do mesmo partido do prefeito.

http://sambaepolitica.blogspot.com/2010/03/lei-cidade-limpa.html

Moradoras usam máscara contra mau cheiro

 

Moradoras tampam rosto contra mau cheiro do Pinheiros

Os vizinhos do rio Pinheiros já sabem que quando o verão chega o mau cheiro aumenta. E, por isso, tentam reduzir o impacto provocado pela poluição se protegendo com máscaras. O alerta foi feito por uma ouvinte-internauta Maria Helena Tessitori que mora na Vila Lisboa, zona sul da capital. A Cátia Toffoletto foi até lá para ver como ela e as demais donas de casa se viram com esta situação:

Ouça a repórter da Cátia Toffoletto que conversou com as moradores da região

Foto-ouvinte: Os fios da Arizona

 

Emaranhado de fio na Arizona

Esta é a situação enfrentada pelos moradores da rua Arizona, próximo da avenida Roberto Marinho, zona sul de São Paulo, desde que um acidente provocado após perseguição policial abalou o poste e a fiação caiu. O ouvinte-internauta Fernando Gomez Carmona chama atenção para o risco que correm os pedestres. Eu presto atenção no emaranhado de fios que ficam expostos e provocam poluição visual.

Foto-ouvinte: Lixo do Minhocão

 

Entulho no elevado

Antes mesmo de o motorista deixar o Minhocão se depara com este amontoado de entulho que atrapalha e polui o caminho do paulistano, na região central de São Paulo. Esta pista é a saída para o Largo do Arouche e, conforme alerta o ouvinte-internauta Marcone Vinícius Moraes de Souza, a faixa para a passagem dos carros está cada vez mais estreita. “Sem contar a turma que usa o espaço para se drogar”, escreveu.

Dia Mundial Sem Carro: Poluição e falta de planejamento

 

Logo cedo, a influência da poluição dos carros na nossa vida; e a noite, a influência da falta de planejamento. Na agenda do Dia Mundial Sem Carro, estas duas atividades marcam esta segunda-feira, na capital paulista.

No seminário “O Impacto da Poluição na Saúde Pública”, uma das questões em debate é o alto teor de enxofre no diesel brasileiro e as consequências do não-cumprimento da resolução 315/2002 do Conama, que previa a comercialização do combustível mais limpo a partir de janeiro deste ano. Ao fim da reunião serão anunciadas três medidas:

1) Ação no Congresso Nacional envolvendo senadores, ministros e a Presidência da República para impedir a aprovação do projeto de lei 656/07, que prevê a liberação dos veículos de passeio a diesel.

2) Cobrança pública, por meio instrumento jurídico, de informações sobre o cumprimento das obrigações assumidas pela ANP, Ibama, Cetesb, Petrobras e fabricantes de veículos no acordo judicial firmado em 29 de outubro de 2008 no âmbito do Ministério Público. Também serão cobradas providências para punir os responsáveis pelo descumprimento da resolução Conama 315/2002.

3) Anúncio do requerimento de informações ao Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito – FMDT e ao Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito – FUNSET.

O seminário será das 9h às 13h, no teatro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Avenida Doutor Arnaldo, 455.

À noite, haverá o debate “A importância de um Plano Municipal de Circulação Viária e Transportes para a cidade de São Paulo”. Apesar de previsto no Plano Diretor Estratégico (leia aqui) e a data limite, 2006, prevista em lei, ter se expirado, até o momento a cidade não se preocupou com o tema.

Terei a oportunidade de mediar este debate que terá a presença de Ladislau Dowbor (PUC-SP ), João Lacerda (ONG Transporte Ativo), Horácio Figueira (vice-presidente da Associação Brasileira de Pedestres e consultor da Abramet – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), e Assuncion Blanco (Associação Viva Pacaembu).

