O menino chora. Era a primeira Copa dele. Via sua seleção jogar e não tinha dúvida em dizer aos colegas que seu time era imbatível. Ninguém pode com a gente. Certo estava que para ser campeão do Mundo faltavam apenas três jogos. Primeiro, a Holanda. Depois, Uruguai ou Gana, tanto faz. E na final, qualquer um que chegasse estava bom, pois a seleção dele era a melhor.
Um dia antes do jogo, passeou de mãos dadas com o pai e foi a um café na pequena cidade italiana de Orbetelo. Ali era o único lugar com acesso a internet nas redondezas. Queria mandar um e-mail para o avô e desejar boa sorte, pois sabia que ele também estaria diante da televisão torcendo pelo Brasil. Não conseguiu. A conexão caiu. E ainda teve de ouvir o dono do bar apostar na vitória da Holanda. Pois bem !
Hoje à tarde, vestiu uma réplica da camisa azul usada por Pelé na Copa de 58 e foi para casa de uns tios pouco interessados em futebol, mas que aceitaram lhe emprestar a televisão para ver o jogo no qual a seleção brasileira confirmaria toda sua confiança. Era um aparelho de tubo, daqueles modelos mais antigos, improvisado com uma antena colada com adesivo no alto para captar melhor a imagem. O nome dos jogadores e o tempo de partida não ficavam bem definidos. Não importava, a qualidade da seleção dele era nítida.
Ficou orgulhoso quando ouviu o narrador da Rai 1 dizer que havia assistido à mais bela jogada da Copa, logo depois de dois dribles de Robinho, um cruzamento forçado pela falta que recebeu, um toque de Luis Fabiano de calcanhar e o chute colocado, com endereço certo, apenas interrompido por um esforçado goleiro. É o meu Brasil, falou baixo.
Vibrou com a enfiada de bola de Felipe Melo que ofereceu a Robinho a oportunidade de marcar o primeiro gol do Brasil. Que golaço ! Eu não disse que os caras são muito bons ! É campeão, é campeão !
A voz dele estava isolada em uma cidade que parecia viver outro mundo, não tinham vuvuzela nem foguetes nem gritos dos vizinhos, como nas partidas que assistiu no Brasil. Pouco importa, dali pra frente, era só esperar o apito final do árbitro. Mesmo que ainda houvesse todo um segundo tempo para ser disputado não havia nada capaz de acabar com o sonho do menino.
De repente, o goleiro ídolo falha, o zagueiro confiável erra, o volante valentão é expulso. E nem o cara que ele mais admira neste time está em campo para ajudar. Elano ficou fora depois de uma patada que recebeu de alguém da Costa do Marfim. Mas ainda falta muito tempo. Só um gol, o empate, a prorrogação e ganhamos nos pênaltis. A gente ganha nos pênaltis, pai ?
O jogo segue, o tempo passa, o menino com as duas mãos no rosto da sinais de sofrimento. Ainda acredita em um lance de herói, capaz de mudar tudo que está se passando naquela TV. Em todas as suas histórias o super-herói surge para restabelecer a ordem, fazer justiça. Quem sabe agora ? Não, não foi. Dá um chutão lá pra dentro !
Os tios não entendem direito por que aquela agonia. É só um jogo de futebol.
O menino começa a entender. Começa a enxergar o que até então não havia visto direito. Nosso time pode ser bom, mas o outro quer ser melhor. E quando faz melhor, nos supera. A derrota é uma realidade possível, não apenas no jogo. E tem de ser enfrentada, porque não é definitiva.
Os três minutos de acréscimo não importavam mais. Ele não conseguia mais ver a imagem na TV, a voz do locutor anunciando a desclassificação do Brasil não fazia sentido, a bola chutada de um lado ao outro era um objeto estranho. Os jogadores, também. Não se pareciam com os das figurinhas que colocou na álbum com todo cuidado.
O apito final não quis ouvir. Levantou-se sozinho e saiu caminhando pra fora da casa. Não havia vuvuzela tocando nem foguetes nem gritos. Apenas uma lágrima e a descoberta de que não somos invencíveis. Nem no futebol, nem na vida.

Não foi desta vez!
e o Brasil inteiro também chora!
Por outro lado, agradecemos aos meninos da seleção brasileira pelos alegres momentos a nos proporcionados em quando permaneceram em campo.
Jogaram até onde puderam e ou foi permitido.
Até 2014!
Um técnico de Seleção não tem necessariamente a obrigação de ser o Campeão do Mundo, mas um técnico de Seleção tem a obrigação de convocar os melhores atletas do momento. Futebol é momento. Infelizmente muitos atletas bons de bola ficaram de fora por causa da tal coerência em seus melhores momentos. É uma pena. Com isso perde o futebol brasileiro e perde a torcida. Mas quem sabe em 2014 teremos em campo os melhores atletas do País para que possamos ter orgulho de ter um futebol com arte, alegria, moleque, atrevido, divertido e descontraido. Coisa que é natural do povo Brasileiro. Competir sempre, perder a esportividade jamais.
Assim como o poder exagerado e perene na FIFA tenderá a diminuir, o técnico da seleção também não deverá absorver decisão total.Pelo menos é isso que desejo.
Ao Lorenzo um grande abraço e os votos que continue gostando de futebol.
Torcer para um clube , é mais fácil e mais previsivel.
Confirma-se mais uma vez um dos ditados do futebol : QUEM NÃO FAZ, TOMA.
O lado positivo é que esta turma da CBF não merece um titulo tão importante.
O lado negativo é que terão mais tempo para planejar a abertura da COPA, sabe Deus como.
Carlos
O que estraga realmente o nosso futeboll é a CBF e seus cartolas politicos.
quantos exeplos temos no Brasil da atualidade?
Pois é:
Só Deus sabe como!
Boa tarde !!!
Em 2006,o Roberto Carlos se vendeu e entregou um gol de bandeja para o Henry da França nos eliminar.
Em 2010 o “grande craque universal” chamado Felipi Mello se vendeu,fez um gol contra, se expulsou,e ajudou a nos eliminar.
A Fifa é seria? a CBF é séria?,Ricardo Teixeira é sério^?João Havelange é serio?
A mídia em geral bate até a pagina 9 ,pois o futebol rende aos grandes “patrões” da comunicação, vultuosas fortunas,
Ora minha gente,vamos acordar!