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Foto-ouvinte: eleitores limpam sujeira dos candidatos, em Embu
Os candidatos a vereador não respeitam, mas os moradores que gostam da cidade de Embu das Artes decidiram reagir contra a sujeira eleitoral, produzida no domingo. O Movimento Salve Embu se organizou para varrer os panfletos despejados diante de escolas da cidade na Região Metropolitana. Foram recolhidos mais de dez sacols de lixo cheios de “maus políticos”. De acordo com os incentivadores da ação “a intenção não era limpar toda a cidade, mas fazer uma manifestação convidando os eleitores a perceberem que político que tem essa atitude não tem respeito pelo meio-ambiente, pelo cidadão e pela cidade e por isso não merece ser votado.
Como fazer uma propaganda eleitoral
Das muitas criações que trataram com humor e realismo a campanha eleitoral, o vídeo que leva a assinatura do meu conterrâneo Marcos Piangers é especial, por isso reproduzo aqui mesmo depois de encerrado o primeiro turno:
Foto-ouvinte: propaganda eleitoral é alvo de pichação
Fazer propaganda eleitoral virou ofensa à Democracia
Por Antonio Augusto Mayer dos Santos
A propaganda eleitoral em bens públicos exigia a imposição de regramentos e limitações porquanto inúmeros candidatos abusavam da liberdade e poluíam passarelas, postes e calçadas. Mais que isso: não retiravam o material de campanha após o pleito. Entretanto, o excesso de vedações e restrições reveste a ação dos políticos de temeridade.
Prova disso é que quase tudo está severamente vigiado. Locais de intenso fluxo de eleitores deveriam ser livres e liberados para exibição de material e propaganda. No entanto,“infrações às normas ambientais” em logradouros muitas vezes horrendos e sem atrativos geram multas que sequer o poder público aplicaria não fosse propaganda.
Partidos e candidatos estão intimidados e frustrados com receios os mais diversos, sobretudo de multas ou acusações de abuso de poder por “excesso de propaganda”, o que certamente resulta numa campanha insossa e quase invisível. Neste sentido, é imprescindível lembrar que com a involução imposta pela Lei 11.300 ao eliminar os outdoors das campanhas, muros e painéis em terrenos particulares passaram a ocupar espaço privilegiado, não raro superando o valor daqueles outros, embora o aspecto lírico da legislação refira a sua utilização espontânea e gratuita.
Atos até então singelos e corriqueiros de campanha se tornaram burocráticos, ritualísticos e obviamente revestidos de receio. Peças ordinárias como um simples banner, um adesivo de carro, uma bandeira, tudo passou a ser instrumento infracional, tudo passou a ser ameaça ao meio ambiente, à ordem, etc. A maioria dos justos pagando pelos poucos e competentes pecadores que sistematicamente violam as leis eleitorais.
Tudo isto sem se falar daqueles candidatos à reeleição que precisam de malabarismos jurídicos para poder desenvolver a sua gestão sem violar textos legais mal-elaborados ou demagógicos que erm verdade colidem à Constituição Federal mas que disseminam a paranóica versão de uso ou benefício pela máquina administrativa.
A falta de bom senso na regulamentação das eleições no Brasil decorre da miopia e surdez do Congresso Nacional que não avalia corretamente as decisões tomadas pela Justiça Eleitoral, não dialoga frontalmente com o TSE e o que é pior: elabora normas erráticas, confusas e destituídas de bom senso a pretexto de “aperfeiçoar o sistema”. Se a propaganda eleitoral se tornou ofensiva à Democracia, é porque falta harmonia entre os Poderes. De repente fazer propaganda eleitoral se tornou ofensivo à Democracia.
Antônio Augusto Mayer dos Santos é advogado especialista em direito eleitoral, professor e autor dos livros “Reforma Política – inércia e controvérsias” (Editora Age) e “Vereança e Câmaras Municipais – questões legais e constitucionais” (Editora Verbo Jurídico). Às segundas, escreve no Blog do Mílton Jung.
