Pot-pourri de assuntos (a pedido do autor)

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Acostumei-me a escrever às quintas-feiras no blog do Mílton. Ao contrário do que ocorre comumente na vida das pessoas,o espaço que ocupo não passou de pai para filho,mas de filho para pai. O papel do meu rebento – era como a mãe de um atleta da Sogipa,equipe rival do Grêmio nos campeonatos de basquete,costumava chamar o meu filho pensando em provocá-lo – é,neste blog,criar título para as minhas colunas.Hoje,no entanto,vou pedir que ele me dê licença de intitular, nada mais,nada menos,do que um pot-pourri de assuntos. Trata-se de uma experiência.Quando comecei a atuar na radiofonia gaúcha,pot-pourri era uma palavra corriqueira na profissão. De vez em quando anunciávamos que os caros ouvintes acompanhariam uma seleta coletânea de músicas brasileiras ou estrangeiras. Isso agradava a quem estava na escuta porque as “páginas musicais” não eram interrompidas a todo instante por spots ou jingles. Desta vez,agora que os meus compromissos radiofônicos já deixaram de existir,aí vai um rápido pot-pourri de textos:

 

Porto Alegre declara guerras à sujeira

 

O Rio de Janeiro – não sei se São Paulo também – já conseguiu reduzir o lixo em 60 por cento – nas ruas da cidade. Com certeza, pensando,provavelmente,nos turistas que nos visitarão durante a Copa do Mundo,a Prefeitura de Porto Alegre, divulgou na última segunda-feira, o novo Código Municipal de Limpeza Urbana. O jornal Zero Hora postou,em manchete,que “Começa a caça a sujões”. Será? Os argentinos,quando tratam de normas legais,usam esta frase ”Hecha la ley,hecha la trampa”. Se no futebol as autoridades não conseguem reprimir da forma pretendida aqueles que são responsáveis por todos os tipos de desordens,proibindo-os de assistirem a jogos e obrigando-os a se apresentar em delegacias em dias de partidas,imaginem como não parece nada fácil punir os que sujam as ruas. A Prefeitura,o que vejo como boa ideia,pensa em fazer convênio com a Brigada Militar (a Polícia Militar dos gaúchos)para que os seus elementos acompanhem a fiscalização,eis que esses têm condições de tomar medidas oficiais penalizar os infratores.

 

Entendo,particularmente,que são necessárias campanhas na mídia a fim de conscientizar os barbados e,como não,as crianças,porque,desculpem-me pelo adágio comum,é de pequenino que se torce o pepino. A propósito, quero deixar os meus cumprimentos ao DMLU porto-alegrense pela rapidez com que providenciou a retirada de um colchão de casado que algum papeleiro sujão deixou cair de sua carroça na frente da minha casa. É necessário,no entanto,que os vizinhos não fiquem na moita quando se trata de telefonar para o numero 156,do Fala Porto Alegre,sempre que,em frentes às suas casas,existam galhos de árvores e capim impedindo a circulação pelas calçadas.

 

Anseios da juventude

 

David Coimbra,que escreve na Zero Hora texto de quase uma página sob o título de Código de David,intitulou o de domingo,6 de abril,de “Um tempo sem kiwi e sem heróis”. Jamais provei kiwi. Na minha infância – a infância vem antes da juventude – tinha,sim,alguns heróis. Afinal,eu lia – trepado na garagem da casa paterna,junto com o meu amigo Bruno – exemplares do Gibi e do Almanaque Globo-Juvenil, sempre recheados de personagens que me deslumbravam com as suas aventura. Dê-lhe Super-Homem,dê-lhe o Homem Aranha,dê-lhe Fantasma,dê-lhe Capitão Marvel e tantos outros. Enquanto,líamos às escondidas, aproveitávamos para aliviar as peras do vizinho.O David nasceu muito depois de mim. Percebi,ao ler sua página,que ele bem que gostaria de ganhar de Natal um autorama. Este só se tornou realidade para mim quando o Mílton nasceu – a Jacque,pouco mais velha,brincava com as suas bonecas – e eu dividia com ele os carrinhos velozes.Bicicleta,já contei isso,ganhei apenas ao passar em segunda época em matemática. Antes,só pedalava em bicicletas emprestadas (odeio os novos nomes que deram a esse simpático veículo. No meu tempo,a bola da zona tinha um dono.E não era eu. Jogávamos até a mãe dele chamar para a janta. Vejo,hoje,os meus netos brincam em computadores e lidarem com celulares como gente grande. Perdão,nós é que ficamos pequenos perto deles quando se trata desses dispositivos. Ah,eles já possuem coisa mais moderna que simples celulares. Sim,os andróides.

 

E o pot-pourri onde ficou?

