Por Carlos Magno Gibrail
Da intrínseca cultura brasileira reverenciamos a juventude e renegamos a idade. A começar pela própria. A aposentadoria não poderia encontrar destino melhor do que aquele que vimos ontem, vemos hoje, e certamente, veremos amanhã se não se fizer algo para mudar.
Se as pessoas fossem tomadas como produtos, fato não recomendável, o ciclo de vida provavelmente teria tratamento técnico melhor do que o dos aposentados pelo INSS. O Boston Consulting Group de Harvard estabeleceu quatro etapas dentro do Ciclo de Vida de produtos: Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio. Também chamadas de Criança Prodígio, Estrela, Vaca Leiteira e Abacaxi. A ciência é prolongar a Maturidade alongando a chegada ao Declínio ou, até mesmo, descartando-o e criando diversificações.Este inevitável ciclo, como o da vida das pessoas, exige acompanhamento permanente para adaptação às mudanças do mercado, aqui considerado como meio ambiente.
Entretanto, não é o que tem sido aplicado à vida profissional dos cidadãos brasileiros. Embora, há décadas os aposentados ocupem um proeminente espaço na agenda política nacional.
Collor e FHC postaram medidas a favor da Previdência e, aparentemente, em detrimento dos trabalhadores. Direção que Lula também tomará, quando anuncia veto ao projeto aprovado pela Câmara e que foi votado ontem no Senado. Reajuste acima de 6,14% e fim do fator previdenciário.
O balizamento essencialmente político que tem sido dado aos aposentados tem levado de um lado a uma posição homogênea de quem está no poder e, de outro a um afastamento da técnica, da demografia e principalmente da sociologia.
Há nove meses observávamos que:
“Dos 26,5 milhões de brasileiros aposentados 8,5 milhões ganham acima de um salário mínimo. Não possuem mais força competitiva no mercado de trabalho, que os rejeita. Não recebem reajustes compatíveis na pensão devida pelo Estado, que os discrimina. E são taxados no valor que recebem de aposentadoria pelo Sistema Tributário, que os assalta. Ainda assim são acusados de ameaçar o INSS, como se fossem os responsáveis pela incapacidade atuarial de Governos passados e pela frieza contábil do Governo presente”.
(leia o artigo completo, publicado em 01/07/2009)
Na sexta, o deputado Flavio Dino saiu em defesa dos 8,5 milhões em artigo que elege como justiça social o aumento de 7,7% aprovado pela Câmara e baseado em 80% do PIB de 2008. Acresce ainda que o PIB de 2010 deva crescer pelo menos 6%.
Ontem, o editorial da Folha endossou a posição do economista Fabio Giambiagi, que, há 20 anos, defende mudanças nas regras da Previdência Social propondo equilíbrio contábil e alertando contra as bases numéricas em momentos de economia positiva. A “Bomba demográfica” que intitula o artigo é provavelmente inspirada no livro de Giambiagi: “Demografia, a ameaça invisível”.
Este cenário conturbado fica ainda mais nebuloso quando se introduz a recente opinião dos candidatos Dilma e Serra. Dilma propõe intervenções especificas e momentânea. Serra endossa o que Lula decidir. Ora, Lula já avisou que veta aumentos acima de 6,14%, e a retirada do fator previdenciário. E, assim como nunca neste país, é hora de o jornalismo consciente entrar neste quadro eleitoral e pressionar a posição dos candidatos sem tangenciar para também não renegar os 8,5 milhões de aposentados.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas no Blog do Mílton Jung

Ola Carlos
Se lermos atentamente o estatudo do idoso, constataremos que o idoso tem e deve estar sempre, plenamente “protejido”, merecedor das devidas atenções sobre vários aspectos.
Mas não é exatamente isto que acontece no Brasdil de acordo com o estatuto do idoso.
Por outro lado, ironicamente o poder publico, sempre dando mau exemplo, caminhando na contramão.
Basta ver como são tratados os aposentados pelos governantes, INSS, saude publica, transporte publico, etc, sendo a maioria absoluta idosos que já passaram dos sessenta anos de idade.
O sujeito trabalha arduamente durante trinta e cinco anos para depois de aposentado, para não passar fome por causa da miséria que receberá de aposentadora, ter que viver da ajuda de filhos, parentes, bicos, “autonomos” até o final da sua vida e pior ainda, tendo que pagar o mesmo absurdo de impostos que antes quando trabalhava, sem retorno.
Só transtorno!
É assim que o aposentado, idoso, vive no Brasil.
ao sabor dos ventos governamentais, de favores, de esmola, da bondade dos familiares, dos amigos.
Em quanto isso vamos assistindo politicos aposentarem-se com quatro anos de mandato, passam a receber trocentos salarios minimos, extensivo aos familiares, e dai por diante.
Será que Estamos vivendo novamente, o feudalismo?
Tem muito idoso aposentado e o não idoso que diz:
“Quem sabe um dia ganho na mega sena e mando o INSS para “aquele lugar”
Obviamente se o governo for pagar aos aposentados o justo, o que realmente merecem por direito, faltara dinheiro em outro setor governamental, considerado “prioritário”
Então quem paga a conta será sempre o aposentado, o idoso, o pobre, a classe média, o trabalhador, o chefe de familia, o honesto.
Abraços
Armando Italo
Eu é que não quero segurar e nem ser um abacaxi.