Publicidade infantil: “peça pra mamãe comprar ..”, não pode
Por Julio Tannus
Há algum tempo atrás, fazendo uma pesquisa sobre telejornalismo, a pedido de uma rede de televisão brasileira, um garoto de 10 anos fez o seguinte comentário: “adoro violência, não perco um jornal da TV…” De imediato vê-se que a TV, com todos os seus conteúdos, inclusive publicitários, é absolutamente influenciadora do público infantil.
Não é para menos que o Código de Defesa do Consumidor proíbe a propaganda infantil dirigida diretamente a crianças.
A aprovação do projeto de lei que proíbe a propaganda infantil pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados reacendeu a discussão em torno do tema. O Projeto de Lei 5.921 tramita na Casa desde 2001 e foi aprovado pela comissão no mês passado. A medida determina: “fica proibida qualquer tipo de publicidade, especialmente as veiculadas por rádio, televisão e internet, de produtos ou serviços dirigidos à criança, no horário compreendido entre 7 (sete) e 21 (vinte e uma) horas”. A dose diária de propagandas às quais as crianças estão submetidas é grande. Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião e Pesquisa (Ibope), até os 11 anos, meninos e meninas assistem à cerca de 5 horas de televisão por dia, em média. E é justamente nos horários dos programas infantis que as propagandas para esse público mais aparecem.
Efeitos da propaganda.
Para especialistas, as crianças ainda não estão preparadas para lidar com o apelo gerado pela publicidade. “A criança não tem a capacidade de discernimento com o juízo crítico que o adulto tem. Se o adulto já é seduzido pelas propagandas, imagine a criança? A percepção delas vai sempre pelo lado emocional, e não costuma passar pelo racional, onde está o juízo crítico” enfatiza a psicóloga e psicanalista especialista em atendimento infantil Paula Ramos, da Escola Brasileira de Psicanálise.
E que o CONAR (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária) preceitua?:
• a publicidade deve ser um fator coadjuvante aos esforços de pais, educadores, autoridades e da comunidade na formação de crianças e adolescentes, contribuindo para o desenvolvimento positivo das relações entre pais e filhos, alunos e professores, e demais relacionamentos que envolvam o público-alvo.
• Não deve usar mais o apelo imperativo de consumo dirigido diretamente a crianças e adolescentes “Peça pra mamãe comprar…”.
• Não deve usar crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo por outros menores “Faça como eu, use…”.
• O planejamento de mídia deve refletir as restrições técnicas e eticamente recomendáveis, buscando-se o máximo de adequação à mídia escolhida.
Julio Tannus é consultor em Estudos e Pesquisa Aplicada e co-autor do livro “Teoria e Prática da Pesquisa Aplicada” (Editora Elsevier). Às terças-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung
Vereador do PSDB faz propaganda eleitoral disfarçada
O vereador licenciado Adolfo Quintas do PSDB deve estar ansioso para que chegue a eleição municipal, pois sequer esperou o início da campanha para pedir o seu voto. E usa de um subterfúgio para enganar o Tribunal Regional Eleitoral, já que propaganda fora de época pode gerar punição e até impugnação da candidatura. Mandou imprimir (espero que não com o nosso dinheiro) adesivos no qual aparece a fotografia, o nome e o site dele. Como não pode escrever “vote em mim” – porque aí seria crime explícito -, usa de forma indevida a expressão “Adote um vereador” – nome do movimento que lideramos há quatro anos na cidade de São Paulo. O desrespeito foi flagrado e registrado no Twitter pelo ouvinte-internauta Everton Soares (@soareseverton). Apesar de a imagem não ser clara, Cláudio Vieira, que participa do Adote um Vereador, fez contato com o gabinete de Adolfo Quintas que, através de seus assessores, confirmou a estratégia.
Malandrinho o vereador, não é?