 

Descobri que o pot-pourri de textos é bem diferente daquele da minha então incipiente carreira no rádio. Afinal,ele ficou somente nos dois títulos que,sem bancar o pessimista,talvez nem tenham sido lidos. Seja lá como for,meu propósito não é produzir textos do tamanho dos do David Coimbra nem os da mina sobrinha Cláudia Tajes,colunista do Caderno Donna. Ela escreveu na edição desse domingo e falou,meio braba,sobre a porcentagem de pessoas que acham mulher com pouca roupa merecer ataques sexuais. Não sei se a Claudinha ficou menos insatisfeita ao saber que não são 65%,mas 26% os maus-caracteres. Até o Ipea se engana.

 


Milton Ferretti Jung é radialista, jornalista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Foto-ouvinte: eleitores limpam sujeira dos candidatos, em Embu

 

Ação contra sujeira eleitoral

 

Os candidatos a vereador não respeitam, mas os moradores que gostam da cidade de Embu das Artes decidiram reagir contra a sujeira eleitoral, produzida no domingo. O Movimento Salve Embu se organizou para varrer os panfletos despejados diante de escolas da cidade na Região Metropolitana. Foram recolhidos mais de dez sacols de lixo cheios de “maus políticos”. De acordo com os incentivadores da ação “a intenção não era limpar toda a cidade, mas fazer uma manifestação convidando os eleitores a perceberem que político que tem essa atitude não tem respeito pelo meio-ambiente, pelo cidadão e pela cidade e por isso não merece ser votado.

Os urubus paulistanos vão pousar no cinema

 

Texto publicado originalmente no Blog Adote São Paulo, da revista Época São Paulo

 

Urubu

 

Poucos momentos são tão incômodos para mim quanto o que aguardamos, sentados na poltrona do avião, a torre de controle autorizar a decolagem. As portas já estão fechadas, o avião saiu do lugar, mas não partiu. A ordem de desligar o celular ou o tablet aborta qualquer chance de disfarçar a ansiedade com uma das operações mais arriscadas do vôo. Não sei se você sabe, mas boa parte dos acidentes acontece na aproximação dos aeroportos, quando o avião está subindo ou descendo. Não lembro nunca de pegar um livro de papel que seria a salvação nesta hora, e o digital está lá no iPad com suas páginas fechadas. Nem sempre gosto das revistas amassadas que estão disponíveis no encosto da poltrona da frente, mas acabo sempre recorrendo a estas depois que meu restrito elenco de orações se encerra.

 

Foi nesta situação, para disfaçar, que comecei a folhear a edição “TAM nas Nuvens” que tem o artista plástico Tunga na capa. Lá dentro me deparei com a reportagem com o cineasta Peter Greenaway, que participou recentemente do ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento, em São Paulo. O inglês, que vem investindo em experimentos no cinema, conta à repórter Adriana Carvalho que tem em mente a ideia de fazer um filme de vampiro, tendo como cenário a cidade de São Paulo. Achei curiosa a inteção, pois a capital paulista não costuma ser protagonista de filmes estrangeiros e, mesmo que os vampiros estivessem à solta por nossas avenidas, seria boa oportunidade de mostrar São Paulo ao mundo. Foi, então, que descobri o que motivava Greenaway: “a inspiração veio de uma visita que fiz à cidade há cerca de dez anos. Fiquei hospedado em um hotel muito luxuoso e ao olhar pela janela do quarto, vi urubus e pensei nessas criaturas como vampiros”. O diretor explica que, para ele, os vampiros são as mulheres que não sugam o sangue, mas consomem a energia dos homens pelo sexo.

 

Fiz questão de olhar pela janelinha do avião e prestar atenção no entorno, pois sei que os urubus costumam ser um estorvo para os pilotos, e métodos rudimentares, como a explosão de foguetes, são usados pelos administradores para espantar os bichos que rondam o local. E se estão lá não é por se identificarem com os aviões, mas devido ao lixo acumulado nas áreas próximas, fonte de sua alimentação. Aliás, a população de urubu na capital não tem outro motivo a não ser a sujeira, restos de comida e carcaça de animal à vontade no ambiente urbano. É possível encontrá-los sobrevoando as árvores do Parque do Ibirapeura, por exemplo.

 

Soube por um administrador de um dos hospitais da zona Sul de São Paulo que ele foi obrigado a contratar pessoal especializado para espantar os bichanos do teto do prédio. Não que eles causassem algum risco à higiene mas todas as vezes que sobrevoavam diante da janela dos pacientes provocavam um tremendo constrangimento. Apesar de transmitirem imagem de mau-agouro, os urubus não trazem azar, ao contrário, ajudam a cidade ao limpar a sujeira que nós espalhamos.

 

Agora, só nos resta esperar os urubus paulistanos estrelarem no cinema internacional.