O debate será das 19h30 às 21h30, no teatro do TUCA, na rua Monte Alegre, 1024

Prefeitura quer inspeção veicular mais rígida em 2010

 

Ao completar a marca de 1 milhão de carros, a prefeitura estuda a possibilide de tornar ainda mais rígidos os limites de emissão de CO2 para os carros mais novos (fabricados após 2003). Hoje, estes veículos podem emitir até 1% de gás carbônico apesar de os motores terem tecnologia para rodarem poluindo menos. A proposta da prefeitura, enviada ao Conselho Nacional do Meio Ambiente e ao Ministério do Meio Ambiente, é que seja publicada resolução restringe a emissão de CO2 a 0,3%.

E os carros mais velhos ? Aqueles que poluem mais ? Soltam fumaça preta ? E estão fora da inspeção veicular ?

Os veículos fabricados até 2003 serão obrigados a passar pela inspeção a partir do ano que vem, no entanto as restrições em relação a emissão de CO2 são menores pois os motores sairam de fábrica com tecnologia diferente, e não haveria como reduzir a emissão a menos de 6%.

A prefeitura não pretende fazer mudanças no sistema de devolução da taxa paga para a realização do serviço, apenas alerta aos proprietários de veículos que existem certas condições para que o dinheiro seja devolvido: não ter dívida com a prefeitura e ter pago o licenciamento.

A repórter Luciana Marinho entrevistou Márcio Schettino, responsável pela inspeção veicular na prefeitura. Segundo ele, a adesão ao serviço chega a quase 100% nos carros, 75% nos ônibus e apenas 35% nas motos. Em parceria com a Polícia Militar, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente tem realizado blitz para flagrar veículos que perderam o prazo da inspeção veicular.

Ouça a entrevista com Márcio Schettino ao CBN SP

Leia outros posts sobre a inspeção veicular e a devolução da taxa:

Fui aprovado na inspeção veicular

Controlar alerta para a turma da última hora


Devolução só com licenciamento pago

Fui aprovado na inspeção veicular

Imagens no centro de inspeção Barra Funda

Cheguei 15 minutos depois do horário agendado, 7h30, na segunda tentativa para fazer a inspeção veicular obrigatória no centro de atendimento na Barra Funda, zona oeste. Na primeira, falhei porque dormi demais e imaginei que se não estivesse na hora marcada perderia o direito à inspeção. Aprendi que o atraso pode ser de até 30 minutos, desde que não atrapalhe o agendamento dos demais. Aprendi, também, que para remarcar não seria necessário pagar nova taxa. Uma surpresa.

Desta vez, mesmo saindo mais cedo, o chuvisco da manhã atrapalhou o caminho, mas havia saído com folga e, assim, minha entra no centro de inspeção deu-se dentro do previsto. Placa do carro confirmada no computador e a cancela se abriu. Orientado pelo funcionário fui a uma das sete filas que não tinham mais de três carros cada uma. Eram 7h50.

Foram nove minutos entre parar na fila e chegar a faixa amarela onde outro funcionário me aguardava. Um menino, ou com cara de menino, mascarado. Pediu para abrir o capô, deixar o carro com a chave e me sentar nas cadeiras ao lado do posto de inspeção. Enquanto esperava meu carro ser levado ao local, outro veículo era inspecionado. O dono tinha olhar curioso e apreenssivo. Acho que todos ficamos assim.

Às 8h07 era minha vez. Fiquei na cadeira fazendo de conta que aquilo era a coisa mais normal do mundo. Mas me sentia como pai que leva filho ao vestibular. Sabe que ele estudou tudo direitinho, toda  a vida se preparou para aquele momento, e o teste que vai fazer nem é dos mais difíceis. Vai que não passa ?

Um olhar por baixo do carro com aqueles espelhos de policial de filme americano que procura bomba; capô escancarado, óleo checado, rotação em baixa, acelerador pisado no fundo, um cabo no motor e uma sonda enfiada no escapamento. Os dois analistas não fazem nenhuma expressão. Nem se sim, nem se não. Homens frios diante daquela angústia.

