O lobby e o cordeiro

Por Carlos Magno Gibrail

Gilmar e o presidente da Eternit

O presidente da Eternit cumprimenta Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal

De uma forma primitiva o lobby já aparecia no Império Romano, entretanto a atividade como ação profissional começou a ganhar força no século XVIII.

Historicamente,  surgiu na ante-sala da Câmara dos Comuns, na Inglaterra, onde os políticos da época eram abordados por quem tinha algum interesse a defender

A origem da palavra “lobby”, porém, remonta a meados do século XIX, quando emissários de empresários assediavam o então presidente dos Estados Unidos, Ulysses Grant, no lobby do hotel onde ele se hospedava em Washington.
Se considerarmos o lobby como o ato de influenciar pessoas, podemos dizer que ele é intrínseco ao ser humano. Pois vivemos permanentemente tentando fazer isso. Ou não?

Ao se profissionalizar para tirar vantagens econômicas de órgãos do poder instituídos o lobista gera a acentuação de seu estereótipo.

Os Estados Unidos possuem a lei mais antiga regulamentando a atividade, em vigor desde 1946, e que vem passando por mudanças.

A última está sendo vivenciada por Obama, cujas novas regras sobre o lobby não apenas proíbem que seus assessores tentem influenciar a administração após deixar o governo. Elas também proíbem que os já contratados trabalhem em áreas para as quais já fizeram lobby, ou de se aproximar de agências do governo.

Mas a “lua de mel” com Barack Obama foi interrompida, e justamente nesta área.

”Tom Daschle deve retirar sua candidatura a pasta da Saúde, pois é  um entre muitos políticos que atuam  confortavelmente entre o governo e a indústria” – New York Times.

E Daschle nem é lobista registrado.

Se nos Estados Unidos, há tanto tempo com regulamentação ocorrem casos deste tipo, podemos imaginar no Brasil.  Ainda não conseguimos que os candidatos expusessem os nomes dos financiadores de campanha antes das eleições e, em muitos casos nem depois, já que declaram ao partido apenas. E, já que não identificamos os lobistas, vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, secretários, ministros, passam a ser lobistas de si e de seus patrões patrocinadores. Tudo sem identificação.

Talvez aí a grande dificuldade da criação da lei. Para que, se nós deputados e senadores já somos os lobistas? Ou não? Não temos as bancadas do Desmatamento da Amazônia, da Bola, da Fé, do Fumo, do Automóvel, dos Bancos, da Construção Civil (grande patrocinadora das eleições), etc.?

“A importância de regulamentar o lobby no Brasil e dar transparências aos seus processos, identificar os lobistas, saber para quem eles trabalham e quanto gastam e recebem por seu trabalho, por certo coibiria (não acabaria) a corrupção nas relações entre governo e os grupos sociais” – Paulo Nassar ECA USP

Mesmo sem regulamentação, já temos uns bons exemplos de lobbies tupiniquins. É só clicar no Google “lobby do batom”e “lobby do boquete” (isso mesmo). De “o lobby e o cordeiro”, veja a fonte de inspiração do artigo de hoje.

Ontem, recebemos um lobby reverso do governador de SP , ao retirar de Plano Técnico sobre melhoria de trânsito, o pedágio urbano. Repetindo o Prefeito da capital e ouvindo a opinião publica. A questão é saber se Programas Técnicos devem se curvar ao público , antes de ouvir os especialistas.

Se Thomaz Edison escutasse a opinião pública teria inventado uma lâmpada a vapor que iria durar mais. E não teria inventado a eletricidade.

Se Daimler Benz seguisse o povo teria inventado uma carruagem mais veloz e mais resistente e não o Automóvel.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e toda quarta-feira aqui no blog também faz o seu lobby (Você não faz ?).