A lição do gari

 

Por Devanir Amâncio
ONG Educa SP

Sujeira em bueiro
   

Garis ficaram impressionados com a quantidade de sacolinhas plásticas que encontraram ao fazer a limpeza  de bueiros na rua  25 de Março, na região do Parque D.Pedro, centro de São Paulo. Como grandes observadores das ruas, eles recomendam humildade ao prefeito Gilberto Kassab ao falar sobre  enchentes. Segundo os garis, a cidade resolveria significativamente o problema  das enchentes se instalasse ‘telões’ ( grades em ferro fundido) em todas as  bocas-de-lobo da cidade. Ainda prevêem enchentes devastadoras no futuro se a prefeitura não modernizar a construção de bocas-de-lobo e adotar equipamentos eficientes (modernos) na limpeza de galerias pluviais.

“Uma equipe de três pessoas limpa apenas 10 bocas-de-lobo por dia, às vezes uma”, diz um gari, que desistiu ao fazer a conta do tempo que demoraria para desentupir a cidade.

Nem sempre deve-se avaliar a competência de uma pessoa pelo salário que recebe. Os limpadores de esgoto e varredores de rua ganham cerca de 800 reais e têm ideias simples e inovadoras para  os problemas urbanos . Os salários desses humildes trabalhadores são insignificantes se comparar com a fortuna salarial de um subprefeito que chega a 35 mil reais 

Quais são as projetos  de cidade do segundo escalão da Prefeitura de São Paulo, que teve um reajuste salarial de mais de 200 por cento ? Não é um exagero? Por que a oposição, se é que existe, ficou calada? E o décimo terceiro dos vereadores?  Esses últimos acontecimentos envolvendo dinheiro público, uma espécie de êxtase lesa-cidadão, poderiam  ser colocados na lista das grandes injustiças sociais de nossa cidade. E muitos desses ‘servidores do povo’ ainda dizem com a boca cheia:” Eu amo São Paulo.” 

Enquanto isso as subprefeituras, e o Serviço Funerário – o maior cabide de emprego municipal do Brasil – estão sucateados[…]. São agora tubarões da administração pública, perderam o sentido ético, desprezam o senso-comum, menosprezam os valores sublimes que têm os mais humildes cidadãos que vivem com dignidade a sua pobreza. Os mesmos cidadãos,  vítimas das dezenas de milhares de cartinhas escárnio de vereadores desejando-lhes  “Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!” . 

Qual dos vereadores e demais funcionários de vida abastada dos ricos teria a coragem de devolver aos cofres públicos parte do que ganham ou, para contestar, distribuir aos pobres em praça pública suas moedas?

A eles,  votos  que aprendam o valor social dos garis e limpadores,  coveiros, sem-teto  quilombolas e inúmeras minorias. Que pensem  na prática  a  sustentabilidade, e projetos de saúde para a legião de viciados em crack que fecha ruas em São Paulo; votos que encontrem uma solução para as milhares de crianças sem creche.

Votos que os políticos vençam todos os  tipos de sujeiras e extravagâncias. Só assim, o “amor ” que tanto se ouve falar em ano eleitoral, terá  sentido.

                                         

Conte Sua História de SP: Minha roupa suja

 

A professora Gianny Silva nasceu em São Paulo em 1973 e considera que tem um problema de DNA (na linguagem coloquial, Data de Nascimento Antiga). Em setembro de 2008, ela contou ao Museu da Pessoa uma de suas memórias de infância: o dia em que descobriu o poder de chantagear os irmãos mais velhos. Um segredo que ela guardava até então. Seu texto foi apresentado, agora, no Conte Sua História de São Paulo.

Ouça o texto de Gianny Silva com sonorização de Cláudio Antônio

Nasci e cresci na cidade de São Paulo, mas, por uma questão de DNA, sou do tempo em que ainda se brincava na rua, existiam muitas árvores, muita brincadeira, e é claro muita arte!

Na década de 1970, mudei-me para o Conjunto Residencial Ingaí. Naquela época, só existiam os sobrados do conjunto. Hoje em dia, existem os sobrados do conjunto Fábio e os prédios do Parque dos Pássaros. Ocorre que, na época, onde hoje estão essas novas residências, existia um, digamos, bosque. E um grande muro que ia do início da atual rua Robert Bird até onde hoje está a EMEI Ingai. Atrás do muro existia uma “vacaria” e um bambuzal. A brincadeira da turma era subir ao muro e descer suavemente de bambu!
Eu queria brincar, mas por problema de idade, era a mais nova, e tamanho, os mais velhos não deixavam. Até a hora que eu ameacei contar para a mamãe! Fui colocada no muro e uma amiga, a Edna, brincava que iríamos cair! Resultado… caímos mesmo!
Eu fui escorregando pelo curral das vaquinhas, em cima de todo aquele estrume!

Arranhei-me toda e fiquei muito limpinha. Fui para casa chorando, tomei banho e os arranhões ardiam até dizer chega. Mas eu não podia dar um “pio”, pois minha mãe ficaria muito brava!

