Empresas e prefeitura brigam pelo preço do lixo

 

O lixo na cidade vai dar muita dor de cabeça ainda para o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e para os moradores de São Paulo. Apesar do otimismo demonstrado pelo secretário de Serviços (e de Transporte, também) Alexandre de Moraes, o que ouvimos no CBN São Paulo, nesta quinta-feira, sinaliza que a queda de braço entre as empresas que fazem coleta e tratamento de lixo e a prefeitura ganhará nova dimensão com o debate sobre o reajuste do contrato assinado, em 2004. O gasto mensal da prefeitura está em torno de R$ 48 milhões com as duas empresas, Ecourbis e Loga.

Os presidentes das concessionárias, entrevistados no programa de hoje, alegam que as empresas estão tendo gastos maiores com novas exigências da prefeitura e o aumento na quantidade de lixo recolhido. Segundo o presidente da Ecourbis, Ricardo Acar, nos três últimos meses de 2009 foram recolhidos 10% a mais de lixo do que no mesmo período de 2008. Alexandre de Moraes nega que isto esteja ocorrendo.

Já o presidente da Loga, Luiz Gonzaga Alves Pereira, põe na conta até mesmo mudanças que serão necessárias para atender a lei que obriga as empresas a coletar o lixo com hora certa. Para ele, haverá necessidade de se realizar número maior de viagens na cidade. Pereira criticou, ainda, o fato de que grandes gereadores de lixo, que teriam de contratar empresas particulares, estão utilizando o sistema público encarecendo ainda mais a realização do serviço. O empresário cobrou mais fiscalização pela prefeitura.

Alexandre de Moraes, em meio ao debate, acusou as empresas de não estarem cumprindo com suas obrigações. Ao ser questionado sobre o serviço que não estaria sendo realizado devidamente, o secretário não foi muito claro na resposta. Disse que as concessionárias não estariam cumprindo com o horário de coleta (mas a lei entrou em vigor na semana passada) e não teriam avançado em serviços como a coleta seletiva (mas foi a própria prefeitura que para tornar mais barato o serviço mudou os prazos)

Ouça as três entrevistas e tire sua própria conclusão:

Ouça o que disse o secretário de Serviços Alexandre de Moraes1401

Ouça as explicações do presidente da Loga, Luiz Gonzaga Alves Pereira

Ouça as justificativas de Ricardo Acar, da Ecourbis

2 comentários sobre “Empresas e prefeitura brigam pelo preço do lixo

  1. Blá-blá-blá das empresas dizerem que vai aumentar os custos se publicizar seus serviços.
    Isso já é obrigação prevista em lei federal (lei 8987/95 – arts. 31, III e 70,II – dispõe sobre direitos e obrigações dos usuários e os encargos das concessionárias e permissionárias de serviço público).
    A lei municipal nada é do que um reforço ao direito de acesso do usuário desses serviços a informações para defesa de seus interesses – sejam individuais ou coletivos.
    Assevera a lei, ainda, a devida importância à prestação de contas da gestão do serviço ao poder concedente (Prefeitura) e ao usuário (nós, munícipes) – tudo isso definido no próprio contrato de concessão/permissão .
    Cabe a nós exercermos nosso direito de cidadãos fiscalizando se o horário foi devidamente divulgado, se o estabelecido vem sendo cumprido e se o nosso vizinho está depositando seu lixo em local e horário adequado, além de exigir da Prefeitura que a lei seja definitivamente cumprida.
    Transparência sobre onde nosso dinheiro é aplicado, seja ele diretamente pelo Estado, seja pelas empresas que lhe prestam serviço, é direito constitucional do cidadão.

  2. Este é um dos grandes problemas que temos em todos os serviços públicos, independentemente se for municipal, estadual ou federal. A falta de fiscalização é muito grande (ou será corrupta?) por parte dos órgãos públicos.
    Vários serviços são prestados com baixa qualidade.
    Eu acredito que a privatização dos serviços é o melhor caminho, porém sem uma auditoria eficiente, as coisas não vão!!!!

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