12 comentários sobre “O lobby e o cordeiro

  1. Milton,
    Meu comentário não tem a ver com essa notícia, mas preciso fazer um relato do que tem acontecido no meu bairro.
    Moro no Jardin Rizzo, localizado na Zona Oeste, mais precisamente na altura do numero 1.800 da Av. corifeu de azevedo marques, atrás da USP. Resido lá ha 30 anos, tenho 30 anos, e o bairro tem sido foco diário de assaltos e assassinatos.
    O Bairro é e sempre foi muito provinciano. Na década de 90 os moradores conseguiram que a prefeitura transformasse suas ruas em um bolsão residencial, devido a quantidade de crianças que circulavam e brincavam nas ruas. Mas essas crianças cresceram e a maioria saiu da casa dos pais, migrando para outras regiões. As casas antes ocupadas por famílias se transformaram em repúblicas que servem os alunos da USP. E esses alunos junto com as casas dos moradores antigos tem sido alvo de assaltos constantes. No ultimo fim de semana, minha casa foi invadida e tive grande parte dos meus pertences roubados. 20 dias atrás, na rua de baixo da minha 2 casas foram invadidas na mesma condição. Relatos de pessoas do Bairro informam que no trajeto entre o bairro e o portão da USP, no mínimo uma pessoa é assaltada todo dia.
    Além da revolta por essa violência localizada, o que me indigna mais ainda é que no bairro ao lado fica localizada a delegacia de policia 51º – http://www.policiacivil.sp.gov.br/2008/endtel/Endereco_pesquisa.asp
    Já fizemos algumas reclamações/pedidos para que a polícia aumente a ronda no bairro, mas isso não é aplicado.
    Estou escrevendo para você, pois alem de ouvir a CBN diariamente, reconheço que vocês são um importante veículo de divulgação dos problemas da cidade e queria deixar registrado esse problema enfrentado por nós.
    Abaixo estão meus contatos e o endereço de onde resido.
    Desde já agradeço.
    Abraços,

    Mauro Borges
    (11) 9637 6332 cel
    (11) 3721 0674 res
    Rua Edmur de Castro Cotti, 249

  2. Carlos,

    bom dia!
    Quer dizer: Pode apertar o bracinho da criança, só não
    pode deixar marca e muito menos deixar que alguém veja.
    Ou não foi sempre assim?
    Não me movo um milímetro da convicção de que para melhorar qualquer coisa – qualquer uma – é preciso investir na formação do ser humano. Até para que ele saiba receber e processar informação.

    Pergunta por aí se alguém sabe o que são virtudes, qualidades morais. Vão achar que estamos falando do bar do Moraes. Quando a estrutura está defeituosa, não
    adianta enfeitar a casa. Um dia ela cai.

    Estava curiosa para ler o teu texto.
    Beijo e boa segunda metade da semana,
    ml

  3. Caro, é preciso ficar atento com a tal “reforma política”. O Sarney ja´disse ontem que alguns pontos da reforma são “consensuais”. Um dos consensos seria financiamento público de campanhas. Hoje os politicos tentar burlar, mas ainda é possível identificar vários doadores. Com financiamento público, o lobby ficará ainda mais escondido…

  4. A história do Mauro Borges, apesar dele escrever que não está ligada ao texto do Carlos, é um exemplo de lobby, o dos moradores, que funcionou em 1990 com os bolsões residenciais. E, por enquanto, não deu resultado no combate a violência.

  5. Prezado Mauro Borges, o teu texto é duplamente funcional.
    Em primeiro lugar pelo que foi colocado pelo Milton Jung, pois é questão de lobby . No passado foi feito “nos trinques” como diria o ODORICO PARAGUAÇU.
    Agora o primeiro passo você já deu , que foi a sua ação de escrever acima.
    A sugestão é óbvia, ir novamente a PM, agora com este material divulgado . Com certeza você começa a ter mais peso na sua solicitação.O segundo passo é organizar os vizinhos que se interessem em agir e também comecem a se manifestar.
    Tenho certeza que encontrará muita gente desinteressada e muita gente interessada.
    Não se acanhe , seja um lobista. Afinal de contas existem lobistas do bem.

    Abraço

    Carlos Magno

  6. Maria Lucia, concordo plenamente que o ser humano é a META.
    O ponto entretano é o CONHECIMENTO, pois sem ele não há chance de discernimento, de percepção.
    E, ao mesmo tempo que há cada vez mais facilidade para adquirir conhecimento também há cada vez mais dispersão, tal a quantidade de opções.
    Gosto muito desta história do descobrimento da eletricidade e da invenção do automóvel. Principalmente quando discutimos o trânsito de SP.Sabemos o mal que causam os congestionamentos em todos os setores da vida da população que vive na cidade.E, de repente as autoridades que conhecem os resultados bem sucedidos em outras cidades , retiram da pauta uma das hipóteses que ao menos teria que ser discutida. É um anti-lobby em cima do povo, pois o povo não foi informado do sistema, apenas rejeita da mesma forma que as crianças rejeitam alimentos que nunca provaram. Simplesmente rejeitam.