A roupa, cheia de cocô de vaca, foi escondida dentro do guarda-roupas durante todo o fim de semana. E minha mãe tentando descobrir o que estava provocando o cheirinho desagradável no quarto!

Na segunda-feira, dei a roupa para a Francisca, uma mocinha muito gracinha que trabalhava em casa, e a coitada ficou por uma semana lavando a roupa para tirar as manchas!

Você também pode contar mais um capítulo da sua cidade. Marque uma entrevista ou envie um texto para o site do Museu da Pessoa. Se quiser mande o texto para mim, milton@cbn.com.br, vou ficar bem feliz de conhecer a sua história. Aqui no meu blog, o Blog do Mílton Jung, você encontrará vários casos curiosos sobre a cidade de São Paulo, registrados pelos ouvintes-internautas da CBN.

A incrível atração do lixo

 

O novo sistema de varrição pública nas ruas de São Paulo, que impõe uma série de serviços às empresas vencedoras do processo de licitação, deve custar cerca de R$ 2,1 bilhões, em três anos. Enquanto lia reportagem sobre o assunto, recebi foto e mensagem de Devanir Amâncio, colaborador deste blog. E não foi difícil perceber a ironia do texto.

Atraídos pelo lixo , lixo desorganizado

“O lixo exerce irresistível atração e poder sobre a vida das pessoas. Um homem e uma mulher conseguem revirar e retirar objetos de uma lixeira – gaiola protegida com cadeado, na avenida São João, no centro de São Paulo.”

Tem razão, Devanir. o lixo é muito atrativo.

Problemas que não orgulham o Recanto dos Humildes

 

Recanto dos Humildes

Aqui começa o Recanto dos Humildes. O sofá despejado no meio da rua recepciona os visitantes na rua Recanto dos Humildes, número 10, no bairro de Perus, zona norte da capital. E atrapalha o trânsito de carros e ônibus, conta Devanir Amâncio, da ONG Educa SP, colaborador deste Blog.

Recanto dos Humildes

A porta da Igreja Deus Pai dos Humildes também é ocupada pelo entulho que se espalha pela calçada, material jogado por moradores. Dona Leonice de Almeida cobra providências da subprefeitura da região, sem sucesso até agora. Diz ter convidado o subprefeito Celso Capato para vistoriar o local, na rua Antule, número 1, mas ainda não teve o prazer de vê-lo por lá.

Mesmo assim, Dona Leonice acredita em uma solução: “Para isso  a Prefeitura conta com engenheiros , gente do verde, fiscais e subprefeito, diz indignada.

Foto-ouvinte: Chama o Sugismundo

 

A preocupacão com o lixo acumulado na cidade aumenta a medida que as chuvas de verão se aproximam. Nesta semana, chegaram cenas tristes encontradas nas esquinas de São Paulo que se transformaram em lixões a céu aberto.

Lixo no Jardim Jaqueline

O Jardim Jaqueline está na zona Oeste e não precisa andar muito para tropeçar na sujeira que toma conta das calçadas, enquanto crianças brincam e famílias inteiras tentam viver. Não basta responsabilizar a população pelo lixo acumulado, pois faz um mês que as reclamações são feitas à subprefeitura do Butantã, mas nada é recolhido, segundo informa o líder comunitário Antônio do Chapéu.

Lixo no Jardim Independência

O Parque Independência está na zona Sul e a situação é semelhante. A lixeira e a caçamba escondidas embaixo do lixo estão na avenida da Meonda Velha com a rua Feitiço da Vila, pertinho de uma escolha municipal. De acordo com Devanir Amâncio, da ONG Educa SP, a sujeira não é recolhida regularmente, “cabendo ao córrego Moenda Velha levar o lixo para a Represa Guarapiranga”.

Se a prefeitura é acionada e nada faz, resta ao cidadão recorrer ao Sugismundo, personagem criado na década de 1970 em campanha do Governo Federal que tinha como lema “povo limpo povo desenvolvido”. Com ele, ao menos, a gente dava boas gargalhadas

Foto-ouvinte: Represa Billings cercada de lixo

Era um passeio pela Represa Billings. A quantidade de lixo, porém, falou mais alto. E o jornalista que por ali passeava, se viu na obrigação de registrar em foto as cenas lamentáveis de desrespeito com o meio ambiente. Airton Goes, do Fórum Social da Cidade Ademar e Pedreira, se espantou com a quantidade de sujeira espalhada no entorno da represa, ao lado da rua dos Mandis, próximo do espaço Sete Campos – Distrito de Pedreira.

Góes definiu as imagens como desoladoras e comentou, em e-mail: “A quantidade de lixo que continua sendo jogada na represa, que responde por parte da água consumida na cidade de São Paulo, é absurda”.