De cappelletti

Por Maria Lucia Solla

Olá,

Cappelletto, é palavra italiana que quer dizer chapeuzinho. E cappelletti é seu plural. Chapéu me leva a um dito americano que diz: Lar é onde você pendura o chapéu. Agora, não dá para enveredar por essa via de raciocício sem pensar na minha tia e nos seus capeletes que, ao menos na minha família, são sinônimo de tia Inês.

Cobertos de magia, eles atraem a família toda. No dia de Natal, é batata! Quero dizer capeletes, que caem como carinho, no estômago espancado pelo pupurri da véspera.

Minha tia junta gregos e troianos em volta da mesa, desde sempre. Chegam pelos olhos, ficam pelo estômago, e acabam deliciosamente presos nas teias do coração. Para mim é o verdadeiro Natal. Escapo da noite onde o que se espera são os presentes, e o resto é pura consequência.

Maria Lucia e a Tia Inês

Na casa da minha tia chegam todos. Filhas, genros, netas, netos e uma bisneta. Agregados também são bem-vindos, e eu e meus filhos, quando calha de estarmos por perto.

A tia se prepara com antecedência. Recheia e molda cada capelete. Reune e une a família. Seu calendário gastronômico envolve também a Sexta-feira Santa, com “o” bacalhau, e a cada data festiva do calendário gregoriano ela alimenta e reforça as raízes da árvore da família.

E a as raízes da árvore da sua família, como são reforçadas?

Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.

Ouça “De Capelletti” na voz da autora.

Maria Lucia Solla é terapeuta e autora do livro “De Bem Com a Vida Mesmo Que Doa”, publicado pela Libratrês. Aos domingos, nos serve um cardápio de reflexões.

18 comentários sobre “De cappelletti

  1. tia Lú! 🙂
    adorei teu artigo!
    tive duas lembranças maravilhosas ao ler.
    a vó ruth primeiramente e, mais adiante, do livro comer, rezar e amar da Elizabeth Gilbert.
    a experiência foi ótima!
    super beijos,
    Suzi! 🙂

  2. Querida Malu!
    São tantos sabores maravilhosos que nos fazem recordar o sentido de família. Os caracóis húngaros que minha avó preparava com a receita da família de seu pai, deixaram saudades. Hoje são os deliciosos assados de minha mãe e sua imbatível batata assada e creio que em alguns anos eu terei A família é feliz quando está em volta da mesa conversando, saboreando um bom prato e desfrutando uns da companhia dos outros. A felicidade está nas coisas mais simples, realmente.
    Já podemos marcar nosso café.
    Beijos!
    Sandra

  3. Querida Malu!
    São tantos sabores maravilhosos que nos fazem recordar o sentido de família. Os caracóis húngaros que minha avó preparava com a receita da família de seu pai, deixaram saudades. Hoje são os deliciosos assados de minha mãe e sua imbatível batata assada. A família é feliz quando está em volta da mesa conversando, saboreando um bom prato e desfrutando uns da companhia dos outros. A felicidade está nas coisas mais simples, realmente.
    Já podemos marcar nosso café.
    Beijos!
    Sandra

  4. Maria Lucia a gastronomia sempre foi e será uma cultura importante . Tanto para famílias quanto para células maiores como regiões, países etc.
    Melhor agora que se tem dado em nosso país a devida importância ao tema, haja visto que temos até curso superior da matéria.
    No meu caso, vindo de Paraty, temos na região rica culinária muito bem retratada no romance ANA EM VENEZA.
    Na minha família o icone principal é o CAMARÃO CASADINHO, supremo sabor cujo preparo envolve algumas condições especificas a começar pelo imenso tamanho do próprio camarão , necessáriamente gigante.
    E família á mesa é sempre família unida.

    Abraço

    Carlos Magno

  5. Êta comentários saborosos!

    Suzi, a vó Ruth é imbatível. Aprendi quase tudo com ela,
    na cozinha. aqueles assados pecaminosos!

    Sandra, A Sid é mágica. Não importa a hora em que a
    gente chegue, não sobra lugar vazio à mesa, e ainda
    fica gente em pé. Prova esta geléia. Um pedacinho
    de bolo…

    Carlos, não sabia que você é de Paraty. Estou me candidatando ao camarão casadinho. Amo camarão.

    Beijo,
    ml

  6. Prezada Maria Lucia,
    Boa tarde.
    Excelente ,para mim o comentário capelletti traduz a saudade da conversa de que todos os descendentes italianos,sentem do hábito da família na mesa,principalmente no domingo.
    Atualizávamos os assuntos de cada um,dávamos muita risada,para não dizer gargalhada.Era muito bo.
    Um grande abraço,
    Farininha.

  7. Olá Maria Lúcia, em primeiro lugar o seu comentário sobre a Xenofobia animal no post anterior sobre o lago da Aclimação foi perfeito. Também achei que o Clovis pesou na mão.Valeu pela sua indignação pois esse mundo esta caminhando para um abismo desnecessário..
    Quanto a aula de Capelletti aprendi muita coisa que não sabia e me deu muita fome.
    Agora vou almoçar que meu estômago está roncando (risos).
    Parabéns pelo post e por conseguir reunir a família até hoje. Tenho certeza que isso que está faltando, como prato principal, na mesa do ser humano. FAMÍLIA.

  8. Oi amiga , adorei ! Só que como sabes , cada vez acredito mais em manter e reforçar “laços reais” , com meus “verdadeiros familiares” , sejam de sangue ou não . E ai funciona sempre o afeto , mesmo sem saber fritar um ovo , numa boa mesa do Moinhos , de preferencia ! Assim como eu
    e o Luiz , pois se dependessemos de meus dotes culinários , estariamos “fritos” ! Há!Há!Há! E agorinha Saudações Coloradas ao Milton Iung .Bjs , Maryur

  9. Cláudio,

    obrigada pela visita. Adorei.
    Você me fez rir, e eu adoro rir. … “sem perder a
    ternura” … e o humor. Acho que não ouviram a frase toda,
    dita pelo Guevara.
    Pois é. Família. O assunto é comprido.
    Está certa também a Maryur, uma
    amiga de coração. Mais do que irmã.
    Mas seja qual for a família, tenha o formato que tiver,
    não conheço laço que una tanto quanto a cozinha.
    Boa semana,
    ml

    Beijjo,
    ml

  10. Opa! se o assunto é comida, tô dentro…
    Não é por acaso que o melhor lugar da casa é a cozinha. Sempre que queremos estar com quem gostamos, marcamos a mesa e “come”moramos este encontro.
    Por sinal, esta na hora de marcarmos o nosso.
    Beijos.
    Tércio.

  11. Maluzézima, bom dia,
    Para fortalecer ainda mais nossos laços familiares, te convido para uma rodada de Vatapá, carurú, muqueca de bacalhau e feijâo doce que é típico da Semana Santa na bahia. Que tal? Convite tambem para minha afilhada Valentina. Beijos e saudade.
    Lucia Gutman

  12. Minha querida amiga, até que em fim achei a sua coluna, só porque sou buscadora googlista. Aqui estou no verao do Chile que nao quer acabar.
    Li tudo o que voce escreveu neste blog, e ainda a sua voz,
    que me mata de saudade do seu portugues paulista…
    Adorei!!

    Um beijo cheio de saudades e espero a sua visita

    Angela

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