CET diz que terá 54 km para “peão de bicicleta”

 

A Companhia de Engenharia de Tráfego afirma que “trabalha para criar espaços seguros para os ciclistas, incentivando novos usuários a migrarem para a bicicleta”. Diz ainda que os projetos que desenvolvem são em áreas da periferia que concentram a maior quantidade de viagens de bicicleta como meio de transporte para o trabalho ou a escola. A nota foi uma resposta à crítica que fiz neste Blog e no CBN São Paulo de que a Secretaria Municipal dos Transportes e a CET não tomam medidas amigáveis aos ciclistas. O principal motivo do post – que se você quiser lê clicando aqui – era chamar atenção para a necessidade de se beneficiar o trabalhador que anda de bicicleta em vez de dar preferência apenas ao ciclismo de lazer

Curioso é que as três ações anunciadas pela Companhia são apenas projetos de ciclovias. Nenhuma delas se iniciou até o momento. A mais próxima, cumprida a agenda, se iniciará em dezembro no Jardim Helena. No circuito do Jardim Brasil, as obras estão programadas para março e do Grajau/Cocaia para abril de 2010. A persistirem os sintomas, seriam 54 quilômetros de extensão entre ciclovia, ciclofaixa e pista com tráfego compartilhado.

A única ação já realizada, segundo nota da CET, é a operação da “ciclofaixa de lazer que liga os parques das Bicicletas, do Ibirapuera e do Povo”. Convenhamos, operar a pista é sua obrigação. A criação e iniciativa foram da Secretaria Municipal dos Esportes, conforme o próprio secretário Walter Feldman lembrou há duas sextas-feiras, no CBN SP.

Acreditando na palavra oficial da CET e da SMT já comecei a me preparar para pedalar nas faixas de bicicletas que serão entregues, em 2010. E também nos outros 46 quilômetros a serem construídos até 2012, conforme prometido no Plano de Metas da prefeitura.

Milton e a bicicleta dobrável

Leia a seguir a nota completa assinada pela CET:

À Rádio CBN
A/C: Milton Jung
Em relação aos comentários feitos pelo apresentador Milton Jung, na edição de hoje (6 de outubro de 2009) sobre as restrições da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ao uso da bicicleta em São Paulo, informamos que, após a Secretaria Municipal de Transportes (SMT) ter assumido a coordenação do grupo Pró-Ciclista, em julho, já foram divulgados os projetos de três novos circuitos cicloviários na cidade. Eles estão localizados em regiões periféricas, exatamente as que concentram a maior quantidade de viagens de bicicleta como meio de transporte para o trabalho ou a escola. No total, serão 20 novos km de ciclovia, 25 km de ciclofaixa e 9,5 km de pista com tráfego compartilhado.
O circuito do Jardim Helena terá 25,5 km de extensão, sendo 12 km de ciclovia, 10 km de ciclofaixa e 3,5 km de pista com tráfego compartilhado. Vai ligar as estações da CPTM de São Miguel Paulista, Jardim Helena, Itaim Paulista, Guaianases e Estação Itaquera do Metrô. As obras serão iniciadas em dezembro e custarão R$ 11,05 milhões.
Já o circuito cicloviário do Jardim Brasil terá 17 km de extensão, sendo 3 km de ciclovia, 8 km de ciclofaixa e 6 km de pista com tráfego compartilhado. Vai ligar as ruas no limite do município de São Paulo (próximas à Rodovia Fernão Dias) à Estação Tucuruvi do Metrô, passando pelas avenidas Edu Chaves, Mendes da Rocha, Luis Stamatis e Antônio Maria de Laet, entre outras vias. As obras devem começar em março de 2010, com investimento de R$ 5,1 milhões.
O circuito de Grajaú/Cocaia terá 12 km de extensão, sendo 5 km de ciclovia e 7 km de ciclofaixa. A ciclovia parte do ponto da Avenida Dona Belmira Marin junto à Estrada do Canal da Cocaia e vai até a Estação Grajaú da CPTM, onde se bifurca, seguindo pela Avenida Senador Teotônio Vilela e Rua Dr. Oscar Andrade Melo até atingir a Avenida Robert Kennedy, por qualquer um dos caminhos. As obras estão programadas para abril de 2010 a um custo de R$ 5,6 milhões.
Com essas iniciativas, a SMT espera garantir maior segurança aos ciclistas de São Paulo, especialmente àqueles que utilizam a bicicleta diariamente, como meio de transporte para o trabalho ou a escola.
Além disso, aos domingos, desde o último dia 30 de agosto, a CET opera a ciclofaixa de lazer que liga os parques das Bicicletas, do Ibirapuera e do Povo. A iniciativa foi muito bem aceita não só pelos ciclistas, mas pelos motoristas em geral e, desde o último domingo, seu horário foi expandido, passando a operar agora das 07h00 às 14h00.
Portanto, a Secretaria Municipal de Transportes e a CET estão trabalhando para criar espaços seguros para os ciclistas e, desse modo, incentivando novos usuários a migrarem para a bicicleta. O objetivo é, em um curto prazo, duplicar o número de viagens realizadas por esse modal.
Atenciosamente,
CET

3 comentários sobre “CET diz que terá 54 km para “peão de bicicleta”

  1. Isso mesmo Milton, esse projetos são só para a plateia. A CET esqueceu de citar que tem em mãos uma obra de aumento da calçada num trecho de 200 metros, entre o Metrô Carrão e Tatuapé na ciclovia da Radial. Obra ridiculamente simples que até hoje não foi tocada por ela, não se sabe por que. Com isso já viabilizaria 5 kms de ciclovia da Radial, entre as estações Penha e Tatuapé, pergunta para ela o porque essa obra nem consta no seus planos?

    E ela não respondeu seu motivo da ausência na Audiencia da Ciclovia da Marginal. Porque ela não se esforça para fazer os acessos a ela? Ela acha viável que uma importante ciclovia de 12 km seja aberta sem acessos?

    Porque não respondem sobre isso?

  2. Uma dúvida (ou crítica): as Zonas Leste e Norte fazem parte da cidade de SP? Impressão minha ou tanto o poder público e a imprensa privilegiam o que acontece nas Zonas Sul e Oeste da cidade?

  3. Entre o centro da cidade de Taboão da Serra ( aonde a linha amarela do metrô poderia chegar se acrescentasse mais duas estações ) e o bairro do Butantã ( com acesso a estações da linha amarela do Metrô, USP, Marginal Pinheiros e pontes de acesso ao bairro de Pinheiros ) existe o trajeto do rio Pirajussara que está totalmente coberto sob a Avenida Eliseu de Almeida e que é totalmente plano e bem largo, o suficiente para abrigar uma generosa ciclovia.
    Esta avenida ficou por cerca de dois anos em obras para a manutenção da calha do rio e, ao refazerem o canteiro central, para a surpresa da maioria dos moradores da região que contavam quase como certa a construção de uma ciclovia no local, tudo ficou como antes!!! Não existe, ao que nos consta, nenhum impedimento técnico para que esta obra não seja realizada, a não ser falta de vontade política. É simplesmente lamentável!!

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