Armando Italo, conforme observamos, todos que tem subido ao poder não tem tido a coragem de enfrentar esta questão realmente.
É hora portanto de cobrar de Serra e Dilma uma definição mais concreta sobre a aposentadoria.
Dora, o problem se estende do abacaxi para os aposentados e de um pepino para o governo.
A previdencia oficial é um dos grandes males que afligem o Brasil: arrecada uma fortuna, remunera mal quem pagou o máximo durante mais de 30 anos, desperdiça o dinheiro em caixa e deixa abandonado nosso patrimonio (sim, nós, que somos seus contribuintes obrigatórios). Deixou ingressar como beneficiários os agricultores que para ela nunca contribuiram (seria função do Tesouro Nacional) e vem bancando descaradamente o déficit público. Recomendação que dou aos meus filhos e netos: contribuam o mínimo possível para a previdencia oficial e o máximo para a previdencia complementar (administrada por profissionais sérios, bem entendido). Sou aposentado, com 63 anos, cardiopata, e não tenho conta na Suiça…(também, não é pra menos, pois de lá seria escorraçado com meus míseros R$ 1.000,00). Mas não perdem por esperar: em toda eleição dou o troco que posso.
Boa noite Carlos,
as reformas necessárias para tornar a previdência mais justa e não quebrar no processo, passam por acabar com o peso gigantesco que os regimes especiais de aposentaria representam. Os congressistas por exemplo, aposentam-se com uma quantidade de dinheiro vezes superior à média dos benefícios e estes são passados dos conjugues até as filhas, se estas forem solteiras. O tempo de contribuição, também é especial quando comparado aos demais cidadãos que tem que trabalhar e contribuir mesmo já estando aposentados. Some-se ainda o funcionalismo público, militares e por aí vai. Uns 3 milhões dos cerca de 26,5 aproximadamente, abocanham ao redor da metade do bolo.
Só que essa reforma não é nada vantajosa pra quem tem que fazê-la. E aqui volto ao nosso ponto de partida. Eu acredito que mesmo os 7.7%, não fazem justiça, mas o foco da reivindicação é que tem que mudar. Para os nossos representantes, nós ainda somos só um detalhe, mesmo sendo isso uma vantagem visto que os aposentados já foram chamados de coisa muito pior que abacaxi.
Bom fim de semana Carlos.
Luiz Francisco,veja que todos que estão no poder passam a ter a mesma posição. Os técnicos como o economista Giambiagi alertam que os dados atuariais indicam que ainda assim a Previdência não se sustenta.
De outro lado os aposentados também estão defasados, principalmente os 8,5 milhões que ganham acima do mínimo.
Precisamos é resolver isto antes das eleições, pois assim saberemos que rumo tomar até a data da mesma.
Sérgio Mendes, um pouco de respeito com a idade já seria uma grande melhoria.
É incrível como os brasileiros passam a juventude querendo parecer maduros e quando chegam ao amadurecimento tem vergonha da idade. A ponto inclusive de ocultá-la e reverenciar apenas os jovens. Pintam o 7 e o cabelo para enganar o mundo e até a si próprios.
Um pouco de cultura oriental até que seria bem vinda.
Que nada Carlos
Chegar aos sessenta e ótimo!
Por exemplo:
Não precisa ficar em filas de banco, de supermercado, de farmacia(quando se tem dinheiro para comprar os remedios ne)
Agora:
Essa de véio ficar pintando os cabelos para tentar disfarçar a idade……………….
é ruim heim!
Nada contra a vaidade ok?
O presidente Lula, segundo as ultimas notícias está cogitando de assinar o aumento de 7,7% aprovado no Senado. O fator previdenciário será vetado.
Como foi divulgado anteriormente Lula iria vetar ambos.
Nada como a pressão eleitoral.
Armando Italo,comentário 9
Eis aí a questão, quem chega aos 60 anos, quer mesmo é ter emprego e ser visto como mão de obra normal.
Furar fila, etc é respeito obrigatório, mão não é o essencial.
Verdade?
“SEM MEXER NA PREVIDÊNCIA, PAÍS TERÁ CRISE NO FUTURO”, Armínio Fraga, presidente do Banco Central entre 1999 e 2002, alerta para a necessidade de reformulação no sistema previdenciário em entrevista à Samantha Lima publicada hoje na nova FOLHA..
Mais uma vez a preocupação não é com o aposentado, mas sim com o sistema.
Armínio já tem 52 anos mas certamente não terá problemas de aposentadoria pessoal.
A Câmara aprovou aumento para 32mil servidores cujo montante custará segundo noticia da Folha de 25 de maio, de 1,8bilhão de reais.
A FOLHA no editorial de hoje se posiciona a favor do veto de Lula ao fator previdenciário e ao aumento de 7% ao aposentados de mais de um salário mínimo, a título de defesa do sistema Previdenciário nacional.
E a defesa do aposentado, quem faz?
Lula, foi quem ontem, 15 de junho de 2010 decidiu aprovar o aumento de 7,7% mantendo o fator previdenciário.
De olho na eleição ou não, haverá uma vantagem ao aposentado que ganha acima do mínimo.
Menos mal, porque se depender de pessoas como Mailson da Nóbrega, os aposentados estarão totalmente desprotegidos , haja vista a matéria da VEJA assinada pelo ex-ministro . Verdadeiro terrorismo aos “velhinhos”.