    Grande abraço

    Carlos Magno

  7. Fabiano Angélico, bem lembrado.
    Tenho uma saida utópica,
    Um ex-ministro enfatizava que ESTAVA Ministro
    A tese é que a politica seria exercida apenas em um mandato. Nada de re-eleição, nada de continuismo.
    Utopia, é verdade

    Obrigado pela participação

    Carlos Magno

  8. André, pura verdade.
    Se tomarmos a história do Brasil desde os primórdios constataremos que sempre foi assim.
    Imagine você ter uma empresa com mark-up garantido para o seu produto, de modo que a diferença entre o custo total e o preço de venda fosse sempre suficiente para cobrir todos os custos, isto é, o lucro está garantido. Além disso o produto não sai de moda, não tem saldo de cores desativadas, nem tampouco furo de grade de tamanho.
    É um sonho e concordo totalmente, um absurdo.
    O curioso é que se aparecer alguém que minimamente possa oferecer risco ao sistema financeiro, o proprio sistema se auto desestabiliza para se defender. É só lembra do Mario Amato com medo do Lula. E até da “namoradinha do Brasil” que foi a TV dizer que morria de medo do proprio. Certamente desconhecia a pregação do Carlos Lacerda que exemplificava mostrando que as rupturas só acontecem por lideres vindos da elite. .

    Abraço

    Carlos Magno

  9. Lobby do rastreamento

    Hoje, 17 de fevereiro, no programa do Herodoto, foi levantada a hipótese de um lobby caracteristico das grandes corporações em ritmo de cartel.
    O rastreamento dos veículos proposto para os novos veículos pode ter sido planejado e operado pelas Seguradoras, pois poderiam detectar a localização dos carros roubados e checar se compatibilizam com o declarado nas condições contratuais.

    É bom prestarmos atenção em tudo, pois o aparente nem sempre é a verdade.

    Carlos Magno

  10. CARO MILTON JUNG, TENHO O PRAZER DE COMUNICÁ-LO EM PRIMEIRISSIMA MÃO, QUE, O ATLÉTA DO SÉCULO, REI PELÉ, ACABA DE CONFIRMAR O SEU TOTAL APOIO PARA A NOSSA VALENTE E GUERREIRA CAMPANHA DROGA MATA, QUE ESTÁ COMEMORANDO 16 ANOS NA LUTA CONTRA AS DROGAS PROÍBIDAS OU LIBERADAS, COMO O CIGARRO COMUM E AS BEBIDAS ALCOÓLICAS EM GERAL. VOCÊ É NOSSO CONVIDADO ESPECIAL PARA O 16º MUTIRÃO DROGA MATA, QUE SEÁ REALIZADO DE 26 DE JUNHO – DIA INTERNACIONAL DE COMBATE AS DROGAS – ATÉ 31 DE JULHO, NO MAIOR SHOPPING DA AMÉRICA LATINA: ARICANDUVA, ONDE HAVERÁ: PALESTRAS SOBRE O TEMA, EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA, FARTA DIST. DE JORNAIS, FOLHETOS E ADESIVOS SOBRE O TEMA. “SLOGANS: É MELHOR SER UM CARETA VIVO, DO QUE UM DROGADO MORTO”. E, ” AS DROGAS SÓ LEVAM A 03 CAMINHOS: CADEIA, MANICÔMIO OU CEMITÉRIO”. MILTON JUNG, FAVOR VER A POSSIBILIDADE DE DIVULGAR ESTE BOMBÁSTICO APOIO DO REI PELÉ CONTRA AS DROGAS E A VIOLÊNCIA NO BRASIL. OBRIGADO. MB – MAURO BORGES. AUTOR E COORDENADOR NACIONAL DA PREMIADA CAMPANHA DROGA MATA. CONTATO: 11 – 9954-4150

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