Propaganda da Câmara de Vereadores custará R$ 4 mi
Texto publicado no Blog Adote São Paulo, da revista Ëpoca SP
A Câmara de Vereadores de São Paulo está com uma campanha publicitária no ar na qual destaca a aprovação da Lei do Ficha Limpa para o serviço público municipal, aprovada neste ano. A medida é interessante pois transfere a regra imposta a candidatos nas eleições para à administração pública como um todo, incluindo servidores, detentores de cargos comissionados ou empregados da administração direta e indireta do município. A despeito de alguns funcionários e assessores parlamentares estarem incomodados e não entenderem a importância da lei no combate à corrupção, espero que a mesma seja levada aos demais níveis de governo, estadual e federal. Assim como gostaria que a Câmara aprovasse rapidamente projeto de lei que irá colaborar na transparência dos gastos públicos ao obrigar a prefeitura e demais instituições do município a divulgarem o custo da campanha nas próprias peças publicitárias. Sempre bom relembrar que todos os anúncios feitos no rádio, na TV, nas mídias impressas ou digitais pela administração municipal são pagos com dinheiro arrecadado dos nossos impostos, portanto, nada mais justo que saibamos quanto estamos desembolsando para fazer propaganda das obras do prefeito e iniciativas dos vereadores, por exemplo.
O projeto de lei que pede transparência na publicidade foi proposto pelo Movimento Voto Consciente e foi aprovado por nove de 10 vereadores que fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça. Mas para ser transformado em lei tem muito chão pela frente e, no mínimo, duas votações em plenário. Se já estivesse valendo, juntamente com a publicidade da Câmara Municipal que assistimos na televisão seria divulgado o custo da campanha. Ou no anúncio de jornal, estariam grafados os valores. E o cidadão teria como avaliar quanto do seu dinheiro estaria sendo gasto e se estaria sendo bem gasto.
No campanha atual, a previsão é de que serão usados R$ 4 milhões, o que inclui sua produção e divulgação, com inserções em TV, rádio, jornais, jornais de bairro e internet, segundo me informou a assessoria de comunicação da Câmara. Apesar de ainda não termos o projeto de lei da transparência na publicidade,
é possível saber os valores a medida que as informações do contrato assinado com a agência encarregada de produzir a campanha, a Contexto, estão divulgadas no portal da Câmara Municipal de São Paulo, em formato aberto.
A propósito, o que você acha da campanha publicitária que a Câmara Municipal de São Paulo colocou no ar ? Considera importante que o legislativo faça este tipo de prestação de contas na mídia ? Ou entende que é um desperdício investir R$ 4 milhões nesta forma de comunicação ?
Jânio da Silva Quadros e o marketing político
Por Nelson Valente
Professor universitário, jornalista e escritor

As peças publicitárias de caráter oficial apresentavam o candidato numa postura mais séria, em estilo tradicional, com cabelos penteados e roupas alinhadas. Já as peças publicitárias produzidas por simpatizantes demonstram um Jânio carregado de traços regionais, incorporando costumes e tradições das várias regiões do país em estilo bem populista. É o caso da capa de um pequeno livro, sem referência do local, mas pelas características da figura produzido a partir de um personagem típico do nordeste: o cangaceiro. Na animação é mostrada uma charge de Jânio com a barba por fazer, bigode desalinhado, olhos arregalados, usando um chapéu de cangaceiro e tocando uma sanfona. Logo abaixo vem a mensagem: “Ó xente! O povo falou tá falado!”.
Nas várias regiões do país o povo construía a imagem de JQ a sua maneira, as habilidades físicas e sensitivas do candidato produziam várias imagens no receptor que, de alguma forma, encontravam ressonância no povo. Ele soube compreender as tradições regionais do país e aplicá-las adequadamente conforme a sua intuição. Na propaganda soube, a partir de São Paulo, se desdobrar em vários “jânios” pelo resto do país, nunca perdendo a individualidade, mas incorporando outras características conforme os contrastes regionais.
A propaganda política de JQ em 1960 demonstrou que não se pode impor um estilo pasteurizado de valores e conceitos pré-estabelecidos. Mas que as referências devem ser trabalhadas considerando os diversos aspectos culturais, de modo a estabelecer uma relação entre o nacional e o local. O reforço e a solidificação de valores e atitudes foram explorados em detrimento da imposição de novos estilos. Entre os discursos de campanha, comia sanduíches de mortadela e pão com banana, numa tentativa de identificar sua imagem com o eleitorado mais pobre. Jânio procurou sempre se diferenciar dos outros políticos. Vestia roupas surradas, usava cabelos compridos, deixava a barba por fazer, os ombros cheios de caspa e exibia caretas aos fotógrafos.