Tudo não levou mais de três minutos. Isso mesmo, às 8h10, fui chamado por um dos analistas que levou meu carro mais à frente e me entregou uma papeleta azul. Era o boletim de notas. Na hora não consegui prestar atenção se o aluno havia tirado 0 ou 10. Apenas ouvi a recomendação dele para guardar os dados com os documentos, mostrou-me um número que seria útil para fazer o licenciamento e solicitar a devolução da taxa de inspeção no site da prefeitura. “Está perfeito”.

Havia passado com menção honrosa, soube mais tarde ao pedir explicação a um técnico da área sobre os resultados registrados no boletim escolar que eles chamam de “certificado de aprovação”.

São três os índices identificados a partir de duas medições realizadas em marcha lenta e com rotação de 2500 RPM. O índice tolerado de Monóxido de Carbono (CO), resultado da queima do combustível, é de 1%. Marquei 0,10%. Muito bem, meu filho.

A quantidade máxima aceitável de hidrocarboneto, parte do combustível líquido não queimada, é de 700 ppm (partículos por milhão). Tasquei 35 em alta rotação. Boa, meu garoto.

O resultado mínimo do cálculo final para identificar o percentual de diluição – não me pergunte a fórmula usada para chegar a este número porque é muito complicada – é 6%. E não é que bati a casa dos 15%. Mais do que o dobro. Orgulho do pai.

De volta a Barra Funda: Com um agradecimento pela atenção me despedi do funcionário e entrei no carro que comigo sorria orgulhoso da sua performance. Depois de alguns anos de convivência, sempre cuidadoso na manutenção, trabalhando dentro das recomendações de fábrica e gasolina abastecida nos mesmos postos, ele correspondia a todo meu esforço.

Apesar de tudo sei que meu carro, assim como tantos que andam na cidade, mesmo atendendo as especificações previstas em lei, é responsável por parte da poluição na capital paulista. Não me iludo com o resultado da inspeção. Muito menos me envergonho de ter me sentido um cidadão melhor.

Imposto menor na troca de caminhão velho para combater poluição, sugere deputado de São Paulo

Amplio a discussão sobre a poluição veicular, em São Paulo, puxando para este post comentário deixado no blog pelo deputado estadual Donisete Braga (PT -SP), que organizou na quarta-feira seminário sobre o tema, na Assembléia Legislativa:

Prezado Milton

Tenho informações que o jeitinho brasileiro está sendo aplicado por quem teve o veículo reprovado na inspeção da Capital. Em vez de regularizá-lo, o proprietário do veículo está licenciando-o em outras cidades da Região Metropolitana, mas continua circulando na Capital. Falta consciência ambiental.

No Seminário que realizamos nesta semana, houve um jogo de empurra-empurra entre a ANP, a Petrobrás e os fabricantes de veículos, no caso representados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Ninguém quis assumir a responsabilidade pelo não cumprimento da resolução do CONAMA.

Não cabe agora buscar bodes expiatórios. O mais importante é trabalharmos para reduzir os níveis da poluição veicular.

Muitas sugestões surgiram no seminário. Minha assessoria técnica está estudando como transformar as sugestões em propostas de lei.

No caso, aqui de São Paulo, o governo do Estado poderia contribuir em muito para reduzir a poluição veicular. A começar pelo incentivo da renovação de frota de caminhões.

Hoje, no Brasil, a idade média da frota de caminhões e de 17 anos. Dos 1,4 milhão de caminhões que circulam no país, 480 mil têm mais de 20 anos.

O governo do Estado poderia incentivar a redução da frota com três medidas: 1) Isenção de ICMS na troca de veículos antigos; 2) IPVA progressivo e 3) incentivo a veículos novos em pedágios de rodovias estaduais.

Outra medida será estender a inspeção veicular para todo o Estado de São Paulo e para veículos mais antigos. Hoje, a inspeção é feita somente na Capital para veículos fabricados a partir de 2002, ou seja veículos praticamente novos.

Donisete Braga