Sua sintaxe era um caso à parte. Em seus discursos procurou sempre utilizar um vocabulário apurado, recheado por frases de efeito. É um enigma saber como conseguia se comunicar de forma eficiente com seus eleitores, a maioria sem instrução escolar.
Chefe do Executivo fosse municipal, estadual ou federal, o autoritarismo e o carisma foram seus traços característicos. Seus bilhetinhos, com ordens a subordinados, se tornaram célebres.

Segundo seus adversários, Jânio sempre demonstrou desprezo pelos partidos e pelo Poder Legislativo. Ao longo de sua carreira, trocou de legenda sucessivamente. Essas demonstrações de força aumentaram sua popularidade junto a diversos segmentos do eleitorado. Jânio parecia diferente dos outros políticos.
Eleito pela Segunda vez prefeito de São Paulo, em 1985, seu primeiro ato ao tomar posse, em 1º de janeiro de 86, foi desinfetar a cadeira de seu gabinete. Alguns dias antes da eleição, seu adversário de campanha, Fernando Henrique Cardoso, candidato do PMDB, ocupou a cadeira para ser fotografado pela imprensa.
J.Quadros, vereador
A imagem política de J.Quadros foi sendo composta associando-se modernização à eficiência da administração pública. Ele se apresentava como um político novo e refazendo a liguagem política no Brasil, com práticas voltadas para critérios impesssoais e na defesa da racionalização do Estado.
J.Quadros, deputado estadual
Para essa campanha confeccionou cartazes com a frase: ” Jânio pede o seu voto ” e contou com simpatizantes para distribuí-los no interior do Estado de São Paulo. E como deputado, sempre defendendo o direito do consumidor.
J.Quadros, campanha à prefeitura de São Paulo
Surgiu um dos mais expressivos slogans de sua carreira política: ” A revolução do tostão contra o milhão” . Simbolizava a luta de um candidato humilde, sem o apoio da máquina política.
Em se tratando de simbologias, o maior símbolo politico de J.Quadros: A VASSOURA ( criação de Eloá do Valle Quadros, esposa de JQ). Ela se tornaria a maior referência eleitoral de sua carreira política e colaboraria para projetar JQ para as classes mais abastadas.
J.Quadros, campanha ao governo de São Paulo
Surge em sua campanha o seguinte slogan: ” Honestidade e Trabalho “. Na realidade JQ se apresentou novamente como um candidato pobre, de saúde combalida. Seu perfil magro lembrava um sujeito mal-alimentado. O jingle “Varre, varre, varre, vassourinha…” para a campanha política de Jânio Quadros a Governador de São Paulo, em 1954.
Os bilhetinhos de JQ foram uma excelente estratégia política para o governador atrair a imprensa, sem pedir que ela o procurasse.
Jânio – Deputado Federal
JQ lançou-se candidato a deputado federal pelo Paraná pelo PTB, em 1958. Venceu com a maior votação do Estado e passou a ocupar os dois cargos simultaneamente.
Jânio – Presidente da República
Nascia o MPQ – Movimento Popular Jânio Quadros – Slogan : ” Jânio vem ai ! (Ilustração que abre este artigo)). Vendas de botons e vassorinhas no famoso livro de Ouro. O jingle “Varre, varre, varre, vassourinha…” para a campanha política de Jânio Quadros à presidência da república, popularizando em nível nacional.
O jingle musical sobre a vassourinha de Jânio se popularizou muito na campanha presidencial de 1960, a ponto de surgirem pelo país compositores que produziram outras marchinhas e canções em oferecimento ao candidato J.Quadros. Em algumas ocasiões os autores mandavam as partituras para os coordenadores da campanha avaliarem se era possível transformá-las em material de campanha. As letras também endossavam as mensagens ideológicas de outras peças publicitárias.
CBN, há 20 anos tocando notícia
Comercial em comemoração aos 20 anos da CBN seguindo a mesma linha dos anúncios divulgados em jornal e revistas comparando nossa equipe com uma orquestra que toca